Capítulo 3 - Vítima e Culpada de Um Assassinato
Alguns dias se passaram desde o sonho . A casa estava extremamente vazia, sem muita coisa que fazer. Então passava quase todos os dias andando pela propriedade .
- Hey, Gina querida, vamos ao Beco Diagonal comigo? - perguntou sua mãe e ela nem pensou duas vezes. Correu para colocar alguma roupa decente e seguiu, em um carro do Ministério, com Molly para Londres.
Pelo menos era uma chance de sair da monotonia de sua casa. Ao chegarem n'O Caldeirão Furado Gina estranhou tudo. O que antes era alegre e animado, agora estava caído, triste, morto. Todos com expressões fúnebres no rosto, embora continuassem simpáticos. Gina seguiu sua mãe até o Beco.
Uma quantidade grande de bruxos rondava o lugar e Gina achou aquilo ainda mais esquisito. Não era inicio de aulas nem nenhuma data importante. Geralmente o Beco ficava visivelmente vazio nesses tempos de guerras. Olhou para os lados e logo viu sua mãe caminhando rápido para a Floreios e Borrões e a seguiu.
- Vou comprar um livro de receitas - disse a Sra. Weasley. - Me espere na sorveteria se quiser.
Gina concordou e andou sozinha até a porta da Florean Fortescue. Mas não pegara dinheiro com a mãe. Resolveu voltar e viu uma balbúrdia perto da loja de varinhas do Sr. Olivaras. Sabia que aquele lugar dava para a Travessa do Tranco, o lado negro do Beco Diagonal. Mas não resistiu à tentação de ver o que estava havendo. Chegando mais perto pôde ver Alastor Moody conversando com um homem alto e forte. Imaginou que toda a balbúrdia era por causa dele. Sempre criava confusões por onde ia.
Passando despercebida por entre o auror e outros bruxos, desceu uma escadinha que havia um longo corredor de pedras. Das paredes surgiam muitas lojinhas escondidas que nunca havia reparado. Algumas bruxas muito feias e esquisitas passavam pela menina, sorrindo, como se a convidassem para entrar mais naquele local. Continuou andando, achando tudo aquilo fantástico. No fim do corredor viu uma loja aberta, com um balcão marrom e sujo. Não havia ninguém lá dentro.
- Alô! - ela disse, entrando na loja. Avistou um armário cheio de poções fumegantes e observou cada uma. Andando mais um pouco encontrou alguns esqueletos de pequenos animais modificados de diversas cores.
Continuou adentrando mais na loja até se deparar com uma pessoa de capa branca, de costas. Os longos cabelos negros e lisos disseram a Gina quem estava ali. Cho Chang. A garota virou de repente, assustando-se com a imagem de Gina às suas costas.
- O... O que faz aqui? - perguntou Cho, com a varinha empunhada.
- O que você faz aqui?
- Sou uma auror - ela assentiu e Gina se perguntou "E daí?". - Estou revistando o lado da Travessa do Tranco... Mas...
- Hm... - Gina pensou. Oras, estava na Travessa do Tranco e nem sabia. Não era um lugar tão assustador quanto falavam. Mas por que logo Cho a encontrara ali?
- O que faz aqui? - a garota insistiu, brandindo a varinha. Gina se irritou com aquilo. Será que estava pensando que estava comprando coisas das trevas? Gina riu com essa possibilidade e pareceu um tanto gozadora às vistas de Cho. - Ande!
- Estou... Andando - disse normalmente. - Nunca tinha vindo aqui. Mas isso não a interessa.
- Claro que interessa, Gina - a ruiva fumegou de raiva. Não tinha dado intimidade para lhe chamar pelo primeiro nome. - Esse é um lugar perigoso e você ainda é nova. Não deve ficar perambulando por qualquer lugar!
- Não estou perambulando por qualquer lugar... Apenas estou visitando.
- A Travessa do Tranco? O que tem de bonito para se visitar? Onde está sua mãe?
- Bonito? Não, não disse que tem nada de bonito. Mas eu estava a fim de visitar - disse, achando tudo um tanto engraçado. Cho não podia levar a sério o que estava pensando. - Mas já estou indo embora, ok?! Foi um engano meu...
O resto ocorreu tudo muito rápido. Gina ouviu alguém sair de trás de uma porta e gritar "Imperius" antes que pudesse sacar sua varinha e mirar. Ouvia mas não via nada. Não estava conseguindo se mexer por conta própria. Alguém lhe havia lançado uma maldição. Ela sentiu-se apontando a varinha para algum lugar e murmurando "Avada Kedavra" antes de cair com um baque surdo no chão e acordar. Tudo à sua volta estava empoeirado e tossia muito. Mas mantinha a varinha em sua mão.
Ao levantar com certa dificuldade, porque estava demasiada tonta, viu algumas pessoas correrem ao seu encontro. Um homem segurou forte em seu braço e a arrastou para fora da loja. Ainda sem entender muita coisa ele a atirou para o chão, apontando-lhe a varinha .
- Vamos, desembucha - disse o homem e após a visão de Gina retornar viu quem era. Moody. Ele tinha uma aparência monstruosa e seu rosto em uma expressão de horror.
- O que? - perguntou, vendo que ainda segurava firme a varinha. Então algo passou por sua mente. Alguém havia lançado um Imperius nela.
- Não se faça de sonsa. Você foi pega em flagrante - disse Moody, parecendo um tanto desapontado.
- Moody, eu... Eu não fiz nada! - respondeu, permanecendo sentada e com um temor percorrendo seu peito.
- Não fez nada? - ele disse, o olho mágico girando e apontando para sua cabeça. - Então a Srta. Cho Chang se matou sozinha?
- Cho Chang? Se matou? - estava confusa. Realmente tinha ouvido uma Maldição de Avada Kedavra mas... - Eu não fiz isso! Eu juro que não!
- Jura que não? Garota, seu pai ficará furioso em descobrir que está mentindo...
- Não estou mentindo! - disse com pavor. Alguém a tinha feito matar Cho Chang!
- Ora, vai insistir que não fez nada? Uma garotinha como você na Travessa do Tranco, segurando uma varinha e com uma auror morta ao lado - disse em tom de gozação. - Admita e será tudo mais fácil...
- Eu não tenho o que admitir porque não fiz nada! - gritou e viu um rebuliço nas escadarias que tinha descido. Sua mãe vinha correndo.
- O que aconteceu Alastor? - perguntou Molly, olhando do Auror empunhando a varinha para sua filha caída no chão. - Meu Deus! O que houve Gina?
- Mamãe, eles me acusam de matar a Cho Chang... Mãe, eu não fiz isso, a senhora sabe que eu não seria capaz...
- Matar Cho? O que é isso Alastor?
- Ela foi pega em flagrante, Molly. Com uma varinha na mão e Chang morta ao lado dela. Não há outro jeito senão a levarmos para o Conselho - disse Moody, a voz arrastada.
- Conselho? - Molly olhava apavorada para Gina. - Ela nunca seria capaz, Alastor. E você sabe disso.
- Sei mas o que sei é pouco perto do que vi. Vamos para lá e depois resolveremos - disse, afastando a mulher do caminho para que uma maca com o corpo de Cho passasse. Molly olhou apavorada de Cho para Gina e a garota desejou que a mãe não estivesse pensando em besteiras. - Insisto em dizer para irmos.
- Vamos - disse Molly por fim, virando de costas para Gina e Moody e acompanhando o corpo de Cho.
N/A: Claro, um "obrigada" a Pichi é sempre bem vindo.
E à todos vocês que lêem... =)
Luna Pankiston
