A segunda reunião da Ordem de Fênix seria naquele dia, nessa reunião Harry teria que informar a Dumbledore se continuaria ou não no time de quadribol. Ele conversara com o diretor a respeito disso dias antes mas ainda não se decidira se valia a pena continuar no time ou se devia aproveitar todo seu tempo livre treinando para a grande batalha com Voldemort. Nesse momento ele discutia com os dois melhores amigos esse assunto:

Harry, você tem que decidir direito quais são suas prioridades! – dizia Hermione. – Alias, acho que você já sabe quais são as suas prioridades né!

Ok, mas apesar de não ser uma prioridade, quadribol é uma das poucas coisas que eu faço porque eu gosto e porque eu quero, e só por isso, não porque eu sou obrigado ou porque se eu não fizer terei uma morte mais dolorosa ou algo do tipo... – justificou Harry, recebendo o apoio de Rony.

É verdade Mione, esse é o único hobby do Harry, ele já tem que ser tão responsável com todas as outras tarefas e além disso ainda tem que ser dispensado da única coisa que ele faz por puro prazer!?

Nossa Rony, você falou bonito agora! – foi Harry quem teceu o comentário – finalmente a convivência com Hermione está se tornando aparente no modo como você fala!

Obrigado cara... Pelo visto isso também acontece com você!

Não desviem o assunto! – ralhou Hermione – Eu sei que você adora o quabribol, Harry. Mas você já tem tantas coisas pra fazer... Enfim, acho muito provável que Dumbledore te impeça de estar no time esse ano caso você não perceba sozinho que quadribol só tomará seu precioso tempo.

Dumbledore não vai me impedir, ele não é como a Umbridge que sai dando ordens sem avaliar as conseqüências... Ele já conversou comigo e me falou das conseqüências de continuar no time... Depois mandou que EU decidisse.

É, a decisão é sua, mas eu realmente acho que você não deveria continuar no time, Harry, você já não tem tempo livre agora e depois das férias quando começar a participar das missões seu tempo será ainda mais reduzido... Não vai dar pra conciliar tudo e você sabe disso.

Lógico que sei, com tantas responsabilidades que eu tenho atualmente, quadribol é a menos importante de todas...

Não acredito que você vai concordar com ela! Harry! Você é o melhor apanhador que essa escola já teve! Você não pode simplesmente deixar o time! Você adora quadribol!

Rony, quer calar a boca? Você não está ajudando! Deixa o Harry decidir sozinho...

Ah, então quer dizer que você pode opinar a vontade e eu tenho que ficar quieto e ver meu amigo concordar com uma coisa que ele definitivamente não quer?

Não é questão de querer! É questão de necessidade... Eu estou opinando corretamente, é obvio que a decisão correta é que ele não pratique quadribol esse ano...

E você sempre acha que está certa! Hermione, você nem sempre está certa, já ta na hora de alguém te falar isso...

Chega vocês dois! Achei que as brigas tinham parado, mas to vendo que nunca vai acabar! As duas opiniões serão consideradas, mas quem vai decidir sou eu! – lembrou-os Harry finalizando a discussão.

Está certo então... – disse Hermione chateada – Vamos embora Rony, o Harry tem que pensar bem.

Ok – Rony notou o desapontamento da amiga – desculpa qualquer coisa Harry, eu não queria me meter na sua vida...

Relaxa Rony, eu entendo... – assim que eles deixaram o quarto, Harry trocou de roupa e foi para a aula particular de DCAT com Moody.

Remo e Tonks estavam hospedados num hotel três estrelas há dois dias e até agora as suspeitas a respeito daquele grupo de bruxos que se reunia secreta e misteriosamente, todos vestidos de preto, uma vez por semana só aumentavam mas não tinham sido confirmadas, afinal estavam sendo investigados individualmente, mas só teriam suas suspeitas confirmadas quando fossem flagrados em grupo...

Acho arriscado você sozinho em território inimigo. Talvez a gente deva pedir ajuda... E se eles souberem que você vai pra lá e prepararem uma armadilha!? Eles são em muitos... – Tonks estava com medo que algo desse errado, ela costumava se arriscar bastante em serviço pois não tinha medo de enfrentar riscos, tinha mais medo de ficar na defensiva, pois caso ela errasse quem sofreria as conseqüências não seria ela e sim o que estivesse diretamente envolvido na missão, no caso: Remo. Essa era a parte ruim de trabalhar com ele, já que por cavalheirismo talvez, sempre assumia a parte arriscada do plano deixando-a na defensiva.

Calma! Já enfrentamos missões piores... Qualquer coisa que der errado você pede ajuda, mas por enquanto não temos motivos para mobilizar outros membros da ordem por uma suspeita não confirmada! – ele estava dando nó na gravata preta, o resto da roupa era da mesma cor, pois tinha que se parecer com um membro da seita.

Eu estarei lá fora se você precisar de ajuda... – ela notou a demora dele pra dar um simples nó – deixa que eu faço isso! – ela notou que ele estava muito elegante trajando preto.

Obrigado! Vendo você fazer parece tão fácil... Agora vamos!

Bem vindos a mais uma reunião da Ordem de Fênix! – Dumbledore anunciou, depois de cumprimentar a todos, falou a respeito das notícias sobre Voldemort – Convoquei essa reunião porque o ritmo de ataques de Voldemort está gradativamente aumentando... A guerra está cada vez mais próxima e creio eu que será inevitável. Vocês participarão mais ativamente agora, as missões serão mais longas e mais constantes. Novos membros serão convocados para que possamos dar conta de todas as batalhas. Quero esclarecer que essas batalhas serão entre vocês e os comensais, porque Voldemort está se poupando para participar apenas do golpe final. Por isso Harry, que você também deve se preparar muito bem!

Eu estou... – Harry respondeu – Acho que estou...

Sem dúvida que está! Harry aprende rápido! – disse Moody, sempre cheio de elogios para o aluno tão dedicado.

Eu espero que essas aulas sejam suficientes. Harry, esse ritmo está muito cansativo pra você? - perguntou o diretor com o conhecido tom levemente paternal.

Não! Claro que não! – ele mentiu, demonstrar fraqueza e pedir ajuda eram duas coisas que ele evitava ao máximo fazer.

Ótimo! E a respeito do quadribol? – perguntou o diretor.

Não vou participar esse ano... – Harry anunciou e viu Snape sorrir por um instante, também viu os gêmeos Weasley lançarem ao professor um olhar maligno, pensou "Coitado...". Da forma que Harry conhecia os gêmeos teve a certeza que Snape não sairia ileso daquela reunião.

Bom, Harry, você pode voltar ao castelo, os outros permaneçam para que possamos planejar quem participará de cada batalha. – Dumbledore o dispensou antes porque odiava tomar tanto tempo livre do garoto.

Remo Lupin entrou na caverna onde aconteciam as reuniões secretas da tal seita, graças ao serviço de espionagem de Tonks ele conhecia a senha para que a porta fosse aberta, assim que adentrou o local notou que havia duas mesas grandes e vários sofás estofados de preto espalhados pelo local. Não deixou de reparar num símbolo dos comensais da morte estampado na parede. Agora não havia mais dúvidas de que aqueles homens eram servos de Voldemort. Ainda assim, decidiu esperar mais um pouco antes de pedir a ajuda de Tonks para detê-los. Cerca de vinte homens estavam presentes, todos devidamente encapuzados. Remo sentou-se em um dos sofás para ouvir o que um pequeno grupo discutia:

Ele vai descobrir a gente mais cedo ou mais tarde... Esse feitiço não dura pra sempre, ou nos aliamos ou fugimos. – disse um homem de cabelos longos e claros, Remo reparou porque os cabelos saíam pelo capuz, pela voz parecia ser jovem.

Fugir? Eu tenho família, não posso abandoná-los. Não me parece uma boa idéia, Charles – disse um senhor idoso, a voz rouca quase sussurrada.

Eu tinha família, no meu primeiro fracasso ele matou todos, um a um. Não duvido que se fugirmos e ele nos encontrar, ele acaba com as nossas famílias! – falou outro senhor idoso, particularmente alto, que estava próximo a porta, acabara de chegar.

Exatamente! Ele não acaba conosco, porque podemos ser úteis, mas da família ele não tem piedade! – falou o jovem, que fora chamado de Charles. – Não que eu realmente me importe – adicionou timidamente.

Mas por outro lado, de que adianta nos aliarmos? Ele vai acabar com a gente do mesmo jeito! – o senhor de voz rouca falou amedrontado.

Entramos num caminho sem volta, Robert... Não tem como se sair bem, mas não adianta se desesperar! – falou o senhor que acabara de chegar, tentando consolar o outro.

Snape se saiu bem! Temos que procurar ajuda... Como ele... – opinou Charles.

E como a Eva. – opinou outro homem, de meia idade, que conquistou antipatia de Remo ao citar aquela que ele tanto odiava.

Eles conseguiram ajuda porque se aliaram aos que estão contra Voldemort, não sei até que ponto é interessante para nós trocar de lado, correremos tanto risco quanto estamos correndo. – dessa vez quem opinou foi uma mulher.

Correremos riscos, sem duvida, mas acho que é a melhor solução! Como disse Albert, entramos num caminho sem volta, não vamos sair ilesos! – disse o homem que havia citado Eva anteriormente.

Remo se mantinha calado e não era percebido porque não era o único presente que ficava apenas ouvindo a discussão. "Eles são comensais querendo deixar de ser... Interessante! Porque nós estamos mesmo precisando de novos membros...".

Independente de sairmos ilesos, porque não posso garantir nada, quem se arriscaria a mudar de lado? Se formos numerosos posso entrar em contato com Snape e em seguida com Dumbledore. – perguntou Albert, todos os presentes ergueram as mãos aprovando a idéia, inclusive Remo – Ótimo! Era o que eu esperava!

Mas tem que ser rápido! O feitiço não dura muito mais tempo, acredito que em duas semanas possamos ser novamente encontrados por Voldemort com facilidade! – disse a mulher.

Jane tocou num ponto importante, porque se Voldemort está sem ter sinal da gente ele deve estar de certa forma preocupado conosco e deve desconfiar que estamos armando alguma coisa – opinou Charles.

Eu sei, também já pensei nisso. – disse Albert – Bom, mas também se não estivéssemos sob o efeito do feitiço já teríamos sido encontrados e fatalmente nossa situação estaria pior do que já está. Mas é como eu disse, enfrentaremos riscos, não conseguiremos nos esconder de Voldemort a vida toda...
Muito provavelmente, assim que vocês se aliassem a Dumbledore receberiam proteção. Claro que não estamos garantindo a segurança total, mas é melhor que nada. – todos se surpreenderam com a voz diferente que acabara de se pronunciar, Remo notou que só agora sua presença havia sido percebida, tirou o capuz revelando seu rosto e continuou – Remo Lupin, prazer em conhecê-los.

Foram exatos cinco segundos de total falta de ação dos comensais, depois todos decidiram apontar suas varinhas para o intruso.

Ok, eu não estava esperando uma recepção muito calorosa de vocês mesmo, afinal sou um intruso, mas agora que já me apresentei vocês deviam ao menos ouvir o que eu tenho a dizer.

Fale, estamos ouvindo. – Jane mandou, mas nenhum deles moveu um centímetro a sua varinha – Fale-nos o que faz aqui.

Certo! Sou membro da Ordem de Fênix e fui enviado para cá cumprindo uma missão que era apreender todos vocês. Comensais da morte se reunindo secretamente aqui, nesse local de difícil acesso era extremamente suspeito, achávamos que boa coisa não sairia – todos ouviam atentamente – Bem, mas pelo visto me enganei, no lugar de inimigos achei possíveis aliados.

Mas como vocês sabiam a respeito de nós? Estamos sob efeito de um feitiço que não permite que sejamos localizados. Nem Voldemort nos encontrou...

Estamos mais bem equipados do que parece.

Não parece, pois você foi enviado aqui sozinho! Supondo que nós fossemos inimigos, querido, você tava morto! – Jane falou.

Não estou completamente sozinho, mas enfim, se vocês quiserem realmente se aliar a nós precisam estar avisados: é necessária muita coragem em qualquer missão.

Podem baixar as varinhas. – ordenou Robert, virou para Lupin e perguntou-lhe – Quando podemos nos encontrar com Dumbledore?

Agora mesmo!

Todos saíram da caverna, Remo a frente para falar com Tonks e explicar a situação, a garota estava preocupada e assim que o vislumbrou correu para perguntar o que acontecera e porque demorou tanto... Situação explicada, ela aparatou para ver se a reunião da ordem já tinha acabado...

Quanto a você, Eva, poderia dividir com o Fred Weasley as missões menos arriscadas, visto que ele é um iniciante e ... – do nada surge Tonks na sala.

Desculpe a interrupção! Dumbledore, posso falar com você um instante, é extremamente importante!

Tudo bem, esperem um pouco... – Dumbledore foi para a sala de reuniões, que estava vazia, com Tonks e ela explicou-lhe o que acontecera. Ele disse que falaria com os "comensais arrependidos" assim que a reunião acabasse...

Eu sou a pessoa mais sortuda do mundo! – comemorava Fred – Dividir as missões com a Eva é pra quem pode!

Ainda bem que você é meu irmão gêmeo!

Ah nem vem que eu não troco de lugar nem morto! Se você não tem tanta sorte na vida quanto eu não tenho culpa...

Só porque eu divido as missões com o Mundungo não quer dizer que eu não tenha sorte na vida... Os pares vão mudando...

Silencio por favor! – a voz de Dumbledore sobrepôs todas as conversas paralelas – Vou acabar de anunciar os pares rapidamente e vocês estarão dispensados, amanhã teremos outra reunião no mesmo horário, Snape, avise o Harry na sua aula. Bom, os últimos pares são: Tonks e Remo para missões perigosas, em missões simples, o par será Harry e Remo. Já Tonks poderá acompanhar o Jorge e Mundungo.

Estavam esperando há cerca de vinte minutos quando Tonks aparatou de volta com a resposta de Dumbledore, que os receberia imediatamente.

Ótimo! Quanto antes melhor! – disse Charles, que visivelmente era o mais empolgado, Remo estava conversando com ele e quase duvidava que aquele garoto fora comensal, pela idade dava para perceber que ele não tinha participado da guerra de 16 anos atrás, quando Voldemort ainda tinha seus poderes, mas ainda sim, percebeu de imediato que o perfil dele não era o de um comensal, quando ia perguntá-lo porque tornara-se um aliado de Voldemort Tonks aparatou.

Vamos usar uma chave de portal – sugeriu Remo.

Minutos depois...

Bem vindos – disse Dumbledore assim que todos apareceram na sala de reunião – estava esperando-os ansiosamente! – convidou-os a sentar, ao todo eram 15 pessoas, contando com Remo e Tonks.

Conversaram durante quase duas horas para que Dumbledore se convencesse de que todos eles realmente queriam se aliar e não estavam na verdade participando de um plano de Voldemort ou algo do tipo.

Está certo, entendo o ponto de vocês... Realmente, dezesseis anos fazem com que muitas pessoas amadureçam e se convençam de que Voldemort não está com a razão...

Definitivamente! A verdade é que nunca achei que ele estivesse certo, mas o que ele nos oferece... É sempre aquilo de que mais precisamos e a oferta sempre torna-se tão tentadora... – foi Albert quem falou.

Eu sei disso, pelo menos vocês se conscientizaram a tempo de serem úteis ao outro lado. – disse Dumbledore notando que entre eles havia dois garotos jovens o bastante para não terem participado da guerra anterior... – E vocês dois? São comensais há quanto tempo?

Eu há cinco anos – respondeu Charles prontamente – Exigência familiar, na verdade nunca achei que eu tivesse que exercer o cargo de comensal... Achei que Voldemort estivesse definitivamente morto...

Eu há sete, também foi quase que uma obrigação... Todos da minha família tornam-se comensais aos quinze anos... – respondeu um outro garoto que chamava-se Simon, ele citara Eva durante a reunião na caverna, lembrou Remo ao ouvi-lo pronunciar-se.

Que horror! Que tipo de família obriga os filhos a tal coisa!? – exclamou Tonks horrorisada.

Malfoy. – revelou Charles, os cabelos loiros já tinham levantado suspeitas a respeito de sua origem, mas agora elas foram confirmadas.

Um Malfoy do nosso lado! Isso soa no mínimo, interessante! – balbuciou Remo.

Bom, já passam das três da manhã, acho que essa reunião durou mais tempo que o esperado, vamos encerrá-la por aqui. Amanhã nos reuniremos novamente para apresentá-los aos outros membros da Ordem.

Assim que todos deixaram a sala, Dumbledore parabenizou os dois aurores por terem conseguido tantos aliados.

Foi sorte! – comentou Remo.

Se todos tivessem a sorte que vocês têm ao realizar as tarefas essa guerra estava ganha! Hoje durante a reunião eu anunciei os pares definitivos e vocês dois formam um deles, um dos melhores eu diria. Vocês não se importam de trabalhar juntos, certo? – Dumbledore perguntou.

De forma alguma! Eu chego a dizer que será um prazer. – disse Remo deixando Tonks contente por ouvir tais palavras e concordando com elas em seguida:

A recíproca é verdadeira

Despediram-se de Dumbledore e continuaram a conversa no corredor.

Acho que você vai ter que me aturar por mais tempo! – ela disse sorrindo, os cabelos estavam avermelhados, compridos e lisos e os olhos esverdeados, antes de responder ao comentário ele perdeu alguns segundos observando-a admirado.

Vai ser um prazer, como eu já mencionei – ele respondeu, sempre educado, ela pensou, enquanto ele só conseguia pensar que ela nunca estivera mais linda. Um silêncio incômodo depois daquela fala...

Bom, acho que estou indo pra casa. – ela anunciou quando chegaram perto de uma escadaria – A gente se vê amanhã?

Claro! Até amanhã, Tonks. – eles despediram-se com um beijo no rosto, ele a acompanhou até a porta do local onde ela costumava aparatar. Ele pretendia aparatar em seguida, e teria o feito se Eva não aparecesse.

Oi Remo... – a voz que mais o irritava em todo o mundo, mas que ele não era capaz de ignorar.

Oi Eva. – ele queria parecer grosso e mal-humorado, mas não conseguiu demonstrar isso no seu tom de voz. – Me seguindo?

Não perderia meu tempo com isso, você sabe.

Quando se trata de você, tudo o que eu sei é que posso esperar todo o tipo de surpresa.

Isso demonstra que você me conhece bem. – ela disse antes de abrir um sorriso.

Mas se não me seguia, faz o que aqui a essa hora da noite?

Insônia.

Hum... – ele não sabia se acreditava, decidiu finalizar a conversa logo – Ainda bem que eu não sofro desse problema! Vou aparatar em casa para poder dormir um pouco. Até amanhã. – E ele sumiu antes mesmo que ela se despedisse.

Irritada, Eva foi dormir, afinal, como Remo desconfiara, ela não estava com insônia, apenas queria conversar com o "amigo". "Coisa que será bastante difícil porque ele demonstra claramente que me odeia" pensou ela desapontada. "Talvez eu mereça...".

No dia seguinte, durante o café...

Eu não acredito que você não vai estar no time de quadribol! Harry, você só pode estar brincando! – ela simplesmente não assimilava o que Harry dizia.

Não Alicia... – ele estava prestes a reiniciar pela quarta vez a explicação quando aparentemente ela entendeu o que ele dissera e se pôs a gritar:

ONDE EU VOU ARRANJAR UM APANHADOR?

A Gina...

Ela será batedora! A não ser que ela consiga jogar em duas posições ao mesmo tempo, é claro, temos que considerar essa hipótese.

Alicia, não é uma escolha exclusivamente minha, tenta entender... – ele sabia que mesmo que contasse a profecia completa e ainda chorasse a morte dos pais ela deixaria de ficar irritadíssima com ele, mas tentou se explicar mesmo assim, foi cortado:

Eu juro que estou me esforçando para isso!

Desculpa... – era a única coisa que faltava fazer, desculpar-se.

Não tudo bem, pelo menos você avisou bem antes da temporada começar...

Isso é serio ou sarcasmo? – ele estranhou o fato de ela desculpá-lo quando segundos antes ela gritava desesperada.

Não sei... O que você acha?

Que é melhor a gente conversar quando você estiver mais calma. – Harry achou melhor sair de perto, afinal a cada frase ficava mais difícil de entender o sentido das palavras ditas por ela.

Agora ele só tinha que comunicar ao Rony, coisa que seria bastante fácil depois de enfrentar a capitã do time:

Como assim? Harry, eu acho que você não pode deixar de fazer todas as coisas que gosta só por causa de você sabe quem! – como esperado, o amigo reprovou sua atitude.

Não é por causa dele, bom, tem uma grande relação, mas enfim... Rony você não conhece a historia completa. – Rony não sabia a respeito da profecia.

É lógico que não né, porque você não me conta mais nada, só conta pra Hermione...

Isso é ciúmes?

Claro que não! Olha bem pra minha cara...

Rony, serio cara, algum dia eu te conto tudo e você vai entender o quão trivial quadribol esta sendo na minha vida nesse momento...

Nossa, o que você vai me contar deve ser muito sério. Ótimo, agora além de tudo eu estou curioso e sabe-se lá quando você vai ter tempo livre pra me contar!

Sem dramas, Rony!

Eu não estou fazendo dramas, Harry.

Enquanto os dois conversavam Hermione chegou no salão principal, ela estava um pouco atrasada. Dirigiu-se para a parte da mesa onde os garotos estavam, mas não chegou a se sentar porque no caminho, Draco Malfoy parou- a.

Sangue-ruim! – ela ignorou até que ele apareceu na frente dela – Estou falando com você, Granger.

Ah é Malfoy? Posso saber o que eu fiz para merecer tal honra? – ironia, arma tão comum dele utilizada por ela.

Bom que você saiba que é uma honra falar comigo – ele sorriu com aquele ar de superioridade que tanto irritava a monitora da grifinória – Só queria saber como vai seu namoro com o Potter.

Se antes a sala se encontrava num silencio quase total devido ao fato de todos prestarem atenção em Draco e Hermione, que estavam tendo pela primeira vez uma conversa em publico, agora todos comentavam o que Draco acabara de dizer. Estaria Hermione namorando Harry? O silêncio de Hermione ao comentário de Draco respondeu a tal pergunta.

Se fosse mentira ela diria! – concluíram todos, ela apenas confirmara o ditado de que quem cala consente.

Mas Hermione não desmentiu Draco pelo simples fato dele tê-la surpreendido-a totalmente por conhecer esse segredo tão preservado. Em vão, pois em menos de um minuto a escola inteira sabia.

Ótimo! Era só isso que eu precisava... – Harry falou para Rony.

Enquanto na escola toda o assunto da vez era o namoro secreto (que agora não tinha mais nada de secreto) de Harry Potter e sua melhor amiga, na sala onde os membros da ordem de fênix se reuniam, o boato também já havia chegado e o assunto era a falta de segurança de Hermione por namorar Harry, de certo ela se tornaria um alvo em potencial para qualquer tipo de ataque de Voldemort.

Jovens são realmente corajosos, quase loucos eu diria! Onde já se viu, pensar em namoros em meio a tantos problemas... – falou Remo.

Apesar de achar uma gracinha que eles namorem mesmo com todos os problemas, acho que ela deveria ser alertada a respeito dos riscos que esse relacionamento trará. – disse Tonks.

Ela já sabe. – concluiu Dumbledore. – E eu também já sabia, acho que não há porque proibi-los de qualquer coisa porque eles são grandes o bastante pra conhecer as conseqüências de suas atitudes.

Sinceramente, acho que esse namoro é algo muito bom – todos se surpreenderam com o comentário de Snape, pelo menos até que ele o concluísse – Pelo menos, agora o foco principal dos ataques do Voldemort não é o Harry e sim a garota, portanto se falharmos na defesa, quem morre é ela e não ele.

Todos olharam para Snape reprovando-o.

Não acredito que eu estou ouvindo isso! – disse Eva.

Mas é verdade! Se a garota morrer, todos ficarão tristes, mas superarão, porém se quem morrer for o Potter, a comunidade bruxa está definitivamente extinta. – Snape conhecia a profecia, ele referiu-se ao fato de que se Harry morresse ninguém mais teria a capacidade de matar Voldemort.

Snape, cala a boca! – Dumbledore pediu – Imagine se algo de ruim acontecer a Hermione! Harry jamais vai se perdoar! E eu também não. Acho que devemos partir do principio que nosso esquema de segurança não vai falhar...

Só estava expressando meu ponto de vista sonserino... – justificou Snape, achando que só não obtivera aprovação porque praticamente todos os presentes foram grifinórios, "Corajosos e estúpidos grifinórios" – pensou o professor.