Capítulo 2 - Um Pequeno Sonho

Gina estava se sentindo muito mal. Queria logo voltar a Hogwarts, para tudo aquilo acabar. Toda aquela indiferença que todos sentiam em casa por ela. Apenas Fred e Jorge estavam prestando atenção. Mesmo que trabalhassem muito estavam sempre à disposição de Gina. E a garota aproveitava isso ao máximo, ficando na loja sempre que podia. Seu pai parecia morar no Ministério, assim como Percy. Sua mãe estava o tempo todo atrás de Harry, Rony e Hermione e seus outros irmãos moravam fora. Mas logo isso acabaria, pensou.

- Gina, acorde! - disse sua mãe, sacudindo a garota.

- Que horas são? - perguntou, levantando e vendo que ainda estava escuro.

- Ora, como pôde esquecer? É o dia do embarque de seu irmão para a Academia de Aurores! - disse Molly, como se isso fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Ah sim... - respondeu com nenhum interesse. Colocou seu robe e desceu as escadas, seguida pela mãe. Harry, Rony e Hermione estavam segurando seus malões, vestidos de branco e preto, sentados à porta, conversando.

- Então até mais irmã - disse Rony, abraçando-a.

- Quem sabe nos veremos mais ano que vem? - disse Mione, fazendo o mesmo- Se divirta em Hogwarts! Honre a Grifinória!

- Até mais Gina - disse Harry, sendo um pouco mais frio que o normal. Gina apenas assentiu a despedida com um aceno de cabeça.

- Quem sabe ano que vem vocês não trabalham juntos! - sorriu a Sra. Weasley.

- Não acho que daria certo mamãe... - disse Rony, olhando a irmã. - Gina não é uma mulher para esse tipo de trabalho, se é que me entendem...

- É perigoso, Sra. Weasley - disse Mione, concordando com ele.

- E Gina não iria querer se expor ao perigo dessa maneira - completou Harry. Gina aceitou aquilo, em sua cabeça, como um desafio. Claro que conseguiria viver em perigo! Por que não?

- Muito bem, o que for. Vão logo ou perderão o trem! - disse a Sra. Weasley, levando-os até a cerca principal da casa, onde um carro do Ministério os esperava.

Gina esperou toda a lamentação de sua mãe sobre a casa ficar vazia e subiu para seu quarto. "Quem os três pensam que são para dizer algo sobre a minha vida? O que eu fiz para parecer tão... Inútil?", pensava sentando em sua cama. Lágrimas de raiva teimaram em cair sobre os lençóis. Conseguiria viver em perigo, claro. Somente nunca a deixaram demonstrar esse lado. Ninguém nunca acreditava muito na sua capacidade! Por que isso? Todos por acaso acham que viveria como dona de casa? Ninguém nunca havia lhe dado uma chance para mostrar seu lado nervoso. "Até porque - ela pensou - sempre que a raiva vem eu choro. Eles devem ter alguma razão nisso." Adormeceu com o rosto molhado em lágrimas.

"- Onde está me levando? - perguntava a pessoa que tampara seus olhos e a guiava.

- Para um lugar, oras! - disse uma voz distante, como se um fantasma estivesse com ela.

- Mas que lugar seria? - disse em tom de gozação.

- Hogwarts. Voltará a Hogwarts.

- Mas já? Não é cedo?

- Não, Gina, não é cedo. Preciso lhe mostrar coisas que somente você não quer ver.

De repente tudo ficou claro . Estava sentada em uma poltrona da sala comunal da Grifinória, naquele dia, vazia. Tudo estava cinza, escuro. Só saberia dizer que era da Grifinória por seu imponente brasão. Ela levantou da poltrona.

- Continue sentada - disse uma voz ao seu ouvido. - Você logo verá uma das coisas que quero lhe mostrar.

Um garoto começou a descer as escadas de um dos dormitórios, olhando para os lados, afoito. Somente quando chegou mais perto Gina pôde ver quem era. Rony estava com a varinha empunhada, suando muito e parecendo nervoso. Ela olhou para ele e estendeu a mão.

- Ele não pode lhe ver - disse a voz. - Nem nos ouvir.

- O que ele está fazendo? Deve ser tarde, não? A sala está deserta...

- Sim, é muito tarde...

Rony se dirigiu ao retrato da Mulher Gorda e saiu . Logo a cena rodou, como se algo estivesse puxando Gina para baixo, pelos pés, e parou dessa vez na sala de Dumbledore. Fazia algum tempo já que Lupin ainda se encontrava na escola como professor. Ela devia estar em sua quarta série, pensou. Mas por que alguém queria lhe mostrar aquilo?

- Dumbledore, o que está havendo? - perguntou Snape, entrando na sala, seguido de McGonagall, Moody e Flitwick. Gina observava tudo em um canto.

- Coisas terríveis, Severo... - disse Dumbledore, torcendo as mãos.

- Mas como pôde acontecer? - perguntou Lupin, visivelmente nervoso. Logo a porta se abriu e entraram Harry e uma senhora idosa que Gina imaginou ser Arabella Figg, vizinha da casa dos tios trouxas de Harry, amiga de Dumbledore que vigiou o menino durante todos os anos em que estivera na Rua dos Alfeneiros.

- Porque nos chamou tão tarde assim? - perguntou a mulher, esfregando os olhos de sono.

- Creio que a Ordem da Fênix está reunida, em parte, aqui essa noite? - perguntou Moody e Dumbledore assentiu. - Deve ser algo importante...

- E é Alastor - ele respondeu. - Como sabem faz um ano que Hagrid e Madame Maxime foram atrás dos gigantes - todos assentiram. - Ontem à noite eles foram mortos.

- O quê? - gritou Harry na mesma hora. Gina arregalou os olhos, chocada. Hagrid estava morto? Mas não disseram que havia fugido para se proteger?

- Mas ele não... - Harry parecia pensar o mesmo.

- Sim, ele fugiu. Mas foi pego e foi inevitável.

- Gigantes ou Voldemort? - perguntou Lupin com uma cara horrível.

- Gigantes, é o que parece - respondeu o diretor. - Voldemort foi visto muito longe daqui.

- Tolos... - disse a voz ao lado de Gina. Mas não havia ninguém. A cena logo rodou novamente e dessa vez foi parar em uma sala comunal movimentada. Sem cores, somente conseguiu distinguir pelo animal que estava desenhado na parede. Sonserina.

- Que diabos estou fazendo aqui?

De repente, todos se calaram e olharam para um canto. Gina pôde ver um garoto de cabelos claros e acompanhado por dois muito grandes. Logo deduziu que seria o tão famoso Draco Malfoy. Caminhava elegantemente até o outro extremo da sala. Todos apenas observavam. Gina não estava entendendo nada. Ele tinha um exemplar d'O Profeta Diário em sua mão e dizia muito baixinho, somente para os dois grandalhões.

- Quando papai souber que a namoradinha de Potter virou auror... - disse, bufando.

Gina logo concluiu que já deveria estar em seu quinto ano, uma vez que era o ano em que Cho Chang saíra da escola. Sentiu uma imensa raiva e ódio percorrerem pelo seu corpo. Então toda a imagem se difundiu e sua cabeça estava rodando. Viu muitas cenas em sua mente. Harry beijando Cho, todos rindo da cara de Gina quando errava as poções, chorando escondida, Harry lhe dando um fora ... As cenas foram repetidas milhares de vezes até ela gritar no quarto.

- Garota tola, não grite... - disse a voz em sua cabeça. Ela ainda estava sonhando.

- Por que me fez ver essas coisas? - gritou.

- Muito simples. Para lhe mostrar o quanto você é fraca - disse calmamente. - O quanto necessita de proteção e... Vingança.

- Sei vingar com minhas próprias mãos.

- Não, não sabe. E o pior: sabe que seus companheiros estão certos ao dizerem que você não serve para auror.

- Como você sabe disso?

- Porque eu testei seu lado mais corajoso...

- Por que está me dizendo essas coisas?

- Para você reparar que só ha um jeito de você provar o quanto é forte... Encontre-me.

- Mas não sei quem você é! - ela gritou e começou a rodar de novo."

Acordou em sua cama e o dia já havia nascido. Por um momento lembrou do sonho . Sim, lembrava de tudo. Uma pessoa a levara para ver seu irmão, Dumbledore em Hogwarts... Malfoy... Mas o que tinha tudo isso a ver?

Sentou-se, segurando a cabeça com as mãos. Então lembrou da conversa na sala de Dumbledore. Hagrid havia morrido. Desde sua quarta série todos diziam que havia fugido de Tom Riddle. Mas era tudo mentira, sempre fora. E Harry sabia a verdade e mesmo sabendo o quanto sofria ao pensar em Hagrid ele ficava quieto. Claro, era a parte dele. Era um fiel seguidor da Ordem da Fênix. Lágrimas teimaram em cair de seus olhos mas, pela primeira vez, Gina as segurou.

Levantou e caminhou pelo quarto. Quem poderia ter mostrado tudo aquilo? Por quê? A pessoa dissera que já havia testado seus medos e sua coragem... Mas quem fizera?

- Por Merlin, não pode ser... - ela disse, sentindo-se gelar - O que Tom Riddle quer comigo dessa vez?


N/A: Vamos lá... primeira coisa a dizer: essa fic foi escrita antes de eu ter lido "OdF", então pode conter erros de contexto, ok?! E o nome da Gina, declarado pela Rowling é Ginevra. Mas eu, sinceramente, não acho que esse nome soe como nome de gente! Haha... então nessa fic ela será chamada de Virgínia!

Mais alguma coisa?

Sim, obrigado à Pichi por tudo! E logo estarei comentando as reviews!!!

Obrigado aos leitores!!! =)

Luna Pankiston