Cap.11 – Azkaban

Sirius sentiu extremo desânimo ao ver seu chefe, que por acaso era Cornélio Fudge, largar uma pilha de documentos com uma ordem bem clara:

- Todos esses são casos antigos, mas que não tiveram encerramento apropriado. O Ministério, graças a um pequeno acidente nos nossos arquivos – e aqui ele encarou-o muito aborrecido. "Como se fosse eu que tivesse destruído aquilo tudo..." – precisamos checar todas as informações antes deles voltarem às prateleiras.

- E com quem eu posso confirmar os dados? – perguntou ele, em tom monótono.

- Creio que o Sr. Weasley poderá informá-lo. Ele trabalha no...

- Pode deixar comigo Sr. Fudge. Foi muito bom vê-lo hoje, que tal descansar um pouco? Tem uma lanchonete trouxa muito boa aqui por perto...

Enquanto enrolava o velho, Sirius dava um jeito de ir empurrando ele para fora do cubículo onde trabalhava. Assim que fechou a porta com um grande suspiro, Tiago ergueu os olhos de sua mesa com uma risada.

- Vamos trabalhar, Sr. Black!

- Muito engraçado, Pontas.

- Então, vai dar uma passeada pelo Ministério?

- Vou aproveitar a vida, tenho certeza de que os corredores vão estar cheios de assistentes desesperadas por causa dessa bagunça...

- Esse Black não muda nem depois de velho! – divertiu-se Cedrico Diggory.

- Ah, pequeno Auror, sabe como é, ninguém resiste ao charme dos cabelos levemente grisalhos...

- Grisalhos? Ah, por Merlin Sirius, sues cabelos continuam pretos, não? – riu outra colega de trabalho.

Sirius deu de ombros, enquanto os aurores que dividiam o espaço de trabalho com ele gargalhavam. Ele acabou rindo também, e com aceno para todos, saiu. Os corredores estavam cheios de pessoas correndo de um lado para o outro com pilhas de pergaminhos, livros com folhas soltas e todos os outros tipos de problemas que um funcionário de magia pudesse resolver. Por sorte, o elevador estava parado no seu andar. Com um leve beque, o elevador começou a subir lentamente.

- Nível cinco, Departamento Internacional de Cooperação... – começou uma voz feminina, mas Sirius não esperou que ela acabasse de falar.

Conforme caminhava, acenava para várias pessoas conhecidas, procurando não se prolongar muito em cada conversa. Por fim, chegou a uma sala em que ocorria um movimento particularmente grande. Assim que entrou pode avistar uma cabeça com poucos fios ruivos.

- Boa tarde, Arthur!

- Sirius, nossa, é uma surpresa vê-lo aqui. Será que poderíamos apressar o assunto? Tenho uma reunião marcada para negociar a próxima Copa Mundial de Quadribol, sabe...

- Claro, entendo. Cornélio Fudge pediu a confirmação de alguns dados para concluir alguns processos e poder colocá-los de volta ao arquivo.

- Ah, é mesmo... Toda aquela confusão envolvendo os dois jovens. Parker, pode cuidar disso para mim?

- Posso sim, Sr. Weasley. – socorreu prontamente um jovem que trabalhava na mesma sala.

- Bom, então eu volto aqui mais tarde para pega-los de volta, ok?

- Tudo bem. – sorriu Parker.

Sirius voltou a fazer seu percurso rumo ao Quartel General dos Aurores. Esperou pacientemente o elevador, desceu um andar e caminhou até a área em que trabalhava. Quando chegou, viu que todos os aurores estavam agrupados e alguém falava.

- Então, nessa sexta à noite, faremos uma inspeção. Amanhã também divulgaremos os quatro aurores que permanecerão em Azkaban como medida de prevenção.

- Mas... Todos precisam ir? – perguntou Tonks, estremecendo.

- Bem, quase todos. A lista completa já está fixada no quadro de avisos. Se alguém não foi chamado, fique logo de aviso que será inspetor no próximo mês. Alguma dúvida?

Os aurores sacudiram a cabeça negativamente e começaram a se dispersar. Foi então que Sirius reparou que quem estava dando o aviso era Emile.

- Black, Potter, Diggory,Vance e Bonet, preciso falar com vocês. – os cinco se aproximaram – Vocês serão os líderes dessa inspeção. O ministro pediu que verificássemos com atenção os antigos Comensais da Morte, especialmente Malfoy, Pettigrew e Dolov. Há um mapa para cada um, e os nomes de seus colegas. Serão grupos de cinco, acompanhados por precaução, de um dementador. O horário, sexta às 17h00 horas.

Eles concordaram com apenas um movimento de cabeça. Diggory, Vance e Bonet saíram assim que receberam o mapa, mas Sirius e Tiago permaneceram lá.

- Você também vai? – perguntou Tiago.

- Sim, tenho que refazer alguns testes psicológicos e conferir algumas coisas. – suspirou Emile. – A propósito, Sirius, chegou essa carta de Hogwarts.

- O que a Ally fez? – perguntou ele, erguendo as sobrancelhas.

- Nada, leia você mesmo. Tiago, Lily pediu que você fosse buscar as meninas no colégio mais tarde. Bem, tenho que ir, trabalho acumulado...

Tiago acompanhou ela se afastar, enquanto Sirius abria a carta:

Prezado Sr. Black,

Estamos lhe informando que sua filha, Amélia Black, estará realizando um teste na matéria de Poções no próximo mês, a pedido do professor encarregado, Severo Snape. O teste tem como objetivo avaliar a aluna, uma vez que se observa que ela possui sérias dificuldades nessa área. Se aprovada, continuará freqüentando as aulas da turma avançada (aprovada nos N.O.M.'s). Se não, o professor Snape verá uma maneira para que a Srta. Black se encaixe nas exigências escolares. Peço que o senhor não se preocupe com a situação de sua filha, acreditamos que ela passará com êxito no exame.

Atenciosamente,

Minerva McGonagall, diretora.

- Esse... Esse Ranhoso... – rosnou Sirius.

- O que tem o Ranhoso? – perguntou Tiago, curioso. Sirius lhe estendeu a carta.

- Nossa, parece que a Amy está com sérias dificuldades em Poções. – comentou Tiago, depois de uma rápida lida.

- Dificuldades? Aposto que aquele Ranhoso está infernizando a vida dela... Vou a Hogwarts.

- O QUÊ? Ficou louco, Almofadinhas?

- Fiquei. E vou ter uma séria discussão com aquele Ranhoso de nariz gordurento.

Virando-se novamente para o elevador, Sirius saiu mais apressado ainda, rumo a Hogwarts.

XxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxX

- Hoje ainda é quinta... A semana está passando muito devagar! – bufou Harry, enquanto caminhava com os amigos para a próxima aula.

- Você está brincando! Esses dias passaram muito rápido! – reclamou Lowell.

- Tomara que continue assim pelo resto do ano, então... – disse Rony, sonhador.

- Aula de Trato das Criaturas Mágicas, pessoal! – chamou Allan.

- Qual será o professor? – pensou Harry, só que em voz alta.

- Nossa, está em outro planeta? É o Gowert, claro. – comentou Ally.

- Ah... – "Eu e minha boca grande..."

- Então, será que vamos ver basiliscos esse ano? – perguntou Allan, animado.

- Ai, por favor, não dê essa idéia para o professor... – implorou Rony.

Uma hora depois, os alunos da Grifinória e Corvinal saíram da aula de Trato das Criaturas Mágicas com uma terrível dor de cabeça. O professor Gowert era bem simpático, nada que se comparasse a Hagrid para Harry, mas conseguia fazer uma aula bem interessante. Só que nessa tarde de quinta, logo após o almoço e com o sol escaldante era impossível não se sentir um pouco mal. Estiveram estudando o Oraqui-Oralá e tiveram uma boa diversão, já que o pássaro desaparecia sempre que Allan saía correndo atrás dele e reaparecia perto de Ally, que não estava gostando nada da perseguição contra o "pobrezinho animal".

XxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxX

- Não acredito que você fez isso.

- Mas foi você quem disse para começarmos a agir logo com esse plano, bem maluco, diga-se de passagem...

- Eu não mandei você se encontrar com o Dreher de noite, numa escadaria qualquer!

- Draco, eu te mato! – exclamou Amy.

- Anda logo senão vamos chegar atrasados na próxima aula. – suspirou Neville, observando calmamente a discussão dos dois.

- Então me ajude em Poções e eu desmarco essa aula. – pediu ela, aborrecida.

- Ah não, eu estou ocupado!

- Amigo da onça, você me paga! Anda, Neville, vamos para a aula que ganhamos mais!

E virando as costas para ele, saiu arrastando Neville pelo braço. Ótimo, agora a culpa era sua se ela entendera errado o plano? "Isso é o que dá se envolver com grifinórios idiotas..." pensou ele amargamente. Começou a tomar seu caminho para a aula seguinte, mas o corredor não estava tão vazio assim.

- Hei, olha só em quem esbarramos!

- Malfoy,não vemos você desde o ano passado!

- Potter, Dreher, Keddle, Weasley e Black. - disse Draco colocando a mão disfarçadamente no bolso em que estava a varinha.

- Ah, Malfoy, leu o Profeta Diário de hoje? – perguntou Dreher, com um sorriso maldoso.

- Não, Dreher, prefiro não saber se seus pais armaram outro escândalo em público, isso realmente não me diz respeito... – retrucou Draco.

- Hoje é dia de inspeção em Azkaban. – respondeu ele, ignorando o comentário anterior.

A cor no rosto de Draco foi sumindo gradativamente. O sorriso de Lowell aumentou.

- E parece que vão fazer mais exames psicológicos no seu pai, só para confirmar se ele continua sanguinário como antes... – provocou ele.

- Por que você não usa essa sua língua venenosa para atormentar outros? Antes o meu pai estar preso com "problemas psicológicos", como vocês gostam de dizer, do que solto, casado com uma bruxa feia, nojenta e asquerosa, sendo infeliz e agüentando dois filhos malas!

Foi um gesto rápido.Lowell e Draco apontaram a varinha, cada uma direcionada para o oponente, e os outros se afastaram.

- HEI! Guardem já essas varinhas!

Adrianne Copper vinha correndo na direção deles, e a primeira coisa que Harry notou foi seu distintivo de monitora.

- Malfoy! Para sua aula, por favor. E vocês, Dreher, a professora McGonagall irá ficar muito aborrecida...

- Ah, Copper, por favor! Eu vou ser expulso...!

- Ninguém mandou ficar brigando com o Malfoy no corredor!

- Dá um desconto, vai, a gente só estava conversando!

- Sei o tipo de conversas que vocês gostam de ter... Dessa vez passa, mas da próxima eu levo vocês para a diretora!

E com um olhar reprovador, ela deu as costas e saiu apressada rumo a sua aula.

- Vamos logo, pessoal, aula com o Ranhoso... – lembrou Allan.

Rony foi o primeiro a sair correndo, sendo seguido de perto pelos outros quatro. Harry não se lembrava de estar tão distante da masmorra onde eram realizadas as aulas de Poções, e somente depois de muitas escadarias e compridos corredores alcançaram a sala. Rony abriu a porta, enquanto os outros procuravam disfarçar que estavam correndo (Ally passava as mãos no cabelo compulsivamente).

- Atrasados. – comentou Snape sem retirar os olhos da poção de Lilá – Vinte pontos a menos para a Grifinória e mais uma detenção para cada um.

Ally gemeu alto.

- Agora são três meses e um dia... – choramingou ela, enquanto eles se dispersavam.

No canto afastado de todos, estavam Amy e Neville, ambos desesperados em fazer seu caldeirão não explodir.

- Três minutos! Vai, adiciona o próximo ingrediente!

- Não! Ainda faltam trinta segundos! – comentou Neville, nervoso, enquanto observava o relógio.

- Isso não vai dar certo... – replicou Amy, conferindo novamente o horário.

Harry agora fez par com Rony. Snape voltara a rondar os caldeirões, avaliando cada poção e reclamando quando faziam algo errado. Duas vezes Harry se viu obrigado a distorcer a dosagem original para corrigir sua poção. No final da aula, eles conseguiram um bom resultado, já que a poção deles estava entre rosa e a cor ideal, vermelho. Ally e Allan, que brigavam constantemente sobre o modo certo de colocar os ingredientes, fizeram uma marrom.

- Viu? Eu disse! Se você tivesse colocado um pouco mais daquele pó...

- Então coloca agora! – bufou Allan, estendendo o frasco onde estava a amostra da poção.

- Ah, agora deixa, leva lá pro Ranhoso...

Mas de longe a frustração deles tinha comparação com a de Amy e Neville.

- Verde? – perguntou ela, decepcionada, enquanto Neville colocava o nome deles no potinho.

- Pense bem, pelo menos não explodimos nada hoje...

- É com o tempo a gente melhora...

Mas pela expressão de Snape nem em muitos anos de prática a situação iria melhorar. O sinal tocou, e a maioria da sala saiu correndo, aliviados por se verem livre do professor, pelo menos até a próxima semana. Harry estava acabando de guardar o material dentro da mochila, quando Rony lhe deu um chute na canela.

- AI! Ficou doido...? – perguntou ele, aborrecido.

Rony ficou calado, e só acenou com a cabeça. Parado na porta, com uma expressão muito séria, estava Sirius. As poucas pessoas que estavam na sala viraram a cabeça para acompanhar o intruso.

- Pai? O que você está fazendo aqui? – perguntou Ally, surpresa.

- Vim ter uma conversa com o professor Snape. – resmungou Sirius, usando um tom debochado ao pronunciar as últimas palavras.

- Todos fora! – rosnou Snape.

Diante do mau humor do professor e da expressão sanguinária, ninguém se opôs ao pedido. Assim que todos saíram houve uma disputa silenciosa para decidir quem ouviria na porta. No fim, os cinco acabaram arranjando um jeito de todos ouvirem.

- Não esperava que viesse me visitar, Black.

- Chame como quiser. Vim perguntar o porquê disso.

Harry e Allan se entreolharam, com a expressão curiosa.

- Está escrito aí, não? Ou será que desaprendeu a ler pela falta de prática? – perguntou Snape, cínico.

A resposta, infelizmente, não foi ouvida, porque naquele instante Amy chegava correndo, e eles tiveram pressa em disfarçar o que estavam fazendo.

- Fora! – rosnou ela, e Allan deu um passo para o lado em tempo de sair fora do caminho.

Amy entrou na sala com estrondo e Harry pôde visualizar Sirius e Snape em pé, com as faces vermelha de raiva, antes que a porta fosse fechada.

- Exijo que você cancele essa prova! – a voz de Sirius soou, e os cinco voltaram a encostar os ouvidos na porta.

- Hei, você não tem que exigir coisa nenhuma! Estou aqui justamente para dizer que vou fazer esse maldito teste. – exclamou Amy, indignada.

- Por Merlin, isso é completamente irregular! Se ela passou nos N.O.M.'s não há justificativa...

- E desde quando você conhece as regras? – retrucou Snape.

- Desde que você se tornou professor.

- Fui eu quem pediu para fazer o teste! – berrou Amy.

Houve um momento de silêncio na sala.

- Você...? – perguntou Sirius, surpreso.

- Foi, queria testar meus conhecimentos. Francamente, vir ao colégio armar esse escândalo por causa disso é muita falta do que fazer!

- Mas na carta... – continuou Sirius.

- Pedi que o professor Snape inventasse uma desculpa plausível. Agora acho que o senhor já pode ir embora, hoje tem inspeção, não?

- A inspeção! Por Merlin, o Sr. Fudge me mata...

De repente, os cinco caíram para frente. Sirius encarou-os com um olhar divertido, a mão segurando a maçaneta.

- Foi bom vê-los hoje. Até mais. – riu ele, saindo apressado da sala.

Aproveitando a saída inesperada dele, Ally puxou os amigos para que saíssem dali antes que Snape tivesse tempo de lhes passar outra detenção.

XxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxX

- Então, é óbvio, não? Snape deu um teste para a Amy para testar a capacidade dela! – exclamou Ally, vitoriosa.

Rony e Allan estavam largados no tapete em frente à lareira.Lowell estava deitado no sofá e Harry apoiava a cabeça no ombro de Gina, apenas observando Ally falar sozinha há meia hora.

- Quero dizer, papai não teria vindo a Hogwarts por qualquer coisa...

- Ally, deixa a sua irmã se ferrar em paz, melhor para gente... – suspirou Allan.

Lowell e Gina já dormiam a sono alto.

- Allan está certo, Amy é péssima em Poções, provavelmente ela vai se dar mal... – concluiu Rony, reprimindo um bocejo.

Não adiantou muita coisa, Ally continuou a falar sozinha, ou pensar que estava falando com alguém.

- Talvez a gente possa aproveitar da situação... – interrompeu Harry, levantando-se rapidamente.

- Lá vamos nós... – suspirou Rony.

- Aproveitar o quê? – perguntou Allan, sentando-se.

As engrenagens que trabalhavam no cérebro de Harry começavam a agir com mais velocidade. Essa era uma oportunidade perfeita para armar alguma coisa...

- Acho que sei. – disse ele, sorrindo maliciosamente enquanto via Amy entrar no Salão Comunal. E acrescentou. - Black!

Até Lowell, que parecia estar no sétimo sono, se despertou com o grito dele. Gina deu um pulo com o susto e esfregou os olhos chocolates para acompanhar melhor o que iria acontecer.

- Que foi, Potter? – bufou Amy, procurando manter uma distância razoável dele.

- Soube que você vai fazer uma prova de Poção para não ser reprovada, é verdade?

- É, é sim. – as bochechas dela iam ganhando cores variadas de vermelho.

Algumas pessoas no Salão seguraram o riso, mas Ally não fez tanta questão.

- Nossa, eu pensei que esse tipo de coisa não existisse em Hogwarts! – exclamou ela, sendo acompanhada de várias risadas menores.

Amy esperou tranquilamente até que o acesso da irmã tivesse passado antes de falar.

- Já acabou? Ótimo, fico feliz por ter colaborado com a sua taxa de felicidade de hoje.

- Na verdade, Black, eu estava pensando... É evidedente que você vai reprovar nesse teste.

- Vamos ver, Potter.

- Quer apostar? – perguntou ele, confiante.

- Claro, por que não?

Lowell mordeu os lábios enquanto acompanhava Amy apertar a mão de Harry, aparentando certa formalidade, que era quebrada pelos olhares maldosos e sorrisos confiantes que ambos demonstravam.

- Quem ganhar tem direito a pedir que o outro faça alguma coisa.

- Qualquer coisa?

- Dentro dos limites, claro. Nada muito anormal, uma coisa mais tranqüila.

- Então pode se preparar para passar a maior vergonha da sua vida, Potter.

Allan revirou os olhos, enquanto voltava a observar o nada. Velhas rixas infantis.

XxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxX

- Por favor, todos prestem muita atenção. Não se aproximem das celas e não dêem motivos aos prisioneiros para uma rebelião.

A voz de Emile Vance, uma das grandes líderes do Ministério da Magia daquele país, soava firme e autoritária para a pequena multidão de aurores que ali se encontrava, para mais uma inspeção, na tão temida prisão bruxa de Azkaban. A barriga de oito meses era um mero detalhe.

- Tem certeza que não quer ajuda? – perguntou Lily aflita, enquanto os aurores começavam a se dispersar.

- Não, fique tranqüila, só vou visitar alguns presos...

- Por favor, Mile, cuidado. Você sabe que esses prisioneiros não estão no seu perfeito juízo, ainda mais depois de toda a guerra, a derrota de Voldemort...

- Não se preocupe Lily, vou ficar bem.

Sirius lançou um último olhar preocupado em direção a ela enquanto saía com Dreher (N.A.: o pai do Lowell... xP) e Tiago para a parte mais crítica, por assim dizer. Emile não viu, já partia para outra ala da prisão, sozinha. Enquanto passava o dedo suavemente nas paredes sujas de limo, ela tentava manter todos os seus sentidos aguçados para o caso de algum problema. Escutou vários resmungos, gritos que misturavam todos os sentimentos, choro e as vozes daqueles que tinham enlouquecido. Por fim, chegou a uma pequena cela, a última daquele corredor, onde se encontrava uma mulher, que parecia alheia a sua chegada, penteando os longos cabelos loiros com os dedos. Aproveitando-se da distração dela, Emile abriu cuidadosamente a porta com um feitiço, guardando bem a varinha no bolso depois de voltar a trancar a entrada.

- Boa noite, Narcisa. – cumprimentou ela suavemente, sentando-se na cadeira velha que havia no canto.

A mulher se assustou, virando-se para encará-la. Os olhos estavam secos e sem vida, havia marcas profundas em seu rosto e algumas cicatrizes pela pele. Ainda sim, ela sorriu, sem vida, e sentou-se na cama.

- Boa noite, Srta.Vance. É um prazer recebe-la aqui na minha humilde casa.

Emile continuou a sorrir, um sentimento de pena profunda invadindo a alma. O tom de Narcisa não era irônico, muito menos maldoso, era distante, triste, pesaroso. Estava definhando lentamente.

- Alguma notícia para mim?

- Estive pensando, Srta., talvez seja bom pintar as paredes de um tom mais claro, entende, esse limo está cobrindo todos os cantos...

- Claro, vou ver o que é possível fazer. – respondeu Emile, fazendo pequenas anotações na sua prancheta. – Mas o que eu realmente gostaria de saber, querida, é se você andou ouvindo alguma coisa de anormal.

- Ah, isso, sim... – os olhos dela correram por toda a cela, a boca entreaberta como se estivesse a espera das palavras para responder.

- Lembra-se do nosso acordo, não?

- Lembro, lembro... Não, não ouvi nada de diferente por aqui.

- Então tudo bem. Quer me contar um pouco de você, como tem...?

Emile parou de falar, enquanto acompanhava Narcisa ir até as grades da cela, cantarolando uma música antiga. Suspirou, ainda escrevendo na prancheta.

- Escutei uma coisa sem significado. – sussurrou a prisioneira, correndo para junto dela. – Eles são malucos, falam coisas a toda hora... Disseram que não se pode confiar nem nos amigos. O dinheiro compra tudo.

A auror parou para refletir sobre a informação, ainda escutando as palavras da outra.

- Mas se eu ainda tivesse um pouco da minha antiga fortuna, usaria para ver meu pequeno filho outra vez... Sinto tantas saudades dele, imagino como ele deve se sentir...

- Você vai vê-lo logo, prometo.

A informação de Narcisa começara a fazer algum sentido dentro de sua cabeça, e ela precisava agir rápido. Alguém poderia sofrer algum acidente. Ou pior, poderia haver uma fuga.

- Quem disse isso?

- Crouch Jr., claro. Ele vive fazendo divagações...

Mas um grito agudo ecoou pelas paredes de Azkaban naquele instante, interrompendo as palavras sem sentido de Narcisa.

XxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxX

N.A.: Nossa, eu ando MUITO desanimada para escrever... Queria pedir extensas desculpas pelo capítulo mal feito que foi o anterior. Bem, se alguém não entendeu alguma parte, por favor, pergunte. E queria agradecer muito a Maní Black, pelas conversas no MSN e etc. XD e a Lily Dragon. Reviews de hoje: Isabelle Potter (bem, a intenção é por aí... xD ), B.P. (chato?? Sério?? O.o), Bebely Black (leitora nova! eeeee bom, a Mione espero vai ser mencionada no próximo capítulo, e, bom, a Ally e o Lowell não se gostam não...), Cristine Black (ainda vou fazer o Harry sofrer muito... xP ). Flávia, será que você considerou minha resposta grosseira nas últimas notas? Juro que não foi minha intenção...

Bom, pessoal, até a próxima semana, se minha inspiração voltar... A propósito, o título do próximo capítulo: "A Morte de Sherlock".