Eu acordo cedo e vou tomar um café bem reforçado, sempre imaginando o que eu deveria fazer para reconquistá-la. Eu estaciono o meu carro no hospital e saio andando pelas ruas, procurando alguma coisa que me ajudasse. Mas não achava nada de interessante, então eu avisto o "nosso banco" e vou até ele, quem sabe lá eu ache alguma inspiração. Eu me sento no bando e fico encarando o rio. O que eu poderia fazer?

"Tio tio!" – uma menina fala sentando-se ao meu lado.

"É comigo?" – eu me viro pra encará-la.

"Sim, sim... Isso caiu do seu casaco."- ela me dá um papel que só depois percebo ser a minha foto com Abby...nos nossos bons tempos.

"Ah, sim. - eu encaro a foto com um sorriso - muito obrigado."

"É a sua mulher?"- ela me questiona. De onde teria vindo aquela menina? Eu olho em volta mas não vejo ninguém que possa estar com ela.

"Não, não...ela é minha.."- eu hesito um pouco de fala- "minha"- oras, era so uma garotinha- "namorada"- eu finalmente digo vendo sua expressão de felicidade.

"E porque você não casaram!"

"Porque... houveram tantas coisas."

"Mas você a ama?"

"Sim.. muito" – eu sorrio a minha afirmação.

"E o que impede vocês de casarem?" – ela me encara intrigada.

"Ela esta brigada comigo..." – eu falo olhando a foto e colocando-a no bolso.

"O que você fez com ela!"

"Coisas de casal.. mas eu não sei como reconquista-la."

"Ah isso é fácil!" – ela fala pulando do banco.

"Fácil?"- eu sorrio a ela- "então me diga como é!" - eu viro ficando de frente para ela; Eu devia estar desesperado mesmo. Ouvindo conselhos amorosos de uma criança!

"Primeiro eu tenho que saber umas coisinhas...Me deixe ver a foto dela melhor."- como uma criança com medo, eu lhe obedeço. Dou a foto sem questionar, mesmo a foto sendo meio "quente". Um beijo depois de uma noite pode conter muito mais coisas do que uma criança deve saber.

"Bonita.." – ela fala passando os dedos pela foto. – "Hum..." – ela fica pensativa com uma mão repousando no seu queixo. Eu fico olhando pra ela ancioso por sua ajuda.

"Bom... como eu entendo desses assuntos femininos e amorosos" – ela fala cruzando as pernas. – "Ela ja sabe que você a ama ne!"

Eu aceno com a cabeça afirmando que sim.

"Ela evita falar com você..?"

"Digamos que sim..."

"Ela só esta esperando que você lhe faça uma surpresa. Ela precisa de algo que nunca teve."

Deus! A menina até que tinha razão, mas...como fazer isso? Eu não tinha idéias... tinha de apelar.

"Por exemplo?"- eu perguntei, esperando que ela também me salvasse agora.

"Ah, você é muito folgado" - ela ficou de pé na minha frente- "agora é com você, John" .- E assim como ela chegou ela se foi, saiu correndo pela rua e me deixou gritando, chamando por ela.

E...só uma coisa? Como é que essa pirralinha sabia meu nome?

Resolvi esquecer isso e me concentrar mais nas coisas. Sai vagando pelas ruas, até que me dei de frente com uma floricultura. Flores? Ela não era desse tipo. Pode se ter uma idéia disso quando se leva em conta o episódio na casa dela, onde ela me disse que prefere as flores mortas. Mas se não fosse isso, o que seria? Eu não tinha como mostrar meu amor e sim dar e fazê-la sentir isso. Mas essa já outra fase do plano.

Entrei então na floricultura.

CONTINUA...