Disclaimer: Os personagens libidinosos e deliciosos de Saint Seiya são propriedade do Tio Kurumada. Portanto, tudo o que produzo utilizando os personagens originais dele são objetos de mera diversão e não têm fins lucrativos de espécie alguma. Os personagens, nomes e enredos originais dessa fic, mesmo não sendo de grande valia, me pertencem, contudo.
Comentário Pessoal: Capítulo de Páscoa! Yeah! E, coincidência, capítulo de aniversário do Muzinho! Então, aqui está. Como todos, este capítulo foi escrito, reescrito e revisto umas mil vezes... mas merece as honras porque é "O" capítulo da luta e eu sei que as sanguinárias de plantão queriam ver era o sangue correr! Então, vamos l�!
Incenso e Vela
Capítulo 10
Morte
-x-
Era um dia claro, ensolarado, dourado. Mu olhava das colunas de Áries para Star Hill. Também fazia sol no dia em que Shion morreu. Era um dia bonito demais para algo ruim acontecer. Então... lembrou-se de que, poucos dias antes da morte de Shion, assistira desolado à cena mais terrível de sua vida até então: a despedida de Dohko.
Incumbido de guardar a jarra onde os espectros de Hades haviam sido confinados, Dohko afastou-se de Shion, a quem a deusa delegou responsabilidades como patriarca no santuário então esvaziado, no qual apenas ele e Libra restaram. Separados e sofridos, comunicavam-se com seus cosmos todas as noites. O poder de Shion tornara-se tão intenso no final de sua vida que o sua extraordinária cosmo-energia lêmure que o mantinha jovem também conseguia estender-se a Dohko, que conservava-se um belo rapaz, mesmo sendo um ancião, tamanho o ardor do amor do ariano por ele. Era uma dor sem fim, era um castigo cruel para quem, ironicamente, defendera tão bem à deusa. Um dia, aflito e doente, Shion achou que fosse morrer. Usou seu cosmo para avisar a Dohko que partia desse mundo.
Desesperado, Dohko apareceu logo no Santuário, abandonou a jarra sob a grande cachoeira, esperando que a força dela protegesse o artefato onde encontravam-se os espectros. O que não podia conceber era que seu amor morresse só, sem que ele ao menos pudesse segurar sua mão. Chegando ao santuário, vendo Shion daquela maneira, maltratado pela dor e pela doença, decidiu-se a não deixá-lo morrer e, ainda, decidiu-se que não o deixaria nunca mais, nunca enquanto vivesse e nenhum deus ou deusa o demoveria do seu intento. Amou Shion, cercou-o de cuidados, namorou-o e afogou sua saudade em beijos e lágrimas, até o ariano estar de pé novamente. Mas então, a jarra abandonada passou a ser uma preocupação pequena. Juntos e felizes viveram por anos, até Mu nascer. E por Zeus! Não podia haver família mais feliz do que aquela! Permaneceram juntos, até que Shion acordou um dia, lívido e de olhos molhados, procurando por Dohko. Havia chegado a hora que esperara em vão adiar: o cosmo elevadíssimo do ariano percebera movimentos de cosmo-energia hostis em regiões próximas à China. A jarra já não mais encontrava-se segura. Dohko precisava voltar para Rosan. Mu, depois de um pouco mais velho, entendia perfeitamente o que Shion e Dohko fizeram em tantas horas que passaram trancados em Star Hill naquele dia. Conseguia até, depois de um tempo, compartilhar da agonia de ambos, em horas poucas para um amor sem tamanho.
Mesmo apaixonado e arrebatado como era, Dohko era capaz de compreender que seu dever era o de guardar a jarra; não havia mais ninguém que pudesse fazê-lo. Era sua responsabilidade. Ele e Shion teriam que se despedir. Outra vez. E para sempre.
-n-n-n-n-n-n-n-n-n-n-n-n-n-n- Flashback -n-n-n-n-n-n-n-n-n-n-n-n-n-n-
"Dohko... não faça ser mais difícil..."
"Pode ser mais difícil do que isso?"
"Eu poderia morrer. Ou você... ao menos, estamos vivos."
"O que é vida longe de você, Áries? Eu só estou vivo quando você está comigo..."
"Pare... por favor... não diga essas coisas que me fazem... ah! Dohko! É nossa obrigação. Tudo depende de nós... o que são nossas pequenas vidas diante da imensidão do que vamos fazer? A paz da humanidade depende desse... sacrifício..."
"O que é a humanidade, Shion? O que é esse monte de gente sem rosto que eu não vi e não sei quem são? O que me importa o mundo todo? Só tenho uma vida! E eu quero você! Eu te amo e você me ama e eu não consigo imaginar um único motivo para não ficarmos juntos! Quantos anos foram? Quantos anos?"
"Oitenta... e três..." – gemeu o ariano de cabeça baixa.
"Oitenta e três anos longe! Separados!"
"É nossa missão. Nunca devíamos ter nos tornado cavaleiros, se não queríamos fazer sacrifícios..."
"Eu servi à maldita deusa! A minha vida toda! Arrisquei minha vida, vi você arriscar a sua, vi meus amigos morrerem! E fui fiel! Eu sou fiel! E o que ganhamos em troca? É um maldito sacrifício atrás do outro! Ao que mais teremos de renunciar até a deusa estar satisfeita conosco? É o nosso sangue que vai dar paz ao mundo? É só o nosso sangue que tem que escorrer, Shion? Por que? Por que só o nosso sangue tem que correr? Quando é que alguém - alguém! – vai pensar em nós?"
"Entendo a sua revolta. Também sofro."
"Mas não parece."
"Eu estou conformado. É da minha natureza lêmure perceber os rumos do destino."
"O que quer dizer?"
"Nada que façamos mudará o fato de que estaremos separados, Dohko. Não era para ser... desafiamos o destino por quase trinta anos... nos embriagamos de uma felicidade que nunca nos pertenceu de direito. Já devíamos estar satisfeitos."
"Nunca. Eu não aceito!
"Não há mais o que fazer. Você deve ir.
"Vai se cuidar quando eu estiver longe?
"Amor... me cuidarei por você."
"Eu vou viver muitos anos, Shion... você também... quem sabe... um dia..."
"Não faça planos..."
Shion atirou-se aos braços de Dohko. Gemeu em seus ouvidos, o corpo de chinês revoltado e tenso em seus braços. "Esta é nossa última noite juntos, meu amor... a última..."
Dohko o afastou furiosamente, como se tivesse levado um choque.
"Do que está falando, Áries?"
"Eu nunca partilharia dessa dor com você se não fosse tão importante... mas é! É importante para mim que hoje seja a melhor noite de nossas vidas! Não haverá outra... nunca mais... quando voltarmos a nos ver, estarei morto."
"Pare de me assustar, Shion!"
" Eu vi! Eu vi... eu sei..."
"Pare!"
"Me ame, Dohko! Me ame até a exaustão dos sentidos, meu cosmo lêmure nos dará uma resistência extra-humana! Me ame até o limite do suportável, até à inconsciência, me deixe no chão, inconsciente, dormindo e vá embora sem olhar para trás... não olhe! Eu não quero me despedir de você por uma terceira vez... já me bastam todas as despedidas que tivemos: temporárias, de dias, de semanas, de antes de batalhas, de vésperas de viagens... chega! Vá embora enquanto eu estiver dormindo... por favor... faça por mim?"
"Vem até aqui." – Shion aproximou-se do amante. Dohko o enlaçou com a fascinação da primeira vez, quando mal acreditava na sorte que tivera de poder abraçar aquele rapaz tão bonito e tão altivo, que desprezava todos os seus muitos admiradores e admiradoras. Também ele sabia que haveria de vir um dia em que a vida os cobraria aquela felicidade indecente e roubada, trinta anos de abandono do seu posto de guardião da jarra. E era naquele dia. E por que temeria a morte, sua ou de Shion? Era para isso que era um cavaleiro. E o tinha agora. Em seus braços. Era isso que importava.
-n-n-n-n-n-n-n-n-n-n-n-n-n-n- Flashback -n-n-n-n-n-n-n-n-n-n-n-n-n-n-
O relógio solar dos fundos da casa de Áries marcava quatro horas da tarde. Já tinha meditado a manhã toda. Resolveu banhar-se, lavar-se com o sabonete de rosas brancas, a água com essência de alfazema. Era de uma inutilidade total tudo o que fazia– lavava-se com esmero para uma tarde que, para ele, não chegaria ao fim. Vestiu-se com sua túnica mais bonita. Não ia vestir armadura. Nunca ia dar esse prazer a Ares, de morrer vestindo a armadura de Áries para que a pudesse tomar, sem resistência e entregá-la a um qualquer... e dizer que ele, Mu, é quem tinha ido até a Índia chamá-lo para ficar no lugar de Shion. Mas tinha sido um pedido do próprio mestre. Shion queria que o irmão o sucedesse no posto de Grande Mestre. O que Mu não conseguia entender era porque exatamente ele decidira adotar o nome 'Ares', e muito menos o porque da máscara que ele passou a usar de um dia para o outro.
Penteou os cabelos e deixou-os soltos. Olhou-se em um pequeno espelho que mantinha, sem muito interesse, guardado sob a banheira. Estava bonito. Não se achava particularmente bonito; não era forte e másculo como Aioria, nem tinha o rosto de boneca de Milo, ou os olhos profundos de Camus. Também não herdara a graça de Shion, ou mesmo os cabelos caudalosos e brilhantes de Afrodite. Nem mesmo o carisma vibrante de Dohko ele absorveu em anos de convivência...
"Shion, mestre, me desculpe pelo que estou fazendo. Sei que estou me permitindo ser fraco, mas faço o que faço de boa vontade, com o coração leve. Shaka é mais poderoso que eu, ele servirá à Athena melhor do que eu, assim que eu me for, ele será seguro outra vez. Fiz mal em não passar seus ensinamentos para um aprendiz, como você me instruiu a fazer... mas os ensinamentos que você me deu, não creio que ninguém que conheço os mereça de fato. Dohko fará um bom serviço ensinando outros pupilos... tudo vai continuar correndo como você esperava. A guarda de Athena seguirá firme. Por favor, não me odeie por isso... antes que caia a noite, estarei onde você está... me espere, mestre... me espere."
- X -
Shaka apareceu na entrada da Arena alta. Os cabelos loiros balançavam ao vento, espalhados e competindo com o brilho dourado da armadura de Virgem. O juzu balançava na mão direita, os olhos cerrados. Mu sentia o cosmo dele aproximando-se, com seu habitual desapaixonado semblante, que parecia águas calmas e profundas, nada se via, imóveis. Ele era belo, belo. Um anjo vingador.
Mesmo nenhum dos dois tendo noticiado a luta, o santuário acordou com pressentimentos e aos menores movimentos de ambos, a arena encheu-se na expectativa de uma luta entre o jovem pupilo de Shion e o misterioso cavaleiro de Virgem, o homem que diziam ser 'sagrado.' Quando o indiano viu Mu sem sua armadura, ficou desconcertado.
"Não podemos lutar assim, Mu... com você desarmado... indefeso..." – a palavra indefeso saiu de seus lábios quase como um suspiro. Na verdade, Shaka não entendia bem como e porque, mas se havia algum indefeso era ele, não o ariano. Se Mu dissesse que não queria mais a luta, ele desistiria dela imediatamente. Mas não havia nenhuma razão para que ele acreditasse que Mu o faria.
"Shaka, não posso lutar com minha armadura..." – Mu deitou a mão sobre o ombro do outro. – "Ares a tiraria de mim. Não posso fazer isso com a memória de Shion... minha armadura está bem guardada, muito longe daqui. Protegida por uma Crystal Wall tripla que só eu posso desfazer."
"Não é justo que lute sem armadura."
Mu fitou-o com olhos tristes. Justiça? Mas do que Shaka estava falando? Não era justo amá-lo tão desesperadamente e desejá-lo como nada antes desejara na vida e ter de morrer por isso. E não era justo lutar com ele quando o que queria era tê-lo em seus braços, trêmulo de amor... justiça! Que palavra tola para ser usada naquelas circunstâncias...
"Esta não é uma luta pela justiça, não é mesmo, cavaleiro?... faça logo o que ... tiver de fazer... e não demore..."
Deu alguns passos, afastando-se de Shaka, quando os braços do outro subitamente o envolveram.
"Me abrace, Mu... por favor..."
"Não! Hoje não!" – Mu desvencilhou-se dele, ardendo de remorsos. Não ia conseguir agüentar a maldade infantil de Shaka em torturá-lo por mais tempo... não teria forças para isso. Era só o que estava faltando no dia da sua morte: cenas!
Shaka continuou apertando-o, trazendo-o perto de si.
"Mu..." – apoiou o rosto no ombro do ariano, escondendo-o entre os longos cabelos lavanda. – "Me ataque... eu... eu vou tirar o elmo da armadura... me acerte na cabeça..."
"Não me peça isso..." – Mu murmurava, mãos pendendo ao lado do corpo. Não abraçou Shaka e, ao contrário, mantinha-se o mais frio possível. – "Se eu aceitei lutar, certamente não foi para matá-lo..."
"Então... para o que foi?"
"Você sabe... para que você faça o que é certo..."
"E o que é certo, Mu?"
"Eu já nem sei mais..."
"Eu também não... é essa coisa horrível que é o amor?"
"É. É o inferno. E você vai viver nele. Eu não..."
"Diga que não quer lutar... diga..."
"Não..." – Mu olhou-o, sabendo que, ainda de olhos fechados, ele podia vê-lo. Saboreou um certo prazer sádico em ver o rosto amado contrair-se de dor ao ouvir aquele não. Ele queria a trégua. Mas por quanto tempo? Já estava sofrendo... não ia facilitar as coisas para Shaka e não chegara tão longe por nada. Se o virginiano o queria vivo, teria de desistir por conta própria. – "Agora sou eu quem quer a luta. De qualquer jeito..."
"Mas... mas..."
"Você começou, Shaka..."
"Eu... sinto..."
"Não diga que sente! Vá para o outro lado. E lembre-se do seu juramento: eu não quero sofrer muito... seja rápido."
Virou-se a andou, lentamente, até o lado oposto da Arena. De l�, encarou Shaka de frente. Imaginou com que golpe o mataria. E se, de fato, ele teria coragem de fazê-lo. Nunca tinha lhe ocorrido duvidar do virginiano antes, mas... talvez...
Shaka também o olhava. Mu era uma criatura tão esplêndida que nem parecia dessa esfera. De cabelos soltos era ainda mais bonito... pensava em uma maneira de matá-lo. Não podia usar os golpes que estava acostumado... não queria de maneira alguma fazê-lo sofrer demais. Tinha que ser rápido e preciso.
Podia mantê-lo vivo... talvez... sacudiu a cabeça em uma negativa para si próprio. Era impraticável manter Mu vivo... como conviver com aquele câncer agressivo, corroendo-lhe a alma? Aquela fraqueza, aquela brecha no muro, aquela falha? Todos sempre o tiveram em conta de divino – era como tinha de ser, ele nascera do Lótus, intocado e puro, para ser discípulo direto de Buda. Os monges do templo o mimavam, admiravam, até temiam. Estava certo: ele era divino. Mas como ser divino e humano ao mesmo tempo? Impossível!
Como era possível gozar de uma divindade rachada ao meio por aquela dor infeliz, por aquelas vontades tiranas que escravizavam sua mente e maltratavam seu corpo? Como ser divino amando tão egoisticamente um único ser, um único ser por quem, naquele momento, ele sacrificaria tudo, tudo! Era impossível... precisava matar Mu, sua única nódoa de humanidade. Depois de morto, seria uma doce lembrança... sim, uma dulcíssima lembrança... Mu viveria sempre lindo, intocado, jovem, puro, santo, em suas lembranças... e ele, Shaka, seria inteiramente divino outra vez.
Desviou seu olhar para a arena que estava lotada: estavam sedentos de sangue. E justo Shaka, que os desprezava imensamente, ia dar-lhes um espetáculo de sangue.
"Não, " Shaka pensou para si mesmo. "não verterei uma gota do sangue de Mu, nem arranharei o veludo da sua pele. Quero-o intacto e lindo. Assim será."
Ergueu seu punho. Teria de abdicar de seus golpes mais finos, mas não ia confinar Mu ao sofrimento eterno em uma outra dimensão... não... iria atingi-lo, um delicado golpe na cabeça. Ele morreria rápido, assim que o feixe de luz atravessasse seu cérebro e cortasse todas as transmissões do órgão. Toda a máquina do corpo do ariano cessaria de funcionar imediatamente com a descarga imensa de poder que ia desarmar o mecanismo fino do cérebro. Ele não ia sofrer, tudo era rápido demais. Era um golpe poderosíssimo, nunca o aplicara em alguém. Ia tentar justo em seu... anjo? Podia chamá-lo assim, anjo? Talvez... pensamentos mergulhavam e emergiam em sua cabeça enquanto avançava em direção de Mu, imóvel à sua frente. Quando ia acertá-lo com toda a força, seu braço abaixou-se ligeiramente, ao invés de atingi-lo no centro da testa, acertou seu queixo. O feixe de luz atravessou-lhe o canal nasal e desviou-se para baixo, pela garganta.
Quando acabou o golpe, Shaka, à distância, virou-se para ver se Mu tinha sido atingido. Viu-o desfalecer e cair, como se estivesse em câmera lenta, como um bonequinho de pano, inocente e delicado. Andou até ele, jurando a si mesmo que ia manter-se digno diante daqueles animais do santuário, mas perdeu completamente o controle ao ver o estendido o corpo da única criatura que verdadeiramente amara na vida. Caiu de joelhos e tomou o corpo frágil em seus braços... chorou de ódio e de raiva ao constatar que, caído, derrotado, o semblante de Mu resplandecia de uma beleza absoluta e de uma pálida feição de vitória, como se zombasse dele. "Buda, por todos os infernos deste e de outros mundos... por que ele é tão bonito? Parece dormir...como uma criança santa."
"Mu... Mu... fale algo..." – ele o sacudia suavemente, apoiando a cabeça delicada contra seu corpo.
"Mestre Iluminado!", pediu Shaka, "por favor... conceda-me olhá-lo nos olhos... ao menos uma vez... não me negue esta migalha de sua bondade, o Senhor que sempre me consolou... me console agora!"
Abriu os olhos vagarosamente, com medo. A maioria dos que tiveram coragem de se aproximar fugiram apavorados ao ver o cavaleiro abrir seus olhos tão mortais; as grandes esferas azuladas estavam fixas no corpo em seus braços, as lágrimas que caíam dele rolavam pelo rostinho branco de Mu. Shaka balançou-o uma segunda vez, o rosto pendeu para a direita e um longo fio de sangue desceu da boca contraída do ariano.
"Não... não... Mu... é sangue? É seu sangue? Olhe para mim... abra seus olhos... olhe... estou olhando para você... minha criança inocente... me olhe..."
"Buda... Buda! Feche meus olhos para sempre antes que ele deixe esse mundo... fulmine-me... mas não me deixe vê-lo morrer... não me deixe vê-lo morrer!"
Abraçou-o junto ao peito e tentou beijá-lo. Colou seus lábios nos dele, mas não sabia beijar. Ainda assim, tentou o melhor que pode, com o instinto que ele, mesmo divino, também tinha. Os olhos verdes de Mu abriram-se e encontraram-se de pronto com os olhos azuis de Shaka. Por um momento, ambos se olharam em silêncio. Ambos sorriam.
Antes de fechar os olhos novamente, Mu gemeu o nome de Shaka.
"Você está vivo... seu coração bate... está vivo! Eu errei meu golpe... graças ao Iluminado, errei meu golpe! Venha, minha criança celeste... levarei você comigo... para sempre... jamais o deixarei outra vez..."
Tomou Mu no colo, na frente de todos os que assistiam ao combate e subiu, degrau por degrau, até a casa de Virgem. Também ele podia se teletransportar, mas sentiu um prazer imenso, um orgulho terno de que todos os vissem com o anjo no colo. Um pequeno príncipe carregado nos braços de um homem divino.
Deitou Mu na cama intocada da casa de Virgem. Sentou-se frente à mesa onde dispunha suas ervas e preparou um sumo com algumas flores secas guardadas numa lata. Era um sumo para reverter o efeito do seu golpe – que miraculosamente não havia atingido o cérebro de Mu, mas certamente o mataria se continuasse ativo em seu corpo. Ergueu a cabeça do ariano e derrubou o líquido, afastando os lábios finos com os dedos.
"Acorde, minha criança... acorde... – roçou o rosto no dele. – Você é tão macio como as pétalas do Lótus... e tão inocente quanto..."
"Shaka..." – Mu gemeu, olhos abertos, fascinados ante a visão dos olhos azuis do virginiano, tão viris e tão infantis ao mesmo tempo.
"Não fale, só beba. Você vai ficar bem..."
"Onde estou?"
"Onde sempre deveria ter estado."
"Por que? O que aconteceu?"
"Meu mestre sempre disse que o grande poder de um verdadeiro guerreiro não era apenas matar, mas saber também curar. Um perfeito guerreiro consegue reverter todos os seus golpes mais letais. E eu estou revertendo o golpe que lhe dei... se um dia puder me perdoar..."
Mu tomou o rosto adorado entre seus dedos. Oras, o que importava tudo diante daqueles diamantes azuis coruscantes? Aquele era um homem por quem se valia a pena morrer e matar. As lágrimas de Shaka haviam secado, mas os olhos eram um mar de tristeza infinita. Beijou os lábios crispados do virginiano, lentamente, roçando seus lábios contra os dele, umedecendo-os com sua língua antes de beijá-los uma outra vez, enquanto Shaka entregava-se inerte às vontades dele.
"Mu... Mu... você é tão doce... já disse que você é uma alma sublime?"
"Algumas vezes..." – o ariano sorriu, recostando-se novamente nas almofadas brancas de Virgem.
"Mu... ainda..." – hesitou por um momento, abaixando a cabeça para fugir do olhar do ariano – "você não me beijou por pena... ou amizade... você ainda... ainda..."
"Quer saber se ainda o amo?"
"Não tenho direito de perguntar algo assim depois de tão criminosamente atentar contra sua vida... mas..."
"Eu te amo... é a minha doença também. Mas diferente de você, eu não quero ser curado. Quero padecer desse mal até meu último suspiro."
"Sabe que... eu não sou como os outros..."
"O que quer dizer?"
"Você entende que eu... não posso ceder."
Os olhos de Mu entristeceram-se.
"Quer que eu me afaste de você? Não me peça isso, Shaka... me deixe ficar perto... mesmo que...
"Mu... meu querido Mu... posso lhe dar a minha alma entregue como ela está ao amor... mas nada além... talvez os beijos não sejam nunca o bastante... eu compreenderei se não aceitar... não exigiria este celibato forçado... mas eu não posso... nunca poderei..."
"Pssss..." – ele silenciou Shaka com os pequenos dedos de artesão.
"Não minta para mim, Mu... você suportaria isso?"
"Ah, Shaka... eu não sei! O que eu sei é que vou morrer tentando... eu não quero ter que ficar longe de você... nada pode ser pior..."
"Você tentaria? Por mim?" – havia uma felicidade tão ingênua incutida naquelas palavras sussurradas que Mu sentiu uma lufada fresca de esperança encher seu peito. Tudo ia dar certo! Brahma, tinha que dar! Ele faria dar!
"Por você eu faria qualquer coisa. Qualquer coisa, Shaka." – segurou o rosto do outro, sentindo cada detalhe daquele lindo rosto. Tão macio e tão inocente... uma alma tão pura, guardada sob aquela pele delicada: a beleza de Shaka era um desacato aos outros homens sobre a terra... – "Você acredita em mim?"
"Acreditaria em qualquer coisa que me dissesse agora, Mu. Estou perdido. Estou cego, em um quarto escuro com chão de espinhos. Só tenho a sua mão para segurar."
Mu sorriu, beijando o ponto delicado entre as sobrancelhas do indiano.
"Você está bem guiado: eu jamais o soltarei. E tenho muita experiência andando sobre espinhos..."
"Mu, posso te pedir uma coisa? É uma coisa tola, para dizer a verdade..."
"Peça... se eu não precisar levantar... minha cabeça dói..."
"Me ensine a beijar... você me ensina?"
"Não sabe?
"Não como vocês fazem... você sabe... com..." – ele apontou para a boca aberta e a pontinha da língua. Mu sentiu um nó na garganta. Uma lágrima furtiva deslizou pelos sus olhos, tamanho seu encantamento. Tão poderoso e tão puro! Buda não poderia ter escolhido melhor... um poder tão admirável para uma alma tão casta... Shaka ainda era o mesmo bebê saído do Lótus, puro, puríssimo. Não apenas no corpo – Mu não atinha-se à vulgaridades desse tipo – mas na alma.
"Deixe eu te beijar então..."
Shaka fez um biquinho adorável.
"Não faz biquinho..."
"Não?"
"Fica normal... isso... com essa sua boca, só mesmo entre os monges para nunca terem tentado te beijar..."
"Mu, vou ficar vermelho..."
"Rosinha..."
"Espera... ainda tem sangue na sua boca... será que arrebentei alguma veia sua?"
"Acho que é a gengiva... está ardendo..."
Shaka enfiou o dedo na boca de Mu.
"É aqui?"
"AI!"
"Acho que é aqui. Pronto... cospe aqui, Mu. – ele estendeu um pano para o ariano. – Se for mesmo a gengiva, não sangra mais."
"Parou... como fez isso, Shaka?"
"Eu sou um monge! Há muito poucas coisas que não sei fazer... aliás, você também devia ter talentos especiais, você é um lêmure..."
"Ah, mas eu tenho talentos..."
"É?"
"Faço uma massagem que relaxa todos os músculos..."
"Mostre-me!"
"Me ajude a levantar um pouco..."
Shaka endireitou as costas de Mu até erguê-lo um pouco, sentá-lo na cama. Mu abraçou Shaka e começou a apalpá-lo, delicadamente, fingindo uma massagem. Na verdade, perdeu suas mãos no corpo encantadoramente esguio do jovem indiano.
"Mu... mmm... EI! O que está fazendo com as mãos aí? Isso não é massagem! Mu, seu infame, você está me bolinando!"
"E você demorou a perceber..."
"Quando vai me ensinar a beijar?"
"Botei a mão em você... você está duro como um coco... precisa relaxar... está tenso demais..."
"Tenso? Eu? Que bobagem..."
"Shaka, olha para mim..."
"Não..." – Shaka virou os olhos para o lado.
"Olhe... você está fugindo de mim... o que foi?"
"Não quero que me beije com dor de cabeça..."
"Então faça uma das suas mandingas de monge..."
"Mandinga de monge... mais respeito, Mu!" – ele segurou o rosto de Mu entre seus dedos longos e finos. – "Melhor?"
"Nossa... você é bom mesmo..."
"Eu já sabia. Não sente mesmo mais nada?"
"Por que está tão preocupado?"
" Porque eu..."
"Olhe para mim..."
"Não! – ele baixou a cabeça teimosamente. – "Logo vou fechar meus olhos de verdade outra vez."
"E não quer me dizer porque está tenso?"
"Não estou tenso!"
"Já sei..."
"Sabe nada."
"Você está com vergonha! Está com medo de beijar mal!"
"Tolice. Não há nada que aquele cavalo xucro do Aioria faça que eu não faça mil vezes melhor!"
"Olhe! Está até se comparando com outro... Shaka, meu querido..."
"Pare! Já me irritei. Não quero mais beijar. É sujo. O beijo leva ao resto. Devo me manter puro..."
"Não seja bobo. A virgindade tem a ver com o intercurso sexual, que se caracteriza por penetração. Ou seja... beijar não vai deixá-lo menos virgem..."
"Não precisava me explicar tão graficamente...eu tenho dicionário."
"Mas está se fazendo de bobo..."
"Cale minha boca, Mu..."
"Com um beijo?"
"Não, com um dicionário!"
"Ah, rebelde, hein?"
Mu passou o dedo indicador sobre os lábios de Shaka. O indiano percebeu que suas lições estavam começando e empenhou-se em mostrar que era uma aluno aplicado. Lambeu o dedo de Mu, suave, devagar. O ariano encostou sua boca na do outro, distribuindo beijinhos rápidos, depois mordiscando os lábios rosados o mais delicadamente possível – o fez por longos minutos, testando as reações discretas do virginiano, até Shaka tomar a iniciativa de puxá-lo para perto de si, as mãos na nuca do Mu, apertando sua boca contra a dele, finalmente entreaberta. O ariano abriu passagem com sua língua, sentindo toda a delícia e o frisson de explorar aquela boca virgem, que jamais fora beijada, toda sua, toda... cada cantinho... a língua tenra, morna, do cavaleiro loiro enroscada na sua, tão sereno! Shaka beijava como se tivessem toda a vida para aquela beijo. Os amantes de Mu foram quase todos muito afoitos e muito quentes – e mesmo o ariano tendo um temperamento dominador no sexo, normalmente era ele que impunha um ritmo mais calmo as suas relações. Shaka não... era terno, brando. Uma brisa... uma brisa... quando finalmente seus lábios se separaram, ele ficou algum tempo admirando seu amado: parado, os lábios úmidos e avermelhados entreabertos, a respiração ofegante, olhos fechados como quem esperasse um outro beijo.
"Você é a criação impecável do mais talentoso dos deuses... nem Shiva ousaria atentar contra sua perfeição... criança de Brahma... você é um hino aos deuses, Shaka..."
"Eu quero mais." – pediu o virginiano, sem abrir os olhos.
Mu afastou a franja loira do rosto dele e beijou-o outra vez.
"Mais, Mu... mais..."
"Shaka... calma, criança... temos tempo..."
"Beijo bem?" – perguntou, mimado, fazendo uma cara de quem estava contrariado com o fim dos beijos.
"Ainda é cedo. Mas você aprende rápido, logo será um campeão de beijos..".
"Meus mestres diziam que eu era um aluno espetacular." – provocou Shaka.
"Devia ser mesmo."
"Eles vinham dos grandes templos, de todos ao redor do mundo, para me ver e me ensinar algo. Buda me fez alto, porque eu realmente ficava constrangido de ver meus mestres tão idosos abaixarem a cabeça para mim... sabe que eles tinham que ficar com a cabeça sempre mais baixa do que a minha..."
"Vai querer que eu fique com a cabeça abaixo da sua também?"
Shaka riu como um menino levado.
"Não... você não é budista, então eu o pouparei..."
"Ah, que gentileza..."
"E também porque eu prefiro a sua cabeça na altura da minha... para beijar melhor..."
"Monge beijoqueiro..."
"Mu... sobre a virgindade..."
Mu fez uma careta de contrariedade.
"Temos que falar sobre isso?"
"Eu prefiro... eu... abri uma exceção para os beijos, porque... ah, Mu! Já disse que estou perdido... eu não me arrependo... mas é verdade que sou inexperiente, mas não sou tolo. Beijos e sexo são a mesma coisa para um monge, são tentações carnais, são desejos a serem repelidos. Só me concedi esta... brecha... por você... porque era para você! Você é puro... iluminado... uma pérola atirada entre esses porcos... minha pérola."
"Gosto de ouvir seus elogios, mas não de me sentir iluminado. Sou humano e me orgulho das fraquezas da minha raça... e sinto muito que tenha de sacrificar sua fé tão preciosa por minha causa..."
"Não se preocupe. Se o espírito de Buda que anima meu corpo permitiu-se o fugaz gozo desta primavera de sensações, ela só pode ser destinada ao divino. Como tudo que sempre me cercou... você também será divino..."
"Já me sinto divino com você..."
"Mu?"
"O que?"
"Se tivesse matado você... o que teria acontecido?"
"Eu estaria morto."
"Não faça piadas. É sério."
"Shaka..."
"Não consigo imaginar que ao invés de estar aqui, alguém pudesse... estar levando seu corpo... sem vida... para algum lugar..."
"Todos vamos morrer e pouca diferença faz quando."
"Para mim faria toda a diferença se você tivesse caído pelas minhas mãos. Teria sido um assassinato sem propósito e indigno. Eu não me perdoaria."
"Talvez... mas eu não fugiria do seu golpe..."
"Eu sei que não, não fugiu desse..." – Shaka deitou a cabeça no colo de Mu – "Por que se deixou atingir"?
"Porque eu queria que você fosse feliz..." – havia algo de uma honestidade escabrosa nas palavras de Mu que inspiravam terror no coração de Shaka, obrigando- a falar também de coisas que sequer passavam pelo crivo da sua mente astuta, indo direto das profundezas do seu ser para seus lábios.
"Nunca mais poderei ser feliz sem você."
"Shaka, não precisa me dizer isso."
"Não, mas eu quero dizer. Por algum motivo a proximidade da sua morte me fez fraco e frágil. Quero aproveitar estes momentos de fragilidade para ser franco... franco como sei que não poderei ser em nenhuma outra ocasião, nunca mais... "
"Não precisa me dizer com palavras o que poderia apenas me dizer com suas atitudes."
Nunca imaginaria que se arrependeria de ter dito essa frase infeliz.
"Mu... é mais difícil do que parece..."
"Posso perguntar uma coisa? Aproveitando esse seu acesso de honestidade?"
"Pergunte ao oráculo." – ele balbuciou, debochado.
"Por que você entrou aqui do jeito que entrou? Agora que o conheço, sei que sempre foi treinado para ser um cavaleiro... é quase um dalai-lama."
"Bem... na verdade, meus mestres aprontaram, anos antes de eu nascer, um cerimonial para minha vinda ao Santuário e ao serviço de Athena. Os monges mais importantes preparavam uma comitiva para me preceder e garantir que eu seria recebido como o ser divino que eu sou..."
"Eles desistiram?"
"Estávamos esperando uma manifestação do Iluminado para nos dizer quando devia ser a hora. O cerimonial estava pronto e os monges já estavam reunidos no Templo, quando eu tive um sonho. Nele, o Grande Sidartha falava comigo... ele me disse que a mim seria confiado um tesouro muito raro, porém imensamente doloroso aqui em Atenas. E que para provar-me merecedor das graças, devia demonstrar que também, como Ele, Sidartha, eu era capaz de ser humilde e de sofrer uma grande humilhação."
"Ah..."
"Então vim para a Grécia sozinho, como um monge viajante, para mostrar ao Iluminado que era humilde o bastante. Mas ainda não sabia como entrar aqui em grande humilhação, como Buda me pedira... eu vaguei por dias ao redor do Santuário, imaginando que Buda me daria o sinal do que fazer. Então eu vi o seu amigo Máscara dar uma surra num moleque que roubou a carteira de uma senhora... no dia seguinte tomei as tangerinas do menino, já dentro dos limites do Santuário... achei que entrar aqui como ladrão, arrastado por um homem como aquele, já era bem degradante.
"Você fez uma grande entrada... e o seu tesouro..."
"É a armadura, claro."
"Buda disse?"
"Não especificou, mas o que mais poderia ser o 'tesouro raro e doloroso'?"
"É..." – Mu murmurou tristemente. – "O que mais poderia ser?"
"Você ficou triste?" – Shaka perguntou, levantando a cabeça novamente.
"Fico triste sempre que penso no futuro..."
"Seu futuro não será triste. Eu estarei aqui..."
Mu enlaçou o pescoço alvo de Shaka e beijou o terceiro olho."
"Até quando?"
"Por toda a eternidade."
Lemúria, continente eterno. Shion, guerreiro eterno. Aioria, amor eterno: de todas as coisas, o 'eterno' era aquela em que Mu menos confiava.
"Feche seus olhos." – Mu deitou os dedos sobre as pálpebras de Shaka.
"Mu... agora não posso mais abri-los..."
"Eu sei. Mas é o que devia ser feito, não é?"
"É. Você sempre faz a coisa certa, não é Mu?"
"Você ainda não viu nada. " – o ariano beijou as pálpebras fechadas que guardavam o seu tesouro – aqueles olhos azuis que, como aquela boca deliciosa, só pertenciam a ele e mais ninguém...
"Posso... me deitar ao seu lado?"
"Por favor... mas tire a armadura..."
Shaka livrou-se dos pedaços dourados da armadura de Virgem, ficou apenas com a calça justa vinho e a camiseta sem mangas da mesma cor. Deitou-se ao lado de Mu, acomodou o queixo fino e arrogante sobre o ombro do ariano, enlaçando sua cintura bem desenhada. Respirou aliviado. O mundo respirava em paz. Os dedos de Mu entrelaçaram-se aos seus. Era feliz. Feliz.
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Comentários & Agradecimentos:
Nana: Nana-Chan! Ny�! Eu também adoro escrever sobre o Shion. É um dos meus personagens preferidos. Esta 'pré-história' dos cavaleiros é muito legal. É notória a diferença de maturação no tom da primeira Saga comparada a Hades, onde o foco são os cavaleiros de Ouro... awww! Douradinhos já são meninos crescidos, têm muita estória para contar! Bom, obrigada, querida, sempre, pelo apoio constante... você é e será sempre a minha leitora vip!
Lola Spixii: Sensei! Você finalmente apareceu! Lola me respeite agora porque conheço seus podres e sei onde você estuda! Não apronte comigo senão eu te caço lá no Haroldão! Você sabe quem são meus amigos – um tipo de gente nociva! Hehehe. Beijocas! ( ps:sem comentários para o 'brilhantismo' no review... )
Eloarden Dragon: Mulher dos mil nicks! Ai, que chique! Agora estou na sua lista de autores em alerta! UAU! Que responsabilidade ( quer dizer que agora a senhorita não pode dizer que não sabe quando eu atualizo essa bodega aqui! );Olha, já ta publicado e me diga se suas suspeitas foram confirmadas!
Gemini-sama: Tadinha! Professores malvados! Porém, na condição de professora malvada ( que eu também sou! ) eu peço que você dê um desconto pros seus 'tios' do colégio! Seja boazinha! Professor também é gente! E escreve fic de Mu e Shaka!
Amy: Awwww! Fadinha! Tia Vê estava com saudadonas de você! E a senhorita vai ter que esperar para saber o que se passa com a mãe de Muzinho, mas já vou dizendo que a mulher é do balacobaco!
Lili Psiquê: Não se debulhe em lágrimas que eu fico com remorsos de fazer esse povo chorar! Eu também, como Mushakista praticante e convicta amo os dois anjinhos e se faço maldades com eles é só para vê-los felizes depois...obrigada pelos elogios constantes, querida! Fico muito feliz!
Kitsune Youko: Nyáaa! Milo efeminado é coisa do Shaka, né ( virginiano venenoso!)? Mas já dizia a minha avó: dois bicudos não se beijam e mais bicudos que aqueles dois é difícil! Por isso a implicância mútua...
Mo de Áries: Mais capítulos! E sim, o clima é de despedida total... aw, mas foi uma despedida kawaii... quem em dera ficar num banquinho de praça atracada com aquele loiro lindo!
Celly M: Como assim você, alma impiedosa, não tem pena do Mu? O Mu é a criturinha mais meiga-fofa do universo! O Shaka é um malvado ( lindo! ). E, não pense que esqueci... A "Saga do Sabonete Gessy" precisa urgente de ser lançada...
Ia-Chan: Pra você ver, eu também prefiro o Muzinho vivo, Shaka bobo, não sabe usar... não sabe para que serve... quando descobrir, não vai querer outra vida! Mas eu acho que agora ele já viu o que é bom nessa vida, né? Dessa fruta ele come até o caroço!
Sinistra Negra: Caraca, a sua frase foi a que mais sintetizou, para mim, o espírito do personagem do Shion "dividido entre o amor e o dever"; e não só com o Mu, mas com tudo. E esse capítulo é um pouco menos comprido... mas assim mesmo, muitas coisas acontecendo! Beijocas!
Ufa!
Bélier, obrigada pelos comentários via MSN ou email, ou blog. De qualquer maneira, todas nossas conversas sobre Mu e Shaka são produtivas para as minhas fics; você está sempre me fazendo repensar as caracter´siticas deles, seja nas suas fics ou nas suas observações! Obrigadinha!
Verinha, minha querida leitora que me presenteia com emails lindos, sempre, obrigada.
Aos meus outros quietinhos, tia Vê, coelhinha da Páscoa, entrega beijinhos achocolatados e um capítulo de presente de Páscoa. Comemorem, comam chocolate, beijem na boca e sejam felizes! BEIJOCAS!
