Está rolando um FestSlash no grupo potterslashfics do yahoo. Essa nova historinha é resposta ao desafio da Ptyx: Snape fica bêbado - como isso foi acontecer! - e acaba se revelando ao seu grande amor. Como este reagirá? E o que acontecerá no dia seguinte? Bônus se Snape, bêbado, sequestrar o seu amado para poder se declarar.
Disclaimer: Esses personagens não são meus. Infelizmente. São da JKR, e eu só me divirto em colocá-los em situações que ela nunca os colocaria. É uma fic slash, e eu não ganhei nada com ela, só algumas amizades fundamentais de outras pessoas que curtem Slash.
Eu quero agradecer a Ptyx, pela sua betagem mais que perfeita, mas isso nem é mais novidade, à Lilibeth McKeena que jogando ping-pong comigo ajuda abrir minha mente e liberar minha criatividade, e ao Half, por ser quem é, e pelas conversas que me inspiraram à escrever boa parte dessa fic.
Então chega de conversa e vamos à fic
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Entrada Intempestiva
Harry não conseguia dormir.
O olhar que recebera do Professor de Poções durante o jantar era o suficiente para deixá-lo insone e deprimido.
A antiga expressão de asco fora substituída por uma raiva intensa, um desprezo ainda maior e uma fúria que Harry não conseguia associar ao homem que já lhe salvara a vida tantas vezes. Não conseguia associar ao homem por quem ele se apaixonara.
Fora durante o sexto ano em Hogwarts que Harry enfim admitira que homens o atraíam mais que garotas. Tivera algumas paixões, totalmente platônicas, e só nas férias dera seu primeiro beijo em um garoto.
Edward Miller, o sobrinho australiano dos novos vizinhos dos Dursleys, era simpático, bonito, e parecia muito interessado no garoto que toda vizinhança dizia ser um marginal.
Mais tarde Ed lhe dissera que haviam sido os olhos de Harry que o haviam atraído primeiro. O namorado costumava brincar dizendo que era o ar de quem já viu mais do que devia e de criança inocente que tornava Harry tão irresistível.
Era um alívio para Harry ter alguém que o via só como um jovem rebelde e interessante, e não o futuro salvador do mundo. Fora um verão divertido.
Durante os quase dois meses que em ficara na casa dos tios, ele e Ed se encontravam às escondidas todas as noites.
O tranqüilo e despreocupado australiano fizera Harry se sentir mais seguro com seus desejos e com seu corpo. Pela primeira vez o Garoto-Que-Sobreviveu sentiu-se realmente atraente.
Remus acabara por descobrir o envolvimento de Harry e Ed. O lobisomem tivera com Harry uma conversa séria. A única preocupação de Remus era se Ed não seria um agente de Voldemort disfarçado, ou uma arma contra Harry. E só por isso o ex-professor recomendara discrição ao jovem mago.
Tendo sido criado entre trouxas, o garoto se surpreendera um pouco com a forma mais natural de os bruxos verem a homossexualidade. Havia até mesmo uma cerimônia de união entre bruxos do mesmo sexo que quisessem constituir uma família.
A tranqüila aceitação de Remus e a garantia que o lobisomem lhe dera de que seus pais não o desprezariam por ser gay contribuíram para deixar Harry mais seguro, e o fizera conseguir visualizar a hora em que contaria a Ron e Mione sobre sua sexualidade.
Isso aproximara Harry do lobisomem, e quando Ed voltara à Austrália e Harry para a escola, Remus fora seu apoio.
Mesmo com o apoio de Remus, Harry levara ainda algum tempo para ter coragem de dizer a Ron e Mione o que acontecera. No fim, os dois acabaram por se acostumar com o fato consumado de que seu melhor amigo e herói do mundo bruxo era gay.
No último dia das Bruxas que passaria em Hogwarts, Harry estava sentado tranqüilamente à mesa da Grifinória, observando sem muita atenção um belo sextanista da Lufa-Lufa, quando o Professor de Poções entrou no salão e se dirigiu majestoso ao seu lugar habitual.
Harry sentiu um arrepio no corpo, e tornou-se mais consciente de tudo ao seu redor. Um pouco surpreso com sua reação, ele acompanhou Snape com o olhar e, quando seus olhos se cruzaram com os do Professor, e a o arrepio intensificou-se, deixando Harry atônito.
A realidade atingiu Harry como um soco: ele estava se sentindo atraído pelo Professor de Poções. Na realidade ele estava se sentindo muito atraído por Severus Snape.
Já fazia algum tempo que Harry sentia uma relutante admiração pela coragem e inteligência de Snape em espionar Voldemort, mas sentir atração era outra coisa.
O jovem bruxo não estava confortável com esse sentimento, principalmente porque Snape não parecia ter mudado sua opinião sobre ele.
A partir daí, durante algum tempo, Harry lutou contra o que sentia, mas à medida que a guerra ficava mais difícil e seu tempo em Hogwarts chegava ao fim, ele se ligava mais e mais a Snape. Desejo e admiração fundiam-se lentamente em uma forte paixão pelo Professor.
E naquela noite de fim de outono, Harry se agitava insone na cama lembrando o olhar de desprezo que recebera de Snape no jantar.
Desistindo de tentar dormir, Harry desceu até o Salão Comunal, vazio àquela hora da madrugada, e tentou distrair-se com um livro, mas foi interrompido por uma aparição inesperada.
Snape estava escorado na entrada do retrato.
—Esperando por mim, Potter?
—Snape? – Harry ergueu-se, surpreso com a voz engrolada do bruxo parado à sua frente. – O que está fazendo aqui?
—Professor Snape, garoto. – Snape tentou empertigar-se e caminhou, cambaleante, até próximo a Harry. – Eu venho até aqui quando quiser e não preciso dar satisfação a um garoto bobo.
—Você está bêbado!
—Não! Como se atreve! Estou apenas um pouco alterado, e mesmo isso é culpa sua.
—Minha culpa? – Harry sentia-se em um sonho surreal, olhando Snape ali.
O homem estava tão bêbado que precisava apoiar-se nas costas do sofá com as duas mãos para não cair. Mesmo assim, ele balançava bastante.
—Você vai expiar a sua culpa agora, Harry.
Mal registrando que Snape o chamara pelo nome, Harry tentou afastar-se em direção à escada para os dormitórios, onde ele deixara sua varinha, mas Snape, em um movimento instável mas ágil, pegou-o pelo braço e, com um puxão, jogou-o no sofá, caindo em cima dele.
—Não, Harry. Você não vai me escapar mais.
—Professor Snape...
—Severus. Meu nome é Severus. – Snape se ajeitou em cima de Harry como se não pretendesse mais sair dali. - Diga, Harry. Diga meu nome.
—Severus. – Harry murmurou pela primeira vez na frente de Snape o nome que ele chamava todas as noites em seus prazeres solitários.
—Isso, Harry. Não foi ruim. Foi?
—Não. – Apesar de encabulado com o que estava acontecendo, e com o peso do outro homem sobre ele, Harry estava começando a gostar da situação.
—Gosto do seu cheiro, Harry. Diz meu nome outra vez.
—Severus.
—Bom garoto. – Snape tentava sem sucesso se levantar. – Você vem comigo. Eu vou fazer você entender que não pode me fazer ficar sem minha poção.
—Professor, o senhor...
—Severus, Harry. Você só pode me chamar assim de agora em diante: Severus.
—Severus, você não está em condições de sair do castelo, é melhor pedir um café aos elfos.
—Está dizendo que eu estou bêbado, pirralho? Pois não estou. E se estivesse seria culpa sua. – Severus conseguiu, enfim, ficar de pé, apoiando-se em Harry e no sofá. – Agora vamos.
—Severus, onde você está querendo ir?
—Ah! Não adianta ficar falando meu nome com essa foz provocante. Você não me enrola, Harry. Você vem comigo e pronto. – Severus cambaleou um pouco, mas consegui manter-se firme. - Não consigo pensar direito com você falando comigo.
Mesmo bêbado, Snape era um bruxo poderoso e muito perigoso. Ele sacou a varinha e, com um único feitiço, amordaçou e amarrou Harry, que caiu de volta no sofá e o encarou com os olhos arregalados.
Com algum esforço e várias tentativas, Snape colocou Harry de pé e o abraçou.
Depois de olhar o rosto do garoto por alguns instantes, como se não se lembrasse mais o que estava fazendo, Snape beijou os lábios do surpreso e assustado Harry por sobre a mordaça.
–Eu já tiro isso. – Severus beijava agora o pescoço e o rosto de Harry. – Você fica ainda mais atraente assim, indefeso e todo meu.
Aquela situação estava começando a excitar Harry. O cheiro do álcool misturado ao odor da pele de Severus funcionava como afrodisíaco.
A língua de Snape no seu pescoço fez Harry arfar, e quando Severus mordeu o lóbulo de sua orelha um gemido escapou dos lábios do garoto.
—Hummm... com você gemendo assim, Harry, eu me descontrolo. - Snape o puxou pelo quadril e roçou sua ereção no membro cada vez mais duro de Harry. – Você quer isso?
O garoto apenas acenou afirmativamente com a cabeça, imaginando se Snape o possuiria ali mesmo, no salão comunal. Por um instante pareceu mesmo que ele faria isso, pois ele continuava acariciando Harry e beijando cada pedaço do seu rosto que a mordaça deixava livre.
—Vem. Eu vou levar você daqui. Não quero ser interrompido.
Cambaleante Severus o puxou para perto da lareira, onde jogou o que pareceu a Harry ser um pouco de Pó de Flu e, tapando os ouvidos do garoto, falou o nome do local de destino.
continua...
