"Mione, você tava chorando? Aconteceu alguma coisa?". – prontificou-se a responder com seu jeito preocupado.

"Não! Claro que não! É esse romance aqui que eu estou lendo, cheio de momentos dramáticos, me emocionei..." – parou de falar dando-se conta que não devia explicações a ele e devia ser fria – "Mas o que você quer?"

"Bom, eu queria conversar. Você saiu da mesa quando eu cheguei pra almoçar hoje... Achei que a gente ainda fosse amigos. Se a minha presença te incomoda...".

"Não incomoda". – ela disse simplesmente, em seguida reabriu o livro e deu sinal de que ia continuar a leitura.

"Então por quê?".

"Eu já tinha acabado de comer e decidi me retirar. Por que você sempre acha que as coisas têm a ver com você?". – ela disse sem ao menos desviar o olhar do livro.

"Porque elas têm. Pelo menos quando se trata de você". – ele disse com um meio sorriso convencido.

"Egocêntrico, isso que você é". – ela disse voltando a encará-lo.

"Mentirosa, isso que você é". – ela o olhou com cara de desprezo – "Porque você não me fala de uma vez o que ta acontecendo?".

"Por que você ta querendo complicar isso?" – ela perguntou começando a alterar seu tom de voz – "Por que você me pede pra explicar o que já entende sozinho?".

"Eu só queria que você lembrasse que terminou comigo em prol da nossa amizade, você lembra disso?". – ela se levantou, como se pretendesse sair andando, mas antes respondeu:

"Lembro sim, mas em que isso importa pra você, Harry?' – ela perguntou irônica, ele não respondeu, ela prosseguiu – "Você parece ter achado distração rápido né?". – ela deu as costas, mas antes de dar o segundo passo ele falou alto o suficiente para fazê-la voltar:

"Você ta falando do quadribol?".

"O que mais?". – ela ainda estava de costas para ele, se esforçando para controlar a própria raiva, que se mostrava no tom de voz já bastante alterado da garota.

"Você ta irritada só porque eu tomei uma decisão que você não aprovava?". – ele disse soltando o ar de modo a fazer aquilo soar como um absurdo. De fato, mal conseguia acreditar nas próprias palavras.

"A gente tinha chegado a um consenso sobre esse assunto...".

"Tinha, mas eu mudei de opinião".

"Você fez uma troca, eu pelo quadribol, e a segunda opção ocupa até mais o seu tempo do que eu costumava ocupar". – ela disse ainda mais irritada.

"Agora a culpa minha! Não esqueça que foi você quem terminou!". – ele odiava quando ela o culpava pelas coisas, decidiu expor a ela o motivo da "troca".

"E agora tive certeza que fiz a coisa certa! Percebi que você vem-se dedicando mais ao quadribol do que costumava se dedicar a mim" – ela repetiu o argumento, agora com a voz mais fina, perdia suas forças e estava prestes a começar a chorar.

"Mas de que isso importa não é mesmo? Você só quer a minha amizade!" – falou um distraído Harry que nem se deu conta que falara tudo o que ela não queria escutar. Hermione apenas lamentou o mau jeito do ex em se tratando de discussões e decidiu que não ia mais agüentar nada daquilo:

"Talvez eu não queira mais nada!". – Hermione saiu andando de vez e entrou em Hogwarts, deixando Harry plantado lá fora. Ele se sentou no banco e apoiou a cabeça nos braços, pensando "E eu só queria fazer as pazes... Acabei com tudo dessa vez...".

Já era a terceira semana dela lá e não fazia idéia disso. Se dissessem que ela estava lá há um ano era bem capaz que ela acreditasse, afinal os dias custavam a passar naquele quarto escuro.

"Não é possível que eu morra aqui nesse lugar! Alguém tem que conseguir me tirar daqui..." – pensou, lembrar de Remo doía. Questionava se ele ainda lembrava-se dela e se estava preocupado.

"Tonks" – chamaram-na, reconheceu a voz: era Rabicho.

"O Mestre quer falar com você" – ele adentrou a saleta, puxou-a pelo braço até a porta, deixando-a com náuseas por sentir o toque dele. De lá ela seguiu caminhando sozinha até a sala do Senhor das Trevas pelos corredores estreitos e sombrios. Ao chegar à porta da sala, que estava aberta, sentiu vontade de sair correndo, afinal não queria ter que encarar Voldemort. Mas por saber que naquele ponto não tinha mais como voltar para trás, simplesmente entrou. A sala era horrível, mas ela não se preocupou em observar os detalhes, como faria normalmente devido aos seus hábitos de auror. A única coisa que chamou sua atenção verdadeiramente foi uma lareira acesa.

"Pois bem, ela chegou" – ouviu dizerem, não reconheceu a pessoa que dissera. Essa pessoa a pegou pelos ombros e a empurrou até a lareira, foi tão rápido que fechou os olhos. Quando abriu-os quase chorou de emoção, via Remo, o rosto dele estava na lareira em chamas.

"Ta aí a prova, lobisomem, ela ta viva" – disse o encapuzado que estava conversando com Remo. Antes de arrancá-la da frente da lareira, Tonks conseguiu notar que o rosto, normalmente cansado de seu amado, denunciava seu estado emocional, ele estava sofrendo com a ausência dela tanto quanto ela com a dele, não tiveram tempo de trocar sequer uma palavra, mas trocaram um olhar que valeu por três delas: "Eu te amo".

"Agora vamos falar de negócios!" – falou o encapuzado, Tonks perguntou-se quem era aquele, mas antes que pudesse refletir um pouco a respeito ou ouvir a voz dele novamente, foi retirada da sala. O pânico tomou conta de si. Precisava ver Remo mais uma vez! Tentou gritar mas foi amordaçada antes que conseguisse. As negociações continuaram...

"Apenas falem o que vocês querem. Desde que ela chegue aqui segura e viva, estamos dispostos a qualquer negócio" – disse Remo via lareira.

"Quase qualquer negócio" – corrigiu-o Dumbledore, que também estava na sala de negociações em que estava Remo embora não aparecesse na lareira.

"Sabe o que é? No momento ainda não estamos a fim de devolvê-la!" – disse o encapuzado tão cruelmente que chegou a assustar Remo, que deu um berro ao perceber que a conexão fora interrompida, a lareira voltou a mostrar apenas fogo.

"Então pra que tudo isso se não queriam negociar?" – disse Eva, outra que estava presente na sala de negociação.

"Só podem estar querendo nos confundir" – disse Dumbledore. – "O mais importante foi sabermos que Tonks esta viva e relativamente bem".

"Ela estava chorando!" – ressaltou Remo, como se ninguém tivesse notado – "Deve estar sendo muito mal tratada! Temos que dar um jeito de tirar ela de lá o mais rápido possível!".

"Ela não tava machucada, é só pressão psicológica, relaxa" – disse Eva tentando acalmar o auror e dando a entender que aquilo pelo que Tonks estava passando era insignificante.

"Isso não me consola" – disse Remo abatido, pois além de todo o problema com Tonks ainda estava às vésperas de se transformar em lobisomem – "Como eu vou relaxar? Se fosse você que estivesse lá quem sabe... mas enquanto a Tonks não voltar sã e salva EU NÃO VOU RELAXAR!".

"Hoje a tarefa de casa vai ser elaborar uma redação de 50 centímetros de pergaminho sobre as conseqüências de uma possível dominação do mundo pelo lado das trevas". – disse o professor de história da magia.

"Mas eu não sei exatamente quais seriam as conseqüências!" – disse um aluno.

"Pesquise!". – retrucou o professor.

"Legal, como se eu já não precisasse me preocupar com isso tempo o suficiente!" – disse Harry para Rony que apenas disse que pediria ajuda a Hermione, aconselhou-o a fazer o mesmo.

"Acho que estou de relações cortadas com Hermione". – ele informou sem demonstrar que estava triste por isso – "Mas não tem problema, eu posso fazer isso sozinho!".

"Eu não" – disse Rony estranhando a frieza de Harry, aquilo tinha claramente soado como se ele só precisasse de Hermione para usar as habilidades intelectuais dela, como se ele nunca tivesse sido o namorado apaixonado da garota...

Após o término da aula os garotos se separaram, Harry foi para a aula extra de DCAT enquanto Rony foi treinar quadribol com Gina, os dois estavam tendo treinos a mais para compensar todos os treinos que perderam durante as férias.

Assim que a aula extra acabou, Harry foi para o treino em Oclumência com Snape, coisa que o deixou desanimado, pois alem de já estar bem cansado não estava a fim de agüentar o mau humor do professor, ainda que reconhecesse a importância das aulas. Seguiu para as masmorras sem muita pressa, chegaria atrasado de qualquer forma e receberia uma bronca por isso, de qualquer forma.

"Achei que não fosse chegar nunca, Potter!". – disse Snape que o esperava sentado em sua mesa escura e com aquele olhar de poucos amigos.

"Mas eu só me atrasei 10 minutos". – justificou-se Harry sem grandes convicções de que sua justificativa causasse qualquer reação no velho Snape.

"Como se 10 minutos não fosse tempo, pelo menos se desculpe!".

"Ta, desculpa professor Snape, isso não vai se repetir mais".

"Assim espero! Bom, hoje nós teremos uma aula prática".

"Ah que interessante! Eu vou invadir a mente de alguém?". – Harry entusiasmou-se pois pelo menos não teria que copiar pergaminhos de teoria e depois estudá-las em seu dormitório.

"Não, Potter, você terá sua mente invadida e terá que tentar impedir a pessoa de ler seus pensamentos e lembranças. Antes de invadir a mente de alguém quero me certificar de que você aprendeu a se defender".

"Está certo, e quem será a pessoa que vai invadir minha mente?".

"Achei que fosse óbvio. Sou eu, claro".

"Ah!". – lamentou, realmente não queria que Snape lesse sua mente. – "Ai! Achei que você fosse avisar antes de começar!".

"Finja, ao menos, que tem um pingo de inteligência, Potter! Voldemort não vai avisar quando decidir adentrar sua mente!" – disse Snape, por telepatia.

"Esta certo, foi mal!" – disse Harry fazendo esforço para não deixar que Snape visse nada. Esse processo durou cerca de meia hora e deixou Harry exausto, pois alem de querer defender-se do intrometido professor não conseguia deixar de pensar em Hermione...

"É Potter, nada mal. Não consegui invadir lembranças, nem pensamentos... E a única mensagem que te passei foi aquela antes de você se concentrar...". – disse Snape.

"Isso quer dizer que eu estou bem em oclumencia?" – perguntou Harry esperançoso.

"Isso quer dizer que eu ainda não cheguei na parte ruim... Uma coisa eu consegui perceber nitidamente: Você ama Hermione Granger".

"O que? Como o senhor soube disso?" – Harry pensou que sentimentos não fossem passados com tamanha facilidade...

"Sentimentos são as coisas mais fáceis de ler" – disse Snape com um meio sorriso – "E quando o sentimento em questão é amor, fica impossível esconder".

Ouvir esse frase da boca de Snape era bastante inesperado, não que Harry não soubesse sozinho que amava Hermione, mas estava tentendo – claramente sem sucesso – esquecê-la.

"Não...".

"Não o que Potter?".

"Não vou poder executar meu plano mais, porque se Voldemort souber que eu amo Hermione vai tentar destruí-la! Não acredito que as aulas foram vãs...".

"Não foram". – Harry encarou o professor nessa hora – "Se você usar a poção inversa do amor pode esquecê-la".

"Mas não tem como saber que estou sob efeito de poção?".

"Não se for bem realizada. Quero dizer, se feita por mim, é claro. Só tem um lado ruim, dura por tempo indeterminado".

"Não é pra sempre, né?".

"Claro que não Potter! Achei que você soubesse que não há poção ou feitiço nenhum capazes de livrar a pessoa do amor pra sempre". – disse Snape com uma cara de nojo maior que a habitual, como se achasse ridículo tudo aquilo que estava falando. Se era, Harry não sabia afirmar, mas que era ridículo escutar aquilo de Snape, isso sim era bem verdade.

"Então, vou ter que tomar essa poção...". – disse Harry.

"Vou começar a prepará-la hoje mesmo".

No dia seguinte, o café da manhã já começou agitado:

"Alonso! Volte aqui com o meu pãozinho! Volte aqui!" – Luna corria por Hogwarts atrás do pato que parecia nutrir um grande prazer em irritar a dona.

"Problemas com o Afonso?" – perguntou Rony divertindo-se com a aflição da amiga.

"É Alonso! Difícil demais pra você entender?".

"Desculpe. Acho que você precisa dar mais disciplina a ele, o Perebas era mais obediente que isso e olha que ele era um rato das trevas!" – respondeu Rony devolvendo a provocação dela com outra.

"Ah belo exemplo... Já que você é tão bom em disciplinar animais faz o Alonso parar então!".

"Eu não! O pai dele é quem tem que fazer isso. E que eu saiba o pai dele é o Harry e não eu!". – disse Rony com uma voz que expressava mágoa.

"Desculpe, é que o Alonso realmente parece gostar mais dele do que de você". – ela disse em tom de consolo, depois o encarou com os dois olhos azuis esbugalhados – Se fosse eu que escolhesse, eu escolheria você.

"Quack".

"Ah não, Alonso ta causando mais problemas! Deixa eu ir atrás dele". – Luna foi correndo até o animal e encontrou-o nos braços de Hermione, quieto.

"O Alonso estava fugindo, mas eu consegui pegá-lo antes que ele escapasse pela porta".

"Ah, muito abrigada Hermione!".

"Magina!".

"Opa, parece que ele prefere a Hermione a você". – disse Rony provocativo, mais uma vez.

"Você acha mesmo?" – Luna fechou a cara, dando sinal de que ia começar seu choro estridente.

"Não! Era só brincadeira, por favor não comece...". – mandou Hermione lançando a Rony um olhar de reprovação – "Vamos voltar ao café da manhã!".

"Vamos" – concordou Rony, que sentou-se ao lado de Hermione e Luna.

Harry entrou na sala do professor Dumbledore, ele o havia enviado uma coruja mandando-o ir para lá. "Com licença, professor".

"Toda Harry" – convidou-o a entrar – "Julgo que não seja necessário enrolar, vou direto ao ponto: Snape esteve aqui ontem e falou-me sobre seus planos de invadir a mente de Voldemort e sobre todo o seu esforço em oclumência".

"Bem, eu só estava tentando ajudar, professor".

"Harry, entenda uma coisa: Só você consegue acabar com Voldemort, se arriscar assim nesse tipo de plano é loucura! Pense uma única vez que pode não dar certo. E se você perder a vida, as trevas vão reinar" – disse Dumbledore sério. – "Se você não se importa com a sua própria vida, importe-se ao menos com a de toda a comunidade bruxa!".

"Dumbledore, eu às vezes fico cansado de tudo isso!" – disse Harry alto – "Eu não posso decidir nada na minha droga de vida! E tudo o que eu decido irrita alguém! Vocês tem que entender que eu sei tomar decisões! Eu sei o que eu faço!" – ele saiu da sala e bateu a porta. Depois até se arrependeu de ter sido tão grosso com Dumbledore que era uma pessoa que ele gostava tanto. Só estava com raiva, com raiva de sua super proteção, com raiva de Hermione, com raiva de Voldemort. Decidiu que naquele dia não iria a nenhuma aula. Foi para o dormitório, trancou a porta e se sentou em sua cama. Lá, fez algo que nunca fazia na frente de ninguém: chorou. Chorou feito uma criança por mais de uma hora. Porque tem horas em que não a nada a ser feito. E chorar não adianta nada, mas alivia.

"O Harry não ta na sala" – disse Rony notando a estranha ausência do aluno a Hermione, que apesar de fingir que não, ficara bastante preocupada. A professora Minerva também notou e depois da aula foi falar com Dumbledore, que disse para relevar aquilo, Harry precisara daquela falta. Dumbledore tratou de avisar os outros professores da ausência do garoto e pediu a todos o mesmo, que relevassem aquela falta.

Depois da segunda aula do dia, ao notar que Harry também não fora, Hermione ficou realmente preocupada. – "O Harry acordou doente hoje?" – perguntou a Rony entregando o jogo, ele percebeu que ela estava sim se importando com o ex namorado.

"Não pareceu, ele estava normal, aparentemente. Só que ele recebeu uma coruja de manhã e não veio para o café. Acho que era do Dumbledore".

"Será que era alguma coisa tão importante a ponto de fazê-lo faltar em duas aulas?" – perguntou Hermione, que obviamente, considerava imperdoável faltar em duas aulas...

"Talvez" – respondeu Rony. – "Devíamos procurar por ele na hora do almoço". – E assim fizeram. Cada um foi procurar por um canto, Rony foi o designado para ir ao dormitório, mesmo porque Hermione não poderia entrar lá. E ele encontrou Harry deitado.

"Cara, o que aconteceu com você? Ficamos preocupados por você ter faltado! Ta se sentindo bem?".

"To me sentindo péssimo, mas relaxa que eu não to doente não".

"Então o que foi?".

"Raiva". – disse simplesmente começando a encarar o amigo – "Raiva porque eu não sou dono da minha própria vida, porque eu devo satisfações a pessoas que não me entendem, porque eu tenho que fazer coisas importantíssimas querendo ou não e não me deixam ser útil em nada". – desabafou tudo antes mesmo de pensar o que estava fazendo, sabia que Rony não ia saber o que fazer em seguida, isso era coisa para desabafar com Hermione. Pois ela certamente o confortaria e daria um ou dois conselhos inteligentes. Mas o fato é que ele tinha desabafado com Rony...

"Eu não entendi muito bem quais os problemas exatamente" – falou Rony, querendo que Harry se explicasse.

"Não era para entender" – respondeu o outro seco. – "É só um momento de raiva, passa". – O tipo de coisa que não aconteceria se fosse Hermione, ela teria entendido as coisas.

"Harry, seja lá qual for o seu problema, saiba que você pode contar comigo, cara".

"E que diabos isso significa? Desde que eu vim pra cá posso contar com todo mundo, mas no fundo isso não significa nada, porque eu nunca deixei de estar sozinho! Porque no fundo a parte difícil é minha e ninguém mais pode fazê-la. Só que ninguém me avisou que eu teria que viver a minha vida toda na dependência dessa maldita profecia!" – resmungou Harry, desabafando mais um pouquinho. Mesmo que Rony não tivesse culpa de nada e provavelmente não soubesse como ajudar, ele era seu amigo e só de poder ser ouvido por alguém que ele gostava já fazia-o sentir-se um pouco melhor.

"Pensa que todo mundo ta tentando te proteger. E sua vida tem a ver com escolhas" – disse Rony, ele preferia que Hermione estivesse lá. Que teria mais jeito para lidar com aquela situação. – "Cara, nós somos adolescentes na véspera de uma guerra. Não pense que só é difícil pra você, não to querendo dizer que não seja mais difícil pra você do que pro resto, mas é que todo mundo tem problemas".

Com aquelas palavras, Rony tocou Harry de alguma forma, que se sentiu um pouco egoísta por ignorar todos os problemas do mundo e só pensar em si mesmo, ainda que isso ocorresse pela primeira vez na vida do garoto...

"Desculpa. Eu só to um pouco irritado hoje" – disse Harry – "Agora é melhor a gente ir pra aula, né?" – Rony se sentiu bem por ter conseguido ajudar o amigo.

Ao ver que Harry estava presente na outra aula, Hermione se tranqüilizou bastante, mas não disse nada a ele, claro. Dumbledore também achou melhor que Harry tivesse ido a aula, apesar de ficar preocupadíssimo com o stress do garoto. Tinha certeza que Harry tentaria fazer tudo sozinho de alguma forma e tinha medo que não conseguisse impedir dessa vez. Pensou em falar com Remo a respeito, mas como era lua cheia isso não foi possível. Então decidiu conversar com Charles.

"Talvez a gente deva fazer algum tipo de proteção extra que impeça ele de fazer qualquer coisa!" – sugeriu Charles assim que ouviu o que Dumbledore contou sobre os acontecimentos da manhã.

"Temo que isso o deixe ainda mais revoltado" – disse o velho diretor – "Não podemos deixar que Harry perca a confiança em nós e ele perderia se puséssemos qualquer tipo de feitiço nele".

"Sabe o que eu realmente acho? Todos esses anos o moleque conseguiu se dar bem lutando completamente sozinho, é de esperar que ele seja tão auto-confiante em se tratando de Voldemort. Talvez o senhor devesse deixar ele fazer o que pretende".

"Você não tem noção do quão perigoso isso seria!".

"Talvez a gente pudesse trabalhar em cima do plano dele, não é ruim!" – disse o rapaz – "Se Harry descobrisse onde está Voldemort poderíamos ir todos ao local e ajudá-lo na luta, que eu saiba o número de comensais dele está bem reduzido. Temos chances".

"Talvez devamos fazer isso mesmo" – disse Dumbledore que já tinha pensado nessa hipótese, mas preferia que fosse realizado um plano menos arriscado, porém, as coisas dependiam muito de Harry, e conseqüentemente, teriam que ser como o garoto quisesse. Enquanto os dois discutiam, Albert adentrou a sala, nervoso, gritou:

"Bellatrix conseguiu fugir!" – e desmaiou.

N/A: Depois de muito tempo, voltei a atualizar ;)

Bom, primeiro de tudo queria me desculpar pela demora... Bem, primeiro eu me empolguei com "Doce Lar", o outro fanfic que eu estava escrevendo, e dediquei todo meu tempo a ela esquecendo dessa... Aí acabaram as férias e o meu tempo também... Ano de vestibular é assim né... Mas a boa noticia é que as férias estão chegando e eu vou ter mais tempo pra atualizar.

Espero que tenham gostado desse capítulo! Deixem comentários ok?

Beijos! Muito obrigada pelos comentários (que por causa deles eu decidi retomar esse fanfic) e desculpa mais uma vez!