16. Fantasma

O tempo estava passando depressa em Hogwarts, a época de provas se aproximava e junto com ele as férias de inverno, isso deixava todos cheios de expectativas, até mesmo Rony:

"Cara, eu nem acredito que vou conhecer o Hawaí!"

"Pois devia, você já repetiu isso tantas vezes, que já deveria ter se convencido!" – disse Simas.

"Eu to falando demais a respeito disso né... É eu sei, mas é que eu sempre quis ir para lá cara! Meus irmãos são demais mesmo! Agora que a loja esta dando lucros, eles vão pagar a viagem pra família toda".

"Que irado! Tomara que você tenha uma boa viagem!".

"Obrigado, mas antes da viagem tem as provas né, melhor a gente voltar para os estudos".

"Tem razão".


"Não Potter, não é isso!".

"Desculpe".

"Não se desculpe pela sua burrice, não é sua culpa".

"Por que o senhor não me ensina novamente? Acho que estou com dificuldade pra realizar a terceira parte..." – Harry precisava de toda a sua paciência e mais alguma que tirava sabe-se lá de onde para agüentar as aulas de oclumência com Snape.

"Não, chega por hoje, se você não teve a capacidade de concluir o óbvio até agora, não terá mais, na próxima aula continuamos".

"Certo, tchau então, professor". – Assim que deixou a sala de aula, Harry estava visivelmente estressado, pois agüentar Snape chamando-o de incompetente para pior era muito desagradável, portanto o encontro com Hermione que ocorreu segundos depois, não poderia ter acontecido em pior hora.

"Oi, Harry, certo? É que faz tanto tempo que não nos vemos que tinha me esquecido do seu nome." Hermione também não estava de bom humor.

"O que é dessa vez, Hermione?".

"O que é dessa vez? Há! Eu é que pergunto qual é a desculpa da vez, porque há uma semana atrás você disse que estaria livre para conversar comigo no dia seguinte e olha só! Não veio me procurar até hoje!".

"Eu estive ocupado, você devia ter adivinhado".

"Você ta sempre ocupado! Custava arranjar um tempinho pra falar comigo? Poxa, eu to querendo falar contigo faz tempo! Te passou pela cabeça que poderia ser importante?".

"Me passou pela cabeça que você ia começar com as suas perguntas chatas e fazer um doce, que eu sou seu namorado e não te conto nada, não passo tempo com você, não divido segredos e coisas do gênero. Porque ultimamente é só isso que você faz".

Ela ficou chocada, por que ele estava tão grosso? Decidiu afinar o tom de voz "Mas Harry... Eu não to querendo te cobrar nem nada, eu só quero ajudar, ficar do seu lado".

"Eu sei que é isso que você quer, você é a que tem menos culpa, melhor a gente conversar depois, eu to estressado agora, não quero falar coisas que você não mereça ouvir".

"Depois quando? Vai ter um depois? Porque a gente ta se vendo muito pouco ultimamente e sou sempre eu quem tem que ficar correndo atrás de você".

"HERMIONE, DEPOIS!" – Harry entrou no dormitório masculino e bateu a porta, estava morrendo de dor de cabeça e tudo o que precisava era se deitar um pouco e dormir.


Fred e Eva eram uma dupla de combate desde a ultima reunião da Ordem e estavam dividindo algumas missões, só as mais fáceis, pois Fred ainda não tinha muita experiência.

"Legal, e mais uma vez não passa de um alarme falso." – lamentou ele –"Isso só acontece comigo ou todos os novatos recebem investigações que não dão em nada?".

"Não é porque a gente não achou nada aqui que essa investigação foi nula, algo me diz que esse lugar esconde alguma coisa. Vamos procurar mais pistas".

"Mais? A gente ta aqui há mais de duas horas e não achou nada".

"Persistência também é uma qualidade importante de um auror, Fred".

"Certo".

Os dois estavam investigando uma casa abandonada que alguns trouxas que habitavam a região consideravam mal assombrada, a casa era imensa e se localizava no interior de Londres.

"Convencida de que não há nada aqui?" – perguntou Fred que estava cansado de procurar por pistas.

"Não! Acabo de achar um porão!".

"Ok. Estou indo aí".

Assim que chegaram no porão não encontraram nada alem de umas fotografias empoeiradas, estavam indo embora quando ouviram alguns ruídos.

"Vem do armário!" – disse Eva. "Vamos ver!"

Fred ficou com um certo medo, mas para impressionar Eva valia tudo, até abrir a porta do armário velho e tão empoeirado quanto o resto daquela casa. Para a surpresa de ambos, um fantasma saiu de lá de dentro.

"Muitíssimo obrigado jovem senhor! O que posso eu fazer para recompensá-lo?".

"Há quanto tempo o senhor esteve preso aí dentro?" foi Eva quem perguntou ao notar as roupas fora de moda que o fantasma usava.

"Se não me falha a matemática, vinte anos exatos", aquela resposta obviamente os surpreendeu – "Não se surpreendam tanto! Esse armário é um tranca fantasmas, eu mesmo o construí, só não imaginava que eu fosse me tornar um... Mas enfim, como eu não posso morrer de fome nem de sede nem de falta de ar fiquei aí por anos até que esse simpático senhor me salvasse! Como é mesmo o seu nome, rapaz?".

"É Fred. Fred Weasley, e essa é Eva Newton".

"Prazer. Benjamim Potter".


"Ele gritou comigo! Ele nunca tinha gritado comigo antes...". – Falou Hermione, que ainda estava chocada.

"Os garotos são assim mesmo, no começo do namoro uns amores, depois mostram a verdadeira face, são todos uns grossos e brutos" – disse Gina, que a estava consolando.

"O Harry não, ele é diferente... Ah Gina você sabe o quanto ele é diferente, você também já gostou dele".

"É eu sei, Mi, o Harry é diferente mesmo... Mas não fica assim, foi só um momento de raiva, logo ele vem aqui e te pede desculpas".

"Tomara viu, porque a gente ta tão distante ultimamente... Ele não tem tempo pra mais nada! Dá até raiva!".

Gina abraçou a amiga, que estava quase chorando.

"Deve ser difícil para você, mesmo, mas o que eu posso dizer? Ele tem porque estar tão ocupado". – Gina tentou justificar a atitude de Harry.

"Eu sei, e sei que os motivos dele são importantes, mas eu simplesmente odeio quando ele some! Cara, que tipo de casal nós somos? A gente nunca conversa! E quando eu tento ter uma conversa olha o que acontece!".


"Desculpe, como o senhor disse que se chama?" – perguntou Fred curioso.

"Chamava, meu filho, eu já morri, me chamava Benjamin Potter...".

Fred e Eva se entreolharam, seria possível?

"E o senhor por acaso conhece o Harry Potter?" – perguntou Fred.

"Harry Potter? Não, não... Nunca fui apresentado".

"É claro que não né, o Harry tem 16 anos, não tem como ser conhecido... Mas, o senhor conhece Tiago Potter?". – perguntou Eva.

"Claro que eu conheço! Tiago é meu filho, por onde ele anda? Estou com saudades dele... Na verdade eu acho que ele nem sabe que eu virei um fantasma... Ninguém sabe... Porque eu morri aqui no porão e vim direto para o armário". – os dois se entreolharam novamente, teriam que contar muitas coisas ao velho fantasma...

"Ele ainda namora aquela filha de trouxas? A Lílian, muito bonita aquela moça, pena que tem uma família tão esquisita!".

"Tiago e Lílian casaram! Eu fui madrinha dela, até. Nós fomos muito amigas, fui amiga de seu filho também" – disse Eva.

"Eu sabia que esses dois iam acabar casando! Mas por que não é mais, minha filha? Vocês brigaram?".

"Eu receio informar que o seu filho e a Lílian faleceram... Há 15 anos". – Eva disse deixando o fantasma muito triste. Ela contou o resto da história (porque eles morreram, quem os matou, quem era Harry Potter etc) a caminho de Hogwarts, os dois queriam apresentar o fantasma a Dumbledore.

N/A: Esse capitulo foi especialmente difícil de sair e eu não gostei muito dele também... Então acabou ficando meio pequeno, mas eu vou compensar no próximo...

Gente, muitíssimo obrigada pelos reviews! Isso estimula muito a continuar escrevendo! ï