Cap. 15 – Planos

Acordaram no outro dia com muita dor de cabeça e dor nas costas; haviam dormido no carpete da sala. E isso não era nada confortável. Draco sentiu a cabeça latejando ao levantar-se e dar de cara com Gina deitada ao seu lado. Ele sorriu, afinal, haviam dormido juntos e a noite tinha sido maravilhosa. Um segundo de pavor passou pelo seu rosto ao lembrar-se que era um Malfoy, embora isso já não significasse mais nada. Malfoys não se envolviam com Weasleys nem em sonhos. E pior, nem em sonhos mesmo, porque se tinha os Weasley era pesadelo.

Passou seus dedos finos no cabelo de Gina e o pensamento logo foi embora. Não, ele amava aquela Weasley e não tinha vergonha de dizer. Sabia da condição atual dela e sentia pena. Ela não tinha familia, assim como ele. A diferença era apenas que os Weasley ainda estavam vivos. Pelo menos, por enquanto...

Draco... – ela disse abrindo de leve os olhos e os esfregando com sono – Eu estou toda dolorida...

Deve ser normal, pequena... – ele disse sentando-se ao lado dela. Ficou muito grato que elfo nenhum entrasse na sala para atrapalhar. Poderia passar a vida toda ali, sentado, olhando para sua Gina.

Porque sisma em me chamar de pequena?

Ora...você é pequena...

Ai Draco, obrigado! – ela disse fingindo um sorriso. Ele sorriu.

Está se sentindo bem? – ele disse olhando para seu pulso direito onde uma tatuagem brilhava intensamente.

Depende... – ela disse sorrindo olhando para seu braço também. A tatuagem estava verde brilhante, mas não doía – Não está doendo, Draco! – ela disse tentando ficar feliz.

Deve ser algum sinal bom, querida...você está grandinha...

Ora cale a boca... – ela riu levantando-se e colocando a roupa. Estava morta de vergonha! Como poderia ter feito algo daquele tipo com o sonserino mais nojento de todos, Draco Malfoy? Logo isso sumiu de seus pensamentos, pois percebeu que ela era tão ruim quanto ele. Era uma Comensal da Morte.

Osdois se arrumaram e aparataram no círculo de comensais na sala do castelo. Voldemort já estava la e olhou muito desconfiado para os dois. Gina estava corada demais e Draco parecendo muito feliz. Eram reações completamente estranhas. Quando repararam que estavam sendo examinados, eles logo trataram de se manter inexpressivos. Gina inclusive, pois não podia deixar Voldemort perceber que havia algo entre ela e Malfoy, senão ele poderia matá-lo.

Querida Virginia, como passou a noite? – perguntou o Lord andando lentamente na direção dela enquanto outros comensais apareciam no círculo.

Nada bem, meu Lord... – ela disse um tanto convincente. Sua expressão era de nojo e repugnância, o que fez Draco se espantar ao ver. Voldemort parecia satisfeito.

Ora Malfoy...não andou cuidando dela direito, como lhe mandei? – ele perguntou chegando bem perto de Draco. Ele pôde ouvir sua respiração e sentiu a raiva pulsar no sangue.

Fiz exatamente o que o senhor mandou. – ele disse com vêemencia – Essa pirralha é muito mimada, Lord.

Pirralha? – Gina gritou com a voz amargurada. Esperavam que Voldemort acreditasse na desavença dos dois, o que realmente estava acontecendo.

Escute, Draco, então faça exatamente o que ela quiser! – disse o Lord e Gina sorriu vitoriosa. Draco fez uma cara de nojo e concordou com um aceno de cabeça.

Sim, Lord, eu farei...

Muito bem, essa discussão está encerrada. – disse Voldemort indo ao meio do círculo – Precisamos agora traçar o próximo ataque...

Lord? – Gina pediu permissão para falar. Draco gelou pois sabia do que ela era capaz de dizer.

Fale Virginia...

Posso ficar à frente da próxima batalha? – e Draco arregalou os olhos. Voldemort se aproximou dela enquanto todos os comensais a olhavam.

Pode me explicar melhor, querida? – ele perguntou. Ela respirou fundo.

Lord, mais que tudo nesse mundo eu desejo a queda da Ordem da Fênix e aquele velho caduco do Dumbledore – e Voldemort concordou com a cabeça, satisfeito. Draco sorriu escondido – Mas há um empecilho chamado Harry Potter no meio.

Sim, sabemos disso... – disse Voldemort.

Peço permissão ao Lord para que me deixe ir atrás de Potter para matá-lo.

E como pretende fazer isso, Virginia? – ele perguntou e ela sentiu um calafrio. O nome dela parecia de longe uma palavra bonita quando saltada da boca dele.

Vou armar uma armadilha. Eles irão me seguir, afinal, eu sou fugitiva para eles. Com certeza meu irmão...o amigo do Potter – ela corrigiu – vai querer saber onde eu estou e eles terão de seguir meus rastros. Uma vez encurralados, mato os dois Aurores companheiros de Potter e o trago para o senhor...

Ótimo plano, querida... – disse Voldemort parecendo pensativo. Gina cruzou os dedos para que ele aceitasse tudo – Creio que precisará de um número de Comensais a sua disposição?

Um pequeno número, Lord, não quero chamar muita atenção! – disse contendo a felicidade.

Façam o que esta senhorita mandar. – disse Voldemort olhando para os Comensais do círculo. Draco e Gina tiveram que conter toda a felicidade. Gina teve vontade de se jogar no chão e começar a rir, mas não poderia, claro. – Espero uma surpresa de fim de ano...

E com certeza a terá, Lord... – completou Gina fazendo uma reverência, que Draco teria aplaudido se fosse permitido. Gina respirou fundo e seguiu para o meio do círculo – Lord, eu preciso de cinco comensais...

A escolha é toda sua... – disse Voldemort sentando em uma cadeira longe da roda e acenando para que Gina se sentisse à vontade. Ela estava nervosa. Teria que ser discreta e maldosa. Não que ser maldosa fosse difícil, afinal, ela estava com muito ódio dentro dela. Não mataria Harry, mas o que sentia por ele não passava de desprezo e indiferença. O mesmo por Hermione e Rony. Ela mostraria para eles quem era a irmãzinha frágil.

Muito obrigado Lord... – ela disse, dizendo o "Lord" com toda a intensidade que Draco fazia. Ele sorriu de leve por baixo da capa e a viu olhando para todo o círculo. – Quero os Lestrange, a Parkinson, O'Donnel e... o Malfoy. – ela disse confiante. Draco seguiu ao lado dela, vendo os Lestrange fazendo o mesmo. Pansy criou uma espécie de carapuça avermelhada quando ouviu o nome dela. Hesitou um pouco, mas logo se juntou aos outros no centro. O'Donnel fez o mesmo. Gina apenas saiu andando da sala e os cinco a acompanharam. Os outros sumiram aparatando, assim como Voldemort.

Depois de minutos andando, eles chegaram a uma sala, onde ela entrou e pediu para que se prostrassem à frente dela. Eles obedeceram sem reclamar o que fez Gina se sentir muito bem, poderosa.

Muito bem, o plano é o seguinte... – ela disse andando de um lado ao outro com a varinha na mão. Parecendo, de longe, a garotinha meiga que sempre fora – Os Lestrange, Parkinson e O'Donnel seguirão comigo até Hogsmeade, onde pegaremos os três aurores no dia da inspeção...

Mas Weasley... – ia dizendo Pansy, mas a garota interrompeu.

Sim, eu sei bem o dia que eles fazem a inspeção. – concluiu Gina e Pansy ficou quieta. Gina sorriu de leve, mas ninguém viu. – Com um pouco de vandalismo, atacaremos a aldeia e os traremos para a Mansão Malfoy, onde D... Malfoy nos esperará com uma sala protegida e segura. Depois disso, o resto será comigo. – e todos concordaram. – Mais uma coisa, não quero nenhum sangue derramado na aldeia. Não quero esse tipo de vandalismo, fui clara? – ela perguntou e todos concordaram com a cabeça, mesmo estando completamente contra. – Podem ir então. Os espero amanhã nessa mesma sala. – e saiu com Draco em seu encalço.

Do outro lado da sala, Voldemort comemorava o que havia escutado.

Essa menina vai longe, Rabicho... – ele disse com um pouco de determinação na voz – Ela é uma líder.

E o senhor...a...acredita mesmo que...e...ela irá fazer o que diz?

Ou não me chamo Voldemort. – ele concluiu certo de que Gina estava ao seu lado – Rabicho, Rabicho, eu cheiro traição de longe... e ela não me parece traidora.. sei de seu passado, seu futuro e seu presente. Ela não possuiu mais amor! E isso é um bom começo... – e mesmo contrariado, Rabicho não fez mais nenhuma objeção.


N/A: Eu sei, me matem! Depois de alguns anos, aqui está o resto da fic! Obrigada, Paulinha e Bebely pelas reviews!

. Bebely: Eu estava brincando sobre o promíscua! Hehehe... e será que o Voldie é mesmo apaixonado por ela? Eu não posso te falar nda disso, senão qual seria a graça?