Diferente dos outros dias, eu acordei tarde. Tomei um longo banho e me deitei pra ver um filme que estava passando na televisão. Vi que na minha secrtaria eletronica estavam piscando três mensagens.
"Ccaaarter! Ultimo dia! To so te lembrando! Beijos Susan!"
"John.. não esqueça que hoje teremos uma reunião em familia. Você não pode faltar, são assuntos do interesse de todos. "
"Reunião? Que porcaria é essa? Eu não acredito.. pelo menso eu posso usar a desculpa do plantão."
"John.. eu tentei te ligar, mas o telefone so chamava.. obrigada pelo passeio de ontem.. hum.. é so isso mesmo. Abby!"
Aquelas mensagens misturaram os meus sentimentos. Susan: ela vai ver com quantos paus se fazem uam canoa hoje. Família? Que porre! Vou dar um jeito de dar cano nisso. Abby? HAHAHAHA! Sem comentários... Me ligar só por ligar? Bingo!
Eu procurei o que fazer pela tarde mas por incrível que pareça, não tinha serviço, nem relatórios nem nada. Almocei no meio da tarde e só pedi que a noite chegasse logo. Pela primeira vez na vida eu estava louco para ir trabalhar. A noite começou a chegar aos pouquinhos e logo estava eu, me preparando para ir trabalhar. Outro banho, gel no cabelo, perfume. AQUELE perfume. Calça jeans surrada, camiseta preta. O perfeito molecão. Hoje eu ia agarrar a minha menina.
Eram quase 7 horas da noite quando eu cheguei finalmente no hospital. Talvez eu tivesse exagerado mesmo. As enfermeiras faziam seus comentários e todos me olhavam de modo diferente. Eu tinha exagerado? Eu olhei no quadro e vi o nome dela. Ponto! tudo começava a se encaixar. Ia ser a noite perfeita.
"Hummmm..." – Susan chegou se aproximando de mim. – "Nem eu resistiria a um homem como esses."
"Boa noite pra vocÊ tambem Susan."
"Nada ainda ne!" – ela falou rindo.
"Ria. Muito... ria ate nao poder mais. Mais tarde eu vou rir na tua cara de isso tudo.. e você vai ficar pelos cantos fazendo cara de enterro que eu te conheço."
"Carter revoltadozinho... vou ate me afastar.. mas volto pra saber de novidades.. ha.. ela esta na cortinha 2, caso você tenha interesse."
Eu não falei mais nada, procurei por algum paciente que estava no mesmo local que ela e me encaminhei até la. Eu encontrei um caso que parecia simples na cortina três, bem de frente para onde ela estava. Para o início da minha anciosidde em ve-la a cortima estava fechada e nenhum barulho saia dali. Em menos de 5 minutos eu já havia liquidado o caso. O meu sangue já estava subindo. O que ela estava fazendo ali tanto tempo, com a cortina fechada nem fazer um som? Meus pensamentos viagaram quando Chunny fechou o sorriso, vindo na minha direção.
"Você pode atender aquela mulher ali, Carter?"- ela apontou para uma senhora sentada na sala de espera.
"Claro, pode trazer..." - ela virou as costas ainda com um sorriso nos lábios. O que diabos estava havendo?
A senhora, muito simpático veio até mim e logo começou a se queixar de todas as dores possíveis. Eu a atendi mas não deixem um só instante de observar aquela cortina, estava tudo muito silencioso, ninguem entrava nem saia dali. Pedi pra senhora esperar, inventando que iria pedir alguma opinião medica quando me aproximei da cortina 2.
"Abby!" – eu falo tocando no pano sem resposta. – "Eu posso entrar!"
Nada. Silêncio absoluto.
"Abby!" – eu insisto. – "Esta tudo bem ai!" – eu ja estava ficando desesperado so imaginando o que o paciente poderia ter feito com ela.
"Abby!" – eu quase gritei quando abri a cortina e não vi ninguem.
Ai! Que raiva! A Susan me paga, ah, me paga!
Eu olhei para trás e pedi licença a senhora que antes eu estava atendendo. Ela que me desculpasse, mas eu ia dar o troco em Susan. Eu me aproximei da recepção, vendo Susan olhar alguma fichas no balcão.
"Muito engraçado, Susan" - eu fiquei de costas para a porta do P.S para olha-la melhor- "isso não se faz, você vai me pagar! Não perde por esperar" - eu controlei o riso e ainda ia falar poucas e boas se não fosse o comentário dela.
"Se eu fosse você, parava por ai..."- ela olhou para as minhas costas e eu pudia ter certeza de que ela estava entrando.
"Bom noite" - ela colocou o copo de café no balcão e foi direto ao quadro de pacientes.- "E o movimento?"
Eu aproveitei que ela estava entredida com aquilo e fuzilei Susan com os olhos, que ria em silêncio sem parar.
"Boa noite.." – eu finalmente respondi vendo-a sorrir. – "Não esqueça da promessa, ok?" – eu pisquei e sai de perto dali, depois ela mudava de ideia, era melhor não arriscar.
Voltei a velhinha e finalmente pedi os exames necessários para ela. Peguei mais algumas fichas, atendi alguns pacientes, mas ainda não tinha falado nada demais com Abby desde que eu a vi na recepção. Quando eu estou examinando uma paciente dentro de um quarto, ela surge pela porta atras de um rapaz que estava na cama ao lado.
"Você poderia tirar a camisa pra examina-la melhor!" – eu falo com a moça. Ela não responde, fic aolhando pra mim com uma cara de quem estava hipnotizada por algo que nunca tinha visto antes. – "Sra. Lisa" – eu bati no seu ombro.
"Desculpe-me.. o que você estava falando?"
"Gostaria que a senhora levantasse sua camisa para eu axamina-la melhor."
Eu olhei para o lado e vi Abby atender o rapaz. Ela de vez em quando olhava pra mim controlando o seu sorriso.
"Mas você, logo você, me vendo nua!"
"Eu? O Que tem eu!"
"Não tem alguém mais feio?"- eu não pude conter o meu riso diante daquela pergunta. Na verdade eu entendi muito bem, mas eu tinha que me fazer de "santinho".
"Desculpe...como disse?"- eu franzi a testa, dando a entender que não havia entendido mesmo. Até que não sou tão mau ator assim.
"Justo o médico mais gostoso desse lugar?"- eu vi que a pergunta não mais era pra mim e sim a Abby que intercalava seus olhares entre seu paciente e a minha "cena".
Não tinha como eu não olhar de lado. Eu TIVE de ver a reação dela. Melhor do que eu esperava. Ela sorriu, não acreditando no que ouvira. E depois fez um gesto que eu podia jurar que significava "fazer o que, né?".
"Bom, só posso dizer..."- eu vi a mulher levantando a blusa rapidamente – "com todo o prazer."
Examinei-a rapidamente e anotei algumas observações na sua ficha. Eu olhei d enovo pro lado e podia jurar que Abby estava enrolando com aquele paciente.
"Depois eu volto pra quando chegar seus exames." – eu falei saindo da sala sendo seguindo por Abby.
"Arrasando corações hein Dr. Carter!" – ela falou me alcançando.
"Só faz levantar a minha auto-estima... então.. mais tarde.. eu e você, você e eu!"
"Nós" – ela sorriu. – "Creio que sim, vai dar certo.. se as coisas não mudarem ate la."
"Mudarem!" – eu franzi a minha testa. – "Porque elas iriam mudar?"
"Você pode desistir.. estar cansado.. ou qualquer outra coisa."
"Eu? Tem nem perigo, estou firme e forte... você que me preocupa. Acho que não acompanha meu ritmo."
"Carter, Carter...acho que você "desacostumou" de mim..."- ela começou a andar rápido na minha frente, sem me deixar chance para dar um resposta a altura.
Eu andei mais uns passos antes de dar de encontro com Susan, longe, sorrindo e piscando pra mim. Eu pensei em ir até lá mais fui surpreeendido por duas macas que entraram rapidamente pela porta principalmente, trazendo dois traumas. Ninguém estava por perto, eu acompanhei a primeira maca e ela pegou a segunda. Susan veio comigo e entramos nas salas opostas.
A noite foi mais longa do que eu esperava. Mas o sorriso que Abby soltava de vez em quando, me ajudou a aguentar até o final. Quando faltavam vinte minutos para acabar o meu plantão eu fui atras de saber aonde ela estava.
"Você viu a Abby por ai!" – eu perguntei pra Sam.
"Tente a SDM, ela já estava se arrumando pra ir embora."
"Ja?" – eu mal respond i e sai correndo pra evitar quer uma "tragédia" acontecesse - - "Abby!" – eu gritei abrindo a porta da SDM. Ela virou pr aim com uma cara assustada, eu parei ao lado de uma cadeira tentando respirar.
"O que aconteceu?" – ela se aproximou de mim preocupada.
"Eu pensei que você ja estava indo embora."
"E isso é motivo pra quase me matar do coração?"- ela pos a mão sobre o peito sinalizando o susto – "eu ainda estou aqui..."
"Isso é bom..."- eu sorri, colocando uma mão no queixo pensativo.
"Pensando em que?"- ela me lançou um olhar que podia me matar.
"Eu estou indo... falta muito pra você acabar ai?"- ela bocejou, sinalizando o cansaço. Mas ainda sim eu estava feliz. Ela estava interessada no meu horário. Ela tinha segudas intenções! Ou não? Eu não respondi e fui até o meu armario ajeitar algumas coisas antes de sair. Ela sentou-se no sofa, colocando as mãos no queixo me observando.
"John.." – ela falou se levantando – "Se você demorar mais um segundo, eu vou embora."
"Estou pronto" – eu falei num pulo. – "Que apressadinha, hein!"
Eu me aproximei dela, colocando um braço em volta dos seus ombros levando-a pra fora da SDM. Eu olhei para os lados procurando pela Susan. Onde ela se enfiava nos momentos que eu mais precisava que ela presenciasse algumas certas cenas! Nós nos encaminhamos pra fora do hospital, parando na baía de ambulâncias.
"Pra onde nós vamos!" – ela perguntou quando eu segurei sua mão.
"Boa pergunta!"- eu quis dar uma de engraçadinho. Mal sabia eu que quase iria me ferrar por isso.
Ela ficou olhando pro nada, pro movimento da rua. Eu precisava pensar rápido. Nada me vinha na cabeça. O tempo começava a mudar e tudo indicava um noite fria em Chicago. Convida-la pra minha casa? Eu não podia fazer isso ao menos que quisesse assinar meu suicidio.
"Quer saber, Carter...vamos deixar pra outro dia, vai!"
"Não!"- eu gritei desesperado. Não podia deixar ela escapar. Eu estava tão perto...
"Sério, Carter... to com sono, to morta, são quase 4 horas da madrugada e você ainda fica ai de brincadeira..."- ela coçou os olhos, bocejando mais uam vez.
Eu vi que era a hora de parar. Eu estava usando aquilo como mecanismo de defesa para disfarçar o que eu realmente queria. Era agora ou nunca.
Eu avancei um passo, vendo sua reação. Ela nem se moveu. Então eu afastei o seu cabelo que teimava em voar com o vento, colocando-o atras de sua orelha. Com minhas mãos, segurei seu queixo, olhando nos seus olhos. Eu estava com medo de fazer aquilo e estragar tudo, mas não tinha mais como esperar. Deslizei minhas mãos pela sua cintura trazendo-a mais perto de mim sentindo a sua respiração. Segurei-a num abraço antes de me afastar novamente e buscar seus olhos. Lentamente eu fui encostando o meu rosto no seu e eu senti que ela estava apoiando o seu contro contra o meu. Sem hesitar alcancei seus labios começando um beijo
No primeiro instante ela me pareceu meio fria e distante. Parecia que ela ia recuar. Eu não podia deixá-la fazer isso. Como eu disse antes, eu tinha que "pegar ela de jeito". Eu fui andando com ela até a parede, sem parar de beijá-la.
Eu a encostei na parede e fui mais audacioso no beijo. Aquilo tinha tanto de mim, tanto dela, tanto de nós. Eu vi a bolsa dela começar a cair pelo ombro. Pensei em parar mas pensando melhor, poderia estragar tudo. Ela já estava respondendo melhor o meu beijo e eu ousei colocar a minha mão nas suas costas. Eu tinha que me controlar, não podia ir além. Ela levou seus braços, apoiando-se no meu ombro largando a bolsa no chão. Enquanto intensificavamos o beijo, fazia carinhos de leve na minha nuca. Quando eu finalmente afastei o meu corpo do seu. Continuei segurando-a no abraço olhando nos seus olhos. Fazia algum tempo que ela não me encarava por tanto tempo, quando eu menos esperava ela me puxou para outro beijo.
"Abby" – eu falei quando finalmente deicidimos parar para respirar um pouco.
"Nós ainda vamos sair!" – ela me falou sorrindo.
"Se a minha companhia não for de incomodo para você... vamos sim."
"Engraçadinho" - ela pegou a bolsa do chão e foi pra frente, quando eu literalmente "sai de cima dela". Pensei que ela fosse me deixar falando sozinho e aproveitei para dar um passo a frente e dar uma olhada se alguém havia nos visto.
Não vi ninguém por perto. Melhor assim. Isso ainda podia dar muito rolo. Eu ainda estava no meus pensamento quando ela me chamou.
"Vem logo! Eu to com sono..." - ela estendeu a mão e eu a segurei indo em direção ao carro. tinha dado certo, eu mal me continha de tanta felicidade.
O meu carro estava do outro lado da rua. Eu abri a porta para ela e entrei, quando escutei um grito chmando meu nome. Aquela voz era familiar, mas eu não vi ninguém. Esqueci daquilo e tomei o rumo. Pra onde? Eu andei por algumas ruas, procurando por algum lugar aberto, mas ja estava tudo fechando. Olhei para o lado e vi Abby que estava praticamente cochilando. Eu liguei então o som e ela, como sempre, mudou para alguma estação de sua preferencia.
"Esta é a Abby que eu conheço" – eu falei rindo.
"Estou ficando tonta de rodar.. pelo que eu te conheço, você não tem a minima ideia de onde vai me levar ne?"
"Sim..." – eu dei um sorriso amarelo. Ela então se aproximou de mim, colocando sua cabeça no meu ombro.
"Vamos pensar.. quase cinco horas. O que esta aberto?"
"Lojas de conveniencia, posto de gasolina, algum boteco de esquina... tem uma locadora que fica 24 horas.. dava pra alugar um filme... ou ir a farmcia, padaria, ou supermercado. O que você prefere!"
"Opções tentadoras...mas eu acho que vou preferir ir pra casa, apenas minha cama pode me salvar hoje" - ela riu, bocejando pela 3a vez naquela noite.
"Você vai me fazer atravessar a cidade toda pra te levar em casa?"- eu intercalava meus olhares nela e no trânsito.
"Ué..."- ela levantou do meu ombro e me encarou- "você não me ofereceu uma carona?" - ela me olhou de canto de olho.
"Tá cer.." - eu ia dizer que era um brincadeira e que já iria leva-la pra casa quando ela me interrompeu.
"Você sugerindo o que? Que eu passe a noite no seu apartamento?"
"Não...não é o que você está pensando"- ela não podia pensar isso - "eu só achei que não haveria problema se eu tivesse um encontro com o meu sofá enquanto você desfruta da minha caminha dura..."- eu lembrei do quanto ela gostava da minha cama. Sempre dizia que curava a dor nas costas dela.
"Olha.." – ela se ajeitou no banco – "se não fosse pelo horario, se eu não tivsse que trabalhar amanha, até que eu ia te explorar e pedir que você me levasse em casa. Então.. já que estamos tão perto, eu aceito a sua proposta. Mas a cama é minha!"
"Sem problemas! Eu te dou a chave do quarto, da sala, do banheiro, pode se trancar em casa se quiser. Eu não chego nem perto." – eu levantei meus braços rindo.
"Bom mesmo.." – ela fala rindo. – "Se apressa.. senão você vai ter que me levar rebocada pra cama."
"Até que não é uma má ideia..."
"John..." – ela bateu na minha coxa. "John".. isso era um bom sinal. – "Deixa de ser taradddo!"
Cinco minutos depois nós tinhamos chegado a porta do meu apartamento. Eu desci rapidamente, mas não deu nem tempo de eu abrir a porta pra ela. Quando cheguei do outro lado, ela já estava fechando a porta, se encolhendo toda.
"Frio...?" - eu perguntei para não criar "clima".
"Pode apostar..."
Nós entramos e eu fechei a porta da coredor, enquanto ela subia as escadas. Eu a deixei ir na frente. Queria saber se ela ainda lembrava qual era o meu apartamento.
"21, 22...23? É esse?"- ela parou em frente a porta de um ap. ao lado do meu.
"Errado...24! Que memória fraquinha, hein? Como conseguiu passar em medicina?"- ela coloquei a chave na porta entrando logo em seguida.
"Gracinha...24, hein? Número suspeito!"- ela entrou atrás de mim, colocando a bolsa no sofá.
"Se você quier eu te provo o que eu possuo de 24 em mim." – eu falei ligando as luzes.
"Credo.." – ela deitou-se no sofa. – "Fique com a cama, eu me rendo..."
"Nada disso. Sofá é meu, se levante daí" – eu puxei seus braços. – "eu te levo até lá..."
"Humrum.." – eu praticamente a reboquei ate a cama. Ela rapidamente se deitou, sem nem esperar que eu trocasse os lençois.
"Quer que eu troque os lençois pra você? quer uma camisa! Alguma coisa pra dormir mais livre?"
"Camisa seria uma boa. Lençol não, deixa esse aqui mesmo."
Eu peguei na minha gaveta alguma roupa coloquei na cama, tirei uma toalha, deixei na cadeira, peguei uma roupa pra mim e tirei a chave da porta para lhe entregar.
"Eu tava brincando, credo, Carter!" - ela tirou a bota e eu vi aquela meia de "menininha" que ela usava.
"Você que sabe! Vou deixar aqui em cima, por via das dúvidas..."- eu coloquei a chave em cima do armário.- "a propósito...bela meia.."- eu encostei a porta para deixa-la se trocar.
Escutei a risada dela antes de ir até o outro quarto me trocar. Estava acostumado a domir de cueca, mas hoje eu tive que abrir um excessão e dormir com um short e uma camiseta branca. Fui até a sala e liguei a TV, indo até a cozinha pegar alguma coisa pra comer. Nada, pra variar. Voltei na sala e comecei a ver um programa quando escutei uns passos na minha direção.
"Oi..."- ela apareceu vestindo apenas a camiseta preta e as meias.
"Cade todo o seu sono?"
"A cama absorveu... posso me sentar ai!"
"Claro" – eu afastei um pouco dando espaço pra ela se sentar.
"O que esta passando de bom?"
"Bom! Nada.. coloquei nessa porcaria ai enquanto o sono não vem."
"Você não costumava ter insonia." – ela se aproximou de mim colocando sua cabeça no meu ombro.
"Nem tenho... você quer comer alguma coisa!" – eu falei mordendo o meu sanduiche frio.
"O seu sanduiche."
"Esta uma porcaria.. esta gelado... você não vai gostar..."
Ela abocanhou um grande pedaço do meu lanche, ficando com maionese em volta da boca. Ela ainda mastigava quando eu me aproximei um pouco do rosto dela. Ela terminou de engolir e eu passei a minha lígua na boca dela, limpando o rosto. Eu não resisti aquele olhar que ela me deu e me aprofundei no beijo. Aquilo não ia dar certo. Mas aquele escurinho, aquele frio, aquele clima. Tudo estava pendendo para "aquele" lado. Ela passou a mão no meu tórax e eu pedi a todos os santos que ela parasse de me tocar se eu não quisesse "passar vexame". Eu tentei manter minhas mãos em local seguro, eu não podia deixar que aquilo acontecesse, não hoje, eu precisava que ela continuasse confiando em mim, não queria que tudo fosse por agua abaixo.
"Depois eu sou tarado." – eu falei separando o beijo. Ela sorriu, voltando a me agarrar, mas eu me afastei novamente.
"O que foi!" – ela faz uma carinha irresistivel.
"Regras são regras.. temos que esperar um pouco para que isso aconteça" – ela enrrugou a testa, mas se afastou sorrindo.
"Melhor mesmo.. desculpa..." – ela me deu um beijo.
"Estamos aqui pra isso.. não precisa se desculpar" – eu a abracei. – "Vamos dormir!"
"Juntos!" – ela virou o rosto olhando pra mim.
"Sobre o mesmo plano"- eu expliquei, vendo a expressão dela.
"Se você quiser.."- ela fez a carinha dengosa que eu tanto amava- "vem..."- ela me estendeu a mão e eu rapidamente desliguei a TV e abracei-a por trás, na cintura, indo até o quarto.
Entramos no quarto e eu vi a roupa dela sobrada sobre a mesa. Ela deitou na cama esparramando-se toda enquanto eu fui até o banheiro escovar os dente.
"Tem umas escova sobrando ai?"- ela perguntou, levantando um pouco a cabeça.
"Até duas" - eu peguei os dois pacotes, mostrando a vermelha e a roxa- "qual você prefere?"
"Eu quero a roxa!"- ela levantou rapidamente e se juntou a mim no banheiro.
"Você sabe que é falta de educação entrar no banheiro dos outros sem pedir licença!" – eu falei cuspindo na pia.
"Esse banheiro tambem é meu."
"É! Sabia não..." – eu me sentei no sanitario vendo-a escovar os dentes.
"Humhum.." – ela praguejou cuspindo na pia. – "O que você esta esperando?"
"Queria fazer xixi..."
"Pode fazer ue!" – ela sentou na pia olhando pra mim.
"Nem a pau!"- eu disse indignado. Pensando bem, eu morria de vergonha.
"Qual é, Carter? Não tem novidade alguma pra mim aí!"- ela indicou a mim.
"Eu tenho vergonha, vai! Faz tempo, muito tempo..."- eu fingi filosofar.
"Eu não vou sair daqui"- ela cruzou os braços e me encarou, eu já estava quase fazendo nas calças! Não tinha jeito, eu iria ter que aguenta-la ali. Eu virei de costas e comecei a abrir o short.
"Ei! Eu tava brincando..."- ela saiu rapidinhu e encostou a porta.
Eu terminei, lavei as mãos e sai. Vi-a sentada na cama, tentando ligar a TV no controle. Tadinha. Há quanto tempo ela estaria ali?
"O controle tá quebrado...tem que ligar aqui mesmo" - eu fui ate a TV e liguei.
"Obrigada por avisar" - eu a vi emboçar um sorriso, sem o brilho que tinha antes.
"Que foi?"- eu engatinhei pela cama até ela. O que tinha acontecido? ela estava diferente.
"Carter" - "Carter" de novo não! – "desculpa mas...dá pra você dormir no sofá mesmo?"- ela fez uma expressão meio envergonhada.
"Ta" - eu não pude deixar de me chatear. Eu teria feito algo errado?
Eu fui indo até a porta e quando estava quase fechando a porta ela disse:
"Desculpa, não fique chateado. Só não quero estragar tudo...mais um vez."
"Não se preocupe quanto a isso. Estávamos quebrando as regras." – eu a vi sorri quando o meu comentário – "Apago o luz?"
"Por favor..."
Eu sai do quarto e fiz meu espaço pro sofá. Eu não deveria ficar triste, afinal, depois de tanto batalhar eu havia conseguido o que conseguia e iria batalhar pra manter as coisas bem entre nós. Eu olhei pela janela e vi que ja estava amanhecendo. Então finalmente eu senti meus olhos pesarem, foi quando eu cai no mais profundo sono.
Continua…
