Errata:

«. Depois ela disse-me "Vem Aragorn, vem conhecer a Cidade do Lago."»

Não é cidade do Lago, mas sim Cidade da Luz. Aliás, penso que já existe uma cidade do lago na Terra-Média.

"E os elfos chamam-te Elessar. Mas eu conheço a tua verdadeira identidade Aragorn, filho de Arathorn, herdeiro de Elendil e de Gondor."

Era Aragorn quem contava, um desconhecido em Bree. Ele não podia chegar lá e dizer que era o rei de Gondor. Por isso, esta frase deveria ser eliminada. Assim como "Vem Aragorn, …" deverá ser "Vem Passo de Gigante,…"

Obrigado pela compreensão e peço desculpa pelos erros.

myriara- agradeço imenso e agrada-me que tenhas gostado da primeira parte da minha história. A tua review foi a primeira que recebi e acredita que não podia ser melhor. Motivaste-me a escrever ainda mais. Obrigada

Giby- ahh, a pequena hobbit. Também as tuas reviews me motivaram a escrever mais. Provaste que os hobbits podem ser muito curiosos. Hum, uma pergunta, és um hobbit do Shire? Nunca imaginei que eles ouviam facilmente as histórias de estranhos caminhantes. Obrigada

Nianko- Quem me dera que o que escrevesses se concretizasse. Bem minha querida amiga só me resta trabalhar (e muito) para o conseguir. Os teus conselhos sempre me foram muito úteis. Obrigada

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» Conduziu-me pelos largos corredores até uma sala ampla e quase vazia. Nela estava estendido um longo tapete branco com adornos de prata. Parecia ter sido feito por elfos, pois eles têm a habilidade de fazer as coisas mais belas. Ao fundo, junto a uma grande janela estavam duas cadeiras de pedra, esculpidas na parede. Estavam uma de cada lado da janela. Não havia mais nada naquela sala fria de pedra cinza pálido, como uma manhã de Inverno.

» Aproximei-me da janela. Olhei para Gilraen e estava de cabeça baixa. Os seus olhos exprimiam tristeza e os seus pensamentos estavam para além daquela floresta. Murmurou qualquer coisa inaudível e em seguida levantou a cabeça e sorriu-me. Mas o seu sorriso era fraco e ténue. Como se a qualquer momento se desvanecesse.

» Aproximou-se de uma cadeira e tirou a capa negra que a encobria. Estava vestida igualmente de preto. Um vestido sem cor nem vida. Completamente simples. E notando que eu havia estranhado disse-me "Eu e o meu marido costumávamos sentarmo-nos nestas cadeiras e admirar toda a beleza da cidade. Passávamos horas a conversar e horas a mirá-la sem trocar nenhuma palavra. Porem quis o destino que ele partisse para uma batalha à muitos anos atrás. Uma batalha da qual nunca mais regressou. E com o passar dos anos a dor foi-se tornando mais forte. Mas deixemos de recordar as coisas tristes do passado. Senta-te Passo de Gigante e desfruta da beleza que existe lá fora."

» Sentei-me e ela também. Olhei para além da janela. Reparei então que era de noite. Lá em baixo estava o rio. Caía de uma montanha, desfazendo-se em espuma cá em baixo. Depois corria alegremente, saltitando pelas pedras e serpenteando por entre árvores, desaparecendo por fim da nossa vista. As suas águas cintilavam com o brilho de mil e um diamantes. Uma luz bela e ofuscante. Foi aquela luz que eu vi, antes de desmaiar. Lembram-se? Nas margens do rio cresciam flores, todas elas brancas e delicadas.

» Podia ver a floresta daquela janela. As árvores mais próximas do rio tinham folhas douradas e à medida que se afastavam tornavam-se mais escuras, até se tornarem totalmente negras. Nunca ninguém pensaria que no centro da negra floresta se encontrava algo tão belo. Dispersas, algures pela clareira (onde fora construída a cidade) encontravam-se altas casas, feitas de pedra cinza pálido, e que tinham luz própria. Brilhavam como a lua na escuridão, e em noites frias e medonhas como aquela, eram a alegria e esperança dos seus habitantes. Foi então que percebi o significado do nome da cidade.

» Cidade da Luz. E era por isso mesmo. Nunca escurecia. De dia, o sol brilhava sobre ela e de noite a luz das estrelas e da lua juntavam-se ao brilho do rio e das casas formando assim uma luz como a do próprio sol.

» "Como se chama a floresta?" perguntei-lhe. Gilraen pareceu-me pensativa. E depois de uns momentos a olhar para a lua respondeu-me "Não sabemos ao certo. Poucas pessoas falam desta floresta, pelo que nos dizem as águias e sempre e mencionam como a Floresta das Trevas. E é assim que nós lhe chama-mos. O que pensas da nossa cidade, Passo de Gigante?" "É quase tão bela quanto a sua senhora. Parece que o seu brilho foi inspirado nos seus olhos, bela senhora, e a sua beleza na sua face. As folhas das árvores mais próximas parecem feitas do ouro do seu cabelo. Toda a cidade me parece ter sido feita segundo o seu coração e vontade."

» Gilraen sorriu-me e levantou-se. "Mas a beleza será melhor contemplada do lado de fora. Vamos." Disse-me e eu segui-a. Descemos uma larga escadaria toda em pedra e com corrimões magnificamente ornamentados e seguimos por um corredor até transpor-mos a grande porta principal. Por ela, era capaz de passar um gigante, no entanto era tão delicada quanto um hobbit.

» Lá fora reparei numa coisa que não tinha visto antes. Uma ponte de pedra polida atravessava majestosamente o rio. Atravessamo-la e eu virei-me. À minha frente erguia-se o palácio. Todo ele reluzia, não vos consigo dar uma explicação sobre como ele era, mas digo-vos que era lindo. Naquele lado da margem não existia mais nada. Ficamos por momentos a admirar, e depois um elfo, vestido de cinzento claro, veio ter com Gilraen. Curvou-se ligeiramente e disse "O jantar está servido Senhora." Depois retirou-se rapidamente. "Vamos?" perguntou. Limitei-me a acenar afirmativamente com a cabeça. Voltamos a entrar no castelo. Mas desta vez tomamos caminhos diferentes, por outro corredor. Era um pouco mais estreito e um pouco mais sombrio, mas não muito. Era apenas por causa de uma árvores que crescera ao seu lado. Chegamos então a uma sala.

» Era outra sala muito grande, igualmente de pedra clara. Esta estava na outra ponta do palácio, e das suas grandes janelas podia-se ver a cascata. No centro da sala encontrava-se uma mesa curva, enfeitada com todo o tipo de comida. Sentados à mesa estavam já alguns elfos e Gilraen e eu sentamo-nos também. Foi algo agradável, jantar com aqueles elfos. Eram alegres e sábios, e com eles pude partilhar todos os meus conhecimentos e aprendi muito naquela noite. Comemos e conversamos, e a noite chegou por completo.

» "Sei que acordaste à pouco, Passo de Gigante mas ainda precisas de descansar. Aliás, todos precisamos de descansar. Olhem as estrelas uma ultima vez por hoje e vamos dormir." A palavra da Senhora é uma ordem e todos a cumpriram. E assim passei o meu primeiro dia, ou melhor dizendo noite, consciente na cidade.