Disclaimer Básico:
- Saint Seiya Não Me Pertence! Mas eu sou brasileira e não desisto nunca!
- Mais uma vez, agradeço a tds as reviews que vcs tem me mandado! Não sabem como têm me ajudado! Espero que gostem desse cap, que é especialmente Shura e Mu!
- Ah, o Shura não é meu, ainda, mas eu prometo tirar mais caquinha depois, ok? ;)
Enjoy Minna!
Tsuki Koorime
Ps.: Onde estou? Pra onde vou? Cadê o Cisne nessas horas pra me salvar! Eu já perdi totalmente o controle dessa fic msm...
Capítulo 4.
"Quando talvez precisar de mim
'Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim
Olhos nos olhos
Quero ver o que você diz
Quero ver como suporta me ver tão feliz"
Olhos nos Olhos - Chico Buarque
Mu tinha o olhar diferente, mais vago.
Shura respirou devagar em sua nuca, o abraçando ainda para mais perto. O ariano se virou para ele, com um sorriso lânguido e passivo.
Certas coisas não deviam ser lembradas.
Certas coisas não deviam sequer ser ditas.
Mas aquela boca de Capricórnio, tão trêmula entre os dentes, com os olhos verdes e escuros o engolindo em cada detalhe, como ele podia não se perder ali? Como resistir? Não, ele sequer queria resistir. A pele de Shura tinha um gosto tão bom quando ele ficava assim perto de sua boca...
Beijou levemente as bochechas do cavaleiro, descendo até o queixo, pescoço, depois subindo calmamente, sem a menor pressa, ignorando os gemidos suaves que o outro assoprava em seus ouvidos, fingindo não sentir as mãos já firmes ao redor de seu corpo.
Deixou que o cavaleiro emaranhasse seus dedos nos longos cabelos roxos, sentindo agora ele subir por seu pescoço até chegar bem perto de seu ouvido.
"Eu posso me apaixonar por você, Áries,"
O outro respondeu, num seco murmúrio.
"Não, não pode."
Shura agarrou os braços do ariano, o jogando com força para baixo de si, na cama. Inclinou-se lentamente em sua direção, mordiscando levemente seus lábios.
"Você não pode me impedir."
Mu segurou os cabelos de Capricórnio com força, olhando intensamente para dentro daqueles olhos atiços que o devoravam em pensamentos.
"Eu proíbo você, Shura."
O cavaleiro se levantou, altivo, sentando-se sobre o ventre de Áries.
Sorriu com o canto dos lábios, olhando para o semblante sereno e calado abaixo de si.
"Meu coração está muito além de seu alcance, ariano. Não seja tão prepotente."
Num leve movimento, Mu levantou seu dorso até que chegasse ao peito de Shura, pousando os lábios úmidos na pele fresca dele.
"Eu não posso."
"Eu sei que não."
Ele levantou os olhos, encontrando o olhar ferido do cavaleiro da Excalibur. Suspirou forte e fundo, dando de ombros. Simplesmente não havia o que ser feito.
Levou as mãos até o rosto bem marcado, contrastando com a delicadeza e maciez da pele que tocava. Puxou-o para mais perto, beijando-o leve e ternamente, sem sequer abrir os lábios. Afastou-se com mesma lentidão, o fitando com natural afinidade.
"Você tem que dizer a ela, Shura."
Capricórnio soltou uma doce risada, acariciando os cabelos que desciam o rosto do ariano.
"Você sempre tão arredio... tão difícil de se deixar pegar..."
Não evitou que um sorriso enchesse sua boca, antes de retrucar.
"Não estou brincando, Shura. Quero que tenha mais felicidade do que posso te dar."
"Não. Você quer mudar de assunto e fugir de mim. Porque é isso o que você faz, e acredite, ariano, você é realmente bom nisso. Eu queria muito saber o que um homem precisa fazer pra te segurar." E riu, alto, se deitando sobre um perplexo Mu. "Alguém, alguma vez em toda sua vida, já conseguiu te domar?"
Agora foi o ariano que riu, respirando fundo enquanto sentia o perfume do companheiro deitado em seu peito.
"Você fala como se aqui eu fosse o animal selvagem, Capricórnio."
"Você está sempre em sua montanha, Mu. Às vezes ela é alta demais sequer para se chegar."
Mu abaixou os olhos, prestando mais atenção às palavras que o outro lhe sussurrava.
"O que quer dizer?"
Shura levantou os olhos sérios e fortes, como se estivesse preste a esticar seu braço e rasgar a realidade do ariano com sua espada indestrutível.
Ele sorriu, meio de lado, mantendo a rigidez no olhar.
"Eu vou falar com Shina, ariano. Porque acredito que nenhuma palavra sairia de sua boca para ousar me machucar."
"Sabe que meu afeto por você não me permitiria isso."
"Mas você também tem que contar para ele."
Áries sentiu-se engasgar com o próprio ar.
Shura segurou seu rosto entre os dedos de uma só mão, chegando-lhe próximo demais do rosto, quase a tocá-lo.
"Você não sabe o que eu sinto por você, Áries. Então acredite em mim. Se aquele dublê de Budha te machucar, eu não vou nem pensar sobre perdoar, entendeu?"
Os olhos verdes tremiam, e ele não conseguia evitar. O sorriso de Shura se mantinha ali, forte à sua frente, firme como uma ilha no meio do mar.
Diz a lenda que carneiros tem chifres por usarem a cabeça para mover pedras nos caminhos. Mas os arianos sabem a verdade. A delicada sensação de se atirar...
Mu se atirou no colo de Shura, num soluço contido escapando entre os lábios.
A lenda estava enganada num ponto.
Arianos não destroem pedras.
Ele se atiram apenas para chorar sobre elas.
