Nota: Peço perdão por esta fic estar em português de Portugal mas sei que vocês compreendem perfeitamente.
Censura: NC-17 por sexo hetero e homosexuale por uma orgia.
Espero que gostem desta fic tanto como eu estou a gostar de a escrever . E, claro, necessito de Reviews para continuar!
Bjos!
Felizmente, consegui um trabalho. Sinto-me orgulhoso de mim próprio.
Não é grande coisa, de facto, não corresponde sequer com as minhas capacidades e o salário é mínimo. É um trabalho muggle. Mas deixa-me muito orgulhoso saber que consegui um emprego por conta própria. O meu segundo.
No ano passado, fui professor de Defesa Contra as Artes Negras em Hogwarts. Foi bom. Ensinei Harry Potter e senti que estava de novo com James. Abracei Sirius, como nunca imaginei voltar a abraçar. Mas a minha licantropia, novamente, voltou a arruinar um bom momento. Assim, despedi-me, ou fui obrigado a fazê-lo. Com o meu orgulho em baixo e com a certeza de que voltaria, novamente, para uma vida solitária e de esquecimento.
Decidi tentar andar por outros caminhos. Pela primeira vez na minha vida, vivo sem a varinha guardada no bolso das calças. Decidi mudar de vida, embora acredite que não o faça perpetuamente. O mundo dos muggles é extremamente ingrato e absurdamente difícil, mas pelo menos, nele não existem lobisomens. Ou se existem, podem esconder-se, mentindo sem o problema de virem a ser descobertos, como é o meu caso.
Verão de 1994
Capítulo 1 – Uma tempestade e um encontro
Remus John Lupin, 34 anos, acordou com o barulho agudo do despertador. Ergueu o olhar e viu o pequeno relógio, com adornos do rato Mickey, a anunciar as sete horas da manhã.
Esticou as mãos e desligou o despertador. Ainda com alguma dificuldade, pois adaptar-se àquelas pequenas invenções muggles não era fácil.
Remus sentou-se na cama e tentou adaptar os olhos à luz local. Não era uma tarefa muito difícil pois, como pode constatar, a luz que entrava pelo vidro da janela anunciava um dia escuro e carregado de nuvens.
"Boa merda, para começar a trabalhar…" resmungou para si, enquanto despia o pijama e entrava no chuveiro da casa-de-banho.
Após um pequeno-almoço simples, Remus, vestido com uma gabardina por cima da roupa e equipado com um enorme guarda-chuva, saiu do seu apartamento alugado, no quarto andar.
Na porta de entrada, abriu o guarda-chuva. Havia começado a cair uma enorme enxurrada de água, de uma extrema violência. Meio cego pelas violentas gotas de água, apressou o passo. Quando virou numa esquina, chocou contra algo que caiu e exclamou "Ai!".
Remus, ainda com a vista turva, mirou para baixo e viu uma pessoa, provavelmente uma mulher, coberta por uma larga capa de chuva. Viu, também, três sacos do supermercado no chão, com o seu conteúdo espalhado pelas poças de lama.
"Viu o que você fez?" gritou a pessoa, cuja voz feminina tirou quaisquer dúvidas quanto ao seu sexo.
"Ahm… Desculpe!" gritou também Remus, com a voz rouca levemente perceptível com o barulho envolvente. "Eu ajudo-a com isso." Lembrou-se que tinha que estar no trabalho às nove horas, mas ao olhar para o relógio constatou que eram apenas 08:10h.
"Onde mora? Eu levo-lhe as compras." gritou novamente Remus, segurando-a pelo braço e enfiando dois pacotes de farinha dentro de um dos sacos.
"Não é preciso. Eu moro aqui perto." Gritou como resposta a mulher.
"Claro que é preciso. Eu fi-la cair!" Berrou Remus, colocando os três sacos já devidamente cheios na mão esquerda, pegando no braço da mulher com a mão direita.
"Obrigada." Exclamou ela em voz alta. "Moro no prédio Robert Hooke."
"Eu também moro aí!" Constatou Remus surpreendido. Os dois correram depressa durante alguns metros, até entrarem em segurança no prédio.
Ambos olharam para fora durante alguns segundos, contentes por estarem salvos daquela tempestade súbita.
"Londres é mesmo assim…" suspirou a mulher, que parecia bastante jovem, apesar de ter a cara coberta pelo carapuço da capa negra.
"Pois, parece. Há sempre destas chuvas no Verão?"
"Você não é de Londres pois não?"
Remus abanou com a cabeça, mas ela, que olhava para as compras ensopadas, não reparou.
"Sou novo por aqui." Disse simplesmente Remus, sem quaisquer delongas.
"Ah." Disse por sua vez ela. Passado alguns segundos, mirou-o nos olhos. Ambos ensopados e cobertos pelo escuro, não conseguiam ver a cara do acompanhante, apenas uma sombra. "Você quer subir? Eu estou molhada até aos ossos e acho que me vou mudar."
"Não é necessário, mas muito obrigada." Agradeceu Remus com sinceridade e educação. "Também moro neste prédio, e tenho que ir trabalhar daqui a quarenta e cinco minutos."
"Eu também trabalho às nove horas." Informou a mulher. Remus reparou que a sua voz calma parecia bastante jovem. "Podemos sair juntos depois. Vá ter ao 7º andar, à casa da esquerda daqui a vinte minutos. Tenho que o compensar com um chá."
"Fica combinado." Sorriu Remus.
