Título:
Silver
Autora: Ivi Malfoy
Ship:
Harry/Draco
Classificação: PG-13
Avisos:
Esta história terá conteúdo homossexual. Se isso
lhe ofende, seja uma fofura para a tia Ivi aqui e aperte o botãozinho
para voltar. Obrigado! Ah sim, Draco, Harry e toda essa turma,
obviamente, não me pertencem e sim à J.K.
Rowling.
Sumário: Tudo que Harry queria era entender
as razões por trás da decisão de Malfoy. O que
ele recebeu em troca foi muito mais do que ele pediu ou até
mesmo sonhou.
Notas: Fic inacabada. Provavelmente por um
bom tempo. Leia apenas se tiver uma grande paciência ou espere
eu acabar de escrevê-la. Poeminha ridículo no começo
é de autoria minha.
Silver
CAPÍTULO 1: Mudanças Inesperadas.
Quando meu mundo mudou Você veio e ficouMe atormentou, me transformou
E quando chegou sua vez
Nada consegui a ti dizer, apenas perceber
Que uma luz em minha vida entrou
E em casa se fez
O Sexto Ano começou calmamente para Harry Potter, por incrível que pareça. A comunidade bruxa, finalmente consciente da presença de Voldemort, não mais duvidava de sua palavra. Enquanto Sirius não fora ainda inocentado na questão da morte de seus pais, seu nome não mais causava temor ou aflição nas pessoas; rumores sobre sua ajuda contra o ataque dos Comensais da Morte chegaram aos ouvidos de todos e tudo agora pairava incerto no ar.
Harry prometera a si mesmo não confiar em nada à sua volta, em nada que não fosse provado ser verdadeiro. Hermione e Rony procuravam insistentemente animá-lo e aliviar o ar infeliz que o revolvia ultimamente sem nenhum sucesso. Harry ainda se culpava pela morte de Sirius e nada que ele fizesse mudaria esse fato.
Era o primeiro final de semana do novo ano escolar e os três amigos se encontravam no Salão Comunal se preparando para o café-da-manhã quando a Professora McGonagall adentrou pelo buraco na parede. Assim que ela os avistou, ela os chamou.
"Professor Dumbledore gostaria de vê-los antes do café-da-manhã, crianças," ela avisou. "A nova senha é 'Gotinhas de Limão' e ele os espera agora."
O encontro com Professor Dumbledore não era de todo inesperado. Virara quase um costume anual Harry ir à sala do Diretor e o garoto estranhou apenas o pedido pela presença de Rony e Hermione.
A caminhada até o gárgula foi tranqüila e silenciosa. Rony devia estar com sono e Hermione desaprovando da perda de tempo precioso que ela poderia estar utilizando lendo algum livro. Harry só não sentia mais vontade de falar sem que falassem com ele.
"Vocês acham que isso tem haver com Você Sabe Quem?" murmurou Hermione. "Não acho certo Dumbledore querer nos envolver nesse assunto tão cedo. Nós ainda temos as provas do Sétimo Ano. Sem falar na quantidade de estudo que teremos que fazer esse Ano."
Harry acreditava que Hermione desaprovaria de qualquer coisa que a distraísse de um período livre para estudo.
Ele deu de ombros e anunciou a senha para o guardião da sala do Diretor.
Chegando ao topo das escadas, era possível escutar vozes através da porta mas não o suficiente para discernir sobre o que se falava.
Rony bateu na porta e tal foi a surpresa do ruivo quando Severo Snape a abriu com uma carranca que ele deu um passo para trás.
"Harry, Sr. Weasley, Srta. Granger. Entrem, por favor," convidou a voz de Dumbledore.
Logo ele entrou, Harry percebeu que havia mais ocupantes do que ele esperara. Gregório Goyle e Vincente Crabbe encontravam-se de pé ao lado de uma das cadeiras à frente da mesa de Dumbledore e suas feições nada denunciavam sobre a situação.
"Professores," Harry acenou com a cabeça.
Dumbledore sorriu em reposta e indicou as cadeiras à sua frente. "Sentem-se, vamos."
"Professor, eu–" Hermione começou a falar, avançando em direção aos assentos, apenas para parar em um suspiro de surpresa.
"O que," Rony vociferou numa voz probemente controlada, "ele está fazendo aqui? Professor," adicionou ele com mais respeito.
"Chá?" ofereceu o Diretor. "Sentem-se crianças, por favor."
Harry moveu-se em direção ao único lugar vago e finalmente viu sobre o que era aquele alvoroço todo.
Malfoy.
O loiro estava sentando com uma careta distorcendo seu rosto fino e de braços cruzados, Crabbe e Goyle postados ao seu lado esquerdo e seus olhos fitavam a mesa do Diretor sem interesse aparente.
Snape aproximou-se. "Dumbledore, eu não vejo por que chamar Potter e seus amigos aqui. Nada disso tem haver com eles." O Mestre de Poções postara-se entre Harry e Malfoy, o que fora uma boa coisa, pois, desde a confirmação de Lúcio Malfoy como um Comensal, Harry sentia-se meio descontrolado perto do Sonserino. Ele sentia vontade de pular na garganta do outro garoto e esganá-lo até que ele percebesse seu erro, sua péssima escolha.
"Severo, o que o Sr. Malfoy me propôs é tentador e certamente será aceito por mim, mas acho que seja necessário esclarecer tudo com esses três Grifinórios," Dumbledore sorriu, "antes que eu tenha que escutar as desconfianças que eu sei que Harry, Rony e Hermione terão."
A costumeira carranca voltou às feições de Snape.
"Eu tenho que pedir a aprovação do Potter?" exclamou Malfoy, soando incrédulo e ofendido.
O brilho de diversão dos olhos de Dumbledore se intensificou e ele negou. "Não, Sr. Malfoy. Mas eu me preocupo com o seu bem-estar, como o de qualquer outro aluno."
"Eu sei cuidar de mim mesmo," o loiro interrompeu, despachado.
Harry descordava de tal afirmação. Não que o que acontecesse com Malfoy fosse assunto dele – e realmente não era – mas de todas as vezes que os dois se confrontaram no passado, Harry sempre saíra vencedor.
"Não disse que não, Sr. Malfoy." Dumbledore suspirou e Harry desejou poder socar a cara pontuda do Sonserino. "Mas acho que seria mais fácil para os outros alunos confiarem em vocês se Harry Potter confiasse em vocês."
Harry Potter. É claro. Harry não estava ali por ser Harry, Grifinório, rival do Sonserino. Harry estava ali porque era Harry Potter, o Menino Que Sobreviveu.
Ele se sentiu mal de repente.
O rosto pálido rosnando uma retórica era aliviante para Harry. Pelo menos uma coisa nunca mudaria.
"Malfoy." Snape pousou uma mão no ombro do loiro. O Sonserino acalmou-se com certa dificuldade, porém, Harry não podia deixar de admirar a rapidez com que ele o fez.
Rony resmungou algo parecido com, "o domador e o furão," mas poderia muito bem ser "o criador e o bastão." Era difícil escutar o ruivo com Hermione bloqueando o caminho.
"O que você quer da gente, Professor?" a garota inquiriu cordialmente.
Dumbledore a olhou com aprovação. "O Sr. Malfoy procurou Severo esta manhã com uma proposta e meu caro amigo achou que eu deveria ouvi-la. Após ponderar sobre o assunto, resolvi que vocês deveriam ser incluídos nessa conversa, devido à sua rivalidade e o ponto em questão."
"Por Merlin," Malfoy explodiu. "O que essa criatura quer dizer com tanto rodeio é que eu mudei de lado."
E isso atraiu todos os olhos da sala para ele.
"Como assim?" Hermione perguntou devagar.
"Eu mudei de lado, Granger. É tão difícil de entender essa frase?" escarneceu Malfoy.
Rony roncou. "Por quê?" perguntou ele, descrente.
"Não é da sua conta," o loiro retorquiu.
Harry revirou os olhos. Típico.
"Como nós podemos saber que você não vai nos enganar?" Hermione não se dava por vencida.
Verdade seja dita, por mais que Malfoy fosse um nojento preconceituoso, ele era poderoso e influente e seria um grande aliado. E naquele momento a coisa que Harry mais queria na vida era vingar seus pais e Sirius e todos aqueles que sofreram nas mãos de Voldemort.
"Vocês não sabem," Malfoy deu de ombros.
"Se você quer que nós confiemos em você–"
O loiro interrompeu Hermione. "Eu não quero," disse docemente.
"Professor." O rosto de Rony parecia que ia explodir a qualquer momento de raiva. "Nós não podemos confiar numa pessoa como ele. Ele não quer dizer porque está fazendo o que ele está fazendo e ainda espera que a gente não questione essa mudança de pensamento?" argumentou o ruivo coerentemente.
"Weasley, eu não espero nada de você ou de seus amiguinhos ridículos. É uma piada achar que eu queira algo de vocês," afrontou Malfoy. "E agora que vocês foram avisados da minha decisão, acho que já posso me retirar," disse se levantando e aparentemente acordando Crabbe e Goyle de seu coma compartilhado.
O Sonserino havia mudado, Harry percebeu pela primeira vez. Não era somente os centímetros que ele crescera no verão, não. Havia um ar diferente ao seu redor, algo que gritava 'fique longe!' e isso não era normal, não para o Malfoy faminto por atenção dos Anos anteriores.
E Harry viu.
O cabelo de Malfoy crescera e tocava-lhe a nuca.
"Lúcio."
É claro que Malfoy sentiria saudade de seu pai e era incoerente achar que não, pensar que ele merecia, racionalizar a situação. Harry nunca pensara no garoto desse jeito, como outra pessoa da mesma idade e com sentimentos; de algum modo, o Sonserino afirmara-se como um inimigo e permanecera assim até o presente.
E Harry agora tinha aqueles olhos cinzas intensamente concentrados em si.
Voldemort não libertara os Comensais aprisionados em Azkaban ainda e nem parecia planejar fazê-lo tão cedo.
Uma sobrancelha arqueou em questionamento e desafio e Harry acentiu com a cabeça.
Vingança. Tudo se resumia nessa palavra, vingança.
