Uma historia um tanto quanto imaginária. Passada durante uma visita de Shanara á casa de uma amiga no Japão. Durante um passeio a um templo xintoísta muito antigo, aconteceu um fato que marcaria a vida da guerreira da lealdade.
Fazia muito calor naquele dia. Shanara, seu primo Yuri e a amiga Sayaka resolveram curtir a tarde de domingo em um passeio pela periferia de Tóquio. A conversa seguia animada entre os amigos.
Vejam meus caros amigos- ia explicando Sayaka ao adentrarem ao lugar sagrado – este templo tem centenas de anos. Dizem que aqui era guardada a famosa Jóia de Quatro Almas, um artefato sagrado de imenso valor, guardado por uma sacerdotisa chamada Kikyou. Ainda existem aí o templo, a árvore sagrada e um poço muito antigo.
É fascinante... – bocejou Yuri, cansado da última noitada.
Podemos ver? – indagou Shanara já interessada nos mistérios do templo.
Claro! Vou falar com a minha amiga Kagome, que vive aqui.
Enquanto Sayaka ia falar com a amiga e Yuri se encostava num canto para cochilar, Shanara resolveu olhar por conta própria. Mas de repente sua atenção se voltou para a cabana onde ficava o antigo poço. Seus passos soaram silenciosos e rápidos até o local, pois sentia que havia algo familiar naquele lugar. Chegando á beira do poço seus olhos procuravam ver alguma coisa no fundo escuro. Foi quando sua presilha de cabelo caiu e desapareceu na escuridão. A garota nem pensou duas vezes e pulou. Foi como se voasse no vazio por alguns segundos e depois, chegava ao fim do poço. Sacou seu tridente mágico e iluminou o escuro com seu nirvana. Logo achou o que viera buscar. Seus olhos se voltaram para cima e ela não pode conter seu espanto: em vez do teto sombrio do templo viu o céu azul. Ainda sem entender ela saltou para fora do poço e mal pôde acreditar no que via. Estava em outro lugar, não era o mesmo em que estava a alguns minutos.
Onde é que eu estou afinal? Como vim parar aqui?
De repente um assobio a fez virar-se. Rápido como um raio um mostro enorme vinha em sua direção, a boca aberta como se quisesse devorar o mundo inteiro. Shanara só teve tempo de tirar o tridente da bainha e desferir um único golpe, que rasgou o monstro ao meio. Logo dele só restou cinzas.
Shanara estava intrigada. Aquela sensação agora era mais forte e a impelia por uma direção, onde havia uma floresta. Caminhando algum tempo ela se deparou com a mesma arvore que vira no templo.
Sua intuição a fazia andar por uma trilha que logo chegou a um vilarejo. Ela teve vontade de saber quem vivia ali e se aproximou sorrateiramente, os passos ligeiros como de um lobo. Seus olhos observaram todos os arredores, ela se escondeu sobre um telhado para ver melhor. Um vulto aproximou-se dela devagar, mas os instintos de guerreira a fizeram voltar-se, e ela pode ver um rapaz muito estranho apontando-lhe o dedo.
Ei você! O que faz aqui? Quem é você?
Ela nem pensou duas vezes. Como um raio ela saltou e começou a correr, sendo perseguida de perto pelo rapaz.
Pare! Você não vai fugir!
Com um salto ele caiu diante dela. Shanara apontou para ele o seu tridente.
Saia da minha frente garoto!
O rapaz era Inuyasha, um meio youkai. Imediatamente ele sacou a Tessaiga.
Não até você me dizer quem é e por que estava espionando o vilarejo! Por acaso você é uma youkai ou uma sacerdotisa?
Nem uma coisa nem outra. Sou Shanara, a guerreira da lealdade. E você quem é?
Sou Inuyasha. Você não é daqui, não reconheço nem você nem sua arma. O que você fazia lá no vilarejo? Estava espionando por acaso?
Shanara não sentiu maldade naquele garoto. Colocou o tridente de volta na bainha e se sentou. Inuyasha olhou incrédulo para aquilo.
Olha garoto... eu não vim aqui pra lutar. Nem ao menos sei como vim parar aqui. Pulei no poço do templo para pegar meu prendedor de cabelo e cheguei neste lugar. Gostaria apenas de saber onde é que eu estou, só isso.
O poço? Você veio da era da Kagome? Mas como é que você conseguiu passar pelo poço afinal de contas? Por acaso você tem um fragmento da jóia de quatro almas?
Inuyasha estava pasmo. Como aquilo era possível? Shanara olhava a expressão dele divertida.
Olha garoto, eu só quero voltar para o templo, ok? O meu primo e a minha amiga Sayaka estão me esperando, me diga como voltar.
Foi aí que ela percebeu que ele tinha orelhas de cachorro. Não se conteve e caminhou até ele.
Eu estou enganada ou você tem orelhas de cachorro? – ela afagou as orelhas de Inuyasha, que se esquivou zangado.
Ora, mas porque essas pessoas do outro mundo vivem querendo apertar as minhas orelhas, droga!
Shanara não pode conter o riso diante dele. Seus olhos irradiavam uma luz estranha, e Inuyasha percebeu isso. Ele se perguntou se aquela garota era realmente humana. O cheiro dela é muito bom, pensou ele. Ela cheira a flores silvestres...
A garota interrompeu seus pensamentos.
E então garoto, como faço para voltar?
Bem... pelo mesm...
Ele pensou um pouco. Talvez ela realmente tivesse algum fragmento da jóia de quatro almas, seria bom então segurá-la aqui até que ele pudesse pegar. Disfarçou e disse:
Olha... é que o poço só se abre uma vez por semana, então é melhor que venha comigo para o vilarejo.
Shanara suspirou.
Bem, se é assim... talvez não seja uma má idéia ficar mais um pouco. Sabe... adorei essas suas orelhas!
Dizendo isso ela afagou mais uma vez as orelhas de Inuyasha. Ele saltou nervoso.
Eu disse que pode ficar, mas não ficar pegando nas minhas orelhas, mas que garota metida!
Shanara sorriu mais uma vez e ele não pode deixar de notar o quanto seu riso iluminava seu rosto. Inuyasha se perguntava quem era afinal essa garota.
Enquanto caminhavam ele sentiu uma energia poderosa vindo de Shanara, e que essa energia não era maligna, mas era algo muito estranho. Jamais sentira algo assim antes e ele queria descobrir o que se escondia por trás do tridente que ela carregava.
Chegando no vilarejo eles foram falar com a sacerdotisa Kaede. Depois de Shanara apresentar-se a todos ela pediu para tomar um banho antes de se deitar. Sango prontamente a acompanhou até o riacho que ficava ali perto. O tridente mágico lealdade ficou na cabana da sacerdotisa enquanto a moça ia se banhar. Inuyasha sorrateiro tentou se aproximar da arma e foi repelido por uma aura poderosa.
Uma barreira! Que espécie de mulher é essa!
Inuyasha! O que você fez? – resmungou Kaede.
Essa droga de tridente que tem uma barreira sobre ele! O que você acha velhota?
Hum... essa moça tem uma grande energia emanando dela, mas é diferente da que sinto nessa arma. Talvez seja uma arma mágica, não tente mexer nela pois você pode despertar o guardião da arma.
Ora, e o que me interessa essa porcaria!
Dizendo isso saiu pisando duro. Resolveu espionar a nova hóspede de Kaede no riacho. Talvez descobrisse algo sobre ela. Aquela garota estranha...
Saltou sobre uma arvore e ficou esperando ela chegar. Logo ela vinha vindo sozinha. Ao chegar na beira do riacho ela despiu sua roupa e entrou na água. O perfume de flores inundou o lugar como uma maldição demoníaca. Os cabelos longos pareciam serpentes flutuando nas águas calmas do lugar. Inuyasha nunca vira tamanha beleza em uma mulher humana. Shanara pressentiu a presença dele mas não se incomodou com isso. Resolveu provocá-lo um pouco. Sem sequer olhar para trás ela sussurrou:
Quem está ai me olhando nua? Será que não quer entrar aqui comigo?
Inuyasha quase teve um treco com isso, jamais vira garota tão provocadora. Quando deu por si já estava no chão, tinha caído da árvore. Shanara saiu da água e vestiu o quimono que Kaede lhe dera. Aproximou-se dele que ainda se recuperava do tombo.
Então tem costume de espiar mulheres tomando banho, garotinho?
Ele se levantou furioso.
O que disse? Sua oferecida! Como pôde me chamar e nem se importar em ser vista pelada? Você é ...
Inuyasha nem pôde terminar a frase, pois Shanara beijou sua boca com doçura. Ele pulou para trás, vermelho como um tomate. Suas pernas tremiam e seus olhos eram espanto puro.
Por que... porque você fez isso, sua maluca!
Ela se aproximou mais.
Porque acho que você é um garotinho lindo... me deu vontade, ora. Você não gostou não?
Mas é claro que não! Como eu poderia gostar de ser beijado por uma humana oferecida como você? Me diga!
Mas eu adorei... e queria mais...
Ela se aproximou dele lânguida como uma ninfa. O coração de Inuyasha batia cada vez mais forte a cada passo da garota. O cheiro de flores o deixou entorpecido. Num impulso ele saltou e sumiu na floresta.
