Os Oito Dragões - A Deusa da Criação

N.A: Oi pessoal! Desculpe a demora para postar este capítulo, mas é que estou sem net, e meu pc também está com problemas, então estou postando só agora pois finalmente consegui me organizar, e está no ar o capítulo. Leiam e review D Ah, não está dando para pôr os agradecimentos hoje, mas valew por todos que mandaram reviews!

Capítulo 9 - Um Outro Lado da Terra dos Vales

Morra, seu monstro! - Gina gritava se defendendo de um novo ataque.

Tinha em mãos uma presa de marfim, que era de um ser muito parecido com um elefante, porém com pêlos por todo seu corpo em um tom louro, um ser bem estranho. Era pelo menos duas vezes maior que um elefante comum, suas presas proporcionalmente também eram. Quando corria o chão tremia levemente, era muito ligeiro, apesar de suas toneladas a mais.

A ruiva Weasley já se encontrava além das montanhas do Vale dos Ventos. Havia atravessado o lugar o mais rápido que pôde, não queria sofrer novamente com aquelas lembranças.

Entretanto, ela sofrera muito para chegar ali sem ser atormentada pelo passado. Fracassara completamente, se estivesse em um teste de Hogwarts levaria zero de avaliação. O vento ainda vinha fraco da direção das montanhas, apenas um sopro perto da ventania, que era quase uma tempestade, que enfrentara naquele topo montanhoso. Ela pôde até sentir a cicatriz de sua ferida feita com a espada de Draco dar pontadas, de tão forte que as emoções da lembrança vieram. Podia se lembrar de como aquele dia a desgraçara e a abençoara. Perdera sua pureza, ao mesmo tempo que ganhara a maior "pureza" que podia envolver em seus braços, e que estava a deixando louca para voltar para casa e ter de novo em seu colo. Eduard era a razão que a fazia se manter em pé, e de uma coisa Gina tinha certeza, não teria chegado tão longe se a lembrança de seu filho não viesse de forma tão doce, conseqüentemente dando força em dobro, para a grande heroína dentro de si despertar e vencer.

Ao passar as montanhas, o primeiro lugar com o qual se deparara foi uma espécie de "cemitério", com algumas ossadas de seres como aquele que a atacava. O chão era seco e quente, praticamente não haviam árvores ao redor dela, e o calor batia forte, pois o vento que vinha das gélidas montanhas, lá se tornava um sopro tão quente quanto o resto. E Gina tendo que desse calor encontrar mais forças para derrubar aquele animal tão pré-histórico, antes que ele a derrubasse.

Quando aquele ser apareceu vivo, e não apenas em esqueleto como os outros do cemitério, ela pegou uma presa bem grande de uma das ossadas, arma um pouco maior até do que a espada que deixara na Terra, e armou defesa contra o monstro. E a luta já vinha de certo tempo.

Não estava calculando as horas, mas parecia que metade de uma hora inteira já havia se passado, apenas enquanto lutava. Se preocupava muito com a questão do tempo. Uma hora passada na Terra dos Vales era um dia inteiro no Planeta Terra. De qualquer modo quando ela falasse com a "deusa", provavelmente o tempo teria de ser regredido. A essas horas na Terra todos os impuros de sangue bruxo já deveriam ter partido, não gostava nem de pensar em como estariam enfrentando aquela situação triste.

Pelo sofrimento de todos, Gina se defendia de mais um ataque. Ela lutava com a força do amor por sua família, amigos, e pela esperança de Draco voltar a ser ele mesmo e ficar com ela no final de tudo.

O ser tentou atacá-la novamente, defendeu-se em um salto e uma rajada de chamas alaranjadas. Ele ainda se mantinha intacto. Gina não podia fazer muito contra ele, teria de fugir. Seu pior erro foi um tropeço, e quando estava ao chão, sentia que era a hora de perder, de ver tudo acabar. Sentiu-se fraca demais, tinha sede, não estava acostumada com um calor tão intenso. A heroína passara a ser a vítima, e desmaiou. Não veria o herói derrubar o monstro, e levá-la de lá.

...X...

Os olhos se abriam lentamente, focalizando um quarto muito confortável. O teto azul acima de si tinha efeitos de tinta branca que lembrava nuvens, as paredes azuis eram de mesmo tom a seu redor, uma cama de bambu e um lençol branco, ambos muito confortáveis, a envolviam. Uma sensação celestial a invadia. A pessoa que habitava aquele quarto percebia-se que era boa, pelo clima que ali estava. Gina ainda estava muito confusa. Estava morta, ou alguém havia a salvado?

Onde estou agora? Esse lugar parece muito bom, mas não acho que o céu seja tão real a esse ponto. Por favor, alguém adentre neste quarto e me esclareça aonde e como estou.

Ela sentou na cama e como se tivesse feito aquele pedido de ajuda em voz alta, o dono do quarto adentrou, tinha uma bandeja em mãos com umas frutas estranhas. Ela não conteve o espanto ao ver aquela figura. Era um jovem de sua idade, usava roupas bem diferentes das que os bruxos usavam, uma calça bem larga em um tom verde-limão, uma blusa bege com uns desenhos e formatos estranhos, batendo recorde de estranheza em uma manga que só vestia a parte de cima do braço dele e ficava aberta embaixo, abotoada pouco depois do cotovelo, mostrando os braços finos e ficando até um pouco larga no rapaz. Porém, o mais estranho eram os cabelos em um tom lilás claro, cor que Gina jamais havia visto em cabelos na Terra. De resto ele era bem normal, era bem queimado pelo sol e tinha olhos castanhos.

Bom dia. - ele parecia acanhado, sentando-se em um banco ao lado da cama de Gina, entregando a bandeja no colo dela. Sua voz era plana, mansa, e contrariamente, rápida - Coma algo. Isso se você me entende, parece ter vindo de outro planeta.

Entendo. - Gina tinha olhos arregalados - E vim de outro planeta.

Agora o garoto quem tinha olhos arregalados.

Você veio de outro mundo? Pensei que tinha sangue ao seu redor quando te encontrei, mas era seu cabelo. Desconfiei por isso, nesse mundo não existe cabelo vermelho. - ele disse sorrindo - É fantástico, mas ninguém pode saber que você está aqui.

Por quê? - Gina assustou-se, deixando a bandeja de lado e tentando levantar, não conseguindo, sentiu uma forte pontada de dor em sua cabeça e tontura - Minha cabeça dói...

Você não estava nada bem quando a encontrei desmaiada perante aquele Mamute Dourado. E coma. - disse apontando para as frutas que ela deixara de lado, lembrando-a da comida que oferecera.

Então esse é o nome daquela criatura? - exclamou Gina - Um monstro terrível.

Com certeza um tormento nesse vilarejo. - disse o rapaz.

Mas e o nome dessa criatura em minha frente? - Gina perguntou bem humorada - Ainda não sei.

Frey Hey Sey. - ele respondeu - Pode me chamar só de Frey.

Que diferente. - disse ela - Sou Virgínia Weasley, me chame de Gina.

Diferente é o seu nome. - ele disse, ainda tinha os olhos completamente arregalados - E muito bonito.

Devo estar o atormentando na verdade, sabe, por ser de outro mundo, ou você deve estar achando que sou louca, por seu olhar tão surpreso.

É obvio que a olho assim, pois nunca vi beleza tão pura aqui, na Terra dos Vales. Você não me assusta por ser de outro mundo, temos conhecimento de um Portal com outros mundos no centro deste planeta, aonde os Quatro Vales se encontram e finalizam-se em suas quatro árvores. Me espanto pois nunca achei que veria tão bela figura de outro mundo vir para cá. Imaginava seres corpulentos e aterrorizantes vindos de lá. Não algo como... você.

Obrigada. - ela agradeceu - Pena que a beleza externa em muitas pessoas em meu mundo não faça jus a beleza interna de tantas delas. - ela pareceu entristecer-se - Antes de eu tentar levantar, você disse que era bom que não soubessem que viesse de outro planeta... Por quê?

Não mesmo, apesar de saberem que existam planetas com pessoas muito boas, além de monstros como eu imaginava, há alguns com gente atrasada na evolução espiritual e mental. Eles podem querer fazer algo contra nós. - disse o jovem de um modo tão sábio como ela jamais havia ouvido alguém falar na Terra.

Minha nossa! - disse Gina - Como vocês sabem disso tudo?

A deusa nos disse. - ele respondeu.

Você conhece a deusa? - Gina perguntou eufórica - Não acredito, me apresente, me leve até ela, estou aqui apenas para vê-la!

Muita calma, eu não posso fazer isso. - disse Frey - Não sei como se pode encontrar a deusa da Criação, ela é um ser supremo. E, não querendo ser intrometido, você está na minha casa e eu preciso saber: por que quer encontrar a deusa?

Para salvar meu mundo, eu vim do Planeta Terra. A história é bastante longa, mas vou contar inteira a você... - começou ali, e passou um longo tempo contando tudo a ele. Não seria tempo perdido, afinal, poderia ser que com ele sabendo de sua situação, se sensibilizasse e deixasse escapar informações - ...então estou aqui, e não sei o que devo fazer para vencer tudo isso o que me afronta.

Nossa, eu juro que se souber um modo de encontrar a deusa, eu lhe digo ele. - disse piedoso.

É, tudo é muito difícil. - disse Gina.

Agora que não posso deixar que eles saibam! - exclamou Frey.

Eles quem? Saibam o quê? - perguntou Gina.

Que meus pais saibam que você está em casa. - ele respondeu - Se souberem, me mandarão fazer com que você vá embora.

Lógico, você está hospedando uma estranha em seu lar. - disse Gina - Geralmente não se confia em estranhos.

Nossa, de onde você tirou isso? - ele perguntou - Confiamos em todos estranhos, sendo que eles sejam de nosso povo.

É, falando em seu povo, você é tão diferente. - Gina dizia sorridente - Seu cabelo lilás e seu modo de vestir estranho.

Eu que digo isso de você. - ele disse - Nunca vi ninguém aqui usando um tecido tão grande como aquele casaco branco. - apontava para o casaco pendurado em uma cadeira - Essas roupas tão coladas no corpo, quentes demais. Sem dizer que nunca vi ninguém com um tom de cabelo vermelho, diferente para nós, e uma pele tão clara com manchinhas avermelhadas tão meigas.

Vocês costumam ter cabelos de qual cor aqui? Lilás? - perguntou Gina.

Sim, todos são iguais, e também têm olhos castanhos e pele morena.

Que legal. - disse Gina - Mas as aparências físicas são diferentes?

Sim, existem gordos, magros, cabeludos, carecas, narigudos, bonitos e feios. - ele disse fazendo uma careta na última palavra - E você ainda nem tocou nas frutas. Eu não envenenei.

Claro. - ela disse pegando uma fruta que se parecia com um tomate, só que amarelo como uma banana - É doce?

Sim, não tem na sua "Terra"? - ele perguntou curioso - Chama-se Metrilcula.

Nome o triplo de estranho. - Gina disse mordendo o fruto que era mole e saborosamente doce - Tenho uma curiosidade, pensava que em outros mundos as pessoas falariam outra língua, não a mesma que digo.

Não sei muito, sei apenas que desde os tempos em que a deusa criou este mundo, foi assim que ela nos ensinou a falar. - disse Frey.

Hum. - Gina estava visivelmente descontente com a resposta - E vocês moram em que tipo de lugar, com a cortina fechada jamais vou saber.

Moro em um vilarejo não muito distante do cemitério de mamutes. - respondeu - É um lugar cheio de casinhas de tijolos de marfim muito bem acabadas. Nos alimentamos do que nós plantamos e colhemos.

Nossa, que máximo! - exclamou ela - Casas de marfim! Na minha terra isso é um tesouro.

Tesouro? Seu planeta é muito estranho. - ele disse com uma expressão entristecida - Pelo que eu saiba, tesouro é o que temos aqui dentro. - colocou a mão em frente ao coração.

Sim, esse é um tesouro muito bonito. - disse sensibilizada com a pureza daquele garoto - Era de outro tipo de tesouro do qual falava. Era no sentido de dinheiro, de valer muito dinheiro.

Dinheiro? Que palavra gozada. Aqui não existe isso.

Esqueça o que digo. - Gina disse envergonhada, como era suja de tão materialista próxima a Frey. Era complexada com dinheiro, por nunca ter tido muito, já ele não sabia o significado da palavra, e via em seus olhos o quão feliz ele era e sempre deve ter sido sem conhecê-la.

Tudo bem. - disse ela - Minha cabeça dói tanto.

Vou fazer um chá para você melhorar. Fique bem quietinha aqui para que meus pais não percebam você quando chegarem da colheita. - disse preocupado, levantando-se - E coma mais frutas.

Certo, muito obrigada. - disse ela pegando mais uma "metrilcula" da cesta e mordendo. Ele parece realmente de outro mundo. Pensava quanto a pureza do garoto e a bondade que tinha. Pena que eu não tenha encontrado e me apaixonado por alguém tão legal e bom assim na Terra. Sei de que algum modo pessoas como ele não combinam comigo, fazer o quê que me apaixone por garotos maus? Pensava em como Draco era daquele jeito, e tão especial para ela. Mas parou. Estava fraca e precisava ficar melhor. Desejava que aquele chá que Frey foi fazer desse um bom efeito.

Comeu mais algumas frutas e ouviu uma movimentação na cozinha.

Não mãe, deixe que pego para você no quarto! - ele disse bem alto, para que Gina percebesse que estava em perigo de ser pega pelos pais dele.

E agora, estou fraca demais para sair pela janela. Vou tentar me esconder embaixo da cama. Levantou rapidamente e se abaixou, ainda bem que havia um bom espaço entre a cama e o chão, e que o carpete azul-marinho que revestia o quarto inteiro estava bem limpo. Deixou o cobertor batendo quase no chão para que não desse para ver nem um fio de seu cabelo vermelho.

A porta se abriu. Passos descalços, pé de mulher. Via os pés de um homem, provavelmente Frey, ao lado.

Eu falei mãe, que pegava para você o seu livro. - disse ele.

Ah não, filho. Você fica enrolando muito. - disse brava - E não está aqui na estante. Ora, que casaco esquisitão é esse?

É do Brinty. - mentiu Frey - Ele me emprestou, é legal, não?

Essa juventude com modas cada vez mais estranhas. - disse a mãe - Olha, o livro está jogado no chão? Filho, você não toma cuidado com as coisas de sua mãe mesmo!

Frey estava bem de frente para a parte debaixo da cama, do qual podia ver um pé de Gina. Ficou desesperado, o livro estava quase debaixo da cama, se sua mãe pegasse, a encontraria.

Deixe que pego. - ele disse desesperado, mas ela já pegava o livro.

Gina tentou se esconder mas havia uma brecha do cobertor bem por onde ela espionava, e via os olhos castanhos, mexas lilás caindo a sua frente, a encarando assustada.

Filho, tem uma mulher debaixo da sua cama. Já te falei que namorada no quarto só depois do casamento. - ela disse desanimada, Gina imaginava o trabalho que o filho devia dar, apesar da cara de anjinho.

Ela não é minha namorada. - ele disse - Gina, saia daí.

Após se levantar, a mãe a olhou com tanto espanto que parecia ver uma assombração. E Gina já sabia o porquê, era por causa da sua cor de cabelo e sua pele clara. Assustaria toda aquela vila se não fosse logo embora.

Quem é ela? - a mãe perguntou.

Sente-se, Gina. Ela não está bem mãe, a salvei do Grande Mamute Dourado pela manhã. Está com muita febre, estava fazendo para ela, não para mim como te disse, aquele chá de erva pomposa.

Do mamute? - a mãe parecia comovida - Coitada, ele é o terror de tudo, muitos dos mamutes são inofensivos para nós, filha, mas aquele é terrível. - a dona dizia com uma expressão piedosa agora.

Sim. Como já ouviu me referindo a ela mãe, seu nome é Gina. Ela precisa de nossa ajuda. - ele dizia sério - E ela é minha mãe Freha.

Olá. - Gina disse sem jeito - Sou Virgínia Weasley, mas me chame de Gina. Gostaria muito de me desculpar pelo transtorno.

O que é isto, você está doente e abalada. Pode ficar. - Freha disse solidária - Só não sei se o seu pai vai gostar desta história, filho.

Ele não precisa saber. - Frey fez uma careta manhosa para a mãe coçando a nuca.

Está bem, não irei até o pomar contar a ele. Entretanto, assim que ele vier para casa, imediatamente será apresentado para Gina. Depois, nós três juntos, decidiremos qual será o destino desta jovem dentro de nossa casa.

Muito obrigada, senhora. - Gina disse sorrindo sinceramente.

Disponha. - ela respondeu - Agora vá buscar o chá da garota, moleque.

Claro, claro! - Frey exclamou saindo do quarto rapidamente.

Assim, Gina aproveitou da situação para amolecer mais ainda o coração daquela mãe. A mulher ficava maravilhada enquanto Gina descrevia suas aventuras em forma rica de detalhes, sem esconder muita coisa, contando sobre seus sentimentos, sua escola, seu aprendizado sobre a vida, seu amor, seu filho. A senhora se emocionava tanto com as histórias de Gina, que as lágrimas mais reais escapavam, as risadas mais sinceras vinham para os fatos engraçados, e as exclamações de queixo caído eram constantes. Gina era uma grande contadora de histórias, além do mais de sua história. E dona Freha era uma ouvinte de imensa atenção e interesse.

Quando se deram por conta a noite se aproximava silenciosa, e após deliciarem-se com um delicioso bolo de milho acompanhado de um curioso "Chá Azul", Gina voltara para a cama de Frey, já que estava melhor e fora até a cozinha alimentar-se. Dormira tranqüila, nunca imaginava que sentiria-se tão em casa com pessoas da Terra dos Vales, e vergonhosamente, contudo, com a justificativa de um cansaço mental gigantesco, Gina se esquecera de todos seus problemas na Terra e se desligou na gostosa escuridão de dormir profundamente.

...X...

Não devemos aceitar esta garota sob nosso teto! Chega!

Gina acordara ouvindo uma voz masculina muito irritada vinda da cozinha, e nada além disso por mais uns trinta segundos. Após acordar de modo mais parcial do estado sonolento no qual se encontrava, caminhara pé-ante-pé até a porta e entreabrira, de modo do qual podia ouvir a conversa vir da sala.

Ela é uma jovem tão bonita e tem uma história tão sofrida. - ouvia a senhora Freha dizer de seu modo doce e insistente - Você não entende o objetivo pelo qual ela está aqui? Você gostaria de ver pessoas tão próximas a você irem embora para sempre? Você não faria de tudo para que eu vivesse, Trey? - o tom de voz da senhora já estava mais alterado, ela suplicava.

Ela pode estar mentindo. - disse o pai, que ela descobrira agora chamar Trey.

Eu já disse que ela não está. - Frey disse revoltado.

Você fique quieto, mocinho. Você quem trouxe ela para dentro de casa. - o pai era pulso firme.

Preferia que eu a deixasse morrer? - Frey perguntou em tom de voz mais alto - Droga, você não entende?

Olha o jeito que fala comigo! - Trey estava verdadeiramente bravo - Cale essa boca senão você e a garota serão colocados daqui para fora.

Isso não é preciso. - Gina surgira com sua voz convicta - Eu irei embora daqui, ele me ajudou, já estou bem para completar minha missão sozinha.

Ela adentrara no momento mais triunfal da conversa, surpreendendo todos ali presentes. O pai não conseguiu olhar do mesmo modo para ela, como olhava o filho antes dela entrar na sala da casa e declarar a sua presença ali. Ela estava com os cabelos bastante cheios ao redor de seu rosto, o olhar era firme como sempre, ela mostrava o quanto era agradecida, porém, o quanto não se importava em ir embora para que Frey não enfrentasse problemas com seu pai.

O senhor Trey tinha o queixo-caído. Ela via que ele era um bom homem, e que o pulso firme era pelo velho motivo de ser o gerente de uma família e precisar comandá-la da maneira que acha mais correta. Estava com tudo em cima, devia ser por conta do trabalho braçal, tinha o cabelo lilás curto e com certas entradas de calvície, e seu olhar tinha um fundo de bondade em seu brilho intenso, era o olhar de um homem que carregava grande responsabilidade.

Me desculpe senhor, se estou quebrando uma regra da deusa ficando aqui. - continuou Gina - Terei de sair durante esta noite, e nunca mais ter que enfrentar olhos tão penetrantes e fortes como o teu.

Não, ela não vai. - Frey disse correndo e entrando na frente dela, como se o seu pai fosse atirar algo contra a garota, algo que ele não pretendia.

Se é a decisão dela, melhor, pode ir minha jovem. - ele disse carrancudo.

Aaaah, mas ela não vai é mesmo! - dona Freha irritou-se - Pobre garota, esses bandos aqui são muito perigosos durante a noite. Lembra-se do que aconteceu ao Grimn? E com a pobre da Kendiley?

Ela é uma ameaça para nós. A deusa nos disse que quase sempre não devemos aceitar uma pessoa diferente de nós, que ela pode ser uma ameaça. É perigoso, mas o que podemos fazer? - ele perguntou dando de ombros.

Deixá-la ficar até o amanhecer. - respondeu Frey com facilidade - Não pode ser verdade que uma jovem de olhos tão verdadeiros seja uma ameaça a nós. E além do mais, acho que a deusa não ia gostar de ver uma jovem boa desamparada e correndo riscos por aí.

Ela ficar é o mais sensato. - disse a sra. Freha.

Está certo, está certo. - Trey disse rendendo-se com as mãos - Ela fica durante esta noite e quando sair o primeiro raio de sol, essa jovem, Gina, irá embora.

Muito obrigada pela caridade, senhor. - Gina disse o reverenciando com um movimento da cabeça - Vou para o quarto de Frey, acho que é melhor assim.

E ele dormirá na sala. - o pai disse ainda carrancudo - Boa noite, garota.

Boa noite. - Gina respondeu a contra-gosto.

Aquele não era o pai que queria ter para ela. Não mesmo. Como amo Artur. Pensou e fechou a porta do quarto do garoto novamente, lançando-se de costas contra ela e esparramando suas mãos na superfície de madeira, sentindo a dor de uma discriminação racial. Entendia quase tudo pelo que os impuros de sangue passaram.

A deusa nos disse que quase sempre não devemos aceitar uma pessoa diferente de nós, que ela pode ser uma ameaça. A voz de Trey falava em sua mente. Pelo orgulho Weasley, Gina sentira uma vontade gigantesca de ir embora. Mas a noite era perigosa, e ela não queria nem imaginar o que aconteceu ao Grimn e a Kendiley, nomes citados por Freha, e do qual Gina deduziu que não deveriam ter tido dos finais mais alegres.

Ela rapidamente estava sentada na cama. Já havia dormido tanto que com certeza passaria aquela noite em claro. Deitou-se sem cobrir seu corpo, estava louca para partir daquela casa e descobrir logo de uma vez como encontrar aquela deusa. Nunca sentira-se tão irritada e ansiosa por algo.

Não se importe com o que ele diz. - Frey disse entrando, levemente desanimado.

Palavras muito piores já me feriram. - Gina disse abaixando a cabeça - Ele é só um pai que não quer ver a família em perigo. Eu só estou aqui pois é possível ver que para ele "não" é uma palavra difícil de se dizer a filho e esposa.

... X ...

Meu pai tem magia e é muito respeitado. Minha mãe não tem magia e é de mesmo modo respeitada. É triste ver que em seu mundo não seja assim. - Frey abaixou a cabeça - É tão bom viver em harmonia.

Era tudo o que queria. - Gina disse tristonha - Vou lutar por isso após salvar meu mundo de toda dor que o ata.

Torço por você. - ele disse sorrindo.

Os dois já estavam conversando há bastante tempo, desde aquela hora em que terminaram a conversa com Trey.

Mudando de assunto, seu nome é uma junção do nome de seus pais? - perguntou Gina, que depois respondeu ela mesma fazendo um tom de voz engraçado e mecânico - Freha menos "ha", mais Trey menos "T", igual a "Fre" mais "rey", que é igual a Frey. - e deu uma leve risadinha.

É isso mesmo, esse é um costume por aqui, assim ninguém nunca teve um nome igual ao de ninguém. Meus avós maternos tem o nome de Fredli e Driha, minha mãe é Freha.

Após três batidas na porta dona Freha estava com a cabeça dentro do quarto.

Desculpe, crianças, mas está na hora de dormir Frey, venha para a sala e deixe Gina descansar. - ela disse docemente, depois olhando Gina - Boa noite, querida.

Boa noite. - respondeu Gina.

Ela saiu e Frey disse:

Terei de dormir também.

E pouco tempo depois Gina estava sozinha no quarto, sendo puxada para um sono que não imaginou que teria tão rapidamente.

... X ...

-Não se magoe com o que ouça, não se importe com o que digam. Siga o que há dentro de seu coração. Faça o que sabe que é certo.

Uma voz feminina muito doce assobiava. Gina caminhava nem tão tranqüilamente pelo Cemitério de Mamutes Dourados, arrepiada pelo sopro daquela voz feminina, que parecia ser tão boa, mas era assustadora pelo ambiente em que estava e por estar acompanhada por um sopro de ventania.

-Quem está aí? - perguntou assustada.

-Não se magoe com o que ouça, não se importe com o que digam. Siga o que há dentro de seu coração. Faça o que sabe que é certo.

-Me desculpe, mas você não disse quem é. - ela quase sussurrava ao horizonte.

Sentou-se no chão arenoso. Não sabia porque estava ali, não se lembrava como estava ali. Sabia apenas que havia uma razão para estar ali.

-Não se magoe com o que ouça, não se importe com o que digam. Siga o que há dentro de seu coração. Faça o que sabe que é certo. - a voz dizia novamente.

Gina estava assustada e dessa vez não se segurou. Gritaria.

-Quem está aí? Por favor, me responda! - estava desanimada, queria uma resposta decente.

-Não se magoe com o que ouça, não se importe com o que digam. Siga o que há dentro de seu coração. Faça o que sabe que é certo.

-Droga! Será que dá para responder algo Direito? - ela gritou ainda mais indignada.

E dessa vez nenhuma voz veio em resposta. Nada veio em resposta. Ficou sentada por ali sem ter idéia do porquê. O pior estava por vir, levantou-se e sentiu-se assustada com um grande estrondo que a fez cair de novo no chão. Era "aquele ser", que lembrava-se, não fazia tanto estrago ao caminhar, mas que devia estar tão furioso naquele momento, e então causava grande desordem. Teve certeza que era ele ao ver a sombra do mamute a distância, e sabia que ele tinha a ver com aquela frase, que vinha do nada e se repetia novamente...

-Não se magoe com o que ouça, não se importe com o que digam. Siga o que há dentro de seu coração. Faça o que sabe que é certo.

... X ...

Não! Não pode ser ele de novo! - ouvia a voz de Freha gritar aterrorizada.

Contudo, o que realmente a havia acordado foram os estrondos. Parecia mais que um grande terremoto estava fazendo tudo tremer, e ela sabia que só parecia, não era. Era o Mamute Dourado que vinha atormentar a família novamente. Era aquele mamute do qual a sra. Freha se queixou ser um grande destruidor e atormentador da vila.

Ela levantou e foi para a sala, o sr. Trey trancava as portas desesperadamente.

Não acredito que o Grande Mamute Dourado está vindo nos atacar novamente! - ele exclamou - Deve ter sido maldição que a deusa nos mandou por termos aceitado esta garota aqui.

Claro que não é, pai! - Frey disse revoltado.

Gina pensou em responder mau, porém, lembrara-se de certa frase: "Não se magoe com o que ouça, não se importe com o que digam."

Eu não sou uma maldição. - ela respondeu calmamente - Vou fazer algo por vocês.

Não ouça o que ele diz. - Freha disse envergonhada - Esconda-se em algum lugar seguro, embaixo de uma cama e mesa, caso ele destroce essa casa.

Eu não posso deixar que isso aconteça. Ela pensou indignada. Agora sim, iria fazer algo pela família, além do mais após lembrar certa parte da mesma frase: "Siga o que há dentro de seu coração. Faça o que sabe que é certo."

Não posso deixar que tudo fique por isso mesmo. - Gina disse correndo até a porta e tirando a madeira que a trancava - Vou fazer algo por vocês, em agradecimento.

Volte, Gina, está louca? - perguntou Frey.

Não posso. - ela respondeu.

Deixe que ela morra, se é assim que ela quer. - o pai disse amargamente.

E em menos de um segundo Gina não estava mais dentro daquela casa.

No próximo capítulo...

Como Gina se sairá em um confronto tão perigoso como estar contra aquele mamute? Será que a loucura do ato da garota não foi muito grande? Não percam! Capítulo 10 - A Deusa da Criação

N.A.2: Só para lembrar... Reviews! Ah, o capítulo 10 já está escrito, esse podem ter certeza que sai semana que vem. E em breve também sairá minha nova songfic: Ela não é como as outras garotas. Vai ser H/L! E valew! Até !

Victor Ichijouji