Disclaimer: Eu não possuo Harry Potter nem nada parecido. E se um dia eu disser que sim, me internem!

N/A: eu particularmente adorei escrever esse capítulo, sem contar que ele é o mais longo até agora. Eu posso dizer que a fic vai "caminhar" daqui por diante. Por isso pessoal, deixem reviews, ok? Críticas, sugestões, elogios... Tudo! Bom, boa leitura!

Capítulo 3 – As quatro varinhas

Já haviam se passado dois meses desde que Pandora havia descoberto que era uma bruxa. Mac estava absolutamente abobado por ter uma "irmã" de sangue mágico, mas concordara em não revelar o segredo para ninguém. Dois dias depois do choque inicial, Pandora voltara a falar normalmente com a família, e escreveu à Hogwarts uma curta carta, com a assinatura de Betty. Ibe, achava ela, era sua melhor amiga. Sempre presente, a coruja era a melhor criatura que a garota já conhecera. E a casa ficava meio sem graça sem sua presença, de qualquer forma. E isso acontecia várias vezes, quando Ibe saía para caçar.

Passou maio, junho, julho e agosto. Duas semanas antes do embarque para Hogwarts, Pandora já não se agüentava mais em ansiedade. O calendário que ela fizera já estava cheio de letras x, marcando os dias que passavam. Naquele dia em que Pandora acordava, finalmente, ela poderia aliviar um pouco sua ansiedade.

Na lista dos materiais para cursar as matérias, estava escrito que tudo deveria ser comprado num tal Beco Diagonal, que ficava nos fundos de um bar chamado Caldeirão Furado, em Londres. Essas informações eram confusas para Pandora, que nunca havia ouvido falar em lugares parecidos. Mas Betty a recomendou ir até lá, antes que o período letivo começasse.

E assim Pandora foi, mesmo que confusa. Andando por uma rua movimentada, ela percebeu uma construção de cor preta, suja, onde um letreiro informava o que era, em letras descascadas "BEM VINDO AO CALDEIRÃO FURADO". A garota, que até então estava completamente perdida, sorriu e foi até o lugar. Mas parecia que ninguém reparava naquele bar, passando direto por ele. Pandora percebeu assustada que, em toda a rua, ela era a única que podia vê-lo. Assim, ela girou a maçaneta da porta e entrou.

Bruxos e bruxas de aparências assustadoras, incríveis, bondosas e maléficas andavam por todo o interior do Caldeirão Furado, enquanto um velho de sorriso banguela atendia a todos por trás do balcão. Sem se deixar distrair pela aparência fascinante das pessoas, ela se dirigiu a uma porta no fundo e a abriu. E aí seu coração afundou. Pensava que algum lugar mágico se revelaria, mas ela estava em frente a um muro velho. Onde estaria o tal Beco Diagonal? Talvez só pessoas mágicas podiam vê-lo. "Talvez aquela escola se enganou. Enviaram a carta para a pessoa errada. Eu não sou uma bruxa!" pensava. Ela já ia desistir e dar meia volta, quando...

"Oi! Você está com algum problema?"

O garoto que se dirigia a ela era alto com um rosto incrivelmente brilhante. Seus cabelos pretos brilhavam à luz do sol, seus olhos castanhos pareciam enxergar a alma de Pandora, e seu sorriso simpático iluminava todo o lugar. A garota quase havia desmaiado à presença do garoto também da sua idade. Nunca havia sentido algo assim na vida!

"Ei, você tá me escutando?" perguntou o menino novamente.

"Hã... Ah, oi... Er..." gaguejou Pan "Bom, eu... Eu não consigo achar o Beco Triagonal, ou sei lá como se chama... Tudo bem, eu recebi a carta de Hogwarts e tudo mais, mas acho que não sou uma bruxa! Não consigo enxergar esse lugar! Eu não...

"Calma, calma! Ora, é simples!"

O garoto, então, retirou um objeto do bolso. O queixo de Pandora caiu ao ver o que era: uma varinha. Quando ela era criança, sempre sonhava que tinha uma varinha e que andava por aí transformando coisas. E ali, ela podia ver uma, de verdade, bem na sua frente. O menino ergueu a varinha em direção ao muro e a tocou na parede com vários movimentos.

O muro de repente se abriu para os lados, revelando um portal imenso. A poeira se levantou, ao mesmo tempo que Pandora quase morria de susto.

"Bom, esse é o Beco Diagonal, presumo!" disse o menino, com um tom sarcástico na voz.

O garoto atravessou o arco, e Pandora fez o mesmo. O lugar que se revelou, realmente, era mágico. Uma grande variedade de lojas, lotadas de gente, lado a lado. Esse era o tal Beco Diagonal. Ao ver a cara de espanto da garota, o garoto ficou pasmo.

"Que cara é essa? Você nunca veio no Beco?"

"Nunca... E qual é o problema nisso? Eu não sabia que era bruxa até receber a carta dessa escola..."

"Ah, está explicado. Você é uma bruxa criada trouxa!"

"Que? Trouxa? Olha, não vem me xingar, eu nem lhe conheço e..."

"Calma, trouxa é uma pessoa que não tem sangue mágico correndo nas veias. Você é uma bruxa, mas foi criada sem saber disso, não é?"

"Bom, é isso mesmo, mas..."

"E me desculpe por não me apresentar. Me chamo Edward, Edward Simmons. E você é...?"

"Pandora Lindsey, prazer."

Edward sorriu. Ele até que era simpático, achava Pan, sem contar que era o primeiro amigo que tinha feito no mundo mágico. Ela sorriu e os dois apertaram as mãos. Eles recomeçariam a falar, quando uma voz distante e ofegante gritou:

"PANDORA! EI, VOCÊS DOIS! PANDORA... PANDORA!"

A garota se assustou ao ver uma mulher alta de cabelos loiros e chamativos, de uma cor de olhos verdes bonita, magra, usando vestes roxas. Ela se destacava entre as pessoas, que usavam quase todos vestes negras. Suava, correndo, e até alcançar os dois recém – amigos Pandora não havia entendido de onde a mulher a conhecia.

"Finalmente... Finalmente eu te achei!" exclamou a mulher, apoiando a mão no ombro de Edward, cansada e vermelha "Estive aqui a tarde inteira, claro seguindo ordens do Sr. Lupin... Ai, nem acredito que finalmente te encontrei... Bom, meu nome é... Meu nome é Lisa... Lisa Clarean... Não sou Vice Diretora de Hogwarts ou qualquer coisa assim... Sou o que pode se chamar de "ajudante do diretor"! Eu ajudo o Sr. Lupin em assuntos importantes, sabe como é, não é?"

Passado o choque, Pandora podia dizer que a jovem mulher no mínimo era atrapalhada e um pouco "aluada". Se recompondo, ofegante, Lisa recomeçou a falar:

"Bom... Me chame de Lisa, se quiser..."

"Espere aí..." interrompeu Pan "Eu sou um assunto importante!"

"Ora, e não é? Afinal, é mais uma aluna de Hogwarts! "e no ouvido da garota Lisa sussurrou "E uma das mais especiais, convenhamos. Eu sei de tudo, obviamente."

Pandora arregalou os olhos. Afinal, quem era aquela tal Lisa Clarean que surgira do nada? E como ela sabia que a garota era especial? Ser filha de um poderoso e falecido bruxo das trevas era, naquele mundo, ser especial?

"Bom, garoto... "continuou Lisa, se dirigindo à Edward "Agora preciso levar a Pandora aqui para o Gringotes. Com licença!"

E literalmente empurrando a garota, Lisa foi embora e Pandora se despediu do amigo, que estava com uma cara completamente confusa. Agora, Pan tinha outra pergunta na cabeça: o que era Gringotes? E logo sua pergunta foi respondida. A caminho do tal lugar, a bruxa Lisa disse que Gringotes era o banco dos bruxos. Avistando um prédio branco e grande, o tal Gringotes, Lisa e Pandora sumiram engolidas pela multidão que entrava também no banco, todos de uma vez.

Duendes de aparência assustadora eram os funcionários do banco. Lisa e Pandora (ainda um pouco assustada) andaram por um longo corredor até um balcão, onde um duende de aparência ainda pior estava sentado.

"Hã... Bom dia, senhor!" cumprimentou Lisa, educada "A Srta. Pandora Lindsey e a Srta. Lisa Clarean desejam visitar o cofre de número 153, por favor."

"Chave?" perguntou o duende, com a voz extremamente rouca.

Do bolso de suas vestes, Lisa retirou uma pequena chave prateada, e o duende do balcão imediatamente chamou por um outro que se chamava Frilos, que as conduziu ao interior de Gringotes; uma caverna cheia de cofres, que o trio atravessava sentados em um vagão que rodava por meio dos trilhos. Eles foram descendo cada vez mais a caverna, e foram do cofre de número 630 ao número 170 em pouco tempo. Poucos minutos depois, o vagão parou com um solavanco, e o duende Frilos desceu com cuidado, pedindo a chave do cofre onde haviam parado, o de número 153. Lisa e Pan também desceram do vagão, parando em frente a um portão dourado. Frilos pediu a chave, e rapidamente, recebendo-a, ele a meteu numa maçaneta e a porta abriu sozinha.

"Tenho certeza que você terá uma surpresa." Murmurou Lisa.

E não deu outra. Quando a porta abriu, pilhas e pilhas incontáveis de moedas enormes de ouro, que entupiam todo o cofre apareceram. O queixo de Pan caiu. Sua "mãe" Betty nunca fora tão necessitada, sempre tivera dinheiro, mas ela nunca havia visto tanto reunido em um só lugar.

"Sabe, seu pai era poderoso, tinha muito ouro. Mesmo." Informou Lisa em tom baixo, para que o duende nada escutasse. "1.540 galeões, precisamente! E, pelas minhas contas, você só precisará de 80! Tudo seu..."

Realmente muito feliz, Pandora retirou 150 galeões e saiu do cofre. Lisa a acompanhou até fora do banco, e quando já estavam bem longe de Gringotes, ela de repente parou.

"Bom, amiga Pan, é aqui que eu a deixo!" disse "Minha missão era conduzi-la à Gringotes, somente. E você sabe onde deve ir, claro. Eu ainda preciso resolver assuntos urgentes para o Sr. Lupin." E murmurando para si mesma, ela acrescentou "Desde que Hagrid e Dumbledore morreram naquela maldita guerra, Hogwarts nunca tem cumprido seus deveres com tanta rapidez e eficiência... Que Merlin os proteja, pobres homens... Não que o Sr. Lupin não seja um diretor excepcional, nunca..."

E murmurando essas palavras, para a surpresa de Pan, a mulher desapareceu com um estalo, bem em sua frente. Para os bruxos aquilo devia ser normal, pois ninguém parecia se importar com o fato que a garota achava impressionante.

Mas Pandora logo teve que se preocupar com coisas mais importantes. Com uma sacola cheia de dinheiro, ela decidiu primeiro ir à Madame Malkin, onde ela permaneceu durante meia hora testando várias vestes para Hogwarts. Comprando mais do que devia, ela saiu da loja com um gorro de couro de dragão e uma bota de couro de hipogrifo. Depois, ela se dirigiu à Floreios e Borrões, onde comprou todos os livros que precisava. Em meio à lojas de caldeirões, de livros e sorveterias, Pandora avistou um estabelecimento um tanto quanto interessante: cores vermelhas, douradas e verdes enfeitavam suas paredes, e objetos coloridos enfeitavam sua vitrine. E, no alto, um enorme letreiro informava que loja era aquela: "GEMIALIDADES WEASLEY". Intrigada, ela entrou.

Em seu interior, vários alunos de Hogwarts se divertiam com varinhas falsas, balas suspeitas e objetos engraçados como uma caixa pequena e verde que liberava cheiros fedorentos em quem a tocava e uma réplica perfeita de uma boca de plástico, que grudava na boca de verdade de qualquer pessoa e a obrigava a falar coisas engraçadas. No fundo da loja, Pandora viu uma sala com uma placa acima: "Malfeito Feito – Os Artigos para os Experientes", que provavelmente guardava objetos para quem realmente levava a sério o assunto que a tal Gemialidades Weasley parecia proporcionar: diversão. E ainda havia, logo ao lado da porta discreta, uma estante dos mesmos livros, que estava apinhada de gente. Um garoto da idade de Pan falou ao seu lado para seu amigo:

"É um livro dos gêmeos! Mas sinceramente não sei sobre o que é. Ouvi dizer que é como um guia para os que gostam de pregar peças nas pessoas."

Com o movimento de um garoto alto para a esquerda, Pandora pôde ver os livros. Eram roxos, e tinham a ilustração de um mapa na capa. Se chamava "O Mapa do Maroto", e a garota se perguntou o que seria aquilo. No canto esquerdo do livro, em letras douradas, também estavam escrito: "De Fred e George Weasley". De repente, um estrondo por detrás do balcão da loja fez todo mundo prender a respiração. Dois homens alto e ruivos, com uma cara de felicidade, idênticos, haviam aparecido. E pelo que Pandora havia entendido, eles eram os tais Fred e George Weasley, que também eram proprietários da loja.

"Caros visitantes!" exclamou o gêmeo à esquerda, se aproximando da estante de livros "Eu e meu adorável irmão George estamos lançando o novíssimo..."

"Espetacular..." completou o tal George

"E incrível livro "O Mapa do Maroto"! Nele, vocês encontrarão todas as dicas, truques e peças para se tornar um verdadeiro mestre da diversão! É exclusivo, nem a Floreios os tem!"

"Mas, em breve, o livro se espalhará, lógico!" continuava o segundo gêmeo "E com um preço nada caro, vocês aprenderão a arte de fazer rir! Se vinguem dos seus amigos que se acham divertidos! Aprendam a fazer os famosos cremes de canário..."

"E vocês ainda poderão contar com um capítulo só sobre nossos produtos! Agora, peguem-nos!"

Com um movimento rápido, Fred pegou sua varinha e encantou todos os livros. Eles imediatamente voaram por toda loja, e todos tentaram pegá-los. Quando Pandora saía apressada do lugar, todos os alunos estavam com um livro "O Mapa do Maroto" nas mãos. Ao sair, Pandora reparou que nunca havia visto uma loja tão divertida.

Ela andou um pouco, e de repente parou de súbito. Pegou a lista onde estava marcado tudo que ela comprara e tudo que faltava para comprar. Um único item não estava marcado: uma varinha. Ela já estava se dirigindo à saída do Beco Diagonal, e logo deu meia-volta e saiu correndo desembestada. Ofegante, ela chegou em frente à uma tal loja chamada Olivaras, uma loja de varinhas bem antiga. E ela entrou.

Pandora depositou seus pacotes e suas sacolas numa cadeira ali perto, e se dirigiu ao balcão. Ela pôde ver um velho senhor mexendo no fundo da loja, onde só haviam caixas finas e retangulares. A garota pigarreou, chamando a atenção do velho. Ele quase caíra ao ouvir o barulho, mas virou a cabeça para Pan e sorriu. Um pouco assustado ainda, ele correu até o balcão e disse:

"Oh, Srta. Lindsey! Que prazer em vê-la..."

"Como você sabe meu nome?"

"Ora, você tem a cara de seu pai quando era da sua idade!" respondeu o homem.

"Meu... Meu pai? O que chamam de Lord Voldemort!"

O homem quase caiu assustado à menção do nome.

"Não fale seu nome! Ficou maluca, senhorita?"

"Mas... O que tem demais?" e então ela se lembrou da carta que sua mãe a escrevera.

"O que tem demais! Não pronunciamos o nome do Lord das Trevas! Poucos são o que os proferiam na época da guerra, e poucos são o que o proferem hoje. Mesmo destruído, ele é temido, Srta. Lindsey. Mesmo assim..."

"Er..." gaguejou Pandora, um pouco desconfortável. O homem a estudava com os olhos, curioso "Bom, me desculpe, eu... Eu não sabia..."

"Naturalmente. Muito bem, você veio aqui para comprar sua varinha, não é mesmo?"

"Essa é a loja de varinhas, não é? Então, sim, eu vim para isso." Disse a garota, aborrecida com o velho. Sua mãe, em sua carta, havia dito para ela nunca temer o nome de seu próprio pai, e não seria um velho misterioso que a faria deixar de seguir as ordens de sua mãe, que ela achava absolutamente certas.

O homem voltou ao fundo da loja. Mexendo em várias caixas ao mesmo tempo, com alvoroço. De repente, ele voltou com uma caixa amarela e fina. Ele a abriu e revelou seu conteúdo: uma varinha bonita e longa.

"Pêlo de hipogrifo, vinte centímetros, elástica, boa para transfiguração. Experimente-a!"

Mas Pandora nem bem pegara a varinha quando o velho a tomou de volta.

"Não, não..." ele revirou o fundo da loja de novo, e voltou com uma caixa negra e meio desgastada. "Pêlo de unicórnio, vinte e um centímetros, maleável. Vamos!" e mais uma vez, quando Pan a pegou, o homem a tomou de volta. "Não, não, não é essa..."

O que pareceu a tarde inteira o dono da loja ia e voltava do fundo, que estava muito bagunçado. De repente, a caminho pela centésima vez do balcão, Olivaras parou de repente e deixou cair a caixa que segurava no chão. Pan, que estava entediada, deu um pulo de susto.

"Oh, Srta, Lindsey, espere... Como não pensei nisso antes?" e ele começou a murmurar coisas sem nexo, mas a garota pôde captar uma pequena frase "Filha do Lord das Trevas, obviamente teria que ter essa varinha..."

Ele de repente saiu dos fundos da loja, agarrou a mão de Pandora e a conduziu para a lateral direita da loja, onde havia uma velha porta de carvalho. A porta se abriu assim que Olivaras e a garota chegaram perto. Uma escada subterrânea foi revelada. Eles a desceram, com o homem ainda murmurando coisas como "Isso me lembra o caso do Sr. Potter", ou "E durante sessenta e seis anos eu esperei por esse momento...". Finalmente, a escada que era em forma de espiral acabou, e Pandora soltou um grito de surpresa.

Eles haviam chegado numa sala grande, iluminada por velas que flutuavam no ar. Parecia ser de muitos, muitos anos. Quatro grandes bandeiras enfeitavam a parede do fundo, uma ao lado da outra: um leão numa bandeira vermelha, uma águia numa bandeira azul, um texugo numa bandeira amarela e uma cobra numa bandeira verde.

"A Sala das Quatro." Informou Olivaras "As quatro varinhas que pertenceram aos fundadores de Hogwarts... Há muito tempo não venho aqui. Bom, Srta. Pandora, você não deve conhecer as casas de Hogwarts, não é mesmo? O leão representa Grifinória, a casa de Godric Gryffindor; a águia representa a Corvinal, a casa de Rowena Ravenclaw; o texugo representa Lufa-Lufa, a casa de Helga Hufflepuff; e a conra representa a Sonserina, a casa de Salazar Slytherin. E é isso que nos importa, claro.

Olivaras conduziu Pandora para a bandeira da cobra. De repente, os olhos hipnotizantes da figura da cobra brilharam, e um buraco quadrado no chão se abriu. Uma mesa, com uma varinha em cima, literalmente pulou para a sala, vinda do buraco, como se tivesse vida própria. Olivaras pegou a varinha e a alisou.

"Essa, Srta. Lindsey, é a varinha que o Lord das Trevas usou em vida. Ele era o Herdeiro de Slytherin, e obviamente herdou a sua varinha. Quando os Quatro Fundadores estavam morrendo, deixaram suas quatro varinhas protegidas por um feitiço para durarem para sempre. Claramente, eles fizeram isso no objetivo de seus descendentes as herdar. Seu pai era parente distante de Slytherin, e como a lenda dizia, ele herdou a varinha de seu ancestral. Ah, ainda me lembro do jovem e naquela época bom Tom Riddle entrando pela porta da frente dessa loja. Srta. Lindsey, você conhece as fênix?"

"Bom, eu conheço a história... Mas..."

"Godric Gryffindor tinha uma. Se chamava Fawkes. Fawkes deixou sua marca, sua pena, em duas varinhas. Somente duas. A primeira, foi na varinha de Slytherin. Muitos anos depois, recentemente, a varinha de Harry Potter foi a escolhida. Sr. Potter, o homem que destruiu seu pai."

Pandora engoliu em seco. Nunca ouvira falar direito da morte de seu pai, e agora não era o melhor momento. O ambiente era tenso, e ela estava começando a se sentir incomodada.

"Então, as varinhas irmãs se confrontaram pela segunda vez..." continuou Olivaras "E então... a guerra acabou. Mas esse não é o assunto de nossa visita aqui, é? De qualquer forma, a varinha de Slytherin pertenceu a seu pai. Naturalmente, quando o jovem Riddle entrou na loja, tive certeza de quem ele era. Muitas gerações o separava de Slytherin, mas mesmo assim ele era seu parente. E, obviamente, Riddle saiu por aí em destruição, com a enorme magia que sua varinha o proporcionava. Você, pequena Pandora Lindsey, é a Herdeira Voldemort. E, como tal, você herdou a varinha de Salazar Slytherin, Mestre da Sonserina."

Com sua última palavra, Olivaras entregou a varinha à Pandora, que permanecia assustada.

"Pena de fênix, poderosa, trinta centímetros. Excelente para transfiguração e feitiços. E devo informá-la que essa varinha é ótima para magia negra. Imponente, maleável, e todas as qualidades imagináveis. No passado, essa varinha produziu efeitos macabros. No futuro, por que isso não seria diferente? Termina aqui sua compra, Srta. Lindsey. São dez galeões."

Tremendo, Pandora entregou o dinheiro para o bruxo e subiu a escada, com a varinha na mão. Ao chegar no andar onde estava, ela rapidamente pegou seus pacotes de compras, enfiou sua varinha nova em um deles, e foi embora.

Ela saiu do Beco Diagonal ainda com medo, as palavras do tenebroso Olivaras em sua cabeça. Não se surpreenderia se descobrisse se por acaso aquele velho um dia tivesse sido um bruxo das trevas. Porque naquele dia, o velho deixou claro querer que Pandora fosse uma bruxa das trevas, assim como seu pai. Quando ela chegou em casa, passou direto pela "mãe" e pelo "irmão" e ainda atordoada, foi ao quarto e trancou a porta até a hora do jantar. Por muito tempo, ela permanecera deitada na cama, rodando a varinha em suas mãos.