Para Kiki-chan.


Laços de Sangue

Segunda parte

Sesshoumaru sentou-se no parapeito da janela olhando a mulher que se afastava a cavalo rapidamente, só pudera cuidar de Haru como havia prometido a Hana por duas semanas. Não culpava o pai por decidir mandá-la de volta ao vilarejo, preferia ficar sem poder vê-la o tempo todo do que lidar com a fúria de sua mãe.

Um mês havia passado desde a noite do incêndio, as queimaduras espalhadas em seu corpo demoraram duas semanas para desaparecerem. Suspirou quando o cavalo sumiu de seu campo de visão entrando na floresta e voltou a sentar-se no chão. A dor das queimaduras, e toda a fumaça inspirada dentro da casa em chamas tinham sido demais e ele perdera a consciência logo após tirar a única prova contra sua mãe das mãos de Haru.

Acordara dois dias depois para descobrir que o pedaço de tecido havia desaparecido, só podia pensar que o perdera no caminho de volta ou tinha sido destruído junto com suas roupas enquanto o tratavam. Como pudera perder a única evidência da culpa de Arashi naquele ato brutal?

Suspirou novamente antes de deitar encarando o teto enquanto buscava meios de proteger a garota das garras de sua mãe. Talvez Arashi se acalmasse agora que a garota partira. Ou talvez não. Fechou os olhos novamente enquanto sua mente trabalhava incansavelmente em busca de uma resposta para seu dilema.

Sabia por experiências anteriores que a mãe não descansaria enquanto seus planos não fossem executados até o fim, ou ao menos que ela pensasse que isso tinha ocorrido. 'É isso!' Abriu os olhos de repente e sentou novamente enquanto um sorriso curvava seus lábios. 'Haru tem que morrer... para que possa viver'

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Inu no Taisho entrou no castelo duas semanas depois, o sorriso satisfeito que iluminava suas feições desapareceu rapidamente quando saiu do corredor escuro para uma ala mais iluminada, olhou para a esposa que esforçava-se para permanecer indiferente a sua chegada em um canto do salão principal e sorriu internamente enquanto caminhava em sua direção.

- Sesshoumaru está no quarto?

- Sim, ele ainda não se sente bem... – A mulher sorriu inocente antes de completar – Desde que a garotinha partiu...Talvez devêssemos trazê-la de volta. – Ignorou o olhar irônico do marido e continuou com o mesmo tom doce e expressão inocente – A pequena humana parecia ajudá-lo a se recuperar.

- Era a minha intenção a principio... – Encostou-se a parede e olhou para a mulher a sua frente forçando uma expressão desanimada – Isso não será mais possível infelizmente.

- Não? – Forçou-se a perguntar calmamente, tentando ignorar a súbita felicidade que a atingiu – Por que?

- Haru está morta.

Arashi olhou para o marido incrédula, forçando-se a permanecer no mesmo local sem pular ou gritar de alegria.

- Mas... Ela parecia tão bem... Quando deixou o... Castelo.

- A mulher que estava tomando conta da garotinha já tinha uma idade avançada e ninguém quis ajudá-la – Ele continuou a olhar o rosto da mulher, atento as sutis mudanças em sua expressão. Sua exultação era quase palpável – Ela tentou contratar ajuda, mas todos diziam que a garota era amaldiçoada por ter sobrevivido a um incêndio como aquele.

- Humanos são tão supersticiosos... – Arashi levantou lentamente, passou as mãos pelo quimono cuidadosamente desfazendo as dobras que haviam se formado – É uma pena, Sesshoumaru ficará tão decepcionado...

- Vou falar com ele... – Inu no Taisho afastou-se da parede e virou para deixar o cômodo.

- Deixe-me contar as novidades a ele! – Arashi baixou a cabeça, mordendo a própria língua por ter se traído daquela maneira. Podia sentir o olhar inquisidor do marido sobre si, tinha que tentar consertar seu erro. – Isto é... Deixe-me prepará-lo para—

- Eu falo com ele, Arahi. – Ele a cortou rispidamente – Pode voltar a seus afazeres.

Arashi levantou a cabeça a tempo de vê-lo subir os degraus da escada calmamente, deu de ombros ao perceber que tudo que ele tinha feito era lhe dar um sermão disfarçado. Sentou novamente ao lado da janela e sorriu abertamente ao pensar na garotinha morta. Enfim um plano seu terminara corretamente.

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Sesshoumaru estava parado no quarto que Haru ocupara durante sua estadia no castelo, sentia falta da garotinha sorridente e sempre disposta a ouvi-lo. Ouviu os passos do pai aproximando-se, mas não se incomodou em olhar para ele.

- Está tudo bem, filho?

- Sim, Haru está melhor agora. – Olhou para a cama da menina uma ultima vez antes de se afastar – Contou a Arashi?

- Foi a primeira a saber das novidades e a julgar por sua expressão... – Inu no Taisho sorriu – Deve estar dando 'pulos de alegria' no momento.

- "timo, significa que funcionou – Sesshoumaru virou para encarar o pai com a mesma calma de sempre – O sacrifico não foi em vão.

- Ela estará segura, certifiquei-me de que fosse bem cuidada.

- Obrigado, pai – Estreitou os olhos quando sentiu a mãe aproximar-se – Irei visitar seu túmulo quando o tempo melhorar.

Inu no Taisho sorriu antes de colocar a mão sobre o ombro do filho como se o confortasse, virou-se na direção da porta saindo para o corredor, e lançou um olhar de aviso a mulher que parecia a ponto de gritar de felicidade.

- Sesshoumaru... – Ela falou no tom de voz mais triste que conseguiu – Sinto muito por sua perda... Filho.

- Imagino. – O desprezo era evidente em sua voz enquanto entrava no próprio quarto seguido pelo pai – Agradeço sua preocupação... Mãe.

Arashi observou em silencio enquanto a porta fechava-se atrás dos dois antes de correr para o próprio quarto, fechou a porta rapidamente e sorriu satisfeita pela primeira a vez em anos. Mal podia acreditar em sua sorte, quando finalmente pensara que não poderia fazer nada para acabar com a última evidência das ' amizades indesejáveis' do filho o destino lhe dava aquele presente.

'Haru está morta... Aquela maldita pirralha está morta' Sentou-se no chão encostada à porta e cobriu o rosto com as mãos enquanto o riso brotava de seus lábios sem controle 'Finalmente me livrei de toda aquela família inconveniente'

Dezesseis anos depois

Haru levantou os olhos da pequena horta para o yokai de cabelos prateados que deixava a floresta, seu rosto iluminou-se com um sorriso ao reconhecer as vestes e correu em sua direção ignorando alguns vizinhos que sempre a olhavam com desprezo por ter amizade com o filho do senhor do castelo. Sesshoumaru havia se tornado seu melhor amigo com o passar dos anos, ignorara os comentários e ofensas dos moradores da pequena vila e continuara a visitá-la depois do desaparecimento de sua família.

Todos culpavam os Inu Yokais que viviam do outro lado da floresta pelos constantes desaparecimentos de moradores através dos anos, mas Haru não se importava. Inu no Taisho era um bom senhor que sempre os defendia dos ataques de outros Yokais e seu filho Sesshoumaru era seu melhor amigo, assim como havia sido de seu irmão, Tenko. Gostaria de tê-lo conhecido, o modo como Sesshoumaru falava do garoto a fazia pensar que deveria ter sido divertido brincar com ele enquanto crescia.

- Pare, Haru. – A voz estranhamente fria chocou a garota humana que parou a alguns metros de distância e olhou para o amigo interrogativamente – Volte para sua casa. Falarei com você depois.

- Mas, Sesshoumaru...

- Vá agora, Haru.

A garota respondeu com um aceno afirmativo antes de virar-se de costas para o Yokai, levantar a barra do quimono levemente e correr na direção da cabana. Sesshoumaru nunca falara com ela naquele tom, podia ser reservado e sério às vezes, mas nunca lhe dirigira aquele tom frio e impessoal, provavelmente deveria haver inimigos por perto.

Entrou na pequena casa e acendeu o fogo colocando um pouco de água para esquentar enquanto esperava por ele por quase uma hora. Estava a ponto de sair e, contrariando suas ordens, procurar por ele quando a porta voltou a se abrir e Sesshoumaru entrou. Haru olhou curiosa enquanto ele observava os arredores da casa com um olhar atento como se procurasse por algo antes de fechar a porta atrás de si.

- Algo errado? – Ela perguntou enquanto apanhava ervas e recipientes, tentando transparecer uma calma que na realidade não sentia.

- Nada que eu não possa cuidar depois. – Olhou para a janela a tempo de ver um vulto branco desaparecer dentro da floresta. 'Mãe' estreitou os olhos reconhecendo a figura. Desviou sua atenção para a garota, pensando no que faria para protegê-la, não podia permitir que tivesse o mesmo fim dos pais ou de Tenko. Por mais de quinze anos conseguira manter sua existência desconhecida de Arashi, mas há poucos meses Haru insistira em voltar ao vilarejo que nascera e do qual não tinha lembranças, sem mais poder impedi-la ele a trouxera de volta e a visitava quase todos os dias.

- Você está bem? – Ela perguntou enquanto depositava a pequena jarra com água entre os dois, sentou a sua frente e começou a preparar o chá lentamente – Parece preocupado, viu algum yokai por perto?

- Talvez... Nada com que você precise se preocupar. – Olhou para a garota a sua frente com a mesma expressão calma de sempre e sentiu-se acalmar com sua presença – Não deixarei que nada aconteça a você.

- Ora, eu sei que não. – Ela sorriu estendendo-lhe uma caneca com o líquido verde recém preparado.

- Vamos esquecer disto.

- Claro. – Ela pegou sua própria caneca e olhou para ele séria – Vamos falar sobre o tempo, faz tempo que não chove, não é mesmo?

Sesshoumaru sorriu internamente enquanto tomava seu chá calmamente. Apenas Haru conseguia mudar de assunto de maneira tão brusca sem parecer ter enlouquecido, ou talvez apenas ele julgasse desse modo, uma vez que sabia que ela fazia esse tipo de coisa apenas para agradá-lo.

- Sim, é verdade. As plantações estão danificadas por causa da seca? – Ele baixou os olhos quando ela sorriu e começou uma explanação animada sobre como estava tudo prosperando por enquanto, mas logo teriam problemas se não chovesse. Sentiu o coração se acalmar um pouco com o som melodioso de sua voz e deixou para pensar na mãe e nos problemas que certamente causaria posteriormente.

Continuou tomando o chá calmamente e respondendo a garota com monossílabos enquanto pensava nas mudanças ocorridas nos últimos anos e como isso parecia tê-la influenciado. Passara de filha do senhor da vila para apenas mais uma moradora quando os pais e a irmã gêmea havia falecido. Com a ajuda de Inu no Taisho, ele espalhara a história de que a filha do chefe havia falecido, não parecia algo estranho para uma criança humana, de apenas dois anos na época, não ter suportado os ferimentos e traumas do incêndio que destruíra seu 'mundo infantil'.

Parecia algo cruel fazer com que todos acreditassem em sua morte, fazer com que a própria Haru pensasse que sua família tinha desaparecido vítima de um ataque Yokai, mas fora a única saída que encontrara na época... Bem, essa 'história' que montara para a garota não estava muito longe da realidade. Arashi tinha sido a responsável pela morte de cada um de seus familiares, mas ele preferia não ter que lhe revelar tal detalhe.

Graças a ele e ao pai, Haru ainda usufruía alguns privilégios ali desde que retornara, mas essas 'facilidades' estavam causando inveja e comentários desagradáveis. Não podia culpá-los, aos olhos de todos Haru era apenas uma garota que vivia em companhia dos yokais e que adquirira privilégios duvidosos com isso. Ao que parecia, logo teriam que ver outro arranjo.

- Está mesmo prestando atenção?

- Claro, Haru. Continue. – Voltou sua atenção para os profundos e incomuns orbes verdes como as folhas das árvores que os separavam, levantou uma sobrancelha ao vê-la sorrir divertida – Você falava que o rio está começando a secar.

- Você estava prestando atenção. – Ela riu baixinho e inclinou-se para recolher as canecas – Parecia tão longe, pensei que estava falando com as paredes.

- Claro que sim, eu sempre presto atenção em tudo. – Desviou os olhos quando ela levantou a cabeça fazendo com que algumas mechas negras escapassem da fita que mantinha os longos fios presos. – Tem ocorrido algo estranho ultimamente? Algum animal ou pessoa desapareceu?

- Não, tudo está como deve ser. – Levantou com os utensílios e lavou-os rapidamente em uma bacia com água – Tem certeza que está tudo bem?

- Claro, apenas preciso saber o que ocorre ao redor do castelo. – Levantou lenta e graciosamente e caminhou para a porta – Tenho que ir, mande alguém no castelo avisar se algo estranho ocorrer...

- Está escondendo algo, Sesshoumaru.

- E não saia de casa depois que o sol se pôr. – Ele completou ignorando o comentário da garota.

- Farei como quiser. - Haru enxugou as mãos e o seguiu para a porta em silencio com a mesma expressão alegre e confiante, nunca se despedia com tristeza do rapaz porque tinha a certeza de que ele voltaria. Parou na porta como sempre fazia e ficou observando-o caminhar em direção a floresta e desaparecer, para só então fechar a porta.

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Sesshoumaru saltou para um galho alto, observando os arredores cuidadosamente em busca de algum rastro de sua mãe enquanto pensava em Haru. A única vez que a vira chorar fora na noite do incêndio, passara anos calada antes que sua mente se recuperasse e ela voltasse ao normal... Ou quase isso. Na verdade ela havia esquecido do que acontecera naquela noite, pensava que os pais haviam desaparecido, e ele nunca tivera coragem de lhe contar a verdade. Desde que começara a falar novamente, nunca vira aqueles belos olhos verdes manchados com lágrimas e faria o possível para que permanecesse desse modo.

Saltou novamente para o chão tomando o caminho para o castelo, falhara em proteger a família da garota das loucuras de sua mãe, mas não cometeria mais o engano de superestimá-la. Haru viveria feliz e por muitos anos não importa o que ele tivesse que fazer, Arashi teria que aprender quando desistir.

algumas semanas depois

Sesshoumaru passou pelos portões do castelo ignorando guardas desconhecidos conversando no pátio. Entrou no castelo calmamente e ignorou o chamado de Arashi começando a subir as escadas que levavam ao segundo pavimento.

- Não quer conhecer sua... Futura esposa, meu filho?

Ele parou no meio da escada e virou-se para encarar a mãe, estreitou os olhos levemente ao ver uma garota yokai parada a seu lado.

- Não tenho nenhuma 'futura esposa' – Falou entre dentes, ignorando o olhar desapontado da garota – Acho que está delirando novamente, mãe. Pare de me seguir e descanse durante à tarde.

Arashi engoliu em seco e forçou-se a continuar sorrindo, ignorando a ofensa velada. Segurou o braço da garota e a puxou consigo na direção da escada.

- Não seja grosseiro e venha conhecer Tesaki... – Estreitou os olhos para o filho ao ver a expressão desinteressada em seu rosto – Ela é...

- Uma Inu Yokai, já notei – Deu de ombros virando-se para terminar de subir os degraus – Tesaki combina com ela, parece um boneco sem vida...

- Sesshoumaru!

- Boa noite, Mãe.

Arashi olhou para o filho desaparecer no topo da escadaria e afundou as garras afiadas no braço da garota instintivamente ouvindo um gemido baixo de dor. Levantou uma sobrancelha e sentiu a garota tentar libertar o braço.

- Oh... Sinto muito, querida. – Afastou as garras vendo o tecido rosa claro de seu quimono manchar-se de sangue rapidamente – Deixe-me ajudá-la.

- Está tudo bem, Arashi-sama – A garota encolheu o braço contra o corpo e baixou a cabeça – Posso cuidar disso sozinha.

- Venha comigo. – O tom imperativo não deixava espaço para recusas e Arashi sorriu quando a garota começou a segui-la sem protestar – Não se preocupe com Sesshoumaru, o pai dele me tratou da mesma forma quando nos vimos pela primeira vez.

- Eu entendo, Arashi-sama.

Arashi fechou a porta depois que a garota yokai entrou, sorriu amigavelmente enquanto a ajudava a despir o quimono para tratar seus ferimentos enquanto a raiva queimava dentro de si. Sesshoumaru estava passando dos limites destratando alguém digno como Tesaki quando com aquela insignificante garota humana era tão formal e gentil. O filho não podia se esconder dela para sempre, falaria com ele mais tarde e explicaria como devia ser cauteloso com a futura Senhora do Clã do Leste.

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Mais de uma semana se passou antes que Arashi conseguisse encontrar o filho sozinho e em um local da onde ele não pudesse sair e aquilo apenas fez com que sua raiva aumentasse. Passar dias intermináveis com Tesaki estava provando ser uma grande provação, a garota era tão absurdamente obediente que a deixava com vontade de gritar a cada vez que pousava os olhos sobre sua frágil figura. Não conseguia entender como algo que parecia ser uma qualidade a primeira vista tornara-se algo insuportável.

Sesshoumaru continuava a deixar o castelo nas primeiras horas da manhã e ela se via impossibilitada de segui-lo por causa da maldita garota. Precisava fazer algo rapidamente antes que tivesse que dar explicações a seus primos pelo desaparecimento de sua filha caçula.

Arashi entrou no quarto do filho assim que sentiu sua chegada, fechou a porta atrás de si e forçou seu melhor e inocente sorriso nos lábios antes de aproximar-se do jovem yokai.

- Sesshoumaru...

- Se veio falar daquela coisa que chama de minha futura esposa novamente está perdendo seu tempo, mãe.

- Se passasse um tempo com Tesaki perceberia que ela—

- É um ser mais inútil do que pensei a princípio? – Ele perguntou em um tom desinteressado.

- É a companhia certa para você.

- Obrigado, mas não preciso de sua ajuda para escolher minhas companhias. – Levantou os olhos para a figura da mãe calmamente – Na verdade, sempre se esforçou para afastar-me de toda e qualquer um que ousasse aproximar-se de mim.

- Tesaki é diferente, ela

- Melhor do que os outros por ser yokai? – Estreitou os olhos levemente – Pelo pouco e desagradável tempo que passei com ela, pude perceber que a garota conseguiria se perder dentro do maldito castelo se a deixássemos sozinha.

- Bem... Ela não está familiarizada com o local – Arashi suspirou mentalmente, tentar defender aquela garota estava provando ser uma tarefa muito mais complicada do que pensara.

- Quando ela vai partir?

- Ela não vai partir.

- Mesmo? – Ele sorriu sarcasticamente – Vi um mensageiro chegar a pouco tempo... Ao que parece os pais dela não confiam muito em você... Será que... – Levantou uma sobrancelha ironicamente – Tem medo que algum acidente aconteça com a preciosa Tesaki?

- O que está insinuando, Sesshoumaru? – Arashi estreitou os olhos lentamente desistindo de fingir ser agradável.

- Mande-a de volta, mãe – Ele voltou sua atenção para os escritos que estivera lendo antes da entrada de sua progenitora – Não vou tomar Tesaki como esposa.

- Não pode ficar sozinho para sempre, tem que providenciar um herdeiro para o clã.

- Não tenho intenção de permanecer sozinho.

- Não há yokais dignos por aqui.

- Não estava pensando em um yokai.

Arashi arregalou os olhos antes de investir contra o filho.

- Não pode tomar uma humana como esposa! – Levantou a mão rapidamente e olhou espantada quando ele pulou para um local atrás dela.

- Saia, mãe. – Ele murmurou em tom frio quando ela voltou-se para ele – Saia do meu quarto e não volte.

- Não vou permitir que continue a me desafiar, Sesshoumaru – Ela estreitou os olhos e avançou novamente para o filho que segurou seus pulsos com facilidade.

- Não sou mais um garotinho. Você não vai me pegar facilmente – Apertou os pulsos dela antes de empurrá-la – Saia agora e esquecerei que tentou me atacar novamente.

Arashi olhou com raiva para o rapaz parado a sua frente e esfregou os pulsos lentamente, sentindo-os doloridos. Ouviu passos no corredor e percebeu que seria melhor se retirar por hora.

- Não pense que isso acabou, Sesshoumaru – Ajeitou as roupas cuidadosamente antes de passar por ele na direção da porta.

- Tem razão, Arashi. – Sorriu ao vê-la parar na porta ao ouvi-lo chamá-la pelo nome –E se eu estivesse no seu lugar... Não desejaria ver o fim disso.

- Está me ameaçando, Sesshoumaru?

- Apenas um lembrete... – Sentou novamente ignorando a presença da mãe, talvez assim ela saísse de uma vez e o deixasse em paz.

- Por tentar ajudá-lo? – Apertou a porta com força ignorando o rangido da madeira enquanto olhava para o filho tentando não demonstrar a raiva que sentia – Procurar uma companheira digna para meu filho?

- Um filho tão importante que você já tentou matá-lo uma vez e... – Fez uma pausa e levantou os olhos para a figura rígida parada a porta – Que se eu não tivesse impedido teria tentado novamente ha poucos minutos atrás.

- Sesshoumaru...

- Saia, mãe. – Fez um sinal com a mão dispensando-a – Como eu já disse, não preciso de sua ajuda para escolher uma pretendente...

- Não vou permitir—

- Porque já escolhi uma. – Estreitou os olhos baixando o tom de voz – Esqueça seus planos e procure ocupar-se com algo mais útil.

- Que seja! – Saiu do quarto arfando e bateu a porta com força já que aquela era a única maneira de aliviar a raiva que sentia. Flexionou os dedos, ouvindo os estalos das articulações com um pequeno sorriso.

' Se você quer que as coisas aconteçam da maneira difícil... Que assim seja... Sesshoumaru...'

Alguns dias depois

Arashi permaneceu na porta do castelo vendo a pequena comitiva que acompanhava Tesaki, estreitou os olhos dourados observando os raios de sol brilhando nas pequeninas gotas de orvalho nas folhas das árvores próximas. Sabia que estava sendo vigiada e aquilo não a agradava.

'Sesshoumaru e Inu no Taisho estão ficando mais atentos' respirou fundo antes de entrar. Se continuassem a vigiá-la desse modo não conseguiria realizar seus planos. Como sairia do castelo e mataria a humana imunda que estava em seu caminho se fosse seguida o tempo todo?

'Preciso criar uma distração...' subiu os degraus lentamente, ignorando o fato de que ninguém ousava aproximar-se a não ser que chamasse. 'Servos inúteis e insubordinados' pensaria em como puni-los quando se livrasse de Haru. 'Esse maldito nome novamente'. Entrou no quarto e suspirou ouvindo os passos dos guardas aproximando-se no corredor e parando em sua porta. Tinha que criar uma distração o mais rápido possível.

' Hum...Atacar a vila de humanos é muito comprometedor... E quero realizar isso com minhas próprias mãos... Matar aquela garota será extremamente prazeroso' Abriu a caixa de jóias e olhou para todas as peças ' Não deve ser difícil arrumar algum yokai que se disponha a realizar alguns 'serviços' em troca de uma boa recompensa' segurou a grossa corrente com o medalhão do Clã do Oeste, aquela 'coisa' lhe dava arrepios porque a lembrava da causa de todos seus problemas.

' Você pagará pelo primeiro ataque' sorriu com prazer pensando na ironia de usar algo do marido para pagar por sua destruição. ' Vamos começar pelas fronteiras...'

Um mês depois

Sesshoumaru parou no pátio olhando para o grupo de yokais reunidos, procurou pelo pai e aproximou-se dele lentamente, dando-lhe tempo de terminar de discutir com o chefe da guarda.

- Vai com eles dessa vez, pai?

Inu no Taisho fez um gesto dispensando o yokai com que estivera conversando antes de virar para o filho, com uma expressão preocupada.

- É necessário, os ataques estão piorando e não existem pistas de quem são ou qual a razão de estarem atacando nossa fronteira.

- Quer que eu o acompanhe?

- Não, preciso que alguém fique – Deu um pequeno sorriso, tentando aparentar uma calma que não sentia – Quem de mais confiança para comandar tudo na minha ausência além de meu filho?

- Está me constrangendo, pai... – O rapaz desviou os olhos tentando permanecer com a expressão calma – Mas, entendo sua decisão.

- Não devo demorar muito – Fez um sinal para que os outros yokais fossem a sua frente – Os ataques estão se aproximando daqui.

- Compreendo.

- Cuide da vila e não retire os guardas de sua mãe.

- Nunca pensaria em fazer tal coisa, pai.

- Eu sei que não. – Lançou um ultimo olhar para o filho antes de se transformar no grande cachorro branco que era sua forma verdadeira e deixar o castelo juntando-se aos outros.

Quatros semanas depois

Sesshoumaru caminhava rapidamente pela floresta, sua figura não passava de um borrão branco em meio à escuridão noturna. Parava vez ou outra deixando que as copas frondosas o escondessem e verificava se não estava sendo seguido. Os guardas tinham ordens especificas de nunca baixarem a vigilância, mas sabia como sua mãe podia ser ardilosa quando queria fazer algo. Inspirou fundo sem conseguir captar o cheiro dela no ar e saltou para o chão percorrendo os últimos metros que o separavam do vilarejo.

- Haru? – Entrou na cabana estranhando o silencio absoluto no local, sentiu o coração acelerando a medida que o medo invadia seus pensamentos. Certificara-se que a mãe não o estava seguindo, mas que garantia possuía de que ela não tivesse saído antes? Caminhou até o local em que a garota costumava dormir e encontrou o futon ainda enrolado, não demonstrando sinais de que tivessem sido usados naquela noite. – Haru?

- Sesshoumaru? – A garota murmurou seu nome ao entrar na cabana, sorriu quando o viu virar em sua direção – Deixe de bobagem, sei que sou incapaz de assustá-lo. – Caminhou para perto do fogo, ajoelhando-se a sua frente e passando a toalha nos longos fios e escuros em uma tentativa de secá-los.

- Você... Estava tomando banho... à essa hora? – Ele perguntou em voz baixa, incrédulo por vê-la continuar secar os cabelos calmamente enquanto ele lutava para manter a compostura.

- Eu pensei que não viria aqui hoje. – Haru baixou a toalha e virou lentamente para ele – Seu pai ainda está viajando, certo?

- Eu venho aqui todos os dias e você sabe disso. – Levantou uma sobrancelha – A não ser que algum imprevisto ocorra no castelo.

- O sol já se pôs há muito tempo, Sesshoumaru – Pendurou o tecido úmido, que usara para secar os cabelos, próximo ao fogo e voltou a sentar no mesmo local – Não pode esperar que eu adivinhe que virá aqui durante a noite, principalmente com todos os comentários das pessoas do vilarejo.

- Qual o problema com você? – Apesar do tom calmo e frio da voz masculina, a garota estremeceu com toda a raiva que sentiu nas palavras. Sesshoumaru estreitou os olhos quando não obteve resposta e deu um passo em sua direção – Nunca se preocupou com o que as pessoas dizem, por que agora?

- Não é nada. – Haru respondeu em voz baixa, os olhos verdes refletindo o brilho das chamas – Estou bem, como pode ver.

- Alguém a ofendeu?

- Não.

- Ameaçaram expulsá-la da vila por causa de minhas visitas?

- Não.

- O que diabos há de errado com você? – segurou o braço forçando-a a levantar e encará-lo, ignorou o olhar surpreso sobre si e a chacoalhou levemente como se isso fosse capaz de fazê-la responder – Está doente ou apenas tentando me irritar?

- Tire suas mãos de mim. – Estreitou os olhos, tentando soltar o braço – Vá embora daqui...

- Não pode me expulsar, Haru.

- Volte para sua noiva e deixe-me viver minha vida! - A mão em seu braço desapareceu e ela caiu de joelhos com as mãos cobrindo os lábios como se fosse capaz de impedir que as palavras ressoassem a sua volta.

Sesshoumaru deu um passo para trás, as palavras da garota atingindo-o como golpe nenhum conseguira. Afastara-se de Haru durante a estadia de Tesaki, mas nunca imaginara que aquela noticia chegaria ao vilarejo. Teria que agradecer a mãe depois por mais essa confusão.

- Como ficou sabendo?

- Então é verdade? – Ela baixou as mãos lentamente sem encará-lo – Está noivo?

- Não, não estou 'noivo'. – Ajoelhou na frente da garota – Apenas perguntei como ficou sabendo disso.

- Um dos yokais que acompanham seu pai, ouvi os comentários quando passaram por aqui.

- Não ouviu a história completa ou saberia que Tesaki foi embora há mais de um mês.

- Você não me visita há quase dois meses. – Respirou fundo tentando acalmar-se – Mas, eu entendo...

- Entende mesmo, Haru?

- Claro, por que trocaria a companhia de alguém de sua raça por uma humana órfã como eu?

- Nunca mais diga essas palavras! – Levantou de um salto quase derrubando a garota que assustou com o movimento repentino – Arashi fala coisas desse tipo, não quero ouvir as mesmas palavras saírem de sua boca.

- É a verdade.

- Não é, pare com isso. – Parou de falar quando viu a garota encolher-se com o som de sua voz – Sinto muito, Haru... Não era a minha intenção assustá-la...

- Está tudo bem.

- Não. Não está e a culpa é minha. – Desviou os olhos da figura frágil da garota - Talvez você tenha razão, é hora de deixá-la viver sua vida.

Haru levantou a cabeça vendo-o caminhar para a porta, por um momento continuou parada vendo-o sair de sua casa, como todas as outras vezes sem esboçar nenhuma reação. Piscou confusa ao vê-lo abrir a porta, sentiu o peito apertado e a respiração falhar enquanto o tempo pareceu adquirir uma velocidade diferente e tudo a sua volta acontecer em câmera lenta. A figura imponente de Sesshoumaru lentamente tornou-se embaçada e ela piscou tentando fazer aquela barreira desaparecer, levantou a mão tocando o próprio rosto quando lágrimas grossas deslizaram por sua pele. Olhou para os dedos brilhando e antes que pudesse perceber tinha se jogado contra suas costas e o abraçado sem importar-se com as lágrimas molhando as roupas claras e finas que ele usava.

- Não me deixe. – Ela murmurou, abraçando-o mais forte ao sentir os músculos tensos por causa do contato – Eu não quero que saia de minha vida, Sesshoumaru.

- Haru...

- Por favor, você á única coisa que restou... – Afundou o rosto nos cabelos dele tentando esconder as lágrimas – Se for embora para sempre vou me tornar aquilo que você não quer... – diminuiu a pressão do abraço quando ele segurou suas mãos afastando-as o suficiente para poder virar-se para encará-la – Uma órfã humana, fraca e—

- Chega, Haru – tocou os lábios dela levemente em um sinal claro para que se calasse – Eu já entendi sua escolha. – A garota concordou com um aceno, fechando os olhos lentamente quando sentiu o toque suave em seu rosto – Pare de chorar.

- Eu gostaria de parar... – Deu um pequeno sorriso, abrindo os olhos novamente quando perdeu a sensação do toque em seu rosto – Mas, não consigo...

- Está tudo bem, Haru... – Afastou a garota de seu corpo, empurrando-a gentilmente para o quarto improvisado – Você está cansada, durma e se sentirá melhor pela manhã.

- Não quero que vá embora... – Ela murmurou enquanto ele estendia o futon no chão.

- Ficarei com você esta noite. – Virou de costas esperando que a garota trocasse de roupa e deita-se antes de sentar-se no chão a seu lado. – Durma sossegada, Haru.

Ela concordou com um aceno e estendeu a mão para ele, sorriu quando ele apertou a sua e fechou os olhos.

- Boa noite, Sesshoumaru.

O jovem yokai apenas sorriu silenciosamente, virando o rosto para a pequena janela. Apertou a pequena mão que segurava a sua enquanto observava a lua cheia iluminando o céu escuro.

'Ao menos isso tudo serviu para alguma coisa... Por muito tempo pensei que você olhasse para mim apenas como um irmão, Haru' Olhou para a garota que dormia serenamente a seu lado ' Sempre pensei que ver lágrimas em seus olhos significaria dor... Mas hoje...' Sorriu quando a ouviu murmurar seu nome e apertar sua mão enquanto dormia 'Hoje suas lágrimas serviram para revelar algo que eu nunca tive coragem de perguntar'

Duas semanas depois

Sesshoumaru levantou os olhos das escritas que estava lendo ao ver o pai entrar no castelo com uma expressão irritada, suspirou pensando no que poderia ter acontecido dessa vez.

- ARASHI!

O jovem yokai continuou com a mesma expressão impessoal ao ouvir o grito do pai, olhou com desprezo para os servos que estremeceram com o som e continuou em silêncio. Deveria ter imaginado que sua 'adorável' mãe tinha algo a ver com os problemas que aconteciam.

- Onde está sua mãe?

- Não faço idéia. – Levantou calmamente aproximando-se do yokai mais velho – Não a vi sair do quarto hoje.

Inu no Taisho passou a mão pelos cabelos em um gesto que demonstrava sua impaciência e chamou pela mulher novamente. Passos foram ouvidos no andar de cima e uma serva apareceu olhando assustada para seu senhor.

- A senhora disse que não se sente disposta.

- Diga a 'senhora' que ela tem dez minutos para 'ficar disposta' e descer antes que eu resolva subir... – Estreitou os olhos dourados lentamente – Garanto que ela não vai gostar disso.

- Mas, meu Lorde—

- Agora!

Sesshoumaru levantou uma sobrancelha vendo a yokai estremecer antes de correr para o quarto novamente, virou sua atenção para o pai e esperou.

- Ela passou dos limites dessa vez...

- O que houve?

- Sesshoumaru... – Inu no Taisho olhou para o filho como se estranhasse sua presença ali antes de respirar fundo e dirigir-se a uma das salas do andar térreo. – Um ataque Yokai ao sul.

- Por que acha que isso tem algo a ver com minha mãe?

- Porque capturamos alguns dos yokais... – Sentou em uma das cadeiras ao redor do fogo antes de continuar – Foram contratados para esse 'serviço'.

Sesshoumaru olhou para o pai esperando que continuasse, até aí não havia provas reais de que Arashi tinha sido a mandante de tal ato... Até onde conhecia a mãe, sabia que ela tinha prazer de destruir e matar com as próprias mãos.

- Foram pagos com jóias – O lorde yokai jogou uma sacola de couro para o filho que a segurou sem abrir – Uma delas é um medalhão de casamento... Com o nosso brasão.

O jovem yokai olhou para o pai com descrença antes de abrir a sacola e procurar pela jóia descrita, despejou s várias peças ornamentais reconhecendo algumas de vista antes de pousar os olhos no grande medalhão com o brasão dos Inu Yokais do Leste. Fechou os olhos lentamente ao ler a inscrição na parte de trás da peça de ouro.

- Isto é...

- O medalhão que ela recebeu quando nos unimos. – Inu no Taisho estreitou os olhos quando passos foram ouvidos descendo a escada. – Ela não se contentou em pagar por nossa destruição... Achou que tinha que fazer isso com uma jóia de família.

Sesshoumaru virou para a figura da mãe parada na porta do aposento, mesmo com todo o controle adquirido com o passar dos anos não pode esconder um pouco de choque ao ver a expressão inocente no rosto feminino. Deixou a jóia sobre a mesa junto com as outras e começou a sair, ouvindo a melodiosa voz feminina ressoar antes de fechar a porta.

- Mandou me chamar, meu lorde?

- Sente-se, Arashi. – A voz do lorde yokai soou fria e impessoal, nem mesmo a raiva de antes era transmitida – Temos que ter uma conversa... Acho que adiamos demais o assunto.

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Arashi entrou no quarto lentamente, dispensou a serva com um olhar frio e sorriu sarcasticamente quando a idosa yokai correu para fora do cômodo batendo a porta atrás de si. Olhou para as paredes de pedra com ódio e por um momento pensou que talvez pudesse destruir tudo, com certeza isso a faria sentir-se melhor.

Sentou no beiral da janela depois de alguns minutos pensando que aquilo apenas daria ao 'marido' a satisfação de tê-la atingido. 'Maldito Inu no Taisho. Como ousa tratar-me como uma qualquer e expulsar-me do castelo? De suas terras?'

Pegou a primeira coisa que viu a sua frente e a jogou contra a porta, sorrindo satisfeita ao ver o pequeno pote de barro espatifar contra a superfície sólida e espalhar-se pelo chão. Yokais incompetentes deixando-se ser pegos... E nem ao menos tinham tido a decência de se livrar do pagamento. Caçaria os que tinham fugido e os mataria lentamente para que a partir daquele momento, todos aprendessem que não deviam falhar quando 'ela' os contratava.

'Uma semana...' Fechou as mãos afundando as garras afiadas na pele macia da palma sem perceber o sangue brotando do ferimento e caindo no piso frio ' Uma semana para partir daqui...'

Inu no Taisho tinha sido bastante claro que não haveria perdão dessa vez, entrara em contato com seu pai e a estava devolvendo para o Clã do Norte. 'Humilhada...' Sabia o que aconteceria quando retornasse para sua terra natal... Assim como o 'marido', seu pai era um homem que vivia pelas regras e com certeza seria punida severamente pelos atos que cometera. O simples pensamento a fazia estremecer.

Olhou em volta para todas as coisas que havia acumulado com o passar dos anos e como teria que levar tudo consigo, fechou os olhos pensando nas risadas e rostos satisfeitos dos criados ao vê-la sair do castelo de uma vez por todas. Não era segredo que nenhum deles gostava dela. Sesshoumaru ficaria livre a unir-se com a maldita humana que escolhera, aquilo era demais para 'superar e esquecer'.

'Inu no Taisho é o culpado.' Abriu os orbes dourados que brilharam perigosamente com tons vermelhos ' Ele e o maldito Sesshoumaru' Arrependia-se profundamente de ter vindo para as terras do leste, de ter tido o filho ingrato que teimava em sempre aliar-se a humanos inúteis e fracos. 'Se ele me obedecesse nada disso teria acontecido' Afundou mais as garras na mão e olhou para baixo ao sentir uma dor fina 'Humanos...' Levantou a mão com um sorriso curvando os lábios bem feitos enquanto via o sangue brotar do ferimento e escorrer por sua pele 'Qual melhor punição para um filho desobediente do que eliminar sua escolhida?'

- Haru... – Murmurou o nome com uma alegria que há muito tempo não sentia e virou-se para a janela observando a floresta que a separava de sua nova presa – As estações passam tão rápido... E você logo vai descobrir isso, meu querido filho...

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Continua.


Como eu disse antes de publicar, esse fic é para você, Kiki.

Especialmente este capítulo já que seu aniversário é hoje.

Feliz aniversário. Muitas, muitas felicidades para você.

N.A. – Oi minna,

Bem, para quem queria ver quais seriam as próximas ações de Arashi, aí está o segundo capítulo. Espero que goste, podem continuar a odiá-la, entendo perfeitamente o sentimento XD

Eu sinto muitíssimo a quem me perguntou algo sobre algo nesse fic, mas não poderei responder ainda. Juro que não é maldade ( ao menos não dessa vez ). O problema é que se eu parar para explicar algum ponto agora provavelmente terei que coisas que ainda estão por acontecer.

Prometo que quando esse fic for terminado ( Só falta uma parte, riam ou chorem, não sei O.o ) ainda restarem dúvidas, escreverei um texto explicando as partes confusas. Claro, que se alguém quiser se juntar ao fórum Mundo dos Fics ( podem encontrar o link no meu profile ) serão mais que bem vindos.Provavelmente postarei a explicação desse fic quando for terminado lá.

Muito obrigada a todos que me deram um retorno nesse fic, seja em reviews ou MSN. O único problema é que meu cérebro pré-histórico não consegue se lembrar a menos que esteja anotado ( frustrada), mas mesmo que eu não consiga lembrar o nome fico agradecida com os gentis elogios.

Obrigada em especial as reviews do ultimo capítulo - Akemi, Kiki, Kisamadesu, Sangô.:.Lupin, CaHh Kinomoto, Akane Kitsune, Tickle-chan( Beijos sumida ), LeilaWood, Megawinsome, Polly, KoHiMeOhSe, Shampoo-chan, Madam Spooky, Kikyou Priestess.

Ah sim, quase esqueci... Meus separadores de texto sumiram novamente... ( muito, muito irritada ) Site infeliz .

Por enquanto é só, minna

Kissus e ja ne,

Naru.

P.s. – Informações do andamento de outras fics, chequem meu profile clicando no link lá em cima.