Disclaimer: Saint Seiya infelizmente não me pertence, porque o tio Kurumada é possessivo e ciumento e não libera os corpinhos libidinosos dos cavaleiros para ninguém. Então, por isso, sou obrigada a escrever fics sem fins lucrativos com os personagens dele. Contudo, os personagens originais e o argumento desta fic, mesmo não valendo grande coisa, são meus.

Observação: estou felicíssima com a bela receptividade da fic com os leitores. Sinto-me honrada e com uma grande responsabilidade nas mãos. Obrigada, criancinhas! Como presente, a tia Verlaine aqui providenciará uma bela songfic para o próximo capítulo! BEIJOCAS!


Incenso e Vela

Capítulo 3

Insignificance

- Ah, o ladrãozinho e o mocinho do Santuário. Que par, por Osíris!

- Bom dia, Horemheb. – Mu acenou. Seu sorriso infantil, de dentes ainda afinados e miúdos, dentes de leite. A curta paciência de Máscara da Morte parecia miraculosamente alargada por Mu. O menino de Shion era tão suave e sua presença tão incomum no santuário naqueles dias que até ele, Máscara da Morte, conseguia sorrir para ele.

- O assassino gosta de você, Mu...

- Digamos que eu seja insignificante demais para que ele perca energias me detestando, como ele faz com os outros...

- Não acho você insignificante...

Mu deu um longo resignado suspiro.

- Logo vai achar.


Desceu com Shaka até a Arena dos treinamentos. Para a surpresa dele, e de todos os cavaleiros de ouro presentes, o mestre Ares havia descido para observar os treinamentos que ele conduzia com a máxima crueldade. Máscara da Morte então, pensava Mu, tinha motivos para estar de bom humor. Ares o admirava e o usava, freqüentemente, como modelo de um bom cavaleiro: frio, agressivo, sem remorsos, sem consciência. Mesmo que Máscara gostasse do Mestre tanto quanto gostava das suas frieiras, isso não importava, e para Ares, acrescentava-lhe ao charme. Ares voltou a máscara que passara a ocultar-lhe o rosto, outrora tão querido de Mu, como quem volta os olhos a um inseto.

- Ora, veja, temos um pródigo aqui! E traz visitas!

Mu continuava impassível. Shaka invejava a impenetrável feição do cavaleiro de Áries, serena. Apenas o movimento do seu tórax denunciava a respiração levemente alterada.

- Esse é o andarilho sujo, o ladrão que Horemheb pegou com duas tangerinas lá embaixo, Mestre. – denunciou Shina, sempre ansiosa para agradar ao mestre.

- Ah, um ladrão! Mas que companhia mais adequada para você, Mu! – Ares deteve sua expressão mascarada sobre o homem de olhos cerrados. Era altivo, esguio, elegante. Sua cosmo energia era latente, como um vulcão gemendo sob a terra. – Você é cego, ladrão de frutas?

- Enxergo bem. Meus olhos fecharam por vontade. É meu tributo à Buda. Em retorno, ele me deu uma extra visão.

- Oh! Um religioso! Um mongezinho! Diomedes! Mate-o!

Diomedes. Um cavaleirinho bronco, desses feitos em meses. Era aparentado de Ares, diziam. Era truculento: Mu o vira arrancar a cabeça de um boi com as mãos limpas. Não era um treinamento aprovado pelos mais antigos. Mas fora gente daquele tipo que... a guerra... gente daquela matara cavaleiros de Athena... como todos... antes de Shion e Dohko... sentiu a língua secar; destruiria a dignidade de Shaka se atirasse-se aos pés dele implorando-o que não lutasse com Diomedes. Ia torn�-lo objeto de chacota do Santuário.

- Diomedes, o que está esperando para matar o ladrãozinho de Máscara da Morte?

- Melhor seria dizer, o ladrãozinho de Mu! – Diomedes gargalhou, fazendo eco com ele todos os homens de Ares.

Mu tocou de leve as mãos de Shaka, que sorria cinicamente ao seu lado.

- Me desculpe por isso. Desafiam você por minha causa.

- Então, abençoado seja por isso, Mu.

- Se quiser... luto por você.

- Não se preocupe comigo. – Shaka respondeu, imaginando como aquela criança de porcelana lutaria por ele. Se é que alguém teria a leviandade de levantar as mãos para aquela criatura diáfana.

Shaka esperou calmamente o ataque de Diomedes. Brutal, rápido, porém desordenado, indisciplinado, sem técnica, sem pensamentos – puramente instintivo.

O estranho e misterioso homem loiro segurou o punho descomunal de Diomedes no ar, apertou-o como quem segura um tubo de pasta de dentes, até o sangue escorrer e todos os presentes ouvirem os gritos de dor de Diomedes paralelos ao estalar de seus ossos quebrando. Uma onda dourada percorreu-lhe o corpo. Caiu morto.

- Qual é o seu signo, homenzinho? – a voz de Ares era troante e áspera. Nada lembrava a suave brisa da voz de Shion.

- Virginiano.

Ares deu uma alta gargalhada.

- Continue me impressionando, jovem ladrão. A armadura de Virgem está esperando um substituto!

Mu sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Era como se as mãos de Shion corressem entre seus cabelos... "Ah! Shion! Todas as certezas que você sempre teve, mas não deixou-me nenhuma de herança..."

- Eu disse que não se preocupasse. – a voz de Shaka. Bela e forte.


Shaka permaneceu no santuário com permissão de Ares. Em pouco tempo, tornou-se o homem mais procurado de toda a Acrópoles. Os aprendizes, as amazonas, os cavaleiros de prata: todos queriam conhecer aquele que, no que dependesse da vontade de Ares, seria o próximo cavaleiro de ouro de Virgem. Cada dia ele angariava mais desafetos e mais admiradores.

Mu via os olhos das mulheres brilharem pela beleza de Shaka, e os narizes dos cavaleiros torcerem por ele com igual vigor. Era a concentração dele que ofendia aos mais jovens, seu moralismo monástico implacável para com tudo e todos, a cosmo energia que parecia precedê-lo nos lugares aonde ia, os olhos fechados que enchiam de temor e desconfiança aos outros cavaleiros de ouro... e cada dia mais isso lhe interessava menos, e tudo que parecia fazer sentido era que queria que Shaka ficasse com a armadura de Virgem; era a permanência daquele estranho perigoso que lhe ocupava os dias, as horas, seus pensamentos, por mais concentrado que estivesse, esquecendo-se até do perigo iminente de ser morto pelo mestre a qualquer momento.

Os boatos que corriam na Acrópole eram de que Ares o faria cavaleiro de Virgem, e que ele comentara que só alguém como Máscara da Morte poderia ter desencavado um cavaleiro como aquele. O comentário de Ares fora "um cachorro raivoso conhece o outro."


- Ele está louco, Mu. Dar uma armadura sagrada a um homem como aquele!

- Shaka demonstra um poder extraordinário, Camus.

- Eu sei. Mas nem sabemos quem é ou de onde veio... como esse sujo bastardo de Máscara da Morte!

- Mas Máscara da Morte recebeu sua armadura.

- E veja o que ele é.

- É o preferido de Ares.

- Ah, Mu! O preferido de Ares já foi você.

- Isso não me importa.

- E Shion?

- Está oculto. Nas suas condições, já não pode aparecer quando quer...

- Sei que sente a morte dele, Mu.

- É como se ele estivesse vivo.

- Por mais poderoso que seja o encanto, ele acabará. Terá de se despedir de Shion para sempre.

- Enquanto puder mantê-lo entre os vivos, eu o farei.

- O que Roshi acha disso?

- Que os mortos devem descansar. Mas ele nunca deixou a alma de Shion ir embora deste mundo. Por que acha que consigo reter as aparições de Shion? São as lágrimas de Dohko que mantém a alma de Shion confusa e presa a este mundo. Por enquanto...

Camus respirou fundo. Era impossível ponderar o assunto Shion com Mu. Não estaria no terreno do lógico ou do que era certo e bom, mas puramente do amor. Sofrendo o que fosse e desafiando o que fosse, Mu não desistiria.

- Você não tem medo de acordar morto por aquele estranho?

- Ele não é um estranho para mim.

- Você é muito jovem. Vai aprender a não confiar.

- Já aprendi.


Comentários:

Amy: Amyzinha, bebê fada, obrigada por tudo... saiba que no que depender de mim, você será sempre uma leitora vip. E quem mais ia querer arrancar bracinhos do que Mestre Máscara da Morte? Bjocas!

Nana: Oh, outra das minha incentivadoras vips, que sempre terá meu carinho e admiração, não só pelo belo trabalho que você faz, mas pela sua gentileza no trato com os outros! Obrigada, querida!

Dark Lien: Oiê! Ah, o Muzinho tem que ser fofinho, não? Se não fosse assim, não seria ele. E pode deixar, olha aí, a tia Verlaine aqui já atualizou a fic... hehe! Espero que goste! Até o próximo!

Gemini-sama: Oh, não corte os bracinhos do nosso fofo MdM! O que seria de nós sem nosso adorável assassino no Santuário? E o Shion nem é tão mau assim! Bejocas!

Ia-Chan: Ah, eu também nem imagino porque o Shion dormia em Libra, mas talvez tenha a ver com a 'beleza máscula' que o Muzinho tão bem reparou! Quanto ao Shakinha estar roubando e sendo arrastado pelo MdM, bom, isso será explicado... mas no futuro! Abracinhos e até os próximos capítulos!

Mo de Áries: Ah, ninguém precisa ser ultra-criativo para escrever Mu e Shaka, porque eles fazem um casal tão lindo e tão rico que praticamente se escrevem por conta própria! Beijinhos!

Lili Psiquê: nossa, fiquei corada com tantos elogios! Escrever delicadamente sobre Mu e Shaka é quase clichê, porque eles são isso aí, né? São suavidade pura. Eu também adoro Shion, adoro essa coisa de 'genealogia'. O Mu é sempre tão misterioso com relação ao passado dele com o Shion e tudo mais... ah, se tiver tempo, leia a Gênese sim... ela é grande, mas ao menos ela é ampla e incluiu muitos personagens... e tem Mu e Shakinha também! Beijocas!

Eloarden Dragoon: mulher dos mil nicks nunca me abandona! Obrigado pela paciência comigo no MSN e minha lerdeza para responder as coisas! Espere mais fofisses de Mu e Shak por aí!

Mikage-sama: Menina do coração! Olha você aí! Outra vítima das minhas alucinações no MSN! Obrigada pela paciência em me aturar e pela gentileza em sempre comentar as minhas fics, todos os meus projetos loucos! BEIJOCAS para minha brasiliense querida!

Mu e Shaka 4ever: Ee! Você de novo! E eu também, aqui de novo, outro capítulo! E não fique preocupada em me pressionar... eu não escrevo em capítulos, e sim em blocos, então normalmente eu tenho vários capítulos prontos.