Notas
Autora: Milagres acontecem!Depois de mais de um mês, saiu algo novo. E não prometo queo próximo saia rápido, porque depende muito de um ataque de inspiração. Eu enrolei no começo, e o fim saiu tudo de uma vez. O resultado está aí Reviews, claro XD - pelo que eu vi, o botão para 'submeter reviews' já voltou ao normal (XD)
Fic: Eu continuo mantendo as pausas de tempo entre uma parte e a outra. É o estilo da fic, eu não posso mudar, mesmo que aja uma diferença: às vezes a passagem de tempo é de horas, em outras, de um ou dois dias. E, aviso: eu não quis inventar muito, sobre assuntos como o novo professor de DCAT e coisas assim. Essa é apenas a minha visão do H/G do sexto livro, escrita pelo modo que eu acho que a Ginny veria. -.- A música não combina exatamente com o capítulo, mas eu me encantei pela letra e foi isso. (Já disse que quero reviews? xD) Então, até!
Reviews:
Miri: E os sinos tornam a tocar. xD Desculpe a demora, eu tive um forte bloqueio (Affe!). Mas fiz a continuação, espero que você goste Agora que estão em Hogwarts as coisas vão ficar... interessantes xD Maldades na minha mente, eu tenho que parar com isso De qualquer modo, obrigada pela review -
Michelle Granger: Histericamente respondendo XD Eu tenho uma fã? Diz que tenho! Não, não diga, se não meu ego infla e o sorriso não vai caber no meu rosto E tem mais sim, mas eu não sei quando vou escrever (-.-). Sabe ataques súbitos? Eu vou precisar de um - ou talvez de vários ¬¬' O.O Sucesso? Obrigada, então. Beijos!
Miaka: Olá! Ah, eu vejo o Rony como quem mais "Apóia" H/G depois que eu li OdF. Para mim ele vai 'juntar' os dois, mesmo que se arrependa (¬¬'). E eu vou manter isso. Fiquei feliz que você esteja gostando disso. O Rony me parece adorável, a você não? Eu digo nos livros... Em todo caso, obrigada pela reviews e Beijos!
Carol Malfoy Potter: Olá! estou me perguntando o que você quer dizer com "mais ação" XD Eu tenho uma mente péssima, é sério.E vou mandar mais sim (quando, não me pergunte...¬¬')! Ah, 'Apaixonada'? A fic tem uma fã xD Vou fazer o possível para o próximo sair 'em breve', mas não garanto nada... Então, até o próximo capítulo. Beijooooos!
Yasmine Lupin: Oi! Cabeças-ocas? São mesmo xD Mas ainda não é nesse capítulo que eles se acertam, embora... (-.-) Ah, leia e depois me diga o que acha. Eu diria que eles são'Devagar' xD E desculpe a demora (Bloqueios, entende...) desse capítulo - e do próximo também (-.-). Eu não sou nem um pouco pessimista... xD Até a proxima! Beijos!
Bruna Granger Potter: Oi! Fofa? Hum, obrigada! Estou feliz por você estar gostando E, depois de séculos, a atualização está aí x) Espero que você goste Beijooooos!
More Than Words Can Say
(Alias)
Here I am at six o'clock in the morning
Still thinking about you
O apito do trem soou, fazendo-a piscar os olhos, acordando. Não tinha idéia do motivo pelo qual estivera viajando, mas simplesmente passara os últimos cinco minutos fitando a plataforma apinhada de gente, com o olhar perdido. Ginny Weasley suspirou e se virou para um último abraço.
"Se cuidem" - Molly Weasley disse, dando um beijo na testa da filha.
"Mãe!" - Jorge sorriu, enquanto Ginny lhe abraçava. - Desse jeito até parece que eles não têm juízo - disse, num deboche.
"E não tem mesmo" - acrescentou Fred, como se isso fosse óbvio. Ambos os irmãos sorriram maliciosamente. - Ao menos, a nossa Gin, não tem - ele lhe passou um saco azul. - Apronte por nós esse ano, Ginny - acrescentou, piscando os olhos.
Ginny concordou com a cabeça, sorrindo. O trem apitou pela segunda vez.
"Você não vem?" - ouviu a voz de Harry perguntar, logo atrás de si, fazendo-a se virar maquinalmente.
"Claro" -rápido demais. E sorriu um tanto sem graça para o garoto. Por que tinha que fazer isso sempre?
"Eu..." - Harry pareceu se atrapalhar ao fitar os gêmeos. Pestanejou e desviou o olhar. - Te espero lá dentro. Até!
"Bom" - a ruiva fechou a porta e se debruçou na janela. -, Até as próximas férias - disse. – E sucesso com a loja.
"Obrigado" - Fred trocou um olhar com o irmão. - E, Gin... Vá logo. Harry está te esperando.
Ginny revirou os olhos. Até eles?
It's still hard, at six o'clock in the morning
To sleep without you
Ela contemplou Rony e Mione deixando a cabine e voltou seu olhar para a paisagem através da janela. Sua mão no bolso tocou o saco que Fred lhe dera e, por um momento, sorriu. Então, como se disposta a deixá-la triste, a imagem do irmão e da amiga apareceu num flash, fazendo-a menear a cabeça, tentando afasta-la.
"Aconteceu alguma coisa?"
A voz de Harry. Despertando-a. Ginny se virou lentamente para ele. Engraçado. Estava cansada - e a voz dele conseguia sempre lhe levantar o ânimo. Era mágica...
"Nada..."
Harry meneou a cabeça. Estava sentado em frente a ela, e, embora o olhar de Ginny estivesse fixo na paisagem, ela sabia que ele estava encarando-a.
"Ginny, se quiser mentir, vai ter que praticar mais" - ele retrucou, um pouco animado, como se aquilo fosse óbvio. Um leve sorriso passou pela face da ruiva e seus olhos castanhos brilharam, mas Ginny Weasley continuou fitando o verde das montanhas que passava. Praticar mais... Irônico. Ela simplesmente conseguia mentir tanto sobre seus sentimentos acerca dele...
"Eu apenas... Não que eu quisesse... Não faz o meu estilo, mas... Eu imaginei que iria ser monitora esse ano" - e corou, com um sorriso sem graça.
Harry continuou fitando-a.
"Era tão importante assim?" - a voz dele era baixa.
"Não" - ela meneou a cabeça, com um sorriso enviesado. - Mas...
"Eu estou feliz por você não ser monitora" - Harry disse, de repente. Ginny se virou para encará-lo, séria. - Se não, você não estaria aqui.
Duplo sentido. Outro sorriso incontrolável.
And I know that it might
Seem too late for love
"Aonde você vai?" - Rony lhe perguntou, na hora em que se levantou. Ginny revirou os olhos.
"Dar uma volta" - ela respondeu, com descaso, se espremendo para passar entre Rony e Hermione. O irmão deu uma mordida num Sapo de Chocolate e revirou os olhos.
"Thomas estava te procurando" - Hermione a informou e Ginny, evitando olhar para outro lado que não a porta, teve a impressão de que todos na cabine tinham os olhos voltados para ela. - Por isso Rony está emburrado - acrescentou,
"Se eu o encontrar, eu converso com ele" - Ela frisara as palavras "se" e "converso". Trocou um olhar com Hermione e um sorriso se formou em sua face. - De qualquer forma, estou procurando Luna.
"Eu a vi" - a voz de Rony soou, de repente, e o sorriso de Hermione se apagou enquanto ela meneava a cabeça. - Luna nos cumprimentou quando saímos da cabine dos monitores. Ela estava no terceiro vagão.
"Você parece ter reparado muito bem, Rony" - interrompeu Hermione, de repente, olhando acusadoramente Rony. O ruivo franziu a testa.
"Mas ela..."
"Não faz diferença" - a garota abriu um livro e pareceu indiferente a tentativa de Rony de chamá-la. Ginny teve que trocar um olhar com Harry.
Os amigos eram tão óbvios...
All I know
Um grupo de quintanistas a cumprimentou enquanto passava pela mesa da Grifinória, ao mesmo tempo em que outro garoto, mais para o fim da mesa, também estendia a mão. Ginny parou, por alguns momentos, e falou com os amigos do mesmo ano.
"Você não vai se sentar com eles?" - Rony perguntou, os olhos apertados ao fixar o outro garoto que acenara para a irmã caçula.
Um lento sorriso se espalhou pela face de Ginny, mas ela desviou o olhar. Hermione soltou um muxoxo de impaciência enquanto fitava o amigo.
"Não, Rony" - a ruiva respondeu, muito calma. - Mas não se preocupe. Não vou ficar com o trio - acrescentou, como se aquele fosse o verdadeiro motivo da irritação de Rony.
"Mas você não se senta sempre com seus amigos?" - o irmão perguntou, pressionando-a e Ginny percebeu, irritada, que ele notara isso.
"'Sempre'" é uma palavra muito forte, Ronald Weasley. - Ela suspirou. - Por que não pergunta logo o que você quer saber? - Ginny exclamou, quando o irmão abriu a boca, fazendo Harry e Hermione se virarem para os dois.
Rony parou.
"Você vai se sentar ao lado do Thomas" - não era uma pergunta. O tom dele foi quase cansado, como se aquilo fosse óbvio.
"Há algum problema nisso, Rony?" - O ruivo apenas lhe lançou um olhar bem claro. Ginny corou, de súbito. - Ele é meu amigo, nada demais.
Rony resmungou qualquer coisa e Ginny respirou fundo. Sentia o olhar de Harry, repentinamente, sobre ela quando se sentou ao lado de Dino Thomas e começou a conversar com ele. Ela evitou o olhar do irmão. Sabia que as mesmas coisas que lera antes ainda estavam escritas nos olhos do irmão.
"O problema, Ginny Weasley, é que ninguém no mundo fará você esquecê-lo".
Ele estava certo.
I need you now
More than words can say
"As palavras de Dumbledore foram bonitas" - ela pegou-se segredando a Harry, quando se viu ao lado dele. Eles subiam a escada.
"Ele falou sobre Sirius" - Harry acrescentou, parecendo saudoso. Sorria. Ela parou, de repente, na escada, fitando-o. Não era um sorriso fraco, não era falso. Os olhos verdes brilhavam. Ela poderia ficar a vida inteira o observando... Aquele sorriso franco tinha o poder de deixá-la tão... completa... - Ginny? - Harry também parara. A ruiva meneou a cabeça, pestanejando. Ele ainda sorria.
"Desculpe, eu... Estava viajando" - Ela acenou com a cabeça e desviou o olhar. - De uma forma indireta, mas Dumbledore falou de Sirius - concordou, voltando a andar. Harry acompanhou-a, parecendo pensativo. - Você está bem?
"Como?"
Ela encarou-o gentilmente.
"Eu imaginei que você ficaria um pouco 'triste' quando Dumbledore começou o discurso."
Harry lhe lançou um rápido olhar antes de responder. Seu sorriso diminuíra, ainda que os olhos mantivessem o brilho.
"Na verdade, Gin, eu estou melhor desde as férias."
"Algum motivo especial?" - ela perguntou, subitamente. Sorriso incontrolável. Por que ele a chamara por "Gin"?
Ele piscou. Murmurou algo inaudível e virou a cara.
"O quê?" - ela perguntou, confusa. Harry revirou os olhos e lhe encarou.
"O motivo é você" - disse, numa calma incrível, instante antes de um grupo de setimanistas os separarem.
I need you now
I've got to find a way
"Bom dia" - ela desejou, aérea.
"Olá" - Luna Lovegood disse, quase no mesmo tom que a amiga. Por um instante, desviou os olhos do 'Pasquim'. - Vai se sentar aqui?
Ginny olhou distraidamente para a mesa da Corvinal. Havia poucas pessoas ainda, em todo o salão – oito horas da manhã era realmente muito cedo para o primeiro dia de aula. Bocejou e puxou para si um copo com suco.
"Há algum problema?"
"Se você diz que não... Na verdade, só pensei que fosse ficar com eles" – e fez um gesto negligente em direção a mesa da Grifinória. Se virando, Ginny viu que Luna mostrara Harry, Rony e Hermione. Um rubor súbito cobriu a face de Ginny ao ver Harry comendo qualquer coisa, calmo, enquanto Rony e Hermione conversavam. Ela desviou o olhar depressa.
Gin...
"Não, eu estou bem aqui. E Rony virá com aquela conversa sobre eu e o Dino..." – ela fez uma careta. Luna pousou o cálice na mesa e encarou-a. Sonhadoramente.
"Ele já te perturbou inúmeras vezes. Uma a mais, uma a menos, não faria diferença."
Ginny revirou os olhos.
"E...?"
"Eu só imagino o que tenha acontecido para você querer ficar longe de Harry."
"Eu realmente não te entendo" – Ginny cortou-a. – Você devia parar de fingir que é lunática.
Luna sorriu.
"Como foi seu verão?" – a ruiva perguntou, mudando bruscamente de assunto, embora ainda pensasse naquilo. Afinal, Ela era o motivo...
I need you now
Before I lose my mind
As palavras, por mais que ela desejasse ignorá-las, pareciam presas a sua mente.
" 'O cavaleiro corre um grande perigo, minha querida.Posso ver a morte lhe espreitando... E você se arriscará, quantas vezes forem precisas, porque esse é o seu destino...'"
Encostou-se na parede e fechou os olhos, apertando a têmpora, querendo que aquela maldita dor de cabeça sarasse. Trelawney conseguira, enfim, acabar com sua tarde...
O som de vários passos, que pareciam vir de uma sala qualquer, despertou-a. Forçando-se a sorrir, como se estivesse tudo normal, deu meia-volta, em direção ao Salão Principal. Isso. Jantar certamente lhe faria bem.
"Ginny!" – ela se virou automaticamente. Por um brevíssimo instante, sorriu de verdade.
"Olá, Dino" – Tudo que queria era ficar sozinha...
"Você já saiu da aula?"– ele perguntou, caminhando junto com ela.
"A Profª Trelawney nos liberou mais cedo. Ela e Firenze não estão se entendendo muito bem porque Trelawney insiste que Jannete McClair vai morrer, então... E você?"
"Acabei de sair da aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. Ele..." – Dino Thomas parou, de chofre, lhe encarando. – Gin, você está bem? – Gin... Ele lhe chamara de 'Gin'. Mas aquele apelido ficava tão... Estranho quando era dito por ele. Não tinha a magia de Harry, definitivamente não...
"Estou" – não conseguia mais fingir o sorriso. Respirou fundo. Será que sua cabeça não podia parar de doer?
"Ginny!" – não era a voz de Dino. Pestanejando – sua visão estava ficando cheia de pontos pretos... -, ela encarou Harry, Rony e Hermione. O olhar de Rony foi dela para Dino e se tornou subitamente frio. – Mas que d...
"Rony!" – ela reuniu suas últimas reservas de força. – Me deixa em paz – murmurou, e, então, fazendo uma força desesperada para não desmaiar, correu para o Salão Comunal.
I need you now
Here I am, I'm looking out my window
Perfeito. Agora, tinha um peso na consciência por ter agredido seu irmão injustamente – mesmo que tivesse a total certeza de que ele iria criticá-la – e a dor de cabeça só piorava. Desviou o olhar para a janela e encarou o céu, já num azul escuro, onde as estrelas despontavam. Talvez fosse uma boa idéia se jogar dali...
Fechou os olhos e pousou a cabeça no parapeito da janela. A visão de Sibila Trelawney, a sua frente, lhe falando sobre seu suposto destino voltou com força. Meneou a cabeça, como se estivesse decidida a esquecê-las, mas, ao fazer isso, teve a impressão de que sua cabeça iria explodir.
"Será que você não pode me deixar em paz por um segundo?" – resmungou, massageando a têmpora direita.
"Quem não pode te deixar em paz?" – a voz chegou-lhe aos ouvidos, e demorou um pouco para registrar seu dono. Por outro instante, sorriu. Como se algum dia não pudesse reconhecer aquela voz...
Abriu os olhos e, numa visão ligeiramente embaçada, viu que Harry se sentara na poltrona à sua frente. Ela pestanejou e desviou o olhar.
"Não é nada."
A sombra de um sorriso passou pela face de Harry.
"Rony tem razão" – disse, se encostando à poltrona e fitando-a longamente. Ginny estremeceu, mas manteve seu olhar fixo à janela. – Você é parecida comigo. Também não sei mentir.
Agora, a sombra de um sorriso se espalhava pela face dela.
"Dor de cabeça" – disse, sincera. – Há dias eu estou com isso...
Por um breve instante, ela poderia jurar que Harry pareceu muito estranho com essa informação.
"Você devia ir a Ala Hospitalar."
"Não é doença ou algo do tipo" – cortou, franzindo a testa quando o viu se levantar e se sentar ao seu lado.
"O que é, então?" – Próximo. Harry estava próximo dela. Sua cabeça latejou, mas ela simplesmente ignorou.
"Eu..." – ela considerou dizer "Eu não sei". Hesitou, por dois segundos, então, se virou para ele. Olhos verdes. Não poderia mentir agora nem se quisesse... – Eu ando tendo alguns sonhos – murmurou. – São estranhos. Ruins.
"Eles não te deixam dormir?" – não era uma pergunta, apesar do tom levemente interrogativo. Ela concordou com a cabeça. – Eu estou com você agora. Pode dormir – ele sussurrou. Ginny sorriu.
"Obrigada, Harry" – e, para sua surpresa, ele também sorriu. Ginny o encarou, parecendo fascinada com o sorriso. – Eu... acho que vou dormir, lá em cima, não se preocupe. Está... Está tudo bem – maravilhosamente bem.
Harry concordou com a cabeça e seu sorriso diminuiu um pouco – contudo, ela ainda sorria abobalhada quando ele tomou-a pela mão e levou-a até a escada.
"Se você quiser alguma coisa" – Harry disse, de repente, acariciando-lhe a mão. Um súbito arrepio percorreu o corpo dela e Ginny fez força para ignorar -, eu vou estar aqui dessa vez. Boa noite – ele desejou. Ginny fitou-lhe nos olhos e, com um suspiro, deu-lhe um beijo na face.
"Para você também" – murmurou. Antes de subir, seu olhar desviou-se para um canto e, estática, viu Rony lhe encarando, parecendo abismado, porém satisfeito. Com outro suspiro, ela subiu as escadas. E, para variar, teve uma noite boa.
I'm dreaming about you
Can't let you go, at six o'clock in the morning
I feel you beside me
"Ginny!" – a amiga a chamou pela quinta vez, agora num tom irritado. A ruiva pestanejou e encarou Nathalia Thompson com o olhar perfeitamente calmo, apesar dos olhos azuis da outra estarem disparando faíscas. – Será que você pelo menos podia fingir que está prestando atenção a Snape? Sua poção está verde. Preciso lhe lembrar de que ela deveria estar roxa?
A ruiva meramente deu de ombros, enquanto acrescentava uma essência à Poção da Confusão. O professor de Poções estava a poucas carteiras de distância e, por mais que ela o odiasse, não queria levar uma detenção na primeira semana de aulas. Com uma careta, começou a mexer o caldeirão, sua mente longe dali.
Estranho – isso devia resumir tudo. Ela tinha esquecido ele, entretanto... Mentira – pôde ouvir uma voz, que estranhamente lhe pareceu de Rony, ecoar em sua cabeça. É pura mentira. Você nunca o esqueceu. Você pode fingir que quer esquecer. Mas nunca vai conseguir. Porque você o...
"Srta. Weasley!" – isso despertou-a. Ginny ficou seriamente dividida sobre qual das vozes era mais irritante: Se a de Snape ou a de sua mente.
"Sim?" – abaixou os olhos para a poção. Roxa. Será que aquilo era um problema?
"A senhorita ouviu minhas instruções?" – perguntou, numa voz alta e debochada. Do outro lado da sala, ela viu os sonserinos rindo. Fazendo força para ignorá-los (e contendo a um impulso de matá-los), Ginny encarou Snape.
"Acho que sim."
"Então, de que cor sua poção deveria estar?"
"Roxa, eu diria."
"Ela deveria estar roxa há cinco minutos. Neste exato momento, ela tinha que estar azul-clara."
"Oh!" – O mau-humor atacava novamente. Ela fingiu um sorriso espantado. – Eu peço desculpas então.
Os olhos de Snape se estreitaram.
"Menos cinco pontos da Grifinória pela impertinência, Srta. Weasley" – ele disse, com um sorriso satisfeito, no momento em que a sineta batia. – E da próxima vez, é detenção.
Nathalia soltou um muxoxo enquanto jogavam as coisas na mochila.
"Você faria melhor se prestasse mais atenção nas aulas do que ficar pensando nele."
Ginny revirou os olhos.
"Eu não estava pensando em Harry."
Nathalia sorriu lentamente, conformada.
"E quem disse que eu estava falando de Harry Potter?"
And I know that it might
Seem too late for love
For love Oh, Oh, Oh
"Quando vocês vão fazer as pazes?" – Luna Lovegood perguntou, indicando Rony sentado numa mesa da biblioteca próxima à janela, com Hermione, aparentemente fazendo a tarefa.
"Quê?" – Um fraco sorriso apareceu na face de Ginny. – Ah, sendo sincera, ele não está tão bravo comigo assim – suspirou e molhou a pena no tinteiro. – Como você soube que eu briguei com ele?
"Todos estavam falando disso. Mas como você aparentemente me ignorou, e se esqueceu de comentar isso... Não foi tão sério, foi? Ouvi umas coisas muito estranhas."
Um brilho maroto se formou nos olhos da ruiva.
"Me conte."
"Um primeiranista estava falando sobre uma briga entre dois cabelos-vermelhos que tinham saído no tapa antes de se transformarem em burros" – Luna comentou, franzindo a testa, no momento em que Ginny soltava uma gostosa gargalhada. Algumas pessoas lhe lançaram olhares de censura, e ela tapou a própria boca.
"Deus! Eles não podiam ter inventado nada pior, eu acho."
"Podem. Aquela garota da sua casa, Diane, comentou para todo mundo que quisesse ouvir que vocês tinham brigado porque você estava conversando com Thomas enquanto estava, na verdade, namorando Harry."
"O quê?" – ela procurou abafar o grito. Houve mais alguns olhares de censura que Ginny ignorou. Então sorriu, num tom que sugeria que algo era uma excelente piada. – Ok, agora eles viajaram completamente.
"Não sei por quê" – a amiga revirou os olhos.
"O que você quer dizer com isso?"
Ela piscou os olhos inocentemente, enquanto procurava algo num livro.
"Não vá dizer que seria inteiramente estranho se você e ele estivessem namorando."
A ruiva não hesitou.
"Seria. Porque... Eu sou simplesmente a irmã do amigo dele, entende?" – e pareceu incomodada quando Luna levantou os olhos para lhe encarar. Ginny desviou o olhar para o livro, sem ver, na verdade, nenhuma letra do livro.
"Qual o problema nisso? Seria 'impossível' se você fosse irmã dele."
"É como se eu fosse" – ela acrescentou.
"Mas você não é."
"Não faz diferença" – mentiu, num tom de que o assunto acabara. Em geral, isso funcionaria com qualquer pessoa. Mas não com Luna.
"Já disseram que você não sabe mentir?" – Luna retrucou, com um sorriso enviesado. Mirou o livro de Transfiguração nas mãos de Ginny. – E, a propósito, o livro está de ponta-cabeça.
I need you now
More than words can say
Ela bocejou, desejando terminar logo aquilo. Tornou a medir a redação. Ótimo, pensou, irônica, só faltam quatro centímetros...
"Estou te atrapalhando?" – Rony.
Sim, meu querido irmão, você está.
"Não" – monossílabo. Era sempre uma excelente tática para acabar com conversas indesejáveis.
Ele pareceu-lhe nervoso.
"Ah, Gin, eu…" - Respirou fundo e se sentou ao seu lado. Ela fez força para não desviar o olhar da tarefa. – Ah... O que você está fazendo?
"Lição. História da Magia. Só faltam alguns centímetros" – respostas diretas. Outra tática. – Por quê?
"Eu... Queria conversar com você...?"
Ginny pestanejou.
"Isso é uma pergunta ou uma afirmação, maninho?"
"Maninho?" – ele sorriu. – Você não está mais brava comigo?
Mais dois centímetros só...
"Eu nunca estive de fato, Rony. E sei que você também não está." – E sorriu. Era um sorriso idêntico ao do irmão.
"O que lhe dá essa certeza?"
"Eu diria que você me desculpou no momento em que me viu com Harry" – murmurou, revirando os olhos.
"Odeio quando você tem razão" – ele afirmou, bocejando. – Agora, eu queria te fazer uma pergunta. – Ela apenas acenou com a cabeça, concordando. – Está acontecendo algo entre você e Harry?
A pena parou, de súbito, de riscar o pergaminho.
"Não" – Frieza. Não era uma tática para acabar com uma conversa.
"Gin..."
"Eu já lhe respondi, Rony. Nós somos apenas amigos."
"Você quer ser apenas amiga dele?"
Ginny pestanejou.
"E se eu quisesse?"
"Eu diria que você está mentindo" – resposta rápida. Ele devia ter treinado para aquilo.
"E se eu dissesse que não quero ser apenas amiga dele? E se eu dissesse que ainda gosto dele, mas apenas cansei?"
Ele suspirou.
"Eu diria que, enfim, você está admitindo a verdade. Boa noite, Gin."
I need you now
I've got to find a way
I need you now
Before I lose my mind
"Você não dormiu bem."
"Grande constatação" - resmungou. - Onde Rony e Harry estão? – Ginny perguntou, esfregando os olhos e bocejando. Faltava apenas vinte minutos para a primeira aula, e a ruiva tinha acordado há poucos minutos, o que a fazia ter que tomar o café correndo antes de subir para a Aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.
Hermione revirou os olhos e ficou lhe encarando.
"Já foram para a aula. O que aconteceu?" – perguntou, paciente. Ginny demorou a responder, parecendo muito ocupada com os talheres.
"Eu fiz as pazes com Rony" – disse, num tom que sugeria estar arrependida disso.
"Eu sei dessa parte. Passei a tarde inteira de ontem tentando convencer seu irmão de que ele deveria voltar a falar com você" – ela sorriu. – Ele é quase tão cabeça-dura quanto a irmã.
"Outra constatação maravilhosa" – a ruiva retorquiu, sorrindo agora. – Eu diria que é mau de família.
"Isso ainda não justifica você não ter dormido bem" – observou Hermione.
Ginny deu de ombros.
"Foram só alguns pesadelos" – aquilo era uma meia verdade. Afinal, pensou ela com amargura, o que há demais em não ter dormido porque ficou pensando nele?
"Gin..." – Hermione suspirou. A ruiva revirou os olhos.
"Eu juro que vou aprender a mentir" – murmurou, enquanto a outra sorria.
"Tem a ver com Harry?"
"Por que todo mundo acha que tudo que eu faço tem a ver com Harry?" – Mas Hermione continuou lhe encarando, fazendo-a menear a cabeça, como se estendesse a bandeira branca. – Porque provavelmente tem – disse, em resposta a sua própria pergunta.
"Vocês poderiam se entender" – ela sugeriu, fazendo Ginny se engasgar.
"Eu e Harry?" – e sorriu ironicamente. – Não mesmo. Eu vou ser sempre uma garotinha para ele.
"Não sevocê não quiser" – retorquiu Hermione, sorrindo ao se levantar. – Eu já vou, a minha aula é do outro lado do castelo.
"Você andou treinando essa conversa com Rony?" – Ginny perguntou, de súbito, desconfiada.
"Não" – e piscou os olhos.
"Vocês dois falaram quase a mesma coisa" – disse, com um sorriso nos lábios. – Eu acho que estou começando a acreditar em almas gêmeas.
Hermione limitou-se a revirar os olhos. Ginny se sentiu satisfeita.
I need you now
More than words can say
I need you now
"Eu não faria isso se fosse você" – declarou Ginny a Harry, olhando para o tabuleiro de xadrez. Ela decidira que ver eles jogarem era decididamente mais interessante que a tarefa de Herbologia, embora Hermione, a seu lado, não parasse de criticá-la. É sexta, pensara, numa desculpa para não estudar.
"Por que não?" – Harry perguntou, confuso, enquanto Rony parecia fazer força para não discutir com a irmã.
"Se você fizer isso, vai deixar o bispo dele ficar livre para o xeque-mate. Agora, se você..." – ela esticou a mão para tocar no cavalo dele – ... colocar esse aqui, vai poder acabar com a rainha dele.
"Obrigado" – ele disse, animado, quando Rony teve que deslocar um bispo que certamente não deveria ter se movido.
"E agora" – Ginny acrescentou -, você coloca o bispo para matar a rainha e então dá o xeque-mate.
"Ei! Isso não vale!" – resmungou Rony, um tanto chateado quando Harry fez o que Ginny lhe dissera e lhe venceu.
"Não seja tão chato, Rony " – ela respondeu, rindo.
"Agora Harry lhe deve uma" – Rony retorquiu, de súbito, guardando as peças sem olhar para a irmã ou para o amigo. Cada um deles lhe lançou um olhar específico.
"O que você quer dizer com isso?" – o moreno perguntou, num tom que sugeria descaso.
"Ah, você sabe. " – E encarou as unhas inocentemente. Hermione parecia fazer força para não rir. – Você tem que fazer algo para Ginny em troca.
"Eu não quero nada" – Ginny se apressou em dizer. Rony riu.
"Eu não estou falando de exploração, Gin. Eu diria algo como... Harry poderia te pagar uma cerveja amanteigada na próxima visita a Hogsmeade."
"Isso parece justo – Harry concordou, encarando o teto, como se ele fosse a coisa mais interessante que já vira."
"Em outras palavras, você sugere que eu vá com vocês?" – perguntou Ginny, erguendo as sobrancelhas, do mesmo modo que o irmão costumava fazer, embora ela não conseguisse fazê-las sumir entre os cabelos ruivos.
"Ah, eu nem sonharia" – Rony suspirou. – Eu vou com Hermione. – Ele desviou o olhar, de repente, enquanto Hermione lhe encarava chocada.
"Como assim?" – Hermione e Ginny perguntaram, ao mesmo tempo.
"Hum. É. Se Mione não se importar." – Ele olhou cautelosamente para ela. – Se você não tiver outro compromisso...
Eles trocaram um olhar por vários segundos. Então, lentamente, ela acenou.
"Então você pode ir com Harry, Gin" – concluiu Rony, desviando o olhar de Hermione, as orelhas repentinamente coradas.
"É interessante saber que a minha opinião conta" – ela observou, revirando os olhos com descaso, arrumando suas coisas. – Vou subir. Boa noite.
Harry fez um movimento qualquer.
"É tão desagradável a idéia de ir comigo a Hogsmeade?" – ele perguntou, preferindo encarar a janela ao teto agora.
A ruiva estremeceu.
"Não é isso."
"Então vá comigo" – e encarou-a, sério. Ginny piscou, supresa. Ele estava convidando-a?
Houve um segundo interminável.
"Ok" – ela nunca dissera um "Ok" tão satisfeita.
Sorriso incontrolável.
Oh I got to hear you say
I need you now
Before I lose my mind
Ela tinha um sorriso nos lábios.
"Eu realmente não sei se prefiro você alegre demais ou de mau humor " – Nathalia observou, ao lhe fitar quando saíram da Sala de Transfiguração. – De nenhum dos jeitos você presta atenção à aula! O que aconteceu?
" Tive um sonho bom "– a ruiva respondeu, sorrindo.
" Qual? "
Ginny riu.
" Se eu te contar meu sonho, ele não se realiza, é claro. "
" Sonho?" – Dino Thomas. O sorriso dela vacilou por alguns segundos, mas Ginny se virou para o amigo. Nathalia olhou de um para outro antes de evaporar. – Foi comigo?
"Olá" – disse, à guisa de responder-lhe. Não, Dino, não foi com você...
"Oi. Muito estudo?"
"Ah, ano de N.O.M's... Por quê?"
Ele parou, encostado numa parede, fazendo-a parar também. Ginny piscou os olhos.
"Você não tem falado comigo."
"Só falta de tempo mesmo" – ela disse, lentamente. – E acho que nós nos desencontramos.
"Eu imaginei que você estivesse fugindo de mim" – Dino retorquiu, com um sorriso nos lábios.
"Impressão sua" – e revirou os olhos. Ele se aproximava dela.
"Gin..."
Só Harry lhe chamava de Gin...
"Seja direto, Dino" – pediu, encarando-o nos olhos.
"Você vai sair comigo?" – ele perguntou, gentil. Estava à sua frente. E parecia querer se aproximar ainda mais. – Isto é, em Hogsmeade.
Ela considerou que seria muito mau lhe negar logo de vez. Estava de excelente humor.
"Ah, Dino, eu..."
"Quieta..." – ela podia sentir o hálito dele sobre seu rosto. Pestanejou. Não podia fazer isso...
"Desculpe, Dino. Eu já aceitei um convite" – respondeu, pálida, dando-lhe as costas, e deixando um Dino confuso.
Não faça eu me arrepender, Harry... Por favor.
I need you now
I need you now
Mais do que palavras podem dizer
Aqui estou eu às seis horas da manhã
Ainda pensando em você
É muito difícil, às seis horas da manhã,
Dormir sem você
E eu sei que pode
Parecer muito tarde para o amor
Tudo que eu sei
É que preciso de você agora
Mais do que palavras podem dizer
Eu preciso de você agora
Eu tenho que encontrar um modo
Eu preciso de você agora
Antes que eu perca minha mente
Eu preciso de você agora
Aqui estou eu, olhando para fora da janela
Sonhando com você
Não posso deixar você partir, às seis horas da manhã
Eu sinto você ao meu lado
E eu sei que pode
Parecer tarde parao amor
Para o Amor, oh, oh, oh
Eu preciso de você agora
Mais do que palavras podem dizer
Eu preciso de você agora
Eu tenho que encontrar um modo
Eu preciso de você agora
Antes que eu perca minha mente
Eu preciso de você agora
Mais do que palavras podem dizer
Eu preciso de você agora
Oh, eu tenho que te ouvir dizendo
Eu preciso de você agora
Antes que eu perca minha mente
Eu preciso de você agora
Eu preciso de você agora
