Plantão de manha cedo mata qualquer alma viva. Pelo menos vou ter dois dias livres que eu não sei se seriam bons nessa atura do campeonato. Eu não queria perder Abby de vista um so instante. Plantões trocados. Eba! Era tudo o que eu precisava, o dia poderia começar pior! O dia hoje esta meio parado e eu passo a maior parte da tarde preenchendo relatórios. Sem Susan, sem Abby, esse hospital fica um marasmo só. Eu olho pro quadro e vejo que estavam todos os pacientes sendo atendidos, encaminhados ou o que seja. Olho para o relógio e faltava 1 hora pra eu ir embora. Vou até algum canto me encostar e tirar um cochilo, antes que eu caísse no meio da recepção de sono.
"Preguiçoso." – eu ouço alguem perturbar o meu primeiro minuto de sono.
"Hum...!" – eu olho pra ver quem era e pulo ao ver que era Abby.
"Dormiu não!"
"Aham..".- eu coço os olhos, tentando acordar definitivamente para falar com ela. O humor era outro e expressão também. Não era a mesma de ontem.
"Tá ocupado?"- mudou da água pro vinho? Não era possível! O que teria acontecido...?
"Você nasceu de quantos meses, hein?"- eu perguntei curioso pra ela.
"Sete e meio porque?"- ela ficou confusa com a minha pergunta
"Não, so era pra saber mesmo" - eu sorri com a minha pergunta sem nexo.
"Bom, eu preciso trabalhar um pouco...alguém tem que pagar o leite das crianças..".- ela sorriu. Que sorriso! Foi andando pelo corredor e eu fui ao delírio com aquela calça branca que ela vestia. Eu pude ver aquela calcinha da mesma cor bem delinena no corpo dela. Eu senti meu corpo ferver e achei melhor parar de olhar se não quisesse passar outro "vexame". Eu passei o resto do meu plantão atendendo com ela. Eu já estava até perdendo os sentidos de tanto...Tesão. Essa era a palavra. Ela só podia estar me provocando. Quade no fim do meu turno, um menino de 6 anos deu uma bela vomitada nela e ela teve de trocar de blusa. Lógico! Não tinha uma menos decotada! Aquele decote...aquele decote e aquela calça branca. Acho que eu poderia engravida-la se ela ficasse a menos de 2 m de mim.
"Se olhasse engravidasse..." – Susan fala batendo no meu ombro.
"O que!" – eu me desconcentro da minha "visão".
"Eu recebi seu recado ontem."
'Desculpa se eu atrapalhei algo.."
"Primeiro. Você nunca me atrapalha. Segundo. Boa hora pra ligar hein?"
"Hum! Não entendi..."
"Ela adorou saber que você não iria desistir facil..."
"Você mostrou pra ela a mensagem!"
"Não.. você mostrou. Ela estava comigo naquele exato momento."
"Ela ouviu!" – eu me controlei pra não gritar no meio do hospital.
"Ouviu e gostou. Cinco dias hoje fazem. Vai tirar a aranha da teia ne!"
"Susan.." – ela a repreendi olhando pra ver se "alguem" tinha nos surpreendido.
"Ela esta diferente hoje! Você nao acha? Com um brilho, um sorriso diferente."
"É.. eu percebi" – eu falo meio abobalhado.
"Qual vai ser a primeira providencia hoje?"
"Hoje! Ela acabou de entrar pra trabalhar."
"Eu posso cobri-la."
"Mas você acha que ela vai aceitar?"
"Como vai saber se não tentar?"- ela e joga um sorriso duvidoso- "vai lá, Carter! Antes que você tenha um orgasmo no meio da recepção..".- ela me disse, dando um tapa encorajador nas costas.
Eu segui o corredor e a vi na sala de remédios.
"Abby.."- eu chamei, colocando apenas a cabeça do lado de dentro.
"Sim..."
"Meu plantão acabou agora...não tem quase ninguém aqui..."- eu olhei para fora, vendo se não tinha niguém por perto- "você não quer dar uma volta?"
"Uma volta?"- ela arqueou as sobrancelhas e eu não pude deixar de sorrir- "mas eu acabei de entrar..."
"A Susan vai te cobrir..."- eu respondi, vendo a alça so soutien dela aparecendo. Rápido!
"A Susan, hein?"- ela sorriu, percebendo tudo. – "A Weaver esta na area?"
"Não.. oportunidade unica. Se eu você escapava."
"Espera.." – ela falou colocando um remedio no armario. – "Vamos."
Ela me seguiu, quase que clandestinamente ate fora do hospital. Eu segurei sua mao e saímos andando rapidamente até não sei aonde, não sei como, mas o porque, eu tinha alguma noção.
"Pra onde você vai me levar?" – ela finalmente perguntou.
"Pra longe do caos." – eu falei sorrindo.
"E vai fazer o que comigo!"
Eu de repente parei, encarando-a. Seria hora de agir de novo ou ficar filosofando pelo resto do dia? Eu não podia beijá-la no meio da rua se não quisesse ser preso por fazer sexo em público. No meio do meu transe, eu achei meu carro e fui até ele o mais rápido possível. Eu não vi sinais, pedestres ou carros. Eu só corri pro meu apartamento como se fosse a última coisa que eu fizesse na vida.
O silêncio só fazia com que a minha excitação aumentasse e o meu coração quase explodisse pela boca. Cheguei na porta do prédio, desci e nem precisei abrir a porta de novo. Ela estava na frente da porta esperando por mim. Apressadinha... O mais engraçado é que nós não havíamos trocado uma palavra desde então. Eu subi as escadas e ela me seguiu. Parei em frente a porta do apartamento procurando as chaves que nem loco? Onde eu havia colocado? Raciocinei mais um pouco e finalmente achei minha chave dentro da carteira. Na carteira! Eu estou com a cabeça aonde? Eu abro a porta e ela me acompanha. Não sei aonde leva-la primeiro, estava obvio o que iríamos fazer. Mas assim, sem falar nada, ficaria tudo muito estranho. Então eu tive uma idéia brilhante e a levei ate a cozinha.
"Tenho duas coisas que eu queria dar para você. Ou melhor, 3."
"O que são essas coisas!" – ela perguntou se apoiando no meu armário.
"Primeiro.. uma geladeira com comidas decentes." – eu abri a porta da geladeira e ela deu uma breve risada.
"Segundo" – eu fui até o meu quarto correndo. – "Queria te dar a ultima que eu guardei pra dar na melhor oportunidade que eu tivesse." – eu falei lhe entregando a rosa.
Ela pegou a rosa que ja estava murcha, cheirando-a.
"E terceiro e ultimo. A caixa que so se pode ver quando se passa da meia noite, apesar da hora."
Ela pegou a caixa nas mãos e examinou minuciosamente. Quando eu achei que ela finalmente ia abrir, ela colocou em cima da pia e se apoiou de costas contra a bancada.
"Ué...você não queria ver?"- eu ponho a mão sobre o queixo em dúvida. Afinal, qual era a dela? Ficou toda nervosinha quando eu não a deixei ver e agora que eu deixo, ela não quer? O, como é difícil entender!
"Depois eu vejo..."- ela me encarou, sentando sobre a bancada. Ai! Eu precisava agir. Ela estava pedindo. Ela me olhou mais uma vez, comendo o lábio inferior. Eu conhecia essa carinha. essa carinha assanhada de quem queria "alguma coisa".
Continua...
