Capítulo 3: A Decisão Desesperada
Meses se passaram depois daquela decepção amorosa que a jovem princesa tivera, não comia direito e muito menos saia do quarto, tinha se isolado do mundo, vivia com a cortina fechada na plena escuridão em que seu coração se tornara também. A única coisa que a mantinha viva era o fato de ter descoberto em uma das visitas do médico da corte que estava esperando um filho de seu grande amor, pensou que talvez assim o teria de volta, mas seu pai ao saber da novidade não ficou nada contente e mandou redobrar a vigilância sobre sua filha, temendo que esta fugisse ao encontro do poderoso ladrão youko. A garota recebia quase todos os dias a visita de sua mãe, que tentava lhe consolar e ao mesmo tempo convencer que cassasse com o príncipe que seu esposo escolhera.
- Mãe! Não posso casar com outro, eu amo o Kurama! – Suspirou desanimada..
- Filha, você é a única herdeira desse reino, não podemos deixar que case com youkai que não tem berço
- Ele é pai do filho que estou esperando. O que vão fazer com o bebê quando nascer? – Perguntou preocupada.
- Nós resolvemos que vamos deixá-lo contigo, claro se seu futuro marido concordar, senão nós o criaremos como sendo nosso filho – Explicou preocupada.
- Nossa que decisão brilhante, como se a criança não tivesse pai. O que vocês acham que o Kurama vai fazer quando descobri que estou grávida? – Questionou.
- Youko não vai ficar sabendo, porque todos que sabem receberam uma boa quantia de dinheiro para ficarem calados.
- O papai é mesquinho só pensa nele, nunca pensou em mim!
- Não fale isso!
- Quero ficar sozinha, vocês dois são iguais, se merecem – Gritou furiosa.
A rainha não falou mais nada, saiu do recinto sem discutir, pois sabia que no fundo estavam sendo muito rudes, principalmente seu companheiro. Desceu as escadarias em direção à sala onde o monarca estava, entrou sem bater, o assustando.
- Aconteceu algo com a Botan? – Inquiriu preocupado.
- Deixe a casar com Kurama, não precisamos desse casamento idiota entre raças nobres, não quero ver a minha pequenina sofrer – Bufou furiosa.
- Não é tão simples assim, não posso quebrar esse acordo, isso irá me desonrar perante os outros reinos.
- Então faça o que quiser, se acontecer algo com ela, você será o único responsável – Abriu a porta e saiu, deixando o velho senhor muito pensativo.
Após várias semanas de atrito, o dia aguardado pela família real finalmente chegou, o dia do nascimento do neto do soberano. O médico e as parteiras tinham sido convocados logo cedo, quando a bolsa rompeu, desde de manhã estavam sentados em volta da cama, onde a dama de cabelos azuis gritava de dor, as contrações estavam ficando cada vez mais fortes, todos ali bem experientes tentavam acalmá-la. Minutos depois a criança nasceu, os pais da jovem adentraram no dormitório ao ouvirem o choro do bebê.
- Seu filho é lindo, madame – O doutor sorriu colocando o recém nascido nos braços da mãe.
- Ele tem a pelagem parecida com a minha, mas os olhos são do pai e a feição também – Chorou emocionada.
- Deixe-me ver o rosto do próximo monarca desse reino, quando eu morrer ele será o meu sucessor – Aproximou-se da cama, e passou as costas da mão na delicada face da criança e sorriu.
- E aquela conversa de casamento, desistiu? – Perguntou curiosa.
- Não, porém me nego a passar o meu trono para alguém que não seja meu descendente, porque levei anos para deixar esse reino como eu queria – (Não me importa se é filho daquele ladrão, o que me interessa é o sangue da minha filha que corre em suas veias).
- Será que meu futuro esposo irá aceitar isso? – Sorriu cínica.
- Quem manda aqui sou eu, ele só tem que cumprir o acordo e mais nada.
- Chega de brigas, vocês estão assustando a criança – A avó cochichou no ouvido de Boteloki.
- Qual foi o nome que você escolheu para esse menino? – Inquiriu ansioso.
- Ele vai se chamar Kotank – Suspirou feliz, iria dar o nome de seu bisavô.
- Esse é o nome de meu avô, fico muito satisfeito com a escolha do nome – Beijou a testa de sua herdeira.
-Eles precisam descansar– Conduziu seu marido para fora do quarto.
Ao saírem do cômodo, as parteiras começaram a ajudar a princesa a se limpar e ao bebê, trocaram os lençóis, vestiram uma camisola limpa na soberana para que pudesse descansar melhor com seu filhote.
- Pronto senhora, vamos comer um pouco e depois viemos lhe ajudar – A serviçal sussurrou ao sair do local acompanhada de sua neta.
Botan ficou mais aliviada ao ver-se sozinha e começou a pensar em seu amado e como iria comunicá-lo sobre o nascimento do fruto do amor deles. Enquanto o pequenino mamava em seu peito, esta admirava os traços evidentes da paternidade de seu amante no anjinho em seus braços.
- (Ele ainda vai voltar pra mim, implorará para ficar comigo)- Suspirou.
Por um determinado período a família viveu em harmonia, ninguém tocava no nome do noivo da garota de madeixas azuladas, isso como foi previsto pela nobre, não durou nem cinco meses, porque seu patriarca voltou a inferniza-la com a idéia do tal matrimônio. Isso aumentou sua vontade de procurar aquele belo youkai, que tanto sentia falta, seu plano teria que dar certo, pois pagou um dos guardas do castelo para descobrir informações de kurama, para sua sorte conseguira saber aonde ele se localizava, o pior problema era sair sem ser vista, nada que um bom dinheiro não resolvesse pensou esperançosa. Seu bebê ficaria aos cuidados da babá, não seria demorada, pretendia voltar ainda no mesmo dia, sairia de madrugada e voltaria a noite.
O dia que tanto ansiava finalmente tinha chegado, fez como o planejado, disfarçou-se de criada e conseguiu passar pelos soldados do reino sem problemas, por causa do alto valor que deu a eles, montou em seu cavalo e seguiu pela estrada até o vilarejo onde o reencontraria, depois de duas horas de cavalgada, começou a avistar as casas humildes daquele local. Amarrou seu animal de estimação em uma árvore, alguns metros de distância do tal estabelecimento que youko provavelmente estava, tomou fôlego e adentrou no recinto, levou um tremendo choque, aquele lugar era um prostíbulo.
- O que veio fazer aqui moça? – Uma das mulheres que trabalhava lá a questionou.
- Eu vim conversar com Youko Kurama, sabe aonde o encontro? – Respondeu, para a seguir perguntar o que a interessava.
- No quarto 21, primeira porta a esquerda subindo as escadas – (Esse cara é um garanhão essa já é a sexta que procura ele hoje).
Subiu as escadarias correndo, algo lhe dizia que iria se decepcionar quando entrasse naquele dormitório, tinha que saber a verdade, talvez estivesse se iludindo em pensar que ele estaria sozinho e sofrendo por ela. Entrou que nem um furacão no aposento, a cena que presenciou a deixou sem palavras. Youko estava acompanhado de duas fêmeas muito bonitas, ambos faziam sexo na enorme cama de casal, em várias posições, uma verdadeira orgia.
- Kurama! – Berrou furiosa e magoada.
- Pode vir tenho energia para mais uma – Deu gargalhadas, totalmente tomado pelo bebida forte que tinha ingerido há horas atrás.
- Você não me conhece, se esqueceu de mim – Choramingou decepcionada.
- Como vou lembrar de todas as mulheres que satisfaço! – (Ela não me é estranha, não pode ser a raposinha nunca viria até essa espelunca para me ver).
- Você apenas me usou, lhe odeio, jamais irei lhe perdoar – Rosnou.
- Botan! – Jogou as meretrizes que estavam em cima dele no chão e levantou-se e caminhou até sua amada.
- Não se aproxime, você me dá nojo! – Empurrou seu antigo professor e saiu correndo.
- Me espere! – (Eu sinto muito) – Foi colocar a roupa mais caiu sentado no chão, a bebida o deixou tonto.
Atravessou a pequena rua que a separava do seu cavalo, conseguiu desamarrá-lo, subiu nele e cavalgou para longe daquela cidadela, ao invés de tomar o rumo do castelo, resolveu acabar com sua vida, não agüentava viver sem seu primeiro amor, porém no meio de caminho lhe surgiu a idéia de procurar o deus do mundo espiritual, iria pedir sua ajuda. Ao chegar no enorme castelo, foi recebida pessoalmente por Koema, que lhe sorriu e mandou que o acompanhasse.
- Princesa, o que fazes aqui? – Inquiriu.
- Quero servir o mundo espiritual e esquecer de tudo – Cruzou os braços.
- Por que não volta para seu reino e cuida de seu filho, uma desilusão amorosa só se cura com um novo amor.
- Por favor, eu lhe imploro, me ajude – Ajoelhou-se com lágrimas nos olhos.
- Vou lhe ajudar, se é isso que quer – Abriu um armário que ficava atrás de sua mesa e tirou de lá, duas garrafas, uma delas possuía um liquido verde dentro e outro um laranja.
- O que tenho que fazer? – (Me perdoe meu filho, estou sendo fraca).
- Primeiro tome um pouco desta bebida verde, a fará se tornar humana e imortal, depois tome esse laranja, esse vai limpar sua memória, se esquecerá de tudo.
- Está bem – Tomou os conteúdos dos vidros sem hesitar.
- Ótimo – Olhou curioso à transformação da nobre.
- Quem é você? Sabe quem sou eu? – Olhou confusa para o rapaz.
- Eu me chamo Koema, sou o príncipe do mundo espiritual. Você se chama Botan, é a deusa da morte, transporta espíritos das pessoas mortas para o outro mundo. Não se lembra?
- Desculpe-me não me lembro, como minha cabeça dói.
- Então está explicado o seu esquecimento, foi por causa da queda, você bateu a cabeça e perdeu a memória– Sorriu travesso.
- Como vou me lembrar do que faço?
- Isso é simples, pedirei para a minha assistente pessoal lhe acompanhar por algumas semanas, ela lhe mostrará tudo.
Final do Flash Back
A youkai raposa correu até o espelho, aonde começou a se olhar, achava-se bem diferente, embora sua beleza continuasse a mesma sentia a falta de algo.
- Bem vejo que tem consciência do que fez no passado.
- Sabe alguma coisa do meu filho? – Demonstrava arrependimento.
- Ele irá participar do torneio das trevas, no time do seu querido papai, claro que o rei vai ficar olhando o neto lutar, enquanto assiste orgulhoso.
- Meu filho sabe que existo? – Perguntou temerosa.
- O avô contou que você morreu na floresta, que provavelmente algum youkai mais forte a devorou – Abaixou a cabeça tentando não demonstrar tristeza.
- Vai participar do torneio?
- Vou! Pena que vai ser do lado do homem que me fez de idiota – (Até que ficou lindo naquele corpo humano).
- Lembre-se, comporte-se bem, nada de brigas, se entenda com o Kurama depois – Explicou.
- Quando começo a treinar?
- Amanhã mesmo, o seu ex-namorado que vai dar o treino, o Kuwabara também irá participar, não me olhe assim, claro que revelaremos a ele quem é você – (Só quero ver a cara daquele ruivo exibido).
Continua...........................................................
Nota: Eu dedico esse capítulo a Madam Spooky, como presente de natal atrasado.
