PRIMORDIUM NULLA RETRORSUM
AUTHOR: TowandaBR e Thysbe
DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions.
4ª temporada.
Primordium nulla retrorsum: Não retorne a suas origens
Dedicado a todos aqueles que mantém TLW vivo, escrevendo e/ou lendo fics.
Por favor R-E-V-I-E-W!!!
Verônica segurava o trion e enquanto uma inacreditável energia passava por todo o seu corpo, o mundo passava diante de seus olhos.
Viu a floresta, os animais, incontáveis coisas e finalmente seus amigos um a um os viu retornarem ao mesmo local e na ordem em que tinham desaparecido. Primeiro Finn, depois Challenger, Roxton, Malone. Surpreendeu-se ao perceber que o jornalista estava retornando a casa da árvore ao ser sugado pelo fenômeno. Finalmente viu Summerllee caindo na cachoeira dois anos antes.
Lentamente tudo foi se acalmando e ela deixou-se cair exausta no chão da casa da árvore. Segundos depois percebeu o olhar preocupado de Finn aproximando-se dela.
"Vê? Você está bem." – Verônica balançou levemente a cabeça.
"Estou. Só preciso descansar alguns minutos. E você?"
"Meio agitada, mas estou ótima." – respondeu a jovem do futuro já se levantando e indo até a cozinha. Retornou em seguida com um pouco d'água e uma toalha molhada que entregou a amiga.
Verônica bebeu e em seguida colocou o pano úmido na nuca. Lentamente os músculos tensos iam relaxando. Ela começou a lembrar dos acontecimentos e ficou apreensiva.
"Finn?"
"O que foi?"
"Não vi Marguerite. Ela não voltou."
"O que você está dizendo?"
Verônica encarou-a com tristeza.
"Por algum motivo não pude trazê-la Finn." – Fez uma pausa – "Marguerite está morta."
"Você está brincando não está?"
Os olhos de Verônica encheram-se de lágrimas e quando ela olhou para Finn, não precisou confirmar com palavras o que já tinha certeza.
Num misto de alegria por estar vivo e tristeza ao receber a inesperada notícia Challenger foi o primeiro a retornar a casa da árvore encontrando Finn e Verônica a sua espera.
A moca da selva estava abatida e calada: Pela exaustão e principalmente pela perda da amiga que aprendera a amar como uma irmã como havia Marguerite definido certa vez. Challenger e Finn ainda argumentaram para que descansasse um pouco, mas ela recusou. Queria é claro reencontrar Malone que sabia estar retornando, porém ele não era o motivo principal da recusa. Mais do que ninguém precisava olhar no fundo dos olhos de Roxton.
O barulho do elevador ecoou na casa da arvore, Verônica foi trazida de volta ao mundo real. Observada pelo cientista e a moca do futuro levantou-se lentamente para esperar o amigo.
Ao chegar, Roxton parou dizendo apenas uma palavra.
"Marguerite."
Verônica não esboçou reação. Apenas ficou ali parada com o caçador a sua frente, tão estático quanto ela. Nenhuma palavra precisou ser dita.
Roxton nem percebeu a presença de Finn e Challenger. Apenas desceu dirigindo-se a seu quarto.
Apesar de abalados Challenger e Finn perceberam que cabia a eles administrar a situação. Fizeram com que uma mais do que nunca silenciosa Verônica se recolhesse a seu quarto onde ela imediatamente caiu em sono profundo.
Challenger foi até o quarto de Roxton para encontrá-lo muito quieto em um canto. Concluiu que aquele não era o momento certo para conversar ou consolar. John precisava ficar sozinho.
Malone chegou ao anoitecer. Intrigado, confuso, ele era o que menos informação tinha sobre tudo. A mesa do jantar juntamente com George e Finn, quase nada comeu enquanto atônito ia ficando a par dos acontecimentos. Ao final da refeição dirigiu-se ao quarto daquela que tanto ansiava reencontrar. Desejava, contudo que as circunstancias fossem diferentes. Pretendia apenas olhá-la por alguns minutos, mas após aqueles meses que lhe pareceram intermináveis não resistiu.
"Verônica acorde." – sussurrou em seu ouvido. – "Sou eu."
Abriu os olhos lentamente até finalmente distinguir a figura do homem a seu lado.
"Ned?" – Sentou-se abraçando-o com forca enquanto finalmente deixava as lágrimas fluírem incontrolavelmente.
Na madrugada Roxton sentiu o peito doer. Achou precisar mais do que nunca de ar puro e subiu para a varanda concluindo afinal. O que ele realmente precisava, não estava mais ali.
Olhou para o nada. Que diferença faria? Também não conseguia pensar em nada.
"Roxton" – escutou a doce voz de sua amada e fechou os olhos deliciando-se. Certamente tivera um pesadelo e agora acordava.
"Roxton." – Escutou novamente seu nome para entristecer-se mais uma vez – "Me desculpe Roxton. Eu não pude salvá-la." – Ele não se virou ao, após uma pausa, deixar as palavras fluírem muito baixo, em um tom gélido e sem controle.
"Você tinha suas prioridades Verônica e parece que Marguerite não estava entre elas. Nunca esteve não é?"
"Roxton eu..."
"Você poderia ao menos ter se poupado um pouco de esforço e me deixado também."
Verônica sentiu um peso ainda maior. John estava sendo cruel, ela bem o sabia, mas será que ele não estava certo. Teria ela inconscientemente abandonado a herdeira?
Sentiu alguém colocar-lhe uma manta nos ombros. Alguém que estivera ali todo o tempo.
"Venha querida" – Disse Challenger. Levou-a até a cozinha, despejou um pouco de chá em duas xícaras e sentou-se a seu lado. A moca procurou conforto encostando a cabeça em seus ombros.
"Talvez ele tenha razão Challenger."
"Não tem e você sabe disso. Todos nós sabemos inclusive Roxton. Você amava Marguerite e jamais a deixaria morrer se tivesse escolha."
"Eu vi a saída do platô Challenger."
"Você o que?"
"Eu vi Summerllee cair na cachoeira, eu o vi saindo do outro lado."
"Arthur está vivo?"
"Não sei. A única coisa que tenho certeza é de que a lenda estava certa. A cachoeira é a saída do platô."
Pela manhã, Roxton saiu com Finn com o objetivo de trazer o corpo da herdeira de volta.
Tanto Malone quanto Challenger ofereceram-se para a dura tarefa, entretanto ele recusou e mesmo contrariado somente permitiu que Finn lhe fizesse companhia.
Conforme ela descreveria mais tarde, o caçador não disse palavra durante todo o trajeto. Ao chegar e ver a figura estática beijou-lhe levemente os lábios para em seguida embrulhar seu corpo com muito cuidado, como se temesse machucá-la, no mais rico tecido que pode encontrar na casa da árvore. Não chorou, nem lamentou. Apenas fez o que tinha se obrigado a fazer.
Enterrou-a perto de um lugar onde Marguerite costumava isolar-se quando queria ficar sozinha e contou com a presença dos amigos Challenger, Malone e Finn.
Verônica acompanhou de longe sem que John percebesse. Somente depois de algumas horas, quando Roxton voltou para casa foi que se aproximou para depositar uma flor de gergelim em seu tumulo. Depois andou alguns quilômetros até o local onde seu pai estava enterrado e colocou algumas flores do campo em cima da lápide.
"Desculpe pai. Eu sei o quanto você gosta daquela flor, mas a única que encontrei hoje dei a uma pessoa que também me é muito especial."
"Você vai partir não é?"
Malone abaixou-se ao lado de Verônica ajudando a colher as verduras para o almoço.
"Quer que eu fique?"
"É o meu desejo, porém prefiro que você parta."
"Por quê?" – Pela primeira vez desviaram os olhos do trabalho olhando um para o outro
"Porque sou egoísta Ned. Se você ficar aqui quero que seja por inteiro e que jamais tenha dúvidas do que deixou para trás."
Nos dias que se seguiram todos trabalharam muito recolhendo amostras, empacotando seus pertences, arrumando as malas. Quase sempre em silencio e com o semblante triste.
Finn decidiu ficar no platô. Por mais curiosa que estivesse a respeito do mundo civilizado, embora em outra era, nascera ali e mesmo que com a partida do restante do grupo e ficando apenas ela e Verônica, tinha finalmente sua família.
Ninguém ousou falar com Roxton a respeito do quanto ele fora injusto com Verônica.
Ned, Finn e Challenger ainda tentaram, mas a qualquer sinal de conversa mais séria, o caçador retirava-se.
Ao visitar o túmulo de Marguerite todas as manhãs, acostumou-se a sempre encontrar flores frescas de alguém que ali estivera antes dele.
Na véspera da partida Roxton acordou mais cedo do que de costume para encontrar Verônica retornando de sua caminhada matinal. Ela surpreendeu-se ao vê-lo e mais ainda quando ele tomou as coisas que ela carregava e colocou no chão pegando suas mãos a seguir.
"Agradeço-lhe profundamente por ter salvado minha vida e peço perdão por ter lhe magoado." – a voz dele era firme, mas doce – "Gostaria que soubesse que aqui vivi os meus melhores anos e que você é a amiga que qualquer pessoa sonharia ter, mas poucos tem o privilégio."
"Roxton..." – ela o olhava comovida.
"Eu sei..." – Ele pegou a pequena cesta de frutas do chão retornando com ela para a casa da árvore.
E foi assim que se jogaram na cachoeira, acreditando ser, naquele momento, mais proveitoso crer no mundo desconhecido que Londres se tornara, do que duvidar do que conheciam tão bem. O platô.
CONTINUA...
R-E-V-I-E-W!!! R-E-V-I-E-W!!! R-E-V-I-E-W!!!
