Cap. 12 – A União faz a Força

- Estamos atrasados, ou algo? – perguntou Gina ao encontrar com Draco na saída do portal.

- Não sei...o que houve, doeu muito? – ele perguntou desdenhoso, sorrindo por debaixo da capa negra – Coloque a capa – disse puxando o capuz das costas da menina e tampando sua cabeça. Ela ficava engraçada, ele pensou. Não era muito fácil distinguir um Weasley por baixo daquilo, se não fossem os cabelos compridos dela que ficavam para fora. Ele sorriu.

- Não, imagina...a dor só foi suportável. Perdi a consciência.

- Você se acostuma. É assim no início.

- Quer dizer que vou desmaiar toda vez que ele me chamar? Não tinha algo mais prático não?

- Veja bem, para ele é prático. Basta apertar a dele e a nossa brilha – ele disse puxando a manga da roupa e mostrando a caveira verde.

- Que coisa mais estúpida! Quando ele me pedir em casamento, vou acabar com isso de uma vez por todas... – e os dois riram. Draco não queria admitir, mas se divertia na companhia dela. E ela o mesmo.

- Meus fieis Comensais... – começou Voldemort assim que Gina entrou pela porta da sala – alguns, como podem ver, não retornaram ao nosso encontro. Os malditos Aurores os pegaram...mas eu estou aqui. Nossa tarefa não foi cumprida, e não conseguimos pegar nenhum deles! – ele gritou furioso – Nenhum! Sabem o que é isso? Seus comensais burros e incompetentes!

- Mas o senhor escolheu os... – disse um homem e Voldemort lançou um Cruciatus nele. O homem caiu no chão se contorcendo enquanto o Lord continuava seu discurso.

- Embora eu diga que eles também não tenham se saído bem... pois ao me ver, Potter correu de mim! – ele disse quase se dispondo a sorrir.

- Realizou o sonho dele... – sussurrou Draco a Gina que tentou não sorrir também. Ela sabia que Harry faria algo assim. Fazia parte de um plano que ela conhecia como a palma de sua mão. Ele agiria como se estivesse com medo de Voldemort, justamente para que o Lord pensasse dessa forma.

- Nosso informante me enviou uma coruja bastante ameaçadora. Os Aurores estão ficando astutos, estão entrando na adolescência! – e sorriu friamente. Alguns comensais o acompanharam. Ele fez o homem que estava no chão se levantar e se postar na roda em volta dele. Fitou os comensais por um instante. – Quero mais competência da próxima vez!

Gina ficou parada enquanto alguns homens acompanhavam Voldemort para outro lugar, que ela nem queria se dar ao luxo de saber. Ela pensava. O plano que Harry tinha para pegar o Lord não era algo que poderia dar certo. Ao contrário dos Aurores, eles tinham um informante. E isso praticamente dava ao Lord alguma vantagem.

- Posso falar com você, Draco? – perguntou Gina puxando ele pela manga da camisa, enquanto algumas garotas amigas de Pansy a olhavam furiosas. Draco fez o mesmo.

- Quem te deu o direito de me chamar pelo primeiro nome?

- Ninguém. Mas não resisti à tentação de fazer a Pansy ficar furiosa. Vamos, deixe-me falar com você!

- Pra onde quer me levar, Weasley? – ele perguntou sorrindo malicioso e Gina parou de puxa-lo.

- Por favor... isso é nojento...

- Ta bom, só continue me puxando porque a Pansy está olhando...

- Draco...quer dizer, Malfoy... – ela disse – eu estou com algumas coisas duvidosas na cabeça, sabe?

- Novidade.

- Da pra fingir que é sério, ou está difícil?

- Prossiga.

- Ok – ela fechou a porta atrás deles – Eu conheço esse plano que o Harry está usando...não é confiável...

- Conhece o plano do Potter? – perguntou o garoto loiro sorrindo – Porque não me falou tudo antes?

- Eu nem quero lhe falar tudo agora...

- Ah, qual é Weasley?

- Quem me garante que você não vai virar as costas e contar pra Voldemort?

- Eu garanto... – ele disse e vendo que isso não fazia o menor efeito continuou – Ora, você acha que eu gosto realmente de ser comandado por alguém? Ainda mais alguém que matou a minha família?

- Não é muito a sua cara mesmo...

- Então! Olha, eu faço de tudo – ele disse – tudo para ver o Lord Voldemort cremado e jogado ao vento. Contanto que, o Potter não saia vencedor nem eu perdedor.

- O que você quer então? Que eu mate Voldemort por acaso?

- Você não conseguiria.

- Presta atenção – ela disse tentando manter a calma – Potter está fazendo um jogo e Voldemort está caindo. Mas não irá durar muito. Agora eu acho que nós dois precisamos fazer alguma coisa...

- Vamos salvar o mundo?

- Não idiota – ela disse irritada esperando que ele levasse a sério – Precisamos de uma armadilha...

- Acho que estou começando a entender...

- Eu não quero Voldemort tanto quanto você, Harry e os outros Aurores. Mas não posso negar que o único capaz de destruí-lo seja o Harry...

- Claro, ele e aquela varinha gêmea maldita...

- Então pronto. Ele terá que levar o crédito por isso.

- Ok... – ele disse depois de pensar. Não podia negar que seguir os conselhos e planos de uma Weasley fugitiva era ruim. Mas era melhor tentar do que continuar vivendo no inferno que estava a vida dele. – O que você sugere que façamos?

- Precisamos de uma emboscada. Prender os três Aurores, sabe? E contar a verdade para eles.

- Que verdade?

- Olha, eu não sei de você, mas eu não sou a favor do mal...

- Isso não interessa...

- Draquinho Malfoy... – ela disse imitando a Pansy.

- Olha, eu não sou a favor do bem. – ele disse irritando-se – mas eu não nego que Voldemort exagere. Matar trouxas, tudo bem...é a natureza bruxa! – ele disse sorrindo vendo a expressão horrorizada da garota – mas...ele matou meu pai...sem motivo...

- Então você vai me ajudar?

- Depende.

- Depende do qu? – ela perguntou cansada de insistir.

- Ora sei lá...é uma expressão...vamos, me diga seu plano.

Algumas semanas se passaram e eles ainda não tinham um plano. Seria difícil enganar Voldemort, Harry Potter e ainda saírem ilesos nisso. Mas não era algo impossível.

Em alguns dias, Draco conseguiu exemplares do Profeta Diário para manter os dois informados do que acontecia. Nada de mais, todas as reportagens eram sobre os jogos de Quadribol, pequenos ataques de comensais...

Um dia, Draco abriu o Profeta de manhã e deu de cara com uma notícia estranha. O enunciado dizia que Virginia Weasley, a famosa prisioneira, tinha morrido. Ele leu e releu a reportagem várias vezes até entender. Tinham armado tudo, pois a tinham perdido de vista. E alguma explicação o Ministério tinha que dar. Sorriu maliciosamente ao ver a foto de um velho amigo estampado em outra folha do Profeta. Andrew Avery era, antigamente, de uma famosa família de Comensais. Mas hoje, ele exercia o cargo de Auror e era o responsável pela captura e morte da Weasley.

Quando Gina abriu a porta da sua sala, ele fechou o jornal e sorriu com a cara mais mal lavada que podia. Não queria que ela visse aquilo. Iria apenas piorar o estado que ela estava, que já não era uma coisa muito boa. Imagina saber que morreu para sua família?

- Está feliz hoje, Draco? – ela perguntou de gozação. Estava vestida como um Comensal e ainda se sentia incomodada com aquelas roupas gigantes. Ela viu que ele estava parecendo esconder alguma coisa, mas não quis dizer nada.

- Feliz? Como todos os dias?

- Estou falando sério...

- Não, não estou feliz. Nenhuma notícia importante. – ele disse colocando o Profeta de lado e levantando – Alguma idéia?

- Nenhuma... – ela disse se sentando em uma das poltronas. Abaixou a cabeça e respirou fundo – Mas não posso desistir. Você sabe quem é o informante? – ela perguntou olhando direto nos olhos dele. Ele tinha suspeitas, mas não sabia. E foi o que ele respondeu sobre os olhares mais suspeitos ainda de Gina. Por um instante ele deixou-se levar por aqueles olhos castanhos que o fitavam. Ela percebeu e os manteve firmes.

Era bem verdade que de uns dias pra cá, ela e Malfoy tinham se tornado amigos. Não sabia se era exatamente esse termo. Estava mais para cúmplices, comparsas. Mas eles conversavam mais abertamente, estavam começando a se chamar pelo primeiro nome e tal. Tudo porque eram as únicas pessoas que pensavam contra Voldemort naquele castelo.

De repente, como se um jorro de fogo caísse sobre sua cabeça, ela se deitou no chão, com as mãos pegando fogo e os olhos fora de foco. Draco sentiu uma pequena dor no pulso e soube logo o que era. Gina não havia se acostumado ainda com a Marca Negra e isso o assustava um pouco. Tentou levantá-la, mas ela suava muito. Segundos depois, ela recuperou a consciência e se levantou. Ainda estava um pouco tonta.

- Juro que se isso não parar eu vou acabar morrendo... – ela disse enquanto aparatavam para o salão do castelo.


N/A: Um dos capítulos que eu mais gosto... e muitos outros estão para vir! Obrigada pelas reviews!

Fefs Malfoy - Aproximações muito diretas enjoam facilmente... acho que usar a técnica do "devagar e sempre" é a melhor opção! hehe... obrigada novamente pelas reviews e eu vou tentar atualizar mais depressa... mas a faculdade... pesa... se me entende! hehe... e nem me fale daquele beijo...

Dea Snape - Obrigada, moça! Bom, "se dar bem" é uma expressão que pode ser enganosa no caso deles... hehe... eles "se aturam", melhor dizendo!

küsses