A História de Nós Dois

Terceiro Capítulo

A História de Nós Dois

Draco não se contentara em ir para a sala combinada apenas no horário marcado. Ele fora logo depois do almoço, e só então pôde notar o quanto aquela sala era estranha.

Nunca a tinha conhecido, e era incrível como ela tinha tudo o que ele precisava naquele momento: uma estante com bons livros, uma mesa com algumas frutas, chocolates e água, gostosas almofadas no chão e uma bela vista da janela, que dava para o lago de Hogwarts.

Durante toda a tarde pôs-se a ler os melhores livros da estante, enquanto deliciava-se com frutas e chocolates, uma ótima combinação. Ao fim da tarde ele levantou-se e apoiou-se no parapeito da janela, para observar o pôr do sol dali. Nem mesmo percebeu quando a porta se abriu.

"Posso ficar aqui?- ele olhou para a ruiva e sorriu."

"Se eu puder ficar abraçado a ti, sim."

"E se não?"

"Desfrutar apenas de tua companhia também seria ótimo.- ela riu e passou os braços dele em volta de sua cintura."

Draco apoiou seu queixo no ombro da garota e juntos observaram o pôr do sol, apenas o primeiro que veriam juntos. Ainda ficaram algum tempo contemplando a lua quando Gina resolveu iniciar a conversa.

"Eu disse pra ele que eu não era uma propriedade que ele pegava a qualquer hora ou exigia presença sempre que quisesse."

"E ele?"

"Ele disse que eu estava sendo injusta, que ele não era tão idiota como eu estava dizendo que ele era. Que ele sempre prestava atenção em mim, ou não seria meu namorado."

"E..."

"Daí eu perguntei pra ele qual era o meu nome."

"E ele disse Gina, não foi?"

"Sim. Ele não sabia que era Ginevra, nunca procurou saber, nunca me perguntou. Ele é um estúpido."

"Agora poderemos ficar juntos?"

"Sabes o meu nome completo?"

"Sim, Ginevra Molly Weasley."

"Como sabes?"

"Está escrito na tua vassoura. Lembro-me de ter lido rapidamente quando a peguei. Tinha 'G. Molly Weasley'. Sabes o meu?"

"Draco Lucius Malfoy."

"Como sabes?"

"Apenas palpitei, por ser o nome do teu pai."

"Tens bom palpite, ruivinha."

"Draco, como será daqui por diante? Como aceitarão nós dois?"

"Teus pais não se importarão, creio, eles entenderão. O maior problema serão teus irmãos desconfiados e meu pai. Não me importa a opinião de mais ninguém."

"A mim também não. Teu pai será o problema maior."

"Com certeza que sim. Ele ficará furioso quando eu disser que não quero ser mais comensal e ficará mais ainda quando descobrir que o motivo é uma Weasley."

"Acha que ele tentará algo contra nós?"

"Infelizmente, contra ti. E me obrigará a ser comensal."

"Mas tu não o serás, de certo?"

"Tens a minha promessa que não. Fiquei de me encontrar com ele amanhã, no passeio a Hogsmeade para dar minha palavra. Direi a ele que não seguirei as ordens dele."

"Não é perigoso, Draco? Mandas uma carta, é mais seguro. Ele não poderá vir atrás de ti e, se tentar, Dumbledore o pegará e o entregará ao Ministério, afinal, ele está foragido por conta da guerra."

"Tu acabas de me dar uma ótima idéia, ruivinha. Só prometa-me uma coisa: que vais ficar na Torre de Grifinória o dia todo amanhã, não vais sair por nada nesse mundo.- ela olhou para Draco e sorriu."

"Eu prometo."

"Eu amo-te, Ginevra."

"Amo-te, Draco. Ensinaste-me bem a te amar...- ela sorriu e ele a beijou com amor e desejo."

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A manhã de Domingo viera rápido e Draco não tinha muito tempo. Fora cedo falar com Dumbledore e explicara para o diretor todo o plano. Se tudo desse certo seriam dois coelhos mortos com uma cajadada só.

Ele e Ginevra poderiam ficar juntos sem quaisquer problemas e Lúcio daria a localização exata de Voldemort, e assim a guerra estaria mais perto do fim do que todos imaginavam.

Pegou pergaminho e pena e escreveu para o pai, explicando-lhe que jamais seria comensal porque estava apaixonado por ninguém menos que Ginevra Weasley, e ela lhe dera forças para enxergar qual era o melhor caminho para ele.

Draco sabia que aquilo deixaria o pai tão furioso quanto nunca, e que certamente ele tentaria algo para estragar com a felicidade do filho. E Draco só desejou que todo o seu plano desse certo.

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"Ginevra, sai de perto da Floresta, é perigoso."

"Sério, Draco? Não vejo perigo algum.- a garota falou e andou alguns passos para dentro da floresta. Draco aproximou-se dela."

"Sai daí, Ginevra. Pode ter lobisomens aí."

"Draco, lobisomens só aparecem em noite de lua cheia. Primeiro: é dia. Segundo: não é lua cheia."

"Certo, mas saia daí de qualquer modo."

Gina ouviu algum barulho na floresta e olhou para trás. Draco ficou em alerta. A garota atentou-se a passos se aproximando, provavelmente sob uma capa de invisibilidade. Tentou reagir quando os passos estavam incrivelmente perto, mas não foi rápida o suficiente, e alguém a agarrou por trás e ela logo percebeu que era um comensal, que empunhara sua varinha contra seu pescoço.

"Melhor largares a varinha, meu filho. Ou ela sofrerá as conseqüências.- a voz de Lúcio era inconfundível. Draco largou a varinha imediatamente."

"Solta ela!"

"Protegendo uma Weasley, Draco? Que coisa feia! Não foi isso que eu te ensinei. Recusaste ser um comensal por uma Weasley pobretona, agora terá que acatar as consequências de tuas decisões e conviver com tuas dores para sempre.- dizendo isso, Lúcio embrenhou-se com Gina pela floresta, tão rápido que Draco não pôde alcançá-los."

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"O que vais fazer comigo?- a garota gritou."

"Entregar-te ao lorde, o que mais seria? Ele vai adorar ver a amiguinha dele de tantos anos."

"Seu crápula...não pensa que vais conseguir assim tão facilmente."

"Ah não? E o que falta? Pegar-te? Não, isso eu já fiz. Eu peguei a pequena Weasley, namorada do Potter, o lorde vai ficar feliz em saber disso."

Gina mordeu o braço de Lúcio e ele soltou-a, dando um berro em seguida. Ela postou-se atrás dele e apanhou rapidamente a sua varinha dentro das vestes, apontando-a para Lúcio.

"Primeiro: Ginevra Weasley não é mais namorada de Harry Potter. Segundo: sinto dizer que pegaste a pequena Weasley errada, Lúcio Malfoy."

Lúcio olhou cauteloso para o dono da voz grossa atrás de si. Suas suspeitas eram horríveis demais e ficaram mais ainda quando confirmaram que o dono da voz imponente e forte era de ninguém menos que Alvo Dumbledore.

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Draco esperou apenas alguns minutos. Encostou-se na árvore mais perto, olhou o céu azul, com algumas nuvens branquinhas. Até que ouviu passos vindos da Floresta. Em segundos Alvo Dumbledore saiu do meio das árvores.

"Ah, olá diretor. Belo dia não achas?"

"Claro que sim, Sr. Malfoy. Dia perfeito.- então Draco olhou para quem Dumbledore trazia, aparentemente dopado."

"Papai...? O que fazes aqui? Vieste me visitar?- Draco soou irônico e frio."

"Tu vais me pagar, filho traidor. Tu e aquela ruivinha a quem dizes amar."

"Não, pai, tu vais pagar pelos teus erros. Deixa-me a mim e a Ginevra fora disso. Vais pagar entregando teu lorde."

"Nunca."

"Nunca digas nunca, Lúcio.- Dumbledore falou e levou Lúcio para dentro do castelo, direto para a sua sala, onde seria submetido ao Veritasserum."

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Anos mais tarde...

"Então, esta é a história de nós dois?- Ginevra perguntou, espichando-se para ler o que o marido escrevia"

"Sim, Ginevra.- ele virou-se para ela, dando um beijo em sua testa e parando para olhar a barriga dela, de oito meses."

"E pensar que em breve será a História de Nós Quatro...- eles riram."

"E quando eu entro na história, papai?- a garotinha tinha os cabelos da mãe, mas os olhos eram azuis, como os do pai."

"Tu? Eu não me lembro...tu te lembras, Ginevra, quando a história de nós três começou?"

"Eu não sei, mas acho que foi há uns...cinco anos...estou certa, Gillian?"

"Claro, eu tenho cinco anos.- a garotinha riu- Anda lá, papai, conta como tu conseguiste saber onde o bruxo mau estava...- Draco pegou a menina no colo- termina de contar a história de vocês os dois."

"Bem, meu pai foi interrogado sob o feitiço da verdade e acabou dizendo tudo. Depois foi para Azkaban e recebeu o beijo do dementador. Dumbledore e o santo herói Potter foram até Voldemort e eu não sei como eles acabaram com o 'lorde', só sei que acabou e Ginevra e eu pudemos ficar juntos para contarmos esta história para ti."

"História linda, papai..."

"Não poderia ser menos que isso, se esta é a história de Ginevra Weasley e Draco Malfoy, meu amor.- Gina falou- Hora de dormir."

"Ahhh...mas mãe...pai..."

"Ginevra, só mais um pouco..."

"É, mamãe, só mais um pouco..."

"Está bem...terminas de contar logo a história, Draco, e bota-a para dormir."

"Está terminando, meu amor...é só até chegarmos à parte em que ela entra...a história de nós três ela já sabe.- Gina olhou para filha, no colo do pai e sorriu."

"Ela já dormiu."

"Eu sei. Ela sempre dorme nessa parte."

"Deixa-a dormir aqui conosco."

Draco colocou a filha no meio da cama. Gina deitou-se de um lado e Draco de outro. Olharam-se por um segundo, em que puderam ver amor em seus olhares, e entrelaçaram as mãos, envolvendo também a garotinha. Draco dormiu em questão de segundos, mas Gina permaneceu acordada durante algum tempo.

"Uma chance apenas...que valeu por toda a minha vida...ensinaste-me a te amar, Draco Malfoy, e esta é uma coisa que eu jamais esquecerei. A História de Nós Dois não termina por aqui, mas ao invés de dois ou três, serão cinco...- ela riu e fechou os olhos."

"Amo-te, Ginevra.- ele sussurrou, em meio ao sono."

"Amo-te, Draco Malfoy."

...FIM...

N/ Rbc: então é isso pessoal...o último capítulo...o fim...espero que tenham gostado da fic e obrigada pelos comentários (Rute, miaka e ayame-chan). Tenho mais algumas shorts...uma chamada DIVÓRCIO que eu não gosto mto porque se eu colocasse outros nomes para Draco e Gina daria no mesmo...não sei se vou posta-la...PARA SEMPRE...dessa eu até gosto...BAILES VINHOS E AMORES...q é legalzinha...mas enfim...se vcs quiserem opinar sobre qual delas eu posto primeiro, sintam-se à vontade...rs...

Bjinhos...

Rebeca Maria!