CAPÍTULO III – Relação "repugnância – obsessão"
'- Ah, por favor, precisava me tirar da mesa daquele jeito? – Alice cochichava em meio à aula de Feitiços, a primeira do horário de segunda feira, e também a primeira aula do ano letivo.
'- Aquele porco espinho maluco me tirou do sério.
O Prof. Flitwick, após discursar por cerca de vinte minutos sobre a importância dos NIEMs que prestariam no final do ano, agora ensinava alguns feitiços básicos de cura e primeiros socorros. A balbúrdia tomava conta da sala, pois muitos alunos, no lugar de terem suas febres provisórias diminuídas, encontravam-se com raízes saindo pelo nariz ou por outras partes do corpo. Mas o maior barulho vinha do canto onde os Marotos estavam praticando seus feitiços; parecia que haviam conseguido, de alguma forma, transformar a cabeça de Pettigrew em uma melancia, e agora o garoto andava às cegas pela sala, com os amigos a tentar impedi-lo de literalmente quebrar a cabeça.
'- Bem, Ann, você anda meio estressada ultimamente. – comentou Lily.
'- É? E você gostou de ser acusada de gostar do Tiago?
Lily fez um barulhinho de irritação. O Prof. Flitwick passou por elas.
'- Oh, Srta. Evans, ainda não tentaram cessar sua febre?
A verdade é que a febre de Lily já fora cessada por Alice há tempos, mas a garota subitamente ficara vermelha e quente após a pergunta de Annie.
'- Ah, eu... – Lílian não precisou responder, o sinal tocara. Todos começavam a sair da sala. Pettigrew recuperara a cabeça, mas ainda estava cuspindo algumas sementes.
Annie jogou a mochila nas costas e acompanhou as amigas pelo corredor. Ao passarem pelo quadro de Sir Cadogan, o cavaleiro berrou para que ficassem e lutassem. Sem dar atenção, as três começaram a subir a escada em espiral que levava até o terceiro andar.
'- Ok... dois tempos de DCAT. – Alice consultava o horário.
'- A última carta que recebi de Marlene foi nas férias, será que a "coisa" já passou? – Lily torceu as mãos, nervosa.
'- Andei pensando nisso... vamos falar com Louis. – respondeu Annie, abrindo a porta pesada da sala de aula.
Alguns poucos alunos já estavam no ambiente mal-iluminado. O clima era descontraído, faltavam cinco minutos para a aula começar, e eles aproveitavam para conversar ou ler o novo número de O Semanário das Bruxas. O Prof. Louis McKinnon estava sentado sobre a mesa, folheando um livro grosso. As garotas foram até ele.
'- Olá, Lou! – saudou Lily, em voz baixa.
O professor ergueu os olhos para elas; novamente Annie sentiu que precisava dominar melhor sua mente, pois estava começando a perder a consciência. Como que percebesse isso, Louis piscou os olhos e balançou a cabeça. Annie pôde voltar a ver com clareza. Ele sorria. Os cabelos longos, lisos e negros estavam amarrados em um rabo de cavalo baixo, mas na parte da frente uma mecha estava solta, e estranhamente tinha uma cor branca, quase prateada, apesar de Louis aparentar ter seus vinte anos. A cor da pele do rapaz lembrava muito a da cera de uma vela, e os traços aristocráticos de seu rosto emanavam gentileza. Ele próprio tinha uma impressão surreal, mas nada era mais inimaginável que seus olhos; tão profundos e indecifráveis que era impossível não notá-los. Ao olhar dentro deles, Annie tinha a impressão de que não eram maciços, e sim vítreos, transparentes, com uma suave cor verde. A atração quase magnética dos olhos do professor confundia qualquer pessoa, fazendo-a, repentinamente, a entrar num turbilhão de cores e imagens, até sentir que perdia a consciência de um modo peculiar e inevitável.
'- Como foram de férias, garotas? – perguntou ele, numa voz suave.
'- É, nada más. Fora Petúnia, que me encheu como sempre. – respondeu Lily.
'- O de sempre. Tédio total. Babacas entrando e saindo de casa.– retrucou Ann.
Alice deixou cair os ombros.
'- Meu tio Algie tentou duelar comigo. Fiquei dois dias com diarréia. – comentou deprimida.
'- Uh! – fez Louis – Não foi seu tio Algie que tentou te atirar da janela, ano passado?
'- Ah, foi. Ele tem mania de querer testar o poder mágico das pessoas. – respondeu Alice.
'- Mas, onde está Marlene, Lou? – cortou Lílian.
O sorriso do professor fraquejou. Ele respondeu tristemente.
'- Bem, vocês sabem como minha irmã fica em determinados períodos. Estou cuidando dela, mas acho que amanhã ela já vai poder freqüentar as aulas e ir para a torre da Grifinória.
'- E você? – inquiriu Annie, franzindo as sobrancelhas.
'- Na mesma. Mas sei me virar. Agora vão sentar, vou começar a aula, certo?
As três deram de ombros, e foram para seus tradicionais lugares, no fundo da sala. Ann puxou a capa mais para perto do corpo; apesar do odioso calor de setembro, a sala estava agradavelmente fria. Sob a luz bruxuleante dos archotes, Louis esperou os poucos alunos que ainda estavam em pé sentarem-se, para dar início à sua aula.
'- Bom dia, pirralhos! – cumprimentou ele, ao que os alunos sorriram. – Com certeza passaram um ótimo mês sem terem que se preocupar com tarefas ou professores chatos alugando vocês, mas, o descanso acabou. Principalmente porque este é o ano em que todos vocês prestarão os NIEMs. Entretanto, não vou discursar sobre a importância dos Níveis Incrivelmente Exaustivos em Magia. Mesmo porque, logo terão aula com a Prof. McGonagall, e ficarão absurdamente bem informados. E também descobrirão durante o ano que têm razão em chamá-los de Incrivelmente Exaustivos. – alguns alunos engoliram em seco – Esse ano, estudaremos os Diabos Caprinos da Sicília, os Espíritos Agourentos, os, eh...Vampiros, e, por fim, as Maldições Imperdoáveis. Estaremos bastante ocupados, e, se encontrarem um tempo para respirar, aconselho-os a o utilizarem para estudar mais um pouco.
Louis fez uma pausa, puxando um dos pés para cima da mesa onde se sentava. Alargou o sorriso.
'- Acho que já os apavorei bastante, não? Vamos começar a aula. Quero que, inicialmente, vocês leiam o primeiro capítulo do livro do Sr... – ele examinou o nome do autor do livro com uma expressão sofrida – Trecrentino Teclináceo. Merlin, se eu fosse esse cara, processava minha mãe. Ela devia ter algum distúrbio. Ah, enfim, leiam o primeiro capítulo e façam as cinco questões. Depois partiremos para a aula prática. Se precisarem de mim, estarei no meu escritório. Ou melhor, na minha, ahn... mesa!
Ann começou sua leitura sobre os Diabos Caprinos da Sicília, chamados assim por ocorrerem principalmente nessa área da Itália. Em quinze minutos, já havia respondido todas as cinco questões, e vagava o olhar pela sala. Flagrou um aviãozinho de papel sobrevoando a sala. Antes que a dobradura pudesse atingir seu destinatário, o professor levantou-se de um salto e pegou o avião no ar.
'- Sinto muito, Sirius. – Sirius assumiu uma expressão sofrida – Regras são regras. É sem dúvida um belo feitiço de levitação, e acho que combinou com um de coordenadas, mas... – Louis abriu o avião; ao ler, um sorriso irônico se espalhou pelo seu rosto. – Acho que gostarão de saber... – Sirius prendeu a respiração, Tiago quase se deitou na cadeira, tentando sumir – que o Sr. Potter perdeu dois galeões numa aposta contra os Tornados, nessa última temporada. De acordo com o Sr. Black, "isso foi retardado. O dinheiro poderia ter sido gasto em bombas de bosta."
Louis sorriu, simpático. Sirius arregalou os olhos, a pena ia e vinha nas mãos trêmulas, e Tiago ergueu-se na cadeira, igualmente espantado. Foi com cara de tacho que recebeu o aviãozinho que o professor fizera levitar até ele.
'- Calma, criatura! Não vou te dar uma detenção por causa de uma aposta. Também sou contra os Tornados. Aquele juiz filho da mãe era um ladrão. Apenas devo adverti-los para que não continuem a mandar os aviõezinhos. Terei que tirar pontos da Grifinória, se houver uma próxima vez.
Lily bufou e lançou um olhar assassino à Louis. Era claro que na concepção dela, Tiago merecia ser acorrentado e torturado com Crucio. O cochicho a seguir confirmou isso.
'- Potter se safou! Não é possível! Bilhetinhos durante a aula são crime!
'- Lily, você queria que Louis fizesse Tiago engolir um ovo quente?
'- Hey, Ann, isso não era má idéia... – murmurou Lily, com um sorriso sádico.
Alice bateu na testa, apontando a pena para o nariz da ruiva.
'- Me lembre de nunca ser sua inimiga.
Durante a aula prática, Louis fez os alunos testarem o feitiço necessário para acabar com a maior defesa dos Diabos Caprinos: uma fusão do Reducto com o Evanesco, sendo complicado justamente pelo fato de serem dois feitiços e um só resultado. O professor avisou-os que, se fizessem o feitiço corretamente, o vaso de prata sobre a mesa deveria derreter e, lentamente sumir. Lily acabara de executar o feitiço com êxito, agora, era a vez de Ann.
'- Ótimo, Lílian, agora você, Ann!
Ela adiantou-se até ficar cerca de cinco metros longe da mesa. Sem hesitar, fez um amplo movimento com a varinha, ao mesmo tempo que murmurava o encantamento. Rapidamente, o vaso se fundiu e já ia escorrer pela mesa, quando Louis o restaurou com um movimento da varinha.
'- Perfeito! Remo, pode vir. – disse o professor.
Na vez de Sirius e de Tiago, o vaso derreteu-se tão depressa que quase pingou no chão, antes de ser restaurado. Ganhando cinqüenta pontos para a Grifinória, o sétimo ano se saiu muito bem na primeira aula de DCAT do ano. Os únicos que receberam dever de casa, por não terem executado direito o feitiço, foram Pedro Pettigrew e Kawaine Gilly.
Ao fim da aula, foi necessário segurar Lily, para que ela não batesse no professor.
'- Louis, sabe o atentado à humanidade que acabou de cometer? – perguntou a ruiva, olhando para Louis severamente.
Ele simplesmente jogou a capa negra para trás, assumindo uma expressão inocente.
'- Lil, eu não podia enforcar o rapaz. É antiético, menina.
'- Mas, vem cá, Lou, o que estava escrito naquele bilhete, hein? – Annie impediu Lily de provavelmente desfiar um rosário de imprecações.
'- Do que está falando? Eu li o bilhete para a turma inteira!
'- Ora, Lou, não somos idiotas. Tiago estava prestes a desmaiar. O que estava escrito, hm?
Ele sorriu com o canto dos lábios.
'- Já ouviram falar de sigilo de profissão? Agora vão logo, não vão querer se atrasar para a aula de Transfiguração.
Lily bufou e atirou os longos cabelos vermelhos para trás, pela milésima vez em vinte minutos. Também pela milésima vez nesse mesmo espaço de tempo, Annie teve vontade de enfiar a cabeça da amiga num vaso sanitário.
'- Lily, pelo amor de Deus, se você acha que pode com o dever de Transfiguração, pelo menos não tente atravessar a mesa com a cabeça. Tá me irritando.
Lílian ergueu a cabeça, que apertava contra a mesa da sala comunal da Grifinória. Lançou um olhar aborrecido à Ann.
'- Eu POSSO com o dever de Transfiguração.
'- Então pare de tirar minha concentração, pô!
'- Precisando de ajuda, Evans?
Tiago Potter estava parado ao lado de Lily, com um sorriso sincero no rosto, e falava em um tom gentil.
'- Potter, deixe de ser metido e não se intrometa na conversa alheia. Eu NÃO preciso de ajuda, muito menos da SUA ajuda.
'- Ah, Evans, vamos lá, qualquer um vê que você está precisando de ajuda! – Tiago apontou a pilha de pergaminhos riscados e amassados que circundava a ruiva.
'- Está querendo insinuar que eu estou com dificuldades em alguma matéria, Potter? – Lily se levantou, e assumiu uma postura ameaçadora.
'- Estou afirmando que você está com dificuldades em Transfiguração. Qual o problema de admitir isso, Evans?
'- Eu NÃO preciso admitir nada, Potter, porque não estou com dificuldades! Sei me virar sozinha!
'- Qual é, Evans! Tenho plena consciência de que você está tentando provar que uma aluna nascida trouxa é tão boa quanto os outros! Você vem fazendo isso desde o primeiro ano, enfiando a cara nos livros e sendo uma aluna aplicada! Está se saindo muito bem, mas você é humana, Evans! Precisa se sujeitar à ajuda de outras pessoas, de vez em quando! Não é a fortaleza que quer parecer ser!
Lily estava estupidificada, as mãos caídas ao lado do corpo. Tentou inutilmente argumentar.
'- Potter, eu... o que você...
'- Talvez, Lílian Evans, se você resolvesse abrir os olhos e prestar mínima atenção no que está à sua volta, percebesse coisas que nem sonharia existirem, e também podia aproveitar e decidir enxergar o que estava tentando não ver há muito tempo! Existe um mundo, Evans, e nele moram pessoas! Você e seus problemas não são o centro do universo!
Lily começou a lentamente mudar de cor. De lívido, seu rosto passou para um vermelho intenso. Despejou toda sua raiva na voz.
'- QUEM É VOCÊ PRA DIZER O QUE EU PRECISO OU NÃO FAZER, POTTER? VOCÊ É ARROGANTE E PRETENSIOSO! SE ALGUÉM AQUI ACHA QUE É O CENTRO DO MUNDO, ESSE ALGUÉM É VOCÊ! FAZ TODO ESSE ESCÂNDALO POR NADA! SÓ QUER CHAMAR ATENÇÃO! NENHUMA DESSAS SUAS FRASES ACONSELHADORAS VOCÊ UTILIZA EM SI PRÓPRIO, NÃO É? DEIXE-ME EM PAZ, POTTER!
Resmungando, Lily subiu tempestivamente para o dormitório feminino. Tiago murmurou algo inteligível e subiu para seu dormitório, pisando duro. Annie recolheu o livro de Adivinhação que o amigo deixou cair, e atravessou a Sala Comunal, àquela hora da noite deserta, até a lareira, onde outros dois marotos – Sirius e Remo – estavam acomodados nas velhas e confortáveis poltronas cor de vinho.
Jogou o livro no colo de Remo e atirou-se na poltrona do meio, onde Tiago estivera sentado. Após arrumar-se, com as pernas no encosto e as costas no assento, ficando quase de ponta cabeça, murmurou, cansada.
'- Esses dois brigando todo dia enche o saco.
'- E pensar que eles se amam... – comentou Remo, com uma expressão sonhadora.
Sirius parou de tentar acertar cartas de Snap Explosivo dentro da mochila escancarada.
'- Cara, você está em suas faculdades mentais normais? É óbvio que Tiago está a fim de Lily, e eu disse a fim, veja bem, e não amando-a. Mas a Lily? Ela, se pudesse, chutaria a bunda do Tiago daqui até Tóquio!
O gato preto de Ann, Órion, deitou-se sobre o peito da dona. Afastando o rabo do gato de seu nariz, ela disse, simplesmente.
'- Odeio ter que concordar com o Sirius, Remo. Vá à um psicanalista. Você está tendo alucinações.
Os olhos do garoto de cabelos castanhos brilharam. Sua postura agora era de um professor entusiasmado.
'- Acompanhem meu raciocínio – começou, endireitando-se na poltrona – Qual seria o motivo de Lily se importar tanto com o que Tiago faz ou diz a ponto de se irritar e perder o controle? Ela poderia simplesmente ignorá-lo, se ele não tivesse maior importância para ela do que um grão de ervilha caído no chão. Mas não é isso que acontece: ela se importa. Se importa com as opiniões dele, se importa com a postura dele. Procura disfarçar todo seu amor em uma fina capa de ódio. Que pode cair a qualquer momento.
"Agora, Tiago. Por que ele está há cerca de três anos atrás de Lily, tentando conseguir algo com ela? Mesmo que leve apenas patadas, ele persiste no seu ideal: fazer Lily vê-lo de outra forma. Ele quer a atenção dela, mesmo que seja apenas para ela berrar que o odeia. Ele nunca nos admitiu, mas isso só quer dizer amor."
Remo sorriu, triunfante. Sirius ergueu as sobrancelhas, Ann pareceu pesar os argumentos ditos.
'- Bem... se formos analisar sob esse aspecto... então, Sr. Psicólogo, por que Tiago nunca admitiu que ama Lily? Por que Lily tenta odiar Tiago com todas as suas forças, em vez de tentar amá-lo e mudá-lo?
'- Creio que o Tiago ainda não amadureceu o suficiente para perceber que pode haver algo sério entre um homem e uma mulher. Algo mais que "pegação". Ele ainda está na fase "Vamos azarar o Ranhoso e jogar quadribol!". Ele precisa de um empurrãozinho para perceber o que realmente está sentindo. Ou então deixar que ele cresça e veja por si só, o que pode demorar.
"E tenho duas suposições acerca do fato de Lily não querer nada com Tiago:
Um: Ela quer tentar esquecer o Pontas, por acreditar que ele nunca mudaria, e eles não dariam certo juntos; tentando assim, transformar todo o amor que sente em ódio, e faz isso brigando cada vez mais, sem perceber que o efeito está sendo o contrário, ou
Dois: Que ela está esperando ele tornar-se mais sério, decidir o que quer da vida e dela também. Deixar de ser o crianção que é, e finalmente crescer, para poder ver se os dois têm algum futuro juntos. Só então mostrar a ele o que realmente sente e sempre sentiu."
Remo concluiu sua frase, recostou-se na poltrona e juntou as pontas dos dedos. Annie disse, subitamente.
'- E eu tenho uma terceira suposição acerca do fato de Lily não querer nada com Tiago: Ela é louca.
'- Ainda aposto nessa última – disse Sirius, veementemente.
'- Seja como for, acho que seria bom darmos aquele empurrãozinho do qual Remo falou.
Os dois garotos voltaram o olhar para Ann. Ela os viu num plano invertido, enquanto lutava para impedir a cauda de Órion de fazê-la espirrar. O gato se cansou e saltou para o colo de Sirius.
'- Você quer dizer... armar um plano para tentar juntá-los?
'- Exato, Remo.
'- Do tipo atirar os dois em uma sala vazia, trancá-los lá e só deixá-los sair quando se acertarem? – perguntou Sirius.
'- Almofadinhas, alguém já lhe disse que sua complexidade cerebral pode ser comparada à de uma rosquinha açucarada?
'- Espere, Remo. Talvez o que o Rosquinha Açucarada disse tenha algum fundamento. Se trabalharmos esse plano de uma forma mais sutil e elaborada, podemos conseguir algum avanço no relacionamento desses dois.
'- Algo mais avançado que a relação "repugnância – obsessão" que os une? – indagou Sirius – E eu não gostei da história de Rosquinha Açucarada.
Ann decidiu ignorar a última reclamação do maroto.
'- Provavelmente. Mas teria que ser um plano realmente mais complexo que um simples "joga numa sala, tranca lá dentro e torce pra não ter que buscar nenhum cadáver". Em um primeiro momento, teríamos realmente que obrigá-los a ficar um tempo juntos. E rezar para que Tiago não faça nenhuma coisa idiota.
'- Idiota do tipo... tentar beijar Lily?
'- Exato, Sirius. Dançar ula-ula é que não seria. – tornou Ann.
'- Isso seria idiota também. – comentou o rapaz, dando de ombros. – Ah, droga!
Uma carta de Snap Explosivo, cujo destino era a mochila, acabou desviando sua rota e dando uma volta no ar. O buraco do retrato da Mulher Gorda se abriu, e uma mão delicada e pálida aparou a carta sem dificuldade.
'- Ah, que sorte que não explodiu! – comentou a recém-chegada, sorridente.
'- Lene! Você tá legal? – Ann levantou-se quase caindo, para visualizar melhor a amiga.
Marlene McKinnon estava parada, a carta na mão, o corpo embrulhado em uma capa escura. Os cabelos compridos, cacheados e escuros tinham uma tonalidade azulada à luz da lareira, e as sombras dançavam em sua face de cor tão clara e traços tão aristocráticos quanto aos do irmão, Louis. Ela correu as orbes incolores e cristalinas pelos três presentes na sala.
'- Não é um pouco tarde pra vocês estarem acordados? São duas da manhã! – ela sentou-se em um pufe próximo das poltronas.
'- Olha só quem fala! Onde você estava, McKinnon? – inquiriu Sirius.
Marlene pestanejou. Abriu bem os olhos, seus cílios escuros pareceram mais longos ainda.
'- Ah, eu estava meio doente, sabe.
Remo tossiu ironicamente.
'- Engraçado... não vi você na enfermaria, McKinnon.
'- Ah, Lupin, não enche, meu irmão estava cuidando de mim. Não precisei ir à Ala hospitalar.
'- Sei... o Prof. Louis... certo. O que você tinha? – perguntou Remo, ainda cético.
'- Ah... eu... nada não. Crises de... ah... asma! – disse ela, meio enrolada.
'- Foi necessário faltar à aula por crises de asma? Madame Eylesbarrow tem um ótimo xarope pra isso. – Sirius deu continuidade ao interrogatório.
'- Black, não se meta! – Lene começava a se irritar.
'- É isso aí, vocês dois, deixem a Lene em paz. Amanhã a gente conversa a respeito daquilo, ok? – cortou Annie, conduzindo Marlene até o dormitório. Órion saltou do colo de Sirius e seguiu-as, o rabo indo e vindo no ar.
'- Acho que o Lupin tem algum tipo de implicância comigo... – ponderou Marlene, pensativa, enquanto enfiava-se sob as cobertas.
'- Por que diz isso? – Lily já dera as boas vindas à amiga, com direito a gritos e sapateados (para acordar Gilly e sua amiga), e agora falava de dentro da sua cama de dossel.
'- Geralmente ele é gentil. Mas, pra cima de mim, ele é cético e meio incisivo demais.
'- Sei lá, podia ser efeito do sono. Geralmente é Sirius o irritante. – comentou Ann.
Lily resmungou, dizendo em uma voz ácida.
'- Geralmente o Potter é o irritante.
Alice virou-se no colchão, apoiando o corpo nos cotovelos.
'- O Frank não é fofo? – disse, sorrindo de uma forma ligeiramente avoada.
'- Caída pelo Longbottom, Alice?
'- Ah, Lene, só acho ele bonitinho... e gentil... inteligente... simpático... querido...
'- Ok, Alice, já entendemos. Vire cabo eleitoral do Frank e ele com certeza venceria qualquer eleição. – disse Lily, rindo.
Alice fez cara de ofendida. Marlene perguntou, sorrindo.
'- Quem é o tal Mark Lovegood, de quem Ann tem tanta raiva, hein?
'- Estúpido porco espinho. Garotinho irritante.
'- Calma aê, Annie! Ele é bonito?
'- Sabe... – começou Lily. Annie logo cortou.
'- O desgraçado é bonito sim. Mas não o impede de continuar sendo chato.
'- Só porque o garoto te fez reviver más lembranças... você quer crucificá-lo!
'- Cala a boca, McKinnon! – rindo, Annie atirou um travesseiro na amiga.
Logo as quatro estavam numa "sangrenta" batalha de travesseiros, que só teve seu fim quando Gilly atirou um balde d'água nelas, acabando com a brincadeira.
N/A1: Terminado. Mais um capítulo terminado. Fim besta, eu sei, mas não pude pensar em mais nada. No próximo capítulo (ou no decorrer da fic): Qual será o segredo dos McKinnon? Conseguirão os garotos juntar Lily e Tiago? Por que Ann odeia Mark? Quem matou Lineu? Oops. Foi mal. Chega dessa baboseira. --
N/A2: Desculpa. Desculpa. Desculpa. Eu sei que demoro pra atualizar essa joça. Mas, sabem como é... falta de tempo... falta de imaginação... Novamente me perdoem, por isso e pelos eventuais (ou constantes, não sei) erros de portuga.
N/A3: Reviews! Respondendo... :)
----LB-----: Sabe, eu também adoro a Lily... ela é tão... ela! Mas, depois de ler tantas fics com a Lily sendo a personagem principal, eu não conseguiria fazer uma também. Em parte pq já vi Lilys nerds, bravas, pattys, irritadas, esnobes, alegres... eu acabaria copiando alguma delas. Então, resolvi fazer a coisa pelo lado da Ann! A fic está legal? Obrigada! E vc não está falando mal não, apenas dando a sua opinião, a qual eu respeito e adoro ouvir! Eu escrevo bem? É pra acreditar? Se for... obrigada tb! Dessa vez eu perdôo... hehe. Brincadeira. Review-me sempre!
Letícia: Nossa! Quanto elogio! Desse jeito vou me acostumar mal! Obrigada! Hehe. Mas não sei se está tão bem estruturada... acho ainda minha fic tem alguns furos na trama... sei lá. Logo logo eu passo na sua fic, ok? Ah, e já te adicionei no msn ;)
Bi: Realmente, eu escrevo pq as idéias vêm, e têm que sair por algum lugar. Mas ter um reconhecimento disso tb é bom. Demorei pra postar? Desculpa! E recomende sim, ok? Propaganda nunca é demais... hehehe.
Nanda Rosadas : Ei! Vc tem o direito de dar sua opinião! Critique, à vontade! Preciso de críticas para melhorar, certo? Bem, acho que não esclareci direito essa história... a fic é sob o ponto de vista da Ann. A Lily, no caso, é mais coadjuvante mesmo. Apesar de que o caso Lily/Tiago terá um enfoque considerável (como já mostrei nesse cap.) A Lily? Poder especial? Como assim? o.O Tá, que ela conseguir rejeitar o Tiago já ter um grande poder, mas... não tendi... E o Mark, esse eu já tinha a aparência na cabeça desde o início do ano letivo. Agradeço à um garoto do meu colégio por ter "emprestado" a aparência dele pra mim (sem ele saber, mas...). Já a personalidade foi vindo na hora mesmo. A fic está boa? Verdade? Valeu!
Beatriz: Mesmo não comentando (eu te mato), eu sei que vc leu. Tá querendo se vingar, é? Tuuudo bem. --' Agradeço por ouvir (ou ler), meus prováveis surtos sobre essa fanfic. Ainda não estou totalmente brava com vc.
Gente que comentou, obrigada mesmo, e um beijão! Quem não postou review... que se exploda! Ora, como diriam, no melhor português de Portugal... Carreguem no botãozinho roxo! Hehehe. ;)
