Disclaimer: Gente, eu não sou dona de nenhum dos ( deliciosos ) personagens originais de Saint Seiya, que, por sinal, pertence ao tio Kurumada. Por isso, esse material ficcional não tem fins lucrativos. O argumento original dessa fic e eventuais personagens eventuais, mesmo não sendo grande coisas, são meus e nenhuma relação mantém com os personagens de Kurumada.


Incenso e Vela

Capítulo 4

Amor Condenado

- Você tem impressionado ao Mestre, Shaka.

- O mestre é facilmente impressionável, Mu.

- Será um cavaleiro de ouro, terá a casa de Virgem. Ela é bela por dentro. Terá também 18 moças virgens para cuid�-la: serão jardineiras, copeiras, amantes... – Mu enrubesceu ligeiramente. – Farão como quiser.

Shaka sorriu, levando o cálice de vinho que Mu lhe trouxera aos lábios.

- Onde estão as suas 18 virgens, Mu?

- Eu não tenho. Nunca tive. Shion não aprovava os luxos dessa natureza e dizia que as facilidades em excesso enfraqueciam o caráter dos cavaleiros. Ares distribuiu as virgens quando... quando Shion morreu.

- Pensei que nunca chegaria a me dizer que Shion estava morto.

- Já sabia, não é?

- O cosmo de um vivo e de um morto são muito diferentes para que um cavaleiro não perceba...

- Eu mantenho Shion vivo... a arte que aprendi com ele mesmo. Mas não será para sempre. Um dia não serei capaz de materializ�-lo... ele desaparecerá. E estarei só para sempre. Muitos dos que amavam Shion o choram até hoje. Um deles, em especial... sua tristeza é tão imensa que conseguiu que a alma de Shion não pudesse abandon�-lo... por isso eu tive sorte... a arte pode manter meus mestre vivo por algum tempo...

- Seu esforço deve ser imenso...

- E tudo compensa...

- Um amor que sustenta a alma de um morto por tanto tempo entre os vivos deve ser algo assustador.

Mu suspirou. Aos seus olhos, o verde vivo e vibrante dos olhos de Dohko. Paixão ardia em sua alma de cavaleiro. Dohko poderia ter vencido o mundo todo... poderia ter superado tudo... exceto a morte de Shion.

- Não era algo deste mundo e jamais se repetirá. Shion sabia disso e Dohko nunca o perdoou por viver sabendo que morte os rondava. – Mu estava em lágrimas – O que Dohko não entendia é que... Shion sabia que não ia durar! Shion não queria saber, ele queria esquecer e fingir, e viver o amor e a vida ao máximo como Dohko, mas não podia! Ele sabia! Ele sempre soube! O amor deles não tinha sido feito para estes corpos e esta vida! Mas Dohko... queria viver!

- Mué impressionante como você é igual a Shion. Vive melancolicamente sabendo de todos os males que irão afligi-lo, um dia...

Mu enxugou os olhos com as costas das mãos.

- Não tenho culpa. Herdei tudo de Shion. Até o seu amor pelo que está condenado...


- Mu! – Mu já havia se acostumado com a voz de Shaka. Ela se projetava no ar, melodiosa e firme.

- Você está de pé tão cedo, Shaka... o que houve?

- Olhe! – ele apontou para o pequeno regato que surgia nos fundo da casa de Áries. No meio do regatinho, boiava uma enorme, branca e orgulhosa flor de lótus.

- Ela é belíssima! De onde veio?

- É um segredo. Presente para você.

- É linda! – Mu debruçou-se para olhar melhor. Os cabelos cor de lavanda tocavam a água, para a alegria de Mu e o encanto de Shaka. Não o via perfeitamente: os olhos fechados por ordem de Budha, seu mestre, não eram um estigma de cegueira, mas a extra visão não era perfeita. Distinguia os contornos do corpo de Mu, via como se todas as coisas fossem quadros impressionistas, de expressões pouco nítidas, mas de cores e tons de uma beleza rica. Ele tinha uma luz lavanda adorável, porque sua pele era branca demais e seus cabelos tinham uma cor pastel e olhos claros – era como um eterno nascer do sol de primavera japonês, em uma viela de cerejeiras em flor.

- Você é uma cerejeira em flor, Mu.

Mu corou vivamente. Sequer levantou os olhos da flor, com medo de que ele, mesmo sem ver, lesse o encanto em seus olhos.

- Você é uma cerejeira em flor: alegre mas discreta, delicada, suave, que enfeita o lugar onde está e perfuma o caminho dos que passam por você.

- É um elogio exagerado, Shaka.

- É justo. Você é uma criatura ímpar.


- Veja isso, Milo. Não te perturba?

- O que, Camus?

- Mu, encantado como uma mocinha por aquele estranho. Não gosto dele!

- Também não, mas Ares o adora...

- É. Ares tem um gosto estranho para os cavaleiros que mais gosta...

- Tenho medo por Mu. Ele está sempre com esse homem... nem sabemos de onde vem, se ele fizer uma maldade qualquer... – ele balançou os ombros – Zeus nos livre, mas se ele fizer alguma maldade com Mu e fugir? Nem sabemos onde procur�-lo.

- Ele não vai fazer mal ao Mu.

- Como sabe?

- É a galinha dos ovos de ouro dele.

- Não gosto quando fala assim, Camus...

- Filho, é verdade.

- Ah... não me chame de filho! Parece um professor velho e pedante...

- Desculpe, Milo.

- Está bem, não briguemos por isso... é que me agonia ver Mu caminhando assim, como um carneirinho, para os braços de não sei quem... ele parece de vidro, Camus...

- Milo, você sempre sentimental demais. Escute, mon amour: por amor erramos mais do que acertamos, sim?

- O que quer dizer, meu amor?

- Por pior que seja, foi o amor de Shion por esse menino que fez dele o que é. Shion nunca tratou Mu como aprendiz, nunca quis fazer dele um cavaleiro. Shion trouxe Mu aqui para ser um filho dele. E foi assim que ele criou Mu, para ser um príncipe, não um cavaleiro...

- Mas, Camus...

- Você sabe, Milo! Até os oito anos Mu andava no colo de Shion!

- Camus, ele era...

- Mestre dele! Mestre! Mas Shion não era mestre, era pai, e por isso Mu não é o sucessor de Shioné filhoé órfão!

- Mu tem muito poder, Camus, muito!

- Ahã.

- Você sabe, Camus!

- Não sei de nada. O que eu sei é que é uma péssima influência para os cavaleiros ter Mu chorando pelos cantos com essa cara de boneca de louça porque um morto está morto e porque o Santuário não é mais o parquinho dele!

- Camus... – Milo o olhava com estranheza. Era seu amado, mas era frio e mauàs vezes. Camus tinha pouca tolerância com os que julgava serem fracos.

- Sei o que está pensando. Mas não se engane, Milo. Falo para o seu bem e para o de Mu. Veja bem, nunca, você entendeu? – segurou o queixo fino de Milo entre as mãos sempre frias – Nunca, mesmo, faça algo tolo por amor a mim. Não chore por mim, não importa o que haja, não me faça cenas de amor...

- Mas...

- Você sempre vai errar mais do que acertar por amor, Milo... garanto a você que sofrerei menos se me ameaçarem do que se fizerem alguma coisa contra você... é isso que faz o amor: nos torna fracos. Por isso, não torne as coisas piores. Acha que Shion gostaria de ver o que Mu se tornou?

- Não... – Milo gemeu baixo.

- Se eu me for um dia, não chore por mim daquele jeito... – ele riu, para descontrair o rosto já assustado de Milo – Ou eu vou puxar seu pé todas as noites...


Agradecimentos e comentários!

Vera: Moça, muito obrigada pelo seu email. Esse tipo de comunicação é inspiradora para mim, eu me senti muito lisonjeada com a sua atenção. Saiba que você pode se sentir à vontade para entrar em contato comigo o momento que quiser! Estamos aí! Beijões!

Mo de Áries: Oh, quem não queria um Muzinho meigo desses? Ai, ai, ai... euzinha na fila há séculos! Mas, por enquanto, só o Shaka está fazendo uso dessa fofura toda... e SIM! Chegou botando terror... Shaka é mal, pega um pega geral! ( caraca, tia Verlaine aqui está impagável hoje! ). Beijocas!

Ia-Chan: Sim, senhora! Por algum tempo ainda Muzinho e Shakinha dividirão o mesmo teto na casa de Áries... ai, eu que não dou uma sorte dessas! Quanto às idades, muito difícil situar, porque a própria cronologia de Saint Seiya é muito confusa, para não dizer completamente obscura. Mas, situando com uma certa lógica a fic, eles deviam ter cerca de 16 ou 17 anos.

Dark Lien: Oh, não se anime com a aparente "humanidade" de Shaka. Ele rapidinho recuperará a pode de 'beijem minha mão, mortais infames...'. OBRIGADA pelos elogios, a tia Verlaine fica tímida, porém muito feliz!

Ada Lima: Agradeço imensamente pelos elogios! Espero que você continue acompanhando a fic e percebendo essas mesmas qualidades no trabalho até o final. Saiba que para mim é um prazer escrever MuxShaka, faço com muito carinho mesmo, e fico contente que percebem o quanto de amor eu emprego nesses textos! Beijocas!

Charine: Ol�, querida! Obrigada pelos elogios... mas não é difícil escrever bem sobre Mu e Shaka... como eu já disse em algum lugar: eles são tão deliciosos que praticamente se 'escrevem' sozinhos...

Mikage-sama: oi, fofa! Olha aí, como a tia Vê é legal, ela atualizou rapidinho! Mais Mu e Shakinha para você! Beijões ( te vejo num MSN mais próximo! ). Também te adoro!

Nana: queridona! Que bom que você apareceu, sabe que tia Vê não é ninguém sem os riviews de Nana-chan e Amy fada! O tio Shion nem é bem um 'fantasma' – ele aparece fisicamente para qualquer umé como um 'feitiço' que Mu consegue executar por algum tempo... mas não para sempre. E quanto aos diálogos... oh! Não sou profissional, mas pelo tempo que estudo essa joça, devia ser ainda muito melhor! E vocês é que são muito gentis! Não vão me acostumar mal! Beijocas!