NO MEIO DO CAMINHO TINHA UM TREX...

(...Tinha um Trex no meio do caminho)

Capítulo 3

Autor: Lady RR, TowandaBR

DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (perdoem qualquer omissão).

AGRADECIMENTOS: Obrigada Cris, Aline, Maga, Fabi K. Roxton, Kakau, Nessa Reinehr, Cláudia, Jess, Di Roxton (que deixou coment no grupo pq não conseguiu deixar no FF). Um beijo enorme a todas vocês.


Água e óleo não se misturam. Mas às vezes são obrigados a ficar juntos (Uma aventura M&V...Marguerite & Verônica)


Marguerite acordou pouco depois do meio-dia, mas ainda assim sentia-se cansada.

Surpreendeu-se ao ver que Verônica ainda dormia profundamente, afinal ela nunca foi de ficar muito tempo na cama.

Colocou as costas da mão na testa da amiga percebendo que tinha um pouco de febre, mas nada que preocupasse. Tanto sono poderia ser efeito do dia anterior ou, o que era mais provavel, do remédio do Challenger.

Andou de um lado para o outro.

Voltou para a cozinha onde fez um pouco de chá colocando cerimoniosamente em uma xícara da melhor porcelana que havia na casa da árvore.

"Concentre-se Marguerite" - resmungou entre dentes - "Imagine que você está bebendo um maravilhoso, forte e quente café fresquinho." – tomou um gole - "Droga Verônica. Você poderia ao menos ter pulado até aqui e feito o maldito café. Ou pelo menos acordar para me fazer companhia."

A herdeira pegou duas fatias de pão.

"Maldita geléia de amora." - Gesticulou – "Por sua causa estou aqui sozinha, sem ninguém para conversar, nem para perturbar."

Irritada pegou o pote de geléia com que 'conversava'. Tirou a tampa mergulhando a faca e espalhando uma generosa quantidade no pão.

"Agora você vai sentir a minha ira." - mordeu o alimento com raiva.

Resolveu tomar um banho demorado. Depois, já se sentindo mais confortável e refrescada, foi a biblioteca onde pegou alguns livros e sentou-se na sala folheando cada um deles a procura de alguma informação.

"Eureca." - Sem querer havia falado alto e percebeu que a loira começava a acordar. Colocou-se a seu lado esperando que ficasse alerta.

"Como você está?"

"Tonta, enjoada e com dor de cabeça."

"E o pé?"

"Latejando."

"Parece que você está com ressaca. Challenger já havia testado esse remédio em alguém?"

"Acho que não. Só lembrei porque ele comentou comigo quando estava manipulando os ingredientes. E disse que achava que uma colher de chá seria suficiente. Challenger sempre começa testando suas misturas com uma colher de chá."

A herdeira gargalhou.

"George testou o rosa também? O que te dei ontem?"

"Eu nem sabia que ele existia."

Marguerite suspirou aliviada.

"Sorte sua que não era veneno." - abriu o livro que tinha nas mãos - "Acho que descobri o que aconteceu com você."

"Conte."

"Ligamentos. Parece que você rompeu um, dois, um monte de ligamentos, sei lá. Enfim. Acho que é isso. Quer dizer que você vai ter que ficar quieta por um bom tempo."

"O que quer dizer exatamente 'um bom tempo'?"

"Semanas talvez."

"Como assim semanas? Uma, duas?" – a moça preocupou-se. Afinal não se imaginava parada nem por um dia quanto mais semanas.

"Acho que mais do que isso."

"Não sei o que é pior." - Verônica fechou os olhos sentindo tudo rodando a sua volta - "A dor ou os efeitos colaterais do remédio do Challenger."

"Ou ficar sem café." – completou Marguerite desconsolada. Após uma pausa finalmente resolveu voltar a ativa.

"Bem, precisamos nos organizar ou vamos passar o resto do dia aqui."

"Preciso de um banho."

A morena ainda pensou em negar o pedido, mas tinha que concordar. Depois de passar o dia anterior trabalhando sob o sol, rolando ladeira abaixo, andando na terra e no mato sem dúvida nenhuma a loira precisava urgentemente de um banho.

"Concordo plenamente."

"Estou ruim assim?"

"É melhor nem comentar. Vou colocar um banco para você sentar no chuveiro, assim não terá o perigo de cair."

Marguerite amparou Verônica com muito cuidado. Definitivamente o mundo era redondo e girava muito. Por sorte a quantidade de água corrente na casa da árvore era grande e a loira pode tomar um delicioso banho.

Depois Marguerite ajudou-a a vestir um roupão limpo.

"Está melhor?"

"Estou."

"Então vou levá-la para o seu quarto, trocar a tala e colocar essa perna para cima está bem?" - Colocou o braço da loira em volta do pescoço ajudando-a a erguer-se.

"Lembra da senha? Pula...pula...pula...pula."

As duas começaram a rir.

Marguerite acomodou a moça na cama colocando uma nova tala ao mesmo tempo em que tentava ser o mais delicada possível.

"Agora, que você finalmente ganhou uma tala bem feita madame não podemos trocá-la por pelo menos uma semana. Precisamos pensar em um jeito de você tomar banho sem danificá-la. Mas primeiro você vai comer alguma coisa."

"Não. Meu estômago ainda está dando voltas e meu pé está doendo mais."

"Você precisa se alimentar. Que tal um pouco de leite?"

"Está bem."

"E enquanto você toma o leite eu preparo mais um pouco do remédio do Challenger. Metade da dose desta vez."

"Argh!"

"Pode escolher. Gosto ruim ou dor."

"Grande escolha."

Após o leite e o remédio, não foi difícil Verônica pegar novamente no sono. Marguerite voltou para a sala e sorriu.

"Silêncio completo, paz. Perfeito para dormir ou ler." – pensou. Mas o sorriso morreu rapidamente com o som da cabra, que reclamava por não ter sido ordenhada.

"Não sou eu quem tem que cuidar de você. Pode berrar a vontade." – gritou do galpão - "Você vai esperar."

Porém ao contrário dos dotes lingüísticos da herdeira, definitivamente a cabra não entendia nada do idioma dos humanos e continuou a gritaria.

"Droga, droga, droga, droga..." – resmungou a herdeira já pegando o balde e descendo no elevador.

Aproximou-se da cabra e teve dificuldade em amarrar-lhe as pernas para que não levasse um coice. Pensou em desistir, porém não teria sossego enquanto não fizesse o trabalho. Sabia o que fazer. Mas odiava. Com muitas caretas finalmente pegou nas tetas do animal.

"Isso é nojento."

Quando terminou alimentou o bicho. Por mais que negasse havia muito serviço a fazer. Regou a horta, pois há dias a chuva não caia naquela região do platô; cortou lenha suficiente para manter o fogo aceso pelo menos até o dia seguinte; lavou algumas roupas já que odiava tanto aquela atividade que vinha adiando há algum tempo e estava ficando sem nada para vestir; obrigou-se a colher algumas frutas porque só restavam umas poucas e com seus dotes culinários limitados era necessário pensar em comida; verificou a cerca elétrica.

Teve a impressão de que todas as tarefas da casa da árvore de repente não podiam mais esperar. Seu trabalho parecia interminável.

Estava cansada e acabava de subir, quando escutou um barulho. Correu para investigar.

"Que não seja o que estou certa que é."

Decepcionou-se ao perceber que tinha razão. A água espalhava-se pela cozinha após a borracha que vedava um dos canos de bambu ter se partido.

"Droga, droga, droga, droga..." – correu para consertar o estrago e secar o local.

Finalmente sentou-se para comer. Olhou para o pote de geléia e irritada pegou-o jogando direto no lixo.

"Culpa sua, geléia idiota."

Exausta voltou para o quarto, já vislumbrando sua cama macia e quentinha quando percebeu o vento aumentar e de repente a chuva cair forte.

"Não acredito."

Correu para fechar as janelas de palha, arrastou os pesados móveis tentando desvia-los das gotas de chuva que entravam pelas frestas no telhado, colocou os poucos baldes de que dispunha embaixo de algumas goteiras.

Quando enfim pode se deitar, desabou tendo a sensação de pegar no sono antes mesmo da cabeça chegar ao travesseiro.

Nada, nem um furacão, poderia acordá-la exceto...

Marguerite abriu os olhos e assustou-se. Seu quarto foi invadido pelo delicioso cheiro de pão fresco e...

"Acorde Marguerite...não seja tola...isso é um sonho."

Em seguida ela quase flutuou, deixando-se levar pelo inconfundível aroma de...

CONTINUA...

R-E-V-I-E-W! R-E-V-I-E-W! R-E-V-I-E-W!