O medo que sentia era indescritível, jamais pensara que isso aconteceria justamente com ela. Ela cujo trabalho era evitar tais acontecimentos. Ser seqüestrada por um comensal da morte era o que ela menos esperava acontecer em suas férias. O único sentimento que sobrepunha o medo, era a raiva. Raiva por estar sendo tocada por aquele que arruinara a vida de seu primo. Raiva por ter tido um treinamento tão forte e estar totalmente incapacitada de reagir e fugir daquilo. Tinha consciência que ninguém notaria sua falta por pelo menos duas semanas, pois achavam que ela estaria em férias na casa de seus pais que por sua vez, não sabiam que ela estava pensando em ira para lá. Temia os acontecimentos terríveis que estavam por vir durante aquelas duas semanas...

"Aqui está ela, mestre. Como o senhor pediu". – disse Pedro como quem esperava congratulações, assim que aparataram (usando uma chave de portal) no local mais sombrio que ela já estivera.

"Não se vanglorie. Você fez apenas a sua obrigação". – disse Voldemort com aquele tom frio característico, Tonks ficando petrificada de medo. "Bem vinda, belezinha." Disse o senhor das trevas "Pode ficar calma. Francamente, ela é auror? Achei que Dumbledore escolhesse um pouco melhor quem está do lado dele, essa aí ta tremendo de medo e olha só, é uma adolescente, deve ser mais nova que o Potter!" falou zombando dela e arrancando risos automáticos dos comensais da morte presentes. "Mas pode ficar calminha, vou mantê-la viva. Por enquanto". – ela se manteve calada durante todo o tempo, só o encarara uma vez.

Seguindo uma ordem de Voldemort, Pedro a acompanhou a uma salinha tão escura quanto a que estivera. Era pequena, fria, sem ventilação. Sentiu-se mal só de olhar e pensar que ficaria lá por sabe-se lá quanto tempo. Pedro a jogou e bateu a porta. Estava trancada. Por pelo menos duas semanas.

O primeiro dia foi o pior, o mais longo. Chorou até que as lágrimas secassem. Pensou sobre o quanto estivera desprevenida, ela e os demais membros da ordem, ninguém sequer cogitava a hipótese de seqüestro. Depois, pensou sobre Remo. Inevitável pensar que se ela fosse competente teria sido enviada para Paris com ele, ao invés de Eva ter sido. Lembrou-se das palavras cruéis de Voldemort, que zombara dela. Talvez ela realmente fosse uma péssima auror, e por isso tivesse sofrido o sequestro. "Se fosse qualquer outro, conseguiria escapar" pensou uma Tonks mais triste do que já se lembrara de estar.

Os outros dias transcorreram tão devagar, que ela perdeu a noção do tempo. Dormia a maior parte do tempo, pois apesar de ter freqüentes pesadelos, eles eram melhores que aquela realidade horrível. Uma vez ao dia, algum comensal entrava no quartinho e deixava um prato de comida, só porque não queriam matá-la de fome.

"Me matar de medo ou de tédio parece ser mais interessante" falou para si mesma, em tom de lamento.

Em seu primeiro dia de férias, depois de dormir uma das melhores noites de sono do ano, Harry teve uma inesperada surpresa: Alicia e o resto do time de quadribol – com exceção de Gina e Rony – tinham ficado em Hogwarts para treinar. Primeiramente isso soou como um exagero para Harry, afinal, tanto treino assim era até desnecessário, mas viu que não era quando foi assistir a um deles. Chegou a ficar deprimido de ver como o seu time, aquele que era considerado por todos o melhor, estava jogando mal.

O garoto que eles tinham posto em seu lugar era o pior do time, era pequeno e magrinho (ainda mais que ele próprio), era até ágil, porém mal se equilibrava na vassoura. Segurando-se com as duas mãos conseguia tremer e não fazia curvas muito fechadas. Harry concluiu que seria impossível para ele pegar o pomo, pelo simples fato que se ele soltasse nem que fosse só um dedo da vassoura ia cair como uma fruta madura.

"Lamentável, não é mesmo?" – perguntou Alicia que surgiu do nada com sua vassoura ao lado dele.

"Desculpe, mas sou obrigado a concordar".

"E é exclusivamente sua culpa".

"Minha? Alicia, você não tem noção dos meus problemas...".

"É eu soube que você terminou com a Hermione, mas sinceramente o que isso tem a ver?".

Harry curiosamente se sentiu bem ao ser tratado como uma pessoa normal por Alicia, ela nem fazia idéia dos problemas a que ele estava se referindo...

"Bom, eu fiquei muito triste com isso" – decidiu manter a história.

"Harry, pelo amor! Agora que vocês terminaram é a sua chance de voltar para o quadribol!" – Harry fez uma cara que expressava incompreensão – "Ah, nem adianta fingir que todo mundo percebeu que você saiu do quadribol porque ela mandou".

"O que? Ah fala sério, eu não sou esse tipo de otário que faz tudo o que a mulher manda não!".

"Relaxa Harry, ninguém te vê assim, acham isso fofo. Na verdade eu também acho um pouco fofo, acharia mais se não fosse a capitã do time da grifinória".

"Por falar em time da grifinória, eu vi um anúncio no quadro de avisos sobre testes para apanhador. Não tinha ninguém melhorzinho?".

"Não Harry, infelizmente não. Todos ficaram apreensivos por causa das inevitáveis comparações contigo. Só tivemos esse aí e um segundanista ainda pior".

"Eu sinto muito".

"Harry, pensa direito. Se você quiser voltar pro time a vaga é sua. O Edward não fica por muito tempo não. Você notou que ele mal se equilibra, né?".

"Notei sim. Eu posso pensar até amanhã?".

"Pode Harry. Mas por favor decida voltar! O time sem você não é nada!".

"Obrigado, Alicia. Não concordo com o que você disse, mas fico lisonjeado. Amanhã falo contigo durante o café da manhã".

"Certo. Pense carinhosamente a respeito!".

Harry ficou animado com a possibilidade de voltar a ser apanhador da grifinória, sabia que seria bem difícil, pois teria um tempo muito reduzido para treinar, mas talvez mesmo sem treinar ele fosse melhor que o apanhador atual do time. E agora, também, não tinha mais Hermione. Por mais que fosse mínimo, sobraria um tempinho a mais. Era totalmente tentador.

Só então notou que estava na hora de ir para a aula extra de defesa contra as artes das trevas com Moody. Passou no dormitório para pegar seu caderno e foi para a sala.

A aula acabou tarde da noite, já que agora não tinha horário máximo visto que no dia seguinte ele não teria que acordar cedo. Só acordou ás 10 hrs da manhã, tomou banho, se trocou e foi para o salão principal tomar café da manhã. Sentou-se com os amigos do time de quadribol, mais especificamente ao lado de Alicia.

"E aí Harry, tem resposta já?".

"Então, tenho, mas também tenho umas condições...".

"Quais, Harry?".

"Bom, como eu disse, eu ando muito ocupado... Eu não sei se poderei ir a todos os treinos".

"Ah não! Harry nem vem querendo ter tratamento vip só porque eu disse que você é peça-chave para o time".

"Não é isso, Alicia! Eu nunca exigi tratamento vip! É que eu realmente estou com vários compromissos, estou tendo algumas aulas extras".

"Posso perguntar por que?".

"Porque eu quero passar pra faculdade trouxa".

"O que?".

"É isso mesmo, eu quero fazer faculdade trouxa e estou me preparando desde já. É meio que um sonho de criança". – mentiu Harry pensando no quão absurdo era o que falava.

"Nossa, não sabia que você queria fazer essa coisa aí... Mas serão muitos treinos perdidos?".

"Alguns, mas os de sábado de manha eu posso participar porque esse horário eu to livre".

"Ah, é o que importa! Harry, na boa, até sem nenhum treino você é muito melhor que o Edward. Ele é esforçadinho até, mas não tem o talento Potter".

"Posso me considerar apanhador oficial da equipe da grifinória?".

"Ah eu nem acredito! CLARO QUE PODE" – ela gritou atraindo a atenção de todos os poucos alunos presentes no salão comunal – EU NUNCA ESTIVE TÃO FELIZ NO ULTIMO ANO! HARRY ESTÁ DE VOLTA AO TIME!

Foi uma comemoração geral no time dos grifinórios e Harry só lamentou a ausência de Rony, que ficaria empolgadíssimo com a notícia. Desse dia em diante, Harry voltou a ter a agenda cheia, além das aulas passava as manhãs e horários livres treinando, isso fez com que ele pensasse menos em Hermione e em todas as suas obrigações e responsabilidades.

Durante a sua semana de férias de tudo – inclusive das aulas extras – ele aproveitou para aprofundar suas pesquisas no ramo da oclumência, uma vez que ainda não tinha desistido de entrar na mente de Voldemort e descobrir seus planos. Sem Hermione a pesquisa ficou bem mais difícil, mas ele conseguiu descobrir algumas coisas, como as informações de que o tempo médio para se formar em oclumência era dez anos e que ler a mente de uma pessoa sem que a mesma percebesse exigia um nível máximo de concentração, que só era atingido por magos muito evoluídos. Isso o desanimou um pouco mas não o fez desistir. Ao sair da biblioteca, a caminho para o salão comunal encontrou seu avô.

"Essa escola é mesmo imensa! Estou aqui há tanto tempo e ainda não tínhamos nos encontrado". – disse o fantasma.

"É... Na verdade eu ando sempre muito ocupado".

"Dumbledore me disse por alto o porquê disso. Confesso que fiquei muito orgulhoso de ter um neto tão responsável!".

"Vai ver que é porque eu não tive escolha..." – disse Harry querendo ser modesto.

"Ninguém escolhe ser herói. É só pra quem pode!" – disse o avô animando-o. Harry sorriu. – "E agora neto-super-ocupado, vai fazer o que?".

"Estou indo para o meu treino de quadribol".

"Quadribol?! Nossa, faz anos que eu não vejo um jogo de quadribol! Sempre foi meu esporte favorito".

"O senhor gostaria de assistir o treino?".

"Ah, mas eu adoraria! E não me chame de senhor, sou seu avô".

"Certo, vô. Agora vamos para a quadra. Eu não posso me atrasar".

Desde que entrou em casa Hermione percebeu que aquelas férias seriam as piores. O fato de estar longe de Harry a deixava deprimida e a sensação de culpa por ter terminado um namoro que não era perfeito mas bem ou mal funcionava era ainda pior do que a que sentira há alguns meses, quando fora ele quem terminara. Sempre que se sentia assim, ela desabafava com o diário, pois não gostava de dividir sentimentos tão pessoais com ninguém. No diário escreveu sobre as responsabilidades dele e o fato de ela não ter nada a ver com isso, mas sofrer fortemente as conseqüências de toda aquela situação. Era ela quem nunca via o namorado, quem nunca podia conversar com ele porque ele estava sempre ocupado e quem tinha que agüentar o mal humor de Harry sem ao menos ouvir explicações. Explicações que ele não dava para protegê-la, está certo, mas ela não queria ser protegida... E ele não conseguia entender isso!

Acabando de escrever em seu diário, Hermione decidiu se ocupar com outra coisa e foi ler um livro, um propositalmente grande que ela ganhou de aniversário no ano anterior e ainda não tinha tido tempo de ler.

A leitura só durou uma semana, então foi a vez de se dedicar aos deveres de casa de Hogwarts, que ela acabou num único dia. Chegou a conclusão que precisava urgentemente se distrair. Nisso, chegou uma coruja para ela. "Harry pedindo desculpas de novo?" pensou mas logo concluiu que era impossível. "Rony contando como as férias estão indo?" pouco provável, Rony tinha muito o que aproveitar no Havaí para se lembrar de escrever uma carta.

"Vítor Krum? Nossa, ele ainda lembra que eu existo?". – falou alto, chamando a atenção de sua mãe.

"Ah, esse não é aquele garoto que foi a um baile com você, filha?". – perguntou interessada a senhora Granger.

"É ele sim, mãe. Nossa, ele estava sumido!". – Hermione foi ler a carta sozinha. Nela, ele a convidava para ver um jogo de seu time que seria perto da casa dela, como não tinha nada melhor para fazer decidiu que iria. Chamou sua prima para ir com ela.

A prima adorou ver o tal do quadribol, nunca tinha visto algo tão mágico! Depois do jogo, Vitor foi falar com Hermione. Ele chamou mais um amigo do time e os quatro foram a um barzinho bruxo. Lá, conversaram bastante. Foi uma tarde agradável, teria sido mais se Vitor não tentasse beijá-la e ela tivesse sido obrigada a dar um grande fora nele. Não tinha culpa de não conseguir esquecer Harry...

Rony estava deitado em uma espreguiçadeira na varanda do quarto de hotel que tinha a praia como vista. Estava tomando um suco e depois ia praticar surf mágico, que era basicamente igual ao surf normal, mas continha uma magia que não permitia que a pessoa caísse da prancha.

"O que mais um cara pode querer da vida?" falou Rony todo folgadão com um óculos escuro estilo abelha que o deixava com cara de surfista.

"Ta se contentando com pouco, querido irmão! Ta faltando mulher nessa viagem!" – disse Jorge, Fred concordou.

"Bom, aí estaria perfeito demais. Agora eu vou surfar, alguém me acompanha?" – só Gina aceitou, os dois foram para a praia conversando.

"Rony, você não achou estranho a gente se hospedar nesse hotel?".

"Estranho?! Ah, cala a boca! É o melhor hotel que eu já me hospedei em toda a vida!".

"Isso mesmo que é estranho, deve ter saído uma fortuna!".

"O que você está insinuando, Gina?".

"Nada, por enquanto. Mas não sei, acho que estão escondendo algo da gente!".

"Ah deixa de ser chata. Relaxa e aproveita!".

"OK!" – ela deu um caldo em Rony, pois nessa altura os dois estavam já no mar se preparando para pegar uma onda.

"Ah, mas que audácia. Você me paga Gina!" – mas Gina, que era muito melhor que Rony naquele esporte conseguiu fugir antes que o irmão lhe desse um caldo e chegou na areia primeiro.

"Ah não! Assaltou quantos pra conseguir hospedagem aqui, Weasley? Deve ter sido um arrastão né, porque pra bancar a passagem da família toda..." nem precisa dizer que o comentário veio de Draco Malfoy, que coincidentemente (será?) passava as férias no mesmo local.

"Mesmo que eu tivesse assaltado alguém, não teria feito nem metade do mal que a sua família faz para as pessoas!". Disse Gina corando, a presença dele era a coisa mais irritante que podia acontecer naquele momento.

"Uau, agora você atingiu minha consciência! Talvez eu deva me converter!" disse Malfoy sarcástico, antes de se dirigir ao mar e deixar Gina, que tinha começado a xingá-lo, falando sozinha e pensando "preciso aprender foras melhores...".

"Idiota, mimado, cínico, aguado, metido, convencido, tosco!". – Gina sibilou sozinha mesmo, precisava por para fora aquelas palavras, senão sentia que ia explodir, Rony, só então chegou até a areia e ela lhe contou a novidade.

"Ah, não acredito que esse platinado está passando férias aqui também".

"Nem eu, Rony. Nem eu!".

As férias foram transcorrendo normalmente, bem, tão normalmente quanto uma temporada em que Weasleys e Malfoys convivendo no mesmo hotel e freqüentando os mesmos locais poderiam ser. Rony estuporou Malfoy algumas vezes, que por sua vez transformou Rony em um lagarto, e isso durou quase dois dias, até que Gina aprendesse um feitiço reversível. Quanto a Gina e Malfoy, não houve trocas de feitiços, apenas de ofensas, um dia chegou ao ponto de ele chamá-la de galinha pobre, então ela o chamou de bicha loira. A partir daí o clima entre eles ficou mais pesado que o normal...

"Achei que pessoas finas como você não costumassem comer tanto, porque não é educado" – disse Gina referindo-se ao prato lotado de comida que Malfoy fizera.

"Isso é porque quando eu vim pro hotel, eu tive dinheiro para pagar por um pacote que incluísse comida". – e mais uma vez Malfoy deixara Gina sem resposta, porque realmente ela não sabia como a família tivera dinheiro para bancar aquela hospedagem tão cara. Malfoy ficou feliz por tê-la atingido mais uma vez.

Mas aquela temporada estava sendo muito mais séria para os pais dos briguentos que estavam lá a trabalho. Os Weasley, preocupados ao notar a presença dos Malfoy, tiveram a certeza que estavam sendo seguidos.

"Como eles descobriram que nós vínhamos para cá? Dumbledore manteve segredo!". – disse o senhor Weasley.

"Dumbledore sim, mas aposto que o Rony contou pra escola toda!" disse Jorge.

"Mas nós pedimos para ele guardar segredo..." disse a senhora Wesley defendendo o filho.

"Acho que o Jorge está certo, querida. Mandar Rony guardar segredo sem contar a ele o motivo é o mesmo que mandá-lo contar a todo mundo".

"Não acredito que erramos nesse detalhe estúpido!" Lamentou a senhora Weasley para depois completar "Apesar de que o fato deles saberem que estamos aqui não significa que eles saibam o porquê de estarmos".

"Eles devem estar trabalhando em descobrir isso!" – disse Fred. Eles falaram com Dumbledore que os aconselhou a ficar uma semana a mais em férias e observar se os Malfoy também ficavam, como foi exatamente isso que aconteceu, a viagem foi prorrogada por mais uma semana que seria dedicada exclusivamente a despistá-los.

"Tira uma foto minha na torre Eiffel?!"

"Não! Não estamos aqui para tirar foto!" – ele disse com seu jeito estressado de sempre, pelo menos, sempre que estava com ela.

"Que mau humor... O que custa tirar uma fotinho só seu chato?".

"Ta! Vai logo então".

"Brigada!!!".

Ela se posicionou próxima a torre. "Estou bem?".

"Na medida do possível".

"Vou encarar isso como um sim" – e ele bateu a foto.

"Você não falou X! Eu saí falando! Tira outra!".

"Ai que saco... Essa saiu boa, não precisa de outra!".

"Saiu boa mesmo? Eu não saí com uma cara estranha?".

"Já disse que não!".

"Aposto que você está mentindo para ser gentil!".

"Não para você, porque eu não faço questão de ser gentil".

"Você consegue me deixar pra baixo".

"É, eu tenho algumas qualidades das quais me orgulho".

Remo descontava seu stress nela, pois estava preocupado com a falta de pistas do local e a falta de noticias de Tonks, não que ele esperasse por noticias pois já sabia que ficaria sem falar com ela por duas semanas, mas talvez tivesse um sexto sentido que o indicava que ela estava em perigo.

"Não que você já tenha sido mais educado nos últimos meses, mas ultimamente você está mais insuportável do que o normal".

"Sério? Que bom".

"Por que você não me conta o motivo disso?".

"Quem sabe um dia" – então ele nota um movimento estranho, as pessoas tinham se amontoado em torno de alguém caído, saiu correndo em direção àquilo e concluiu o que não queria concluir. Uma pessoa fora vítima de um avada kedavra. Estava caída morta sem sinais de sangue, os trouxas acharam ter sido ataque cardíaco.

"Com licença" – era Eva vestida de médica – "Preciso levá-lo à ambulância, o senhor pode me ajudar?" – perguntou a Remo que não pode deixar de admirar a inteligência de sua parceira, que transfigurara uma ambulância, a acompanhou até lá, onde ficaram sozinhos com o morto. Dentro da ambulância estava Charles (o ex comensal pertencente a família Malfoy) a dirigindo.

"Eu já acabei minha missão, então Dumbledore me enviou para cá para ajudá-los". – disse o loiro.

"Seja muito bem vindo" – desejou Remo "Mas vamos nos concentrar no morto, veja a carteira dele, deve ter documento de identificação".

"Tem, nenhum sobrenome conhecido. Alguém pesquisa pelo nome dele, pra ver se é bruxo? Jean-Pierre Blier". – informou Eva. Charles se prontificou a pesquisar, deixando os dois sozinhos.

"Tem comensais na cidade, as suspeitas de Dumbledore estavam certas então" – disse Eva.

"Eu não tinha dúvidas quanto a isso!" – disse Remo "Mas falta saber porque decidiram matar bem ele".

Assim que Charles voltou, os informou que Jean-Pierre não era bruxo e nem apresentava qualquer parente bruxo, portanto concluíram que o atentado fora uma maneira de chamar atenção ou um erro de pontaria.

"Vão entregar esse cadáver à polícia e façam algo para que pareça que ele morreu de ataque cardíaco. Eu preciso investigar umas coisas" – disse Remo, que correu para a praça onde aconteceu o atentado. "Pelo modo como o feitiço o atingiu, deve ter saído mais ou menos daqui" – pensou enquanto olhava para uma hospedaria de três andares. Entrou. O local era escuro e as paredes escuras e o piso velho estavam empoeirados. O vidro de algumas janelas estava quebrado bem como alguns degraus da escada que levava ao segundo andar. Parecia estar deserto, mas ele sabia que não.

"Pois bem. Estou aqui, era eu quem vocês queriam né?" – disse alto, notando o eco que se formou.

"Diria que você está esperto hoje se não estragasse sua inteligência momentânea vindo até aqui nos enfrentar sozinho". Foi Macnair quem disse aquilo, surgindo de trás de uma estante enorme e cheia de livros, suspeitou que todos contivessem magia negra.

Remo se manteve firme, apenas o observando. Mais três comensais apareceram, Remo não notou de onde: Bellatrix, Crabbe e um outro, que ele nunca vira antes, estava encapuzado.

"Hum, três só para me matar? Interessante. Por que tanta preocupação em acabar comigo?". – perguntou o auror se aproximando deles, coragem era uma virtude que ele tinha.

"Não é preocupação não" – disse Bellatrix friamente "Só queremos garantias de que o serviço será terminado". – ela apontou a varinha a ele.

"Bella sempre querendo acabar com os melhores! Já não basta o Sirius, quer mais esse" – disse Macnair, também apontando a varinha ao auror.

Bellatrix apenas sorriu, Remo chegou ao ápice de sua raiva ao ver o amigo ser citado, tirou a varinha do bolso e gritou "Expelliarmos!".

Ela conseguiu desviar, mas ele desarmou Crabbe, em seguida sibilou outro feitiço que o fez cair desmaiado. Foi a vez de Macnair mandar um cruciatos, do qual Remo se safou, mas o desviou, fazendo atingir o comensal que ele não conhecia, os outros nem se importaram com o ferido.

"Então, me parece que ele pensa que consegue escapar". Riu-se Bellatrix. "Pena que não vai". – subiu dois degraus e jogou uma seqüência de feitiços nele, foram todos desviados.

"Eu duvido" – ele disse ao ver a cara de espanto que ela fizera, em seguida mandou o mesmo feitiço que causaria um desmaio até que desfeito, atingiu Bella de raspão, o que fez o rendimento dela na luta decair. Sorriu de lado e se virou bem a tempo de desviar o feitiço que Macnair acabara de mandar.

"Lobo maldito!" – gritou o Comensal, sem saber que quanto mais irritado deixasse Remo, mais risco corria, o auror mandou a ele todos os feitiços que Bellatrix lhe enviara antes, ele caiu ferido.

Agora a luta era entre Bellatrix e ele, ela não perdeu tempo e lhe enviou feitiços que equivaliam a socos, ele não teve tempo de desviar e caiu no chão para se levantar depois de segundos. Ela já tinha percebido que a tática dele era desviar os feitiços que lhe eram lançados, então não lançou nenhum.

"Desistiu, Bella?".

"Jamais!". Eles se encaravam, parados, as varinhas apontadas. Ela ameaçou se aproximar e ele lançou o feitiço de desmaio, errando a pontaria. Ela tentou desviá-lo, mas como não sabia o fazer tão bem quanto o ex professor de DCAT diminuiu o efeito do feitiço que atingiu Remo fraquíssimo.

"É esse o seu melhor?" – ele sorriu enquanto ela caia se contorcendo de dor.

"Quem?" – Remo perguntou-se surpreso, pois não mandara nenhum cruciatos, ao se virar de costas deu de cara com Eva e Charles.

"Você e sua irritante mania de fazer tudo sozinho!". – disse a mulher.

"Você e sua irritante mania de se meter nas MINHAS missões!".

"Licença!" – chamou Charles – "Mas acho que a gente devia levar eles pra sede da ordem".

"Ok, leve o mascarado. Eva leve o Goyle. Eu levo Macnair e Bellatrix" – que a esse ponto já estava caída no chão desmaiada.

"Mas não tem nenhum mascarado...". – informou Charles.

"Droga! Um deles fugiu...".

Ao chegarem na ordem de Fênix entregaram os comensais prisioneiros, que ficaram trancados em uma sala protegida por muitos feitiços, ficariam la temporariamente até que fossem mandados a Azkaban.

"Remo, quero falar com você". – disse Dumbledore assim que Charles e Eva deixaram a sala.

"Pode falar, Dumbledore". – disse o auror, que pressentiu que as noticias não seriam das melhores.

"É sobre Tonks. Ela esta desaparecida" – Dumbledore decidiu falar logo pois não quis fazer rodeios diante do amigo.

"O que? Desde quando?".

"Desde que ela entrou de férias. Ela esqueceu o casaco aqui, então eu pedi para o Albert levá-lo até a casa dela, então ele viu um bilhete destinado a você no qual ela dizia que estaria na casa dos pais dela. Bem, quando eu soube dos riscos que estavam tendo na sua missão eu pensei em convocá-la para ajudá-lo, então mandei uma coruja para a casa dos pais dela e eles disseram que ela não esteve lá. Hoje faz duas semanas que ela entrou de férias. Deveria ter se reapresentado há duas horas".

"Nossa" – foi tudo o que ele conseguiu dizer – "ela pode estar em perigo!". – ao concluir isso, Remo entrou na sala onde estavam os prisioneiros, abrindo a porta com tanta força que a mesma bateu na parede fazendo um estrondo. Desfez o feitiço de Bellatrix.

"O que vocês fizeram com Nimphadora Tonks?!".

A mulher apenas sorriu "O que te faz pensar que eu contaria?". – Remo descontrolado deu um soco na parede.

"Não brinque com isso! Apenas me diga o que vocês fizeram com ela antes que eu faça algo muito ruim!".

"Você acha que eu vou te contar alguma coisa só porque você está pedindo? Você é ingênuo assim?".

"O que você quer para contar?".

"Agora estamos falando a mesma língua. Quero liberdade, só isso".

"Você quer demais" – disse Remo deixando o local e pensando que ainda havia uma pequena possibilidade de Tonks ter ido a outro local para passar as férias e esquecido da hora de voltar. Decidiu esperar até o dia seguinte antes de tomar quaisquer providencias.

N/A: gente, mil desculpas pela demora! Eu estava totalmente sem tempo... Mas o bom é que agora eu to de férias e vai ficar um pouco mais fácil de postar os capítulos... Ah, percebam que eu compensei no tamanho! Esse capitulo é o maior até agora!

Beijos e obrigada pelos comentários!