Disclaimer: Harry Potter e boa parte dos personagens não pertencem a mim, são propriedades da J.K. Rowling.

Sinopse: Tudo o que Harry mais queria era que Voldemort não tivesse entrado em sua vida. Aos poucos, ele descobre que isso pode não significar algo tão bom...

Cap. 2 – Lista de Convidados

Depois do banho, Harry decidiu explorar sua nova vida. Vestiu-se, e aproveitou para remexer no guarda-roupa (e para por tudo em ordem também). Suas roupas serviam perfeitamente, não eram largas como as de Duda e tão pouco apertadas. Sua capa de invisibilidade e o Mapa do Maroto continuavam lá, para sua imensa alegria. Passou aproximadamente duas horas ajeitando todas as roupas e acessórios, e no fim encontrou uma caixa. Jogou-se em cima da cama (que fora arrumada magicamente) e a abriu. Um álbum de fotos e um caderno velho, além de vários pergaminhos. Para seu espanto, os pergaminhos eram nada menos que relatórios de detenções. Ele não se lembrava de ninguém ter pegado tantas. No final, contou 40 detenções e pouco mais de 100 pontos perdidos para a sua casa, além de quatro suspensões do time de quadribol da Grifinória. Surpreso, e ao mesmo tempo sentindo uma inexplicável alegria, abriu o álbum de fotografia. Sua família, ele e suas irmãs, Rafa e Mya no jardim, sua mãe lendo, seu pai voando (e, pelo movimento da foto, ele o fazia muito bem). E, quando estava achando que não encontraria nada demais, achou uma foto de quatro pessoas. Ele, dois meninos e uma menina desconhecidos. Por causa da foto em preto e branco, não pôde descrever exatamente como seriam, mas guardou os seus rostos. O resto do álbum se ocupava em mostrar os quatro pelo castelo, pichando paredes ("Filch fede a peixe" , "O prof. Doge é lindo!" e "Snape, lave o cabelo!"), soltando bombas de bosta, jogando quadribol e deitados em baixo de uma árvore nos jardins de Hogwarts. Não sabia se aquilo lhe deixava aflito ou feliz. Ao que parecia, aqueles três eram seus melhores amigos e a ocupação do quarteto era colocar o máximo de desordem na escola. Acabou rindo, sozinho. Aquilo o deixava aliviado, saber que não precisava se preocupar, não havia motivos.

- Harry, posso entrar?

- Pode. – respondeu ele, guardando rapidamente as coisas.

No momento em que jogava a caixa embaixo da cama, Rafa entrou, com alguns livros. Despejou-os em cima da cama.

- Mamãe mandou você guardar seus livros em outro lugar, em vez de deixá-los no armário da sala.

- Ah, tudo bem.

Ela se virou para sair quando Harry se lembrou de uma coisa.

- Rafa, posso pedir um favor?

- Contanto que isso não inclua alguma coisa doentia, como tacar fogo no jardim do vizinho...

- Não, nada disso. Eu queria ajuda para fazer a lista de convidados do meu aniversário.

- Você precisa de ajuda para escrever o nome dos seus amigos? – perguntou ela em tom de deboche.

- Acho que sim.

Rafa fez uma careta, mas se sentou na cama, ao seu lado. Harry pegou um caderno que ela havia trazido e arrancou uma folha em branco. Tirou uma pena e um tinteiro do criado-mudo e voltou seu olhar para a irmã. Sem idéias, colocou os nomes de família.

- Fico muito feliz que tenha me convidado, sabe? Meu nome é com dois "L". O da Mya é com "Y", escreva Melina, fica mais fácil.

- Por que você não escreve?

- A lista é sua, e está escrevendo nosso nome errado porque sabe que eu odeio isso.

- Então ajuda e não reclama.

- Mal agradecido.

- Quem mais eu convido?

- Seus padrinhos, amigos...

- Vai Rafa, faz essa lista para mim, estou morrendo de preguiça.

- Eu mereço um irmão folgado que nem você.

Apesar da reclamação e da expressão aborrecida, ela puxou a folha e começou a escrever. Depois de uns cinco minutos a devolveu.

- Só conheço esses amigos seus.

- Está de bom tamanho, muito obrigado.

- Vê se deixa a preguiça de lado, ela ainda vai te matar.

Harry esperou que a irmã saísse do quarto antes de voltar o olhar para a lista. Com a pena entre os dedos foi colocando pequenas observações ao lado de cada nome.

"Lista de Convidados:

Tiago Potter ("papai. Disso eu não vou me esquecer tão cedo.").

Lílian E. Potter ("mamãe")

Rafaella Potter ("irmã do meio")

Melina Potter. ("Mya, irmã mais nova").

Alicia Black. – Ally. ("Black? Será que ela é filha do Sirius?").

Antony Lowell Dreher ("não sei.").

Allan Michael Keddle. ("idem.")

Sirius Black. ("VIVO! Ele está VIVO!").

Emile Gaspary. ("número 1 para quem não conheço.").

Lilá Brown. ("sem comentários")

Basílio Peet. ("1")

Mireya Vance. ("que nome estranho... 1").

Simas Finnigan. ("alguém que eu conheço. Finalmente.").

Amélia Black. – Amy. ("1. Nossa, quantos supostos filhos do Sirius eu vou encontrar?").

Stephanie Ward. ("1")

Paulo Lewis. ("1")

Francis Ebbers ("1")

Brigted Shastra ("1")

Ronald Weasley – Rony ("YES!").

Adrianne Copper ("1")

Andrew Poe ("1")

Gina Weasley ("Mais uma!")"

Sirius estava vivo, e Rony e Gina eram seus amigos. Uma sensação de alívio indescritível passou a se apoderar dele.

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Lílian declarara calmamente que não faria jantar naquele dia, pois iria visitar uma amiga. Tiago pareceu um pouco insatisfeito, mas não se demorou muito nos protestos. Sem escolhas, ele estava cozinhando enquanto Harry e Rafa jogavam xadrez bruxo na sala de estar e Mya empenhava-se em desenhar sua casa.

- Eu sempre perco nesse jogo. – bufou Harry, quando Rafa deu o segundo xeque mate em menos de meia hora.

- Não se preocupe, quanto mais você treina, mais aprende.

- Quanto mais eu jogo, mais eu perco, isso sim.

Ela sorriu orgulhosa de si mesma.

- Outra partida?

- Não, obrigado.

- Eu quero.

Mya desistira do desenho, já que não tinha a mesma paciência e dom da irmã. Rafa não fez uma cara muito satisfeita.

- Então vem cá, eu ajudo você.

Dando um grito de felicidade, a pequena ruivinha se sentou no colo do irmão, animada diante da perspectiva de um jogo dificílimo. O final da partida revelou-se melhor que o anterior: com uma sugestão espantosa de Mya, Harry conseguira dar o xeque mate.

- Não acredito! – exclamou Rafa, boquiaberta.

- Eu sou mais inteligente que você. – disse a pequena, dando a língua.

Harry riu, enquanto Mya saía cantarolando da sala. Ajudou Rafa a guardar o jogo.

- Aposto que a Tia Emile ensinou alguns truques para ela, só pode. Falando nisso, ela disse que Ally está de castigo pelas coisas que vocês aprontaram no final de ano escolar.

- E o que nós aprontamos?

Ela levantou as sobrancelhas, surpresa, e Harry percebeu tarde demais que havia deixado escapar uma dúvida provavelmente sem sentido.

- Como assim?

Uma vez que ele cometera esse deslize, era melhor entregar o ouro de uma vez. Só teria e lucrar com isso. Espera, não teria sentido em contar a irmã toda a vida que tinha antes. Era absurdo, nem ele mesmo conseguia mais acreditar naquilo.

- É que... Perdi a memória.

Foi tão rápido, tão improvisado que até mesmo ele se surpreendeu com suas palavras.

- Está brincando.

Pela cara do irmão, não era brincadeira. Estava sério, e seu olhar um pouco confuso. As atitudes dele de manhã também não eram normais, calmas, espantadas. A lembrança da lista de convidados a fez morder os lábios.

- Não, não estou.

- Escute então, vou tentar fazer você lembrar de alguma coisa.

Ele ficou surpreso pela reação rápida dela.

- Pode falar, estou ouvindo.

- Ok, preste atenção porque a história é longa. Harry, tá me ouvindo?

- Claro. Continua.

- Muito bem. Seu nome é Harry Potter, tem 15 anos e faz aniversário dia 31 de julho. Seus pais são...

- Eu perdi a memória, mas não sou retardado Rafa. Sei quem é minha família.

- Não reclama, estou tentando te ajudar. Tudo bem então. O que você quer saber?

- Tudo!

- Então por que me interrompeu no começo?

- Vai, continua então...

- Seus pais são Tiago e Lílian Potter. Estão casados há uns dezesseis anos. Eu sou a filha do meio, Rafaella, tenho 10 anos...

- Dez?

- É, dez, algum problema?

- Não.

- E gosto de ler. Melina é a caçula, tem dois anos. Seu padrinho é Sirius Black, e sua madrinha, Emile Gaspary.

- Faz sentido. Casados?

- Não, divorciados. Tia Emile está grávida, acho que de sete meses. Não, não faz essa cara, não é do Tio Sirius. Sinceramente, ninguém sabe. Talvez mamãe... – ela fez uma cara pensativa, mas Harry interrompeu seus devaneios com uma tosse fingida. – Desculpe. Do casamento, eles têm duas filhas, gêmeas. Amy e Ally. Amélia e Alicia, se preferir, embora elas odeiem serem chamadas assim. Aliás, as duas se odeiam mesmo, então não faz diferença. A propósito, você e Amy não se dão bem desde crianças. Estudam juntos em Hogwarts, e a mamãe recebe reclamações constantes das brigas de vocês. Lowell e Allan são seus melhores amigos. Lowell veio dos Estados Unidos. Allan morava no norte da Grã-Bretanha, e o motivo da vinda para cá foi o mesmo.

- Ah. Que motivo é esse?

- Você deveria saber.

- Não lembro. Continue.

- Você é apanhador do time da Grifinória, mas está suspenso por dos jogos e só poderá voltar em dezembro. Bem feito, nem adianta ir reclamar para a diretora McGonagall...

- Diretora? E o Dumbledore? – ele deixou escapar.

- Harry, ele morreu. Na guerra. Você se esqueceu disso também? Puxa, papai e você eram muito ligados a ele. O Tio Remo também se foi. E o... O idiota do Pedro foi preso, junto com os outros Comensais. – silêncio. – Ah, não chora! Assim eu acabo chorando também.

- Não estou chorando! Só fiquei chocado com isso...

Chocado era pouco. A respiração de Harry estava ofegante, e ele sentia que a garganta não facilitava o trafego de ar. Sua mente parecia ter parado de processar qualquer informação, e isso dava um efeito negativo na boca do estômago.

- Lamento muito. Se não quiser continuar...

- Não, preciso saber mais. – sussurrou ele, respirando fundo e evitando a choradeira que seus olhos estavam preparando.

- Hum, vamos pular esses assuntos desastrosos. No time de quadribol também jogam os irmãos Weasleys, Rony e Gina, pessoas muito legais. Lowell, Allan, você e Ally. Os outros dois saíram no ano passado, são duas vagas no time. Três, se não conseguir o perdão da McGonagall. Vocês quatro vão fazer o sexto ano. Que eu saiba, tem um rolo complicado com a Copper. Nojenta, você podia arranjar uma namorada mais decente...

- Copper?

- Adrianne Copper. Sexto ano. Corvinal. E é só o que sei dela. O "nojenta", "fresca" e "idiota" são da Amy.

- Já não estou gostando dessa garota.

- Nada de anormal. Acho que só. Mais alguma coisa?

- Sim. Queria saber de algumas pessoas.

-Comece.

- Hermione Granger.

- Não conheço...

- Você pode procurá-la para mim?

- Claro, darei um jeito.

- Os Dursleys.

- A irmã da mamãe, Tia Petúnia? Ela nos odeia por sermos uma família de bruxos!

- Hum. Muito obrigado, Rafa.

- De nada, espero ter refrescado sua memória.

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O dia parecia mais bonito do que de costume. Aliás, todos os dias ali pareciam mais bonitos e ensolarados do que o comum.

- Mya, não corre! Você vai cair!

A pequena ruiva riu, e ignorando a advertência desesperada da irmã, continuou a correr. Lily ergueu levemente os olhos do canteiro de rosa que estava ajeitando e riu do esforço da filha mais velha em impedir que a menor se machucasse. Como se as palavras proferidas por Rafa fossem praga, a pequena caiu e começou a chorar. Rafa e Lily fizeram menção de ir socorrê-la, mas Harry se espreguiçou e levantou do banco. Levantou Mya sem muito esforço, e com ela no colo se ocupou de sacudir levemente suas roupas para tirar a poeira. Depois, sentou-a na cadeira em que estivera há pouco tempo. Ela não pareceu muito satisfeita, mas o olhar da mãe bastou para que ela ficasse sentada. Entediada, começou a cantarolar uma música trouxa qualquer. Mya era calma somente à primeira vista. Adorava correr o máximo que as pequenas pernas permitiam, cantar e, por mais incrível que pareça, contar histórias. Harry gargalhava com as atitudes dela. Certa vez, quando estava levando uma bronca da mãe por ter ido dormido tarde (olhando fotos antigas), Mya começou a contar uma história onde ela levava uma surra por estar voando com a vassoura do pai. Lily olhou surpresa para ela, enquanto Harry tentava controlar o riso. Quanto a Rafa não se enganara. Ela definitivamente lembrava Hermione, lendo livros que aparentavam ser muito complicados e ficava dividida entre impedir que Mya se machucasse brincando e fazer a "memória" de Harry voltar ao normal. Sempre que ele falava alguma coisa sem sentido, corrigia a falta dele. Fora isso, o vazio que Harry sentia antes parecia estar voltando, desde que soubera da morte de Dumbledore e Lupin. Tinha que esquecer isso, tinha seus pais e amigos novos, era feliz. Não era o bastante? Faltavam apenas dois dias para seu aniversário.

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N.A.: Esse foi o maior capítulo que escrevi, mas não se acostumem porque os outros serão curtinhos... T.T Sim, eu matei o Dumbledore e o Remo, mas lá para frente vou voltar ao assunto. Por enquanto, o Harry só quer saber da festa dele e da... Ah, deixa pra lá. X) O pessoal da lista vocês vão conhecer em breve, se é que já não conhecem.

E agradecendo muito a reviews de vocês: Lily Dragon (Dois Mundos é ótima! E o Harry vai aprontar bastante sim...), Framboesa (eu ia responder por e-mail, mas não achei o seu... Muito obrigada pela sua review, o Harry que você descreveu vai ser exatamente como o meu!), Lilibeth (À Francesa é bem original, obrigada por ter lido a minha) e Aledinha (respondi por e-mail, será que você recebeu? O.o ). Caramba, eu nunca achei que fosse receber uma review! Por favor, mandem sugestões... Como vocês acham que o Harry seria? E o Rony, Mone, Gina e todo o povo? xP

Espero não ter esquecido nada. ;)