No dia seguinte, assim que acordou Rony notou que Harry não estava mais no quarto, achou que ele tivesse ido se desculpar com Hermione pelo furo do dia anterior, mas quando a encontrou no corredor, sozinha, viu que estivera enganado.
Cadê o Harry? – perguntou Rony curioso.
Eu é que pergunto... Queria falar com ele..
Depois de conversarem por algum tempo, Hermione concluiu o óbvio (para ela), Harry estava escondendo algo de ambos, e devia ser algo importante.
Rony, naquele intervalo em que ele te contou sobre a Profecia... Ele não deixou escapar nada?
Não que eu me lembre...
Mas tem que ter alguma relação! Foi a ultima vez que ele agiu conosco normalmente... Por que ele te contou a profecia, Rony?
Tem a ver com a aula de adivinhação... – Rony contou a Hermione o que a professora Sibila prevera.
Ele acreditou naquela mulher? Bom, ta certo que no lugar dele, eu poderia acreditar também...
Eu disse pra ele não acreditar na Sibila!
Harry é teimoso demais. Ele acreditou na Sibila e agora deve estar tramando alguma coisa.
Tudo culpa daquela professora ridícula.
Nem me fale! Estou ainda com mais vontade de estrangulá-la do que o normal.
No trem a caminho de Bristol, Tonks adormeceu no ombro de Remo. "Ela tava dormindo até agora! Como pode ter tanto sono!" pensou o auror surpreso, que começou a acariciar o cabelo da amiga instantaneamente. Uma senhora que estava sentada de frente para eles, no mesmo vagão, disse:
Sua esposa parece cansada.
Não, não somos casados...
Hum, pois deviam! Só de olhar pode-se notar o quanto vocês estão apaixonados!
Ah... mas...
Vocês jovens só pensam em ficar e quando muito namorar! Casar é algo que saiu de moda... Mas não devia ter saído.
É, não devia.
Quando eu era jovem eu também era bonita como ela, e meu noivo também era bonito como você, nós nos casamos ainda jovens. Éramos muito felizes!
Remo olhou surpreso para aquela senhora, que continuou falando:
Eu desço aqui, boa sorte para você e sua namorada!
Ah... obrigado! – ele achou melhor deixar pra lá, explicar a real relação entre eles era desnecessário uma vez que só ele ouvira os conselhos da simpática senhora.
Então quer dizer que eu virei sua namorada, Remo?
Então quer dizer que você estava acordada?
Estava... Eu não consigo dormir em trens, mesmo estando morrendo de sono, como estou agora.
Então você estava fingindo que dormia pra não ter que falar comigo, senhorita?
Não, é que tava tão bom ficar deitada no seu ombro que eu fiquei com preguiça de levantar. Você usa um perfume ótimo. – ela sorriu ao ver que tinha o deixado transtornado, ele só conseguiu sorrir em resposta, então segurou a cabeça dela, por um segundo ela achou que ele iria beijá-la, mas ele apenas a pôs de volta no seu ombro.
Já que é tão bom, pode continuar deitada aí.
Ei! Ta faltando o cafuné na minha cabeça! Eu exijo serviço completo!
Ta certo. – ele voltou a acariciá-la, e eles continuaram assim por mais duas horas, até finalmente chegarem em Bristol. Eles foram direto para o hotel acertar as contas, foi exigido que pelo menos um deles falasse com a polícia pra explicar o motivo do atraso de pagamento e sumiço repentino, Remo mostrou um credencial falso de que trabalhava pra uma empresa de espionagem, daí a pressa para ir para casa e anunciar as descobertas que ele e a parceira fizeram. De certa forma ele não mentiu. Os policiais se desculparam (eles respeitavam bastante os que trabalhavam para o serviço secreto) e ele e Tonks foram liberados.
Então não posso mais me considerar perseguida pela polícia? – ele fez que não – Ah que pena, estava começando a achar emocionante. – Remo riu da amiga, ela sempre estava fazendo piadas com tudo. Então sugeriu que eles fossem almoçar, pois já passavam das duas da tarde, ela aceitou.
Remo, você pretende comentar com mais alguém sobre esse nosso lamentável esquecimento?
Acho desnecessário, já acertamos tudo, certo? E eu não quero manchar minha reputação por causa de um esquecimento que não vai se repetir.
Isso não mancharia minha reputação, eu sou esquecida e todo mundo sabe disso. – ela riu – Mas como isso foi acontecer a você?
Vai ver que eu também sou esquecido e você só percebeu isso agora.
Duvido! Dumbledore não ia por dois esquecidos para trabalhar juntos.
A menos que ele também não saiba que eu sou esquecido. – ele sorriu – vamos manter isso em segredo então! Porque caso ele descubra, vai querer nos separar nas próximas missões.
E você não quer que isso aconteça? – ela estava descobrindo que adorava deixá-lo constrangido, e ela era boa nisso.
Não... Nós trabalhamos bem juntos... 100 de aproveitamento.
Ah... – ela ficou decepcionada com aquela resposta, esperava que ele gostasse da companhia dela, aliás, ela desconfiava que ele gostava, mas era tímido demais para assumir.
Depois do almoço, Remo sugeriu que eles voltassem pra casa, mas ela preferiu ficar na cidade para conhecer melhor o local, já que quando estiveram lá da ultima vez gastaram quase todo o tempo trabalhando. Ele aceitou. Os dois foram a um parque estadual para caminhar e admirar a natureza, lá, Remo encontrou uma flor linda que tinha nascido em meio à grama. Colheu-a e a deu de presente para Tonks.
Ah Remo que linda!
Linda é você. – ela corou mais do que pretendia, e ele também, afinal era algo em que ele estava pensando, mas não pretendia falar alto.
Obrigada. – ela sorriu timidamente, e ficou olhando para o chão, vergonha de encará-lo de novo.
Eu achei que eu fosse o tímido aqui. – da onde ele tirava coragem para dizer aquelas palavras, ele não sabia, elas apenas saíam... E foi durante aquele passeio que ele finalmente entendeu, estava apaixonado por ela.
Eu não sou tímida. – ela respondeu um tempo depois, de certa forma afirmava aquilo para si mesma, como se quisesse se convencer.
Talvez seja a convivência.
Ham?
Eu to ficando esquecido e você ta ficando tímida.
Talvez seja isso mesmo...
Depois de passear pelo parque, foram a um Pub que parecia bem movimentado...
Acho que eu estraguei seu dia de folga te alugando aqui. – ela disse para puxar conversa, pois os dois estavam calados há quase quinze minutos e ela não suportava o silencio, quer dizer, com ele ela até suportava, mas não muito.
Não, esse é o melhor dia de folga de todos, eu costumava ficar em casa sem fazer nada, e você sabe né, quando a gente fica sem fazer nada começa a pensar nas coisas tristes.
É, eu sei muito bem. Mas não falemos disso... – ela se referia à morte de seu primo, Sirius.
Certo. E você, o que faz nos seus dias de folga?
Depende, às vezes eu saio com umas amigas, assisto um filme. Adoro esse costume dos trouxas de assistir filmes! Eu também gosto de ir ao Beco Diagonal conhecer as novidades de quadribol... Ah, faço qualquer coisa, só não fico em casa! Ontem por exemplo, eu fui a um show numa discoteca nova.
Então deve estar sendo monótono pra você esse dia.
De jeito nenhum, Remo, eu gosto da sua companhia.
Eu também gosto da sua. Muito.
Ah que bom... Pior se nós nos odiássemos, nosso trabalho ia ser bem mais turbulento! – droga! Acabara de reprová-lo por mudar de assunto para o trabalho e fizera o mesmo...
Sem dúvida...
Eles continuaram conversando até umas sete horas da noite, quando decidiram voltar, os dois sabiam que era melhor aparatar, mas nenhum deles deu essa idéia, queriam ficar mais tempo juntos... Quando estavam dentro do vagão:
Ah, que burrice a nossa, poderíamos ter aparatado! – disse Tonks, novamente querendo puxar assunto.
Você preferia assim? – ele perguntou meio triste.
Não. – ela disse instantaneamente, mas dessa vez não corou.
Bom, porque eu cheguei a cogitar essa idéia, mas fiquei com medo que você concordasse. – ele falou, também sem corar.
Eu não concordaria. – ela disse sorrindo e deitou a cabeça no ombro dele, como na ida, e ele fez cafuné na cabeça dela.
Eles só voltaram a se falar quando o trem chegou à estação.
Eu te levo em casa, Tonks.
Tudo bem. – ele deu a mão para ela, quem os via, não duvidava que eram um casal de namorados, quando chegaram na porta da casa dela, Remo foi se despedir.
Tchau Tonks.
Tchau Remo. E obrigada.
Por que?
Pelo dia maravilhoso de hoje.
Sou eu quem tem que te agradecer.
Ele estava se preparando para aparatar em casa quando ela o chamou.
Você tem que pegar suas coisas, que tinha esquecido no hotel, nós transfiguramos tudo para a minha casa, lembra? – ela estava orgulhosa de si mesma por não ter esquecido desse detalhe, ou talvez estivesse apenas feliz por ter arranjado um pretexto para não se separar dele, ainda.
Ah, é mesmo... – ele voltou, e a acompanhou até a sala, viu as malas e as segurou. – Bom, acho que agora eu realmente tenho que ir.
Então... Até amanhã? – ela disse com um fio de voz, estava triste porque agora ele realmente tinha que ir embora.
Até... – a voz dele soou ainda mais desanimada. Se sentia um adolescente deprimido por vivenciar um amor proibido, afinal, além de mais velho que ela, era um lobisomem e um auror em tempos que precediam a guerra...
Em que você está pensando? – ela perguntou quebrando o silêncio que ele nem notou que se instalara.
Eu? – pensou se devia ou não falar, antes que decidisse, falou – que eu me sinto um adolescente vivenciando seu primeiro amor, que é impossível.
Os impossíveis são mais gostosos, eu sempre pensei assim – ela sorriu, terminou a frase olhando para baixo – Eu não queria que você fosse embora.
Aquela frase dela, o fez sentir-se feliz, tão feliz que esqueceu das coisas que antes enumerara como as que tornavam o amor dele por ela impossível, um sorriso formou-se no rosto dele, que chegou mais perto dela.
Eu também não quero ir. – depois de dizer isso, acabou com a pequena distancia que ainda separava seus corpos, colados, ele segurou o rosto dela para que pudessem se encarar, enquanto ela enlaçava seus braços na nuca dele. Aproximaram os rostos ao mesmo tempo e encostaram os lábios, finalmente. O beijo começou bem calmo, tímido de certa forma, mas não demorou para que ele se intensificasse e ganhasse um ritmo. Foi perfeito, nenhuma outra palavra poderia descrever aquilo, os dois ficaram completamente arrepiados. "Era exatamente assim que eu queria ser beijada todos os dias de minha vida" ela pensou se culpando por não ter feito isso antes. Enquanto ele, pela primeira vez desde que se descobrira apaixonado por ela não se sentia culpado ou inferior, realizado o descreveria melhor naquele momento. Aquele beijo que começara tímido só acabou porque faltou fôlego a ela, que se separou.
Esqueceu que eu preciso de fôlego? – ela perguntou, os lábios vermelhos.
Desculpe. – ele disse ainda sorrindo.
Não se desculpe pelo melhor beijo de toda a minha vida.
Deveríamos fazer isso mais vezes. – ele disse antes de se agarrar novamente a ela e continuar o beijo do ponto em que haviam parado.
N/A: eu acho que eu tava enrolando demais pra resolver as coisas entre Remo e Tonks... Talvez eu esteja escrevendo demais sobre eles, mas relaxem, logo o casal principal (Harry e Hermione) voltam a ser importantes...
N/A 2: desculpem a demora pra postar! É que eu tava realmente sem tempo! Eu vou fazer o possível pra ser mais rápida pra postar o próximo
