Os mistérios de Londres
Segunda Parte: Aristocratas
Capítulo 06 - Mentes brilhantes
No capítulo passado, James e Sirius foram iniciados no verdadeiro clube dos valetes de copas. Infelizmente para vocês, leitores, os rituais dessa iniciação, ou, como diria James, teatro, são inenarráveis. Por isso passamos agora para o dia seguinte, no confortável escritório do conde Riddle, no palacete em que James vive com o "tio".
Estão sentados um de frente para o outro. O sobrinho observa curioso os papéis que estão sobre a mesa, incluindo fotos e cartas manuscritas. O tio tenta desvendar por trás do semblante impassível de James o que realmente vai pela mente dele.
Tarefa impossível. O próprio Tom ensinara James a fechar a mente a esse tipo de invasão, e o rapaz fora um daqueles casos em que o aluno supera o mestre. A máscara que era o rosto do neto do velho Potter era mais dura do que aquela de porcelana que eles tinham usado no dia anterior.
- Então... Porque acha que o chamei aqui? – Tom finalmente quebrou o silêncio que tinha caído sobre eles.
- O senhor quer falar sobre a minha "primeira missão". – James respondeu, levemente sarcástico – Explicar porque devo roubar um quadro de um convento de freiras.
Tom sorriu.
- Essa é a parte menos importante do que deve fazer. O quadro que vai roubar retrata uma senhora aristocrata. A filha bastarda de uma rainha.
Em algum ponto da memória do rapaz, um alarme soou. A noite em que Riddle o adotara. Um assassinato. Sobre o quê conversava o velho Avery? Uma jóia, presente de um rajá indiano. Uma filha bastarda de uma rainha. Um convento...
O quadro que ia roubar tinha alguma coisa a ver com o coração de dragão. James sentiu-se tentado a sorrir. Depois de todos aqueles anos, Riddle ainda não conseguira pôr suas mãos no rubi? Nunca haviam conversado sobre o que acontecera naquela noite; e o moreno sempre supusera que o tio tinha a posse da jóia que levara Avery à morte.
- Além do quadro, eu devo conversar co um velho, certo?
Tom fez um sinal afirmativo com a cabeça.
- O nome dele é Albus Dumbledore. O velho é o dono do quadro e a única pista que temos para...
-...o coração de dragão. – James completou o raciocínio de Tom.
- Exato. – Riddle assentiu – Você fingirá ser apenas um peregrino e puxará conversa com o velho sobre o quadro. Tente arrancar o máximo que puder. Depois, com alguma sorte... Poderemos nos livrar dele.
- Você quer que eu mate o velho Dumbledore? – James perguntou, com a mesma emoção que alguém perguntaria como está o tempo.
- Acha que pode fazê-lo, James? – Tom sorriu – Não seria a primeira vez em que mataria alguém. Mas seria a primeira em que faria isso à traição.
O moreno apenas sorriu.
- Não será muito difícil, eu posso lhe garantir.
- Infelizmente, eu duvido que nesse primeiro encontro você consiga extrair do velho alguma pista sobre o paradeiro da jóia. Não acho que vá precisar matá-lo. Pelo menos, não por hora. Mas, James... – Riddle se inclinou sobre a mesa – Tente... tente se tornar amigo de Dumbledore. Será mais fácil dessa maneira.
James assentiu, levantando-se.
- Só uma última pergunta, tio. De onde o senhor conhece esse velho?
Tom também se levantou, caminhando até a janela do escritório, olhando pra a rua, de modo a ficar de costas para James.
- Ele era o pai do meu irmão. E avô de Geneviéve.
O rapaz deixou o escritório em silêncio, lembrando-se vagamente da imagem da verdadeira sobrinha de Riddle. Vira-a uma vez, há muitos anos, numa festa de família. A única mulher que fora capaz de enfeitiçar o conde Riddle.
Ela era realmente uma bela mulher, até onde ele conseguia se lembrar. A filha mais velha dela estava na festa também e em nada lembrava a mãe. A mais nova, que provavelmente teria a idade dele fora mandada para um convento. Provavelmente o mesmo convento em que vivia Albus.
James sabia que Tom continuava a ter sentimentos pela sobrinha. Ele jamais deixara de atender um pedido de Geneviéve, mesmo evitando encontrá-la. E sempre tinha um olhar meio perdido quando alguém falava nela, o que não era muito difícil de acontecer, visto que ela era casada com um famoso arqueologista.
Se a mãe era bela, a filha não devia ficar muito atrás. Talvez pudesse ter algum tipo de diversão no convento. Seduzir uma ingênua noviça certamente não seria muito difícil. E poderia atingir o velho Dumbledore dessa forma. Seria muito mais fácil fazê-lo falar ou até, com alguma sorte, indicar a localização exata do rubi. E depois mataria o velho e a menina.
Isso fez James lembrar de sua primeira morte. Não tinha sequer quinze anos quando Riddle colocara pela primeira vez uma pistola em suas mãos. Fora às margens do Tâmisa, no mesmo lugar em que tudo começara.
Era um homem negro, alto, de olhos sombrios. Nott. Ele traíra os valetes de copas. Entregara um dos esquemas de Riddle para a polícia. Logicamente que a polícia não pode protegê-lo da vingança do conde. Nott fora caçado como um animal e acuado nas docas pelo próprio Tom, juntamente com Lúcio Malfoy, o assassino preferido do tio. Mas na hora de matar o homem, Tom o chamara.
Um tiro certeiro no peito e Nott tombou nas águas escuras do Tâmisa. James perguntara-se na ocasião se não devia se sentir culpado; se sua consciência não deveria acusá-lo de tirar a vida de um semelhante.
Mas não fora isso que ele sentira. Não. O que James sentira fora uma enorme sensação de poder. Tom estava certo quando o adotara. O garoto era esperto e tinha o mesmo tipo de ambição que ele próprio possuía.
Meneando a cabeça, o moreno deixou o palacete de Riddle, seguindo numa carruagem até a sede dos valetes de copas. Sirius já o esperava. James sorriu. No dia seguinte, eles estariam a caminho do convento onde Albus Dumbledore era guardião de um antigo quadro.
No dia seguinte, eles testariam juntos, pela primeira vez, o que suas duas mentes brilhantes poderiam fazer...
Bem, pessoal, graças a problemas no fanfiction eu perdi todos os arquivos que tinha salvo para publicar depois, incluindo os capítulos de Mistérios. Por sorte a amiga a quem eu tinha emprestado o disquete com as história me devolveu. O problema que decorreu desse fato é que não pude mandar para quem adivinhou as referências do capítulo passado esse capítulo.
Como eu pude perceber depois, muita gente acertou apenas uma das referências. Realmente, eu me inspirei em Indiana Jones e o Templo da Perdição. E o livro de Verne era "A volta ao mundo em 80 dias".
Como muitas das perguntas que vocês fizeram se relacionam a fatos que ainda não posso contar, não poderei responder dessa vez...
Seja como for, quero mandar beijos para Morguene Evans, Juliana Montez, Ang, Isabelle Potter Demonangels, Lily Potter Black, Dynha Black, Lily Dragon, Xianya, Lisa Black, Juliana, Je Black, Jéssy, Mah Clarinha, Helena Black, Marmaduke Scarlet, Patty Felix, G-Lily P, Witches, Ameria A. Black, Ewan Potter e todos que leram a fic.
Até segunda-feira que vem!
Silverghost.
