Capítulo 4

Desculpa!

O dia passava tranqüilamente na O.B.W, e os garotos já estavam bem mais à vontade. Norah, muito simpática, havia mostrado toda a casa e apresentado todas as garotas, que eram cerca de umas vinte e cinco.

Enquanto os outros jogavam pôquer, só que uma versão bruxa, mas não deixando de lado a regra de que quem perdesse tirava uma peça de roupa, Harry teve uma súbita vontade de ir ao banheiro...

Com licença - disse chegando perto de um grupinho de garotas e dando seu melhor sorriso.

Claro gatin... quer dizer... Harry! – disse Samantha, uma garota aparentemente tímida, mas que Harry adorou.

Bom... alguma de vocês poderia me dizer aonde é o banheiro?

É só subir a escada principal, seguir por um corredor à direita, dobrar a esquerda, que você dará de cara com o banheiro... – pausou pensativa – precisa de ajuda?

Não, obrigada!

Ok!

Harry foi à sala, subiu a escadaria de mármore claro forrada com um carpete rosa choque e seguiu pelo corredor direito, e ao olhar para o lado, viu uma porta aberta. Pela fresta, via-se Vicky sentada na penteadeira com os cabelos soltos, que eram mais lisos perto da raiz e ia ficando ondulado até se encher de cachinhos mais nas pontas. Ela estava se maquiando, passando lápis no olho, quando foi interrompida por uma batida na porta...

Pode entrar! – assentiu curiosa.

Oi, licença...

Ahh, é você Potter!

Desculpe, mas naquela hora eu...

Você...

Eu na verdade não sei o que eu fiz para você sair nervosa daquele jeito da sala de música.

Não foi você e...

Eu sei que às vezes... Bom, eu sei que sempre flerto com todas as garotas, mas ninguém ficou desse jeito!

Esse é o problema! Eu sou alguém. E com licença... eu preciso ir! – exclamou irritadiça.

Mas...

Tchau. – e assim ela saiu do quarto com Harry em sua cola.

Desculpa! – ela pausou.

Desculpe você, é que eu estou nervosa. Ontem eu terminei com meu namorado e... – ela continuou falando, mas Harry estava se ocupando com outra coisa em sua mente. De certa forma, ficara feliz com a notícia.

Tudo bem, eu só espero que você melhore e que sejamos amigos!

Espero o mesmo! – e dizendo isso, ela se aproximou dele e lhe deu um beijo na bochecha e logo saiu pela porta que levava à sala de pôquer, deixando Harry pensando...

Bem que o Rony disse que conversar às vezes pode ser legal... – e dizendo isso, também seguiu para a sala de pôquer...

Oi Harry – disse Rony – Onde você esteve?

Por aí... – disse observando ao longe Vicky.

Tem certeza? Hehehe.

Absoluta!

Bom, estávamos pensando em ir embora, afinal já estamos aqui há um bom tempo...

Pode ser...

Você encontrou com o Colin?

Não, por quê?

Eu acho então que ele está se divertindo, hehehe.

Com quem? – perguntou Harry espantado.

Com a Samantha...

Uau! Tem certeza?

Acho que sim, então? Esperamos?

Não! Deixa rolar...

Dizendo isso, eles foram se despedir das garotas, que os convidaram para ir mais vezes lá, e foram embora.

Três dias se passaram e Gina também resolveu se hospedar na casa de Harry. Nas duas últimas noites eles foram a duas discotecas badaladas da cidade e se divertiram muito juntos em parques e lanchonetes. Harry estava experimentando sensações e coisas que nunca tivera a oportunidade de viver por causa do Dursley. Mas mesmo com tanta diversão, Harry não pode deixar de notar que Sirius a todos os momentos que estavam juntos ficava um pouco distante...

Sirius... – chamou Harry quando estavam sozinhos.

Harry? – respondeu depois de três chamados do afilhado.

Você anda muito estranho ultimamente! É falta de mulher, não ehh? – zombou.

Você é bem parecido comigo quando eu era jovem... tudo era mulher. – Harry riu.

Mas, falando sério... O que esta acontecendo?

O contrário do que você falou.

Obaaa! Tem mulher sobrando! Passa pra mim? – brincou novamente, mas recebeu um olhar desaprovador do padrinho.

Eu recebi uma carta...

Uma carta?

Sim, uma carta...

E era de quem?

Você não conhece, mas acho que vai conhecer logo logo.

Fala... era de alguém importante?

Era da minha ex-mulher...

O QUEEÊ? Você tinha mulher?

Sim! E não é só isso.

O quê mais?

Eu descobri que na verdade, a minha afilhada, é minha filha...

Você tem uma filha? Como?

Quer mesmo que eu te explique como? – zombou.

Não, obrigada... Mas continuando?

Na época que a gente namorava, ela começou a ficar um pouco estranha e separou de mim por um motivo que até eu receber a carta eu não entendia.

E qual era?

Espere, deixa-me continuar. Aí, cerca de um ano depois eu encontrei a irmã dela com uma filha. E como a Joanne era minha amiga, ela me convidou para ser o padrinho de Lindsay.

Então Lindsay é sua filha com Joanne?

Nãão... Lindsay é minha filha com Christine, e as duas criaram a menina escondendo isso dela até hoje... até hoje ela acha que eu sou seu padrinho.

Mas por que Christine quis esconder a menina de você?

Achava que eu não ia querer mais ficar com ela...

E por que agora?

Disse que já era hora do reencontro... mas sabe de uma coisa? Eu não tenho raiva dela.

Não?

Acho que foi até melhor... pelo menos agora eu posso garantir uma boa vida a elas.

Espere um pouco...

O quê?

Elas vão vir para cá?

Olha Harry desculpe... eu sei que a casa é sua, mas...

Não é isso! Não estou falando disso... calma. Você vai resolver! Acredite, tudo vai dar certo!

Obrigada Harry!

De nada! – e assim ia saindo da sala, mas antes... – Sirius?

Harry?

Sua filha é gatinha?

Sirius rosnou zombando com a cara de Harry, e o mesmo saiu da sala correndo para ir encontrar e contar para seus amigos...