Oie pessoal

Desculpem a demora... mas alem de Murphy resolver montar acampamento na area de Tecnologia da Philips e chover problemas por aqui .. eu entrei numa crise criativa q não tinha mais fim.

E finalmente aqui esta a continuação, e eu gostaria de agradecer as reviews, me deram incentivo para mandar a crise embora. Shampoo, Nika, Mikky ( adorei te achar por aqui ) e principalmente a minha grande colaboradora, Sofy-Chan, com a qual tive vários papos malucos para fechar as arestas desta historia e preparar o terreno para a próxima ( sim galera, vai ter uma continuaçao, onde a Sofy e eu estaremos escrevendo juntas !!! )

Disclaimer .. Os personagens de InuYasha não me pertencem, e sim a Rumiko Takahashi. Os Guerreiros Estelares e são parte da minha família!!! Epa .. perai .. a Lyncyne ta aprontando de novo!!!! Inte .

O DIA EM QUE EU TE PERDI

NO VILAREJO

Um fétido cheiro de sangue impregnava o ar, assim como um burburinho lamurioso de choro humano era ouvido por todo o vilarejo... Sesshoumaru observava incrédulo o rastro de devastação deixado pelos aliados do seu inimigo – eles haviam sido rápidos e mortais, destruindo tudo em seu caminho.

O youkai procurava por rostos e cheiros conhecidos em meio a todo aquele caos, amaldiçoando o infeliz momento em que ele havia se afastado daquele vilarejo imundo.. aqueles humanos fracos mal conseguiam garantir a sua própria segurança, como ele pode confiar-lhes a vida de Krystall? Pela primeira vez em sua vida, ele se sentia um perfeito idiota.

"Onde esta o inútil do Jaken?!?!?" – pensava, enquanto caminhava entre os escombros, encontrando finalmente um grande número de humanos reunidos em volta do que um dia fora a casa da Sacerdotisa local -ele a encontrou em meio daquelas pessoas, assim como a jovem exterminadora.

Ele se aproximou da multidão, assustando as pessoas que recuavam apavoradas com a presença dele. Ele sentia o forte cheiro do medo no ar, e estreitou os olhos enquanto observava aqueles seres fracos a sua volta, e então, ele voltou a dirigir o seu olhar para os humanos que ele conhecia. Franzindo a testa, ele sentiu um forte cheiro de sangue vindo da exterminadora, fazendo-o perceber que ela estava gravemente ferida, e, baixando o seu olhar, localizou Jaken inconsciente, com ferimentos igualmente sérios, sendo tratado por Kaede.

"O que aconteceu por aqui? E onde estão Krystall e Rin?" – Foi tudo que pode perguntar sem que perdesse a sua mascara de indiferença.

"Rin ainda não voltou, ela havia ido pescar com senhor monge e os outros" - Kaede respondeu.

Apoiada no seu osso voador para se manter de pé, Sangô continuou:

"Sinto muito Sesshoumaru.. Mas nós não conseguimos deter a Kagura.. ela provavelmente estava nos vigiando, e conseguiu nos pegar desprevenidos .. - "e depois de uma breve pausa continuou – "A princesa foi levada, nós não conseguimos protege-la"

O youkai olhou para Sangô sem nenhuma reação – ele havia sentido um pequeno alivio ao saber que ao menos a sua pequena protegida deveria estar a salvo. Ele não ligava a mínima para o sentimento de culpa que consumia a exterminadora ou para o choro irritante daqueles aldeões. A sua única preocupação naquele momento era encontrar aquela fêmea que havia tocado sua alma, e rápido, antes que o seu inimigo percebesse a extensão dos poderes dela .. ou com certeza ela estaria perdida para sempre.

Então, Sesshoumaru fechou os seus olhos, concentrando-se em usar os seus sentidos aguçados de youkai completo para encontrar os responsáveis por toda aquela destruição. Ele pode identificar a suave canção do vento que soprava, o crepitar estalado dos pequenos focos de incêndios decorrentes do ataque, o batimento cardíaco acelerado dos aldeões. Seu olfato apurado começou a identificar outros cheiros além de sangue e fumaça: o cheiro nojento dos humanos à sua volta, dos pequenos youkais que ali viviam.. e então a sua expressão se suavizou por um momento ao sentir o aroma perfumado de Krystall. Então, ele consegue rastrear os cheiros de Kagura e Kohaku, abrindo os seus olhos em seguida, iluminados por um brilho determinado e mortal.

"Agora eu posso encontra-la" – Rosnou decidido, começando a deixar o vilarejo.

"Espere, Sesshoumaru! Seu irmão logo estará aqui também, e precisaremos da ajuda dele para lutar contra o Naraku .. uf" – Sangô tentou chegar ate o youkai, mas caiu no meio do caminho, devido à dor que sentia em seus ferimentos.

Ele parou e olhou para aquela humana miserável caída no chão com desprezo – finalmente, ele voltou o seu rosto em direção ao seu destino e recomeçou a caminhar, enquanto falava:

"Humana idiota ... Por acaso você acha que eu cometeria o mesmo erro duas vezes? Eu confiei a vida da princesa ao meu irmão inútil e a vocês ... e vocês deixaram aquele meio youkai maldito leva-la. Por acaso você ainda acha que tem condições de lutar? Você mal consegue ficar de pé. Não se metam.. agora isso é assunto meu."

Sangô quis protestar, mas sabia que de uma certa forma ele estava certo: eles não sabiam quanto tempo ainda InuYasha e Kagome iriam demorar na outra Era, o Buraco do Vento de Miroku era inútil contra os insetos venenosos e ela havia ficado seriamente ferida na luta contra o seu irmão.

"Kohaku "... lagrimas brilharam em seus olhos castanhos.

FLASHBACK "Kohaku não faça isso; lute contra a influencia do Naraku! " – Sangô implorava ao irmão que o mesmo recobrasse a consciência.

Os olhos vidrados do garoto não sofreram nenhuma mudança, de forma que ele continuava a atacar a sua irmã mais velha, que se defendia bloqueando os golpes dele com o seu osso voador.

De repente, o rapaz se afasta e direciona o seu ataque à Senhora Kaede que não estava muito longe dali. Sangô lançou o seu osso voador, protegendo a sacerdotisa, mas deixando a sua guarda aberta: erro que seu irmão soube aproveitar, puxando habilmente a sua foice e corrente de volta, direcionando um ataque fulminante a ela.

Sangô sentiu a dor da foice acertando-a próximo ao estômago, caindo no chão, agonizante, e ao abrir os olhos ela vê Kohaku com uma espada apontada para o seu peito.

"Kohaku .. meu irmãozinho" – dos olhos de Sangô correram grossas lagrimas de tristeza, que de alguma forma tocaram o jovem exterminador. Por um momento, os seus olhos adquiriram um lampejo de consciência novamente, e horrorizado ele se deu conta que estava com uma espada quase atravessando o peito de Sangô.

"Mana .. o que eu .." – tão subitamente quanto ele havia recobrado a sua consciência, o brilho de vida de seus olhos desapareceu novamente, mas ele largou a espada e deixou o vilarejo. FIM DO FLASHBACK

Sangô suspirou, sentindo o gosto salgado de lagrimas em sua boca, enquanto observava o youkai se afastando rapidamente do vilarejo. Neste momento, a única coisa que ela poderia fazer era esperar ... e pedir a Kami por sua proteção e força.

........

NO CASTELO DO NARAKU

Naraku observava vitorioso e calado o seu troféu, analisando intrigado aquela mulher que tinha traços de youkai mas que não irradiava nenhuma energia maligna - aquela fêmea funcionaria como isca para atrair o Príncipe Youkai para o seu castelo.

Os traços delicados de seu rosto estavam em harmonia com seus longos cabelos castanhos avermelhados, que possuíam algumas mechas douradas em torno do rosto, que criavam um bonito contraste com as cores suaves de seu quimono. Ele levou uma de suas mãos ao rosto dela, para arrumar uma mecha rebelde de seus cabelos que estava caída sobre o seu belo rosto, ocultando um de seus olhos.

Então, Naraku sentiu uma onda de energia pulsando, vindo do corpo dela – ele estreitou os olhos para observa-la melhor -, era como se uma energia adormecida estivesse começando a despertar.

- " Por acaso essa garota seria mais que uma simples fêmea? "

Ele continuou a observa-la atentamente, e concluiu que o que quer que estivesse acontecendo com ela, estava despertando gradativamente um grande poder.

"Ora, ora, ora.." – um sorriso maligno aparecia em seu rosto – " No final das contas ... eu consegui muito mais do que eu esperava.. o que seria mais adequado que incorporar este belo casal ao meu corpo?"

........

Protegida por um escudo mágico que impossibilitaria Naraku de localiza-la, Shannon se encontrava nas redondezas do castelo, pronta para agir quando fosse necessário.

"Daqui a pouco tudo isso vai acabar, e eu poderei voltar para casa" – ela pensou, tentando disfarçar o nervosismo que tomava o lugar de sua habitual confiança – "E com certeza vai dar tudo certo, afinal está tudo nas mãos de quem sempre me ensinou a dar o melhor de mim, sem desistir" – Shannon sussurrou, enquanto mergulhava em suas lembranças...

FLASHBACK A lâmina da espada havia passado muito perto desta vez, cortando um mecha de seus cabelos prateados, irritando Shannon – o seu oponente parecia ficar mais veloz a cada ataque, ou seria ela que já estava ficando cansada?

"Ah... nunca mexa com os cabelos de uma mulher..." – ela rosnou, enquanto se preparava para atacar, arrancando apenas um olhar de pouco caso do seu adversário.

Ela atacou com uma ferocidade e técnica incríveis, mas cega pela raiva, ela somente havia conseguido acertar o quimono de seu adversário.

"Bom... mas não o suficiente" – um sorriso cínico surgiu no rosto dele, que rápido como o vento bloqueou os ataques seguintes, e habilmente conseguiu desarma-la, jogando para longe a espada da garota. Shannon suava enquanto encarava a reluzente lamina daquela exótica espada.

"Da próxima vez" - ele caçoava da perdedora – "Use o uniforme de lutas completo, e prenda os cabelos para o treino, se você não quiser fazer uma mudança radical no seu penteado.

Shannon ficou vermelha de raiva .. todo fim de treino era a mesma coisa.. Será que um dia ela conseguiria vence-lo?

"Mais uma coisa.." – ele continuou – "não deixe que as suas emoções ceguem a sua razão, ou você pode perder mais que uma simples mecha de seus cabelos."

Silencio

"Hum .. eu acreditava que a esta altura você já deveria saber disso.. Eu creio que precisaremos intensificar o seu treinamento" – o vencedor concluía, com a mão no queixo enquanto olhava para ela.

"..." – Gota na cabeça de Shannon.

"Ora Sesshoumaru, não seja tão inflexível!" – uma voz feminina e num tom divertido se fez ouvir na sala de combates – "vocês estão treinando há horas, deixe a menina descansar. Eu creio que eu possa ser uma adversária mais interessante para você em combate .. ou nós podemos nos ocupar de outras formas" – Ela sorria enquanto o abraçava carinhosamente e retirava a Toukijin de suas mãos.

"Ah, Krystall... desse jeito você irá estragar esta menina..." – ela sempre conseguia dobra-lo, e pelo jeito dessa vez não seria diferente – "Vá filha.. a sua mãe te salvou do treino .. desta vez.." - o youkai sorriu maliciosamente, interessado na proposta feita por Krystall.

"..." – Shannon vermelha como um tomate pensava que os seus pais não mudariam nunca, mas tinha que admitir que eles se completavam. FIM DO FLASHBACK

"Papai .. mamãe .. eu não vou deixar que nada aconteça a vocês... tudo vai acontecer como deveria ter acontecido.. eu juro." – Shannon retornava de suas lembranças e voltou a ficar alerta, aguardando os próximos acontecimentos.

........

NO VILAREJO

Ao ser deixada por Shannon nas proximidades do vilarejo, Rin correu na direção da casa de Kaede, encontrando o mesmo cenário desolador encontrado por seu mestre momentos atrás. Uma enorme vontade de chorar tomava conta da menina, que não conseguia avistar nenhum dos moradores do vilarejo.

Um pesado silencio estava ao seu redor, e quando ela não pode mais segurar as suas lágrimas, ela ouviu uma voz que parecia ser a do tal monge com quem ela havia ido pescar, o Miroku.

Ela piscou algumas vezes para desembaçar a sua vista, e limpando as lagrimas que haviam corrido por seu rosto, ela começou a correr em direção aqueles burburinhos, ansiosa por reencontrar Sesshoumaru-Sama e Jaken.

Miroku e Shippou haviam ajudado os moradores do vilarejo a cuidarem dos feridos e a enterrarem os seus mortos – o burburinho que Rin havia escutado era Miroku fazendo orações para as vítimas do ataque do Naraku, pedindo a Buda que cuidasse daquelas pobres almas.

O que Rin não poderia imaginar, é que a alma dela também estava recebendo orações: como Miroku e Shippou não conseguiram ver Shannon, eles acharam que o ataque de Kagura havia transformado a pobre garotinha em pó. Na verdade num tom que seria cômico se não fosse tão trágico, eles respiraram aliviados ao descobrirem que Sesshoumaru já havia partido à procura de sua futura esposa, de forma que eles não precisariam dar a noticia da morte de Rin enquanto ele ainda estivesse irritado com o seqüestro de Krystall.

Jaken estava entre os habitantes do vilarejo e fungava sem parar, choramingando pela morte daquela humanazinha irritante que ele havia se habituado a conviver, sempre com um sorriso nos lábios, sempre pronta a agrada-lo e a seu mestre.

"Riiiinnnnn.... como eu vou explicar isso ao Sssessshoumaru-Ssssama?!?!? Menina Idiota!!!! Por que você teve que ir assssim? Nunca pensei que sssssentiria falta do seu falatório inútil ..." – Jaken tinha certeza de estar perdido, com certeza o seu mestre o mataria por mais essa perda, mas ele realmente estava sentido pela "morte" da menina.

"Ué? Dizer o que, Jaken-Sama? Rin esta aqui, também esta com saudades de Jaken-Sama" – a garota se agarrou no pescoço do youkai, feliz por encontra- lo depois de tantos sustos.

"..." – Jaken olhava para a cara da menina com os olhos mais arregalados do que o normal.

"..." – todos de olhos arregalados

"Fantasssssma! A alma dela voltou para me asssssombrar!!!!!" Jaken gritava, correndo com Rin pendurada no seu pescoço, desesperado, ate que Miroku se aproximou e levantou a criança pelo quimono, ainda agarrada no pescoço de Jaken,quase sufocando-o.

"Hum..." – o monge olhava serio para Rin, analisando-a – "Você me parece muito viva .. ufa ... graças a Buda, eu não vou ter que dar a noticia da sua morte para o Sesshoumaru" – Miroku suspirava aliviado, enquanto colocava aquela "duplinha dinâmica" no chão.

"Mas Rin não morreu!!! Rin foi salva p..." – a menina lembrou da sua promessa nesse exato momento, tapando a boca com as duas mãos, diante de um público curioso.

"Quem te salvou Rin?" – Miroku perguntou enquanto a olhava com uma sobrancelha levantada, estranhando a relutância da menina em responder algo tão simples.

"...." – Rin se encolhia pensando em como ela poderia sair daquela situação, todos a olhavam aguardando por uma resposta.

"EI, SEUS IDIOTAS!!!!! O que diabos aconteceu por aqui?!?!?! Será que eu não posso me afastar por uma noite que vocês destroem tudo? "- InuYasha acabara de chegar, carregando Kagome e uma big mochila em suas costas, e eles olhavam incrédulos a destruição a sua volta – "Não me diga que o nosso casalzinho foi responsável por esse estrago? Por acaso o meu irmão já andou irritando a noiva dele?" – InuYasha se divertia com a idéia de ver o seu irmão fugindo de uma chuva de 'panelas'"

Nunca Rin havia ficado tão feliz em ver InuYasha em sua vida! Todos haviam desviado a atenção dela para o hanyou, de forma que ela pôde sair de fininho.

"Quem você esta chamando de idiota, InuYasha?!?! Se você não tivesse demorado tanto para buscar a Kagome, a princesa ainda estaria a salvo e o vilarejo não teria sido destruído!!!!" – Shippou berrou com InuYasha.

Poft! - o Hanyou acertou um soco na cabeça dele, deixando um galo enorme aparecer na cabeça do kitsune - "Buaaaaa"

"InuYasha... SENTA!!!!! " - disse Kagome, muito irritada, que naquele momento, já havia aberto a sua caixa de 1os socorros e estava cuidando de Sangô.

"Ufffff ... ai!!!!" – O hanyou não teve nem tempo de reagir.

"Ai, você não tem jeito mesmo..." – Kagome suspirou, voltando a cuidar de Sangô que começou a explicar ao casal o que havia acontecido no vilarejo naquela manhã.

........

NO CASTELO DO NARAKU

O vento soprava, formando pequenos rodamoinhos que carregavam folhas e poeira; o sol quente do meio-dia queimava a pele clara do Príncipe Youkai, enquanto um silencio mortal envolvia aquele castelo aparentemente abandonado. Os olhos atentos do visitante solitário vasculhavam o lugar à procura de alguma coisa que denunciasse a presença de seu proprietário.

Sesshoumaru encontrara facilmente o castelo do Naraku – ele começara a sua caçada seguindo o cheiro de Kagura e Kohaku, mas na metade do caminho ele começara a sentir o cheiro daquele maldito. O desgraçado queria ter certeza que ele chegaria no seu castelo – e isso significava que ele estava indo direto para uma armadilha.

Então aquele cheiro tão odioso e conhecido tornou-se insuportavelmente forte, fazendo com que os instintos de Sesshoumaru levassem a sua mão até a Toukijin, ficando em posição de ataque.

"Hu-hu-hu!!! Estava esperando por você, Lorde Sesshoumaru..." – o monstro em pessoa estava lá, frente a frente com Sesshoumaru.

"Naraku" – ele rosnou, pronto para acabar com aquela criatura desprezível, mas parou o seu ataque no meio do caminho, ao ver Krystall as pés dele, ainda inconsciente, fazendo–o concentrar toda a sua atenção nela: ela respirava com dificuldade, mas ele podia sentir a energia de Krystall despertando em ondas, deixando-o preocupado: em breve ela recobraria a sua consciência.

"Preciso tira-la daqui, e rápido."

"Idiota... esses sentimentos ridículos por esta mulher serão a sua ruína" - Naraku sorriu com desprezo ao perceber o quanto à presença daquela mulher mexia com Sesshoumaru, deixando-o confiante em sua vitória.

"Você não queria lutar comigo, Naraku? O que você esta esperando? Deixe-a e venha me enfrentar" – Imponente, o príncipe youkai tentava em vão disfarçar a sua preocupação desafiando o adversário.

"Hu-hu-hu... você deseja tanto assim proteger esta fêmea, Sesshoumaru? "– o olhar de Naraku para Krystall tinha um brilho assustadoramente maligno – "Então eu creio que você mesmo deva vir busca-la"

Então, por debaixo do requintado quimono de senhor feudal de Naraku, uma massa disforme de carne aparece, formando uma quantidade sem fim de tentáculos que iam em direção a Sesshoumaru.

Utilizando a Toukijin, o príncipe youkai destruía todos os tentáculos que se dele se aproximavam, mas o seu numero parecia dobrar toda vez que ele os destruía – e apesar de sua agilidade e força o ajudarem a se manter ileso, ele não estava conseguindo avançar em direção ao inimigo.

"Ele esta brincando comigo, Naraku esta usando a princesa como um escudo, para que eu não possa ataca-lo diretamente .. esse covarde.." – o inimigo sabia que ele não estava conseguindo se concentrar no combate, e provavelmente tentaria cansa-lo até que ele encontrasse uma falha em suas defesas. Sesshoumaru tentava focar sua atenção na batalha quando ...

TUM-DUM – uma grande onda de energia pulsa do corpo de Krystall... ela estava recobrando a sua consciência.

"Agora ... é hora de acabar com essa brincadeira" - Naraku ria, preparando- se para o golpe final.

........

Dor e escuridão ... isso resumia o universo onde Krystall estava mergulhada, enquanto lutava desesperadamente por sua vida – ela sentia o chamado dos seus antepassados, e dos Deuses do Submundo, dizendo que todo aquele sofrimento poderia acabar rapidamente.

A sua sombra – o lado negro que todos nos temos – a torturava de maneira cruel, fazendo reviver todas as suas antigas feridas e mágoas: a morte da Sacerdotisa Aisling e de sua mãe, a frustração de não ter uma vida normal, o pesado fardo de suas responsabilidades, a dor que sentiu ao magoar Thomas – alguém que daria a vida por ela.. mas que ela não conseguia retribuir aos seus nobres sentimentos.

O Caos, que era a fonte do seu poder primordial, tentava corromper a sua alma, tentando faze-la desistir de viver... ou pelo menos da forma de vida como ela conhecia.

O chamado de Hécate era como uma doce canção que prometia ser o bálsamo que curaria todas essas feridas profundas... a Deusa estava lá, com suas mãos estendidas para Krystall .. mas...

A sua vontade de viver era muito forte, e como tudo que existe tem o seu equivalente, ela se agarrava à pequena centelha de vida que lhe restava, e lembranças de momentos simples, mas felizes e muito importantes, começaram a surgir, esvaindo as sombras à sua volta: a infância feliz em Celtus e a família que os guerreiros se tornaram, o reencontro com os seus pais, a sensação recompensadora de proteger os inocentes.. e por fim a lembrança de Sesshoumaru apareceu.

O contraste de sua habitual expressão fria com o seu olhar tão doce, que iluminou aquele rosto alvo e de traços delicados, aumentou aquela pequena centelha de luz que teimava em não apagar... por fim, a lembrança do beijo trouxe à tona a chama necessária para que a energia vital de Krystall tivesse forças suficientes para coloca-la no mundo dos vivos novamente...

........

Um tentáculo gosmento, envolvia o corpo debilitado de Krystall, elevando-a do chão, fazendo com que a sua sensação de mal estar aumentasse – a adrenalina que entrava em sua corrente sanguínea potencializava o efeito do veneno.

Ela abriu os olhos e viu Sesshoumaru numa luta selvagem, contra aquele ser que a mantinha presa, envolvendo o seu corpo cada vez mais, e escurecendo novamente o mundo a sua volta, sentindo-se vampirizada por aqueles tentáculos – "Não .. minha energia.. esta sendo sugada" – ela murmurou, gritando em seguida por causa da dor que estava sentindo.

O ultimo escudo de indiferença de Sesshoumaru havia se partido com aquele grito: a sua preocupação deixou-o descuidado, e por poucos segundos sua guarda ficou aberta - falha habilmente aproveitada por Naraku: o Lorde Youkai foi desarmado, com sua espada sendo jogada muito longe do local onde ele se encontrava. Ele continuou a destruir os tentáculos com suas garras, e sentindo-se acuado, o instinto falou mais alto.

Os seus olhos tornaram-se vermelhos, e o Youkai começou a se transformar.

Pelas frestas de luz que haviam entre aqueles incontáveis tentáculos, ela pode ver a luta desesperada de Sesshoumaru para chegar até onde ela estava – o youkai, semitransformado, destruía tudo que estava em seu caminho, agora sem tomar o cuidado de não se sujar com os pedaços dos tentáculos destruídos : ele sabia que Naraku poderia usar isso para tentar absorve-lo, mas ele não se importava com isso no momento, porque ele havia escutado a voz apavorada da princesa, e sabia que no momento que ela parasse de lutar, Naraku a incorporaria em seu corpo nojento.

........

Shannon não queria admitir, mas a transformação do seu pai para a sua verdadeira forma de youkai cachorro fora a coisa mais impressionante que ela já vira em toda a sua vida – aquele homem tão serio e formal havia se transformado em uma fera selvagem e sedenta de sangue, deixando-a muito assustada.

Claro, ela já havia ouvido milhares de historias sobre a verdadeira forma de seu pai – e segundo os autos que registravam a historia da família real, aquela seria a ultima vez que Sesshoumaru havia assumido a verdadeira forma – mas uma coisa era ouvir as historias de sua mãe, ou de sua tia Kagome, e outra era ver aquela cena impressionante ao vivo. E além do mais, a sua presença ali já havia sido o suficiente para desencadear uma serie de mudanças naquela realidade, e de repente passou na sua cabeça a idéia que ela corria o risco de não nascer se não interferisse pelo menos mais uma vez, para colocar a historia nos eixos novamente.

"Minha ... espada.. ' – Os ouvidos sensíveis de Shannon captavam a fraca voz de Krystall

"Claro, como eu não pensei nisso antes? Segundo os autos ... minha mãe estava com a espada com ela" - um brilho iluminou o rosto de Shannon, agora, ela já sabia o que devia fazer.

........

"Se eu estivesse com a minha .. espada..." – Krystall tentava se manter consciente, mas seus olhos estavam ficando cada vez mais pesados – ".. e-e- eu .. droga ... será que isso adiantaria de alguma coisa?"

FLASHBACK

O suor escorria no seu rosto, e apesar de cansada, ela não interrompia o seu treino – a jovem manipulava a espada dos Antigos com uma habilidade impressionante – ela tinha a leveza de uma bailarina no campo de batalha.

Nos últimos dois dias, ela havia ficado de cama, como conseqüência da sua ultima batalha contra os warlocks – as batalhas estavam ficando cada vez mais difíceis. Ela estava esgotada física e psicologicamente, mas ela nunca admitiria isso, afinal ela era a líder dos Guerreiros Estelares, não podia fraquejar.

Sua concentração foi quebrada por uma presença inesperada: poucas eram as pessoas que tinham coragem para interromper o seu treinamento, mas com certeza, essa pessoa tinha essa liberdade.

"Só um instante, mãe, eu vou destraçar o circulo de proteção" – após proferir algumas palavras e de fazer alguns gestos, a redoma prateada que envolvia a área que a jovem treinava desapareceu.

"Que Gaia sempre te proteja, minha filha" – Rhiannon beijava o rosto da filha, e estava com o semblante preocupado.

"Estou surpresa com a sua presença aqui, mãe, aconteceu algo?" - Krystall colocou a sua espada no suporte, e pegou uma toalha para enxugar o suor de seu rosto.

"Esta acontecendo, na verdade ... você não acha que anda exagerando? Você deveria estar se recuperando, ao invés de desperdiçar a sua energia. Você, mais do que ninguém sabe o quanto é desgastante usar os poderes do caos." – Rhiannon sentou no tatame, seguida pela filha.

"Eu estou bem ..." – Krystall mentiu, desviando o olhar de sua mãe: usar o poder do caos exigia muita energia e concentração, mas ela estava tentando superar os seus limites.

"Não, Krystall, você não está. Eu posso ver perfeitamente a cor da sua aura e as dos seus chacras.. e posso lhe assegurar que eu não gosto do que vejo." – neste momento, Rhiannon não falava mais como mãe e sim como sacerdotisa – "Você sabe muito bem que o trabalho mágico exige equilíbrio energético, e que os feitiços de Galtus são muito mais desgastantes que os da Terra".

Krystall estava visivelmente contrariada, mas continuou ouvindo em silencio.

"Minha criança, você só consegue empunhar a espada dos Antigos porque você tem dentro de sua alma o perfeito equibrio entre os poderes do caos e da ordem. Entretanto, se você estiver muito fraca, ou ferida, este equilíbrio ficara seriamente comprometido, e pouco a pouco o poder do caos ira sobrepor o controle dos poderes da ordem."

"Todos nós somos feitos de luz e sombras... mas no meu caso as sombras são mais fortes" – ela murmurou tristemente.

"A espada dos antigos só pode ser usada por alguém que mantenha o equilíbrio: se você passar do limite estabelecido pela espada, ela irá rejeita-la também." – Rhiannon olhava seria para a filha.

"Mas que absurdo!!!! A minha espada nunca me rejeitaria!!!" – então ela ficou pensativa, e continuou - "supondo que isso acontecesse, não haveria uma forma de reverter a situação?"

"Você precisaria desprender muita energia para fazer isso, filha, e considerando que esse problema seria causado justamente por você estar fraca ... isso poderia matar voc

FIM DO FLASHBACK

Krystall fechava os seus olhos, imaginando se um dia eles voltariam a ser abrir novamente.

Sesshoumaru havia conseguido se aproximar dela, mas no momento ele estava completamente imobilizado pelos tentáculos do Naraku. Apesar de estar na sua verdadeira forma, somente a sua cabeça ainda não estava coberta pelos tentáculos do inimigo, e se as coisas continuassem no ritmo atual, isso não demoraria muito tempo para acontecer.

"Hu-Hu-hu.. agora nada nem ninguém poderá me deter, me tornarei o youkai mais poderoso que já existiu.. mas, o que ..." – a frase vitoriosa de Naraku foi interrompida: ele sentiu um ser muito poderoso se aproximando em alta velocidade, e já muito próximo dele – "Impossível.. como eu não havia sentido essa presença antes?"

Um reluzente objeto prateado veio do alto, em grande velocidade, atingindo os tentáculos que aprisionavam Krystall, e um grande clarão cegou a Naraku e Sesshoumaru temporariamente – por um instante, Sesshoumaru sentiu um cheiro que chamou a sua atenção, e que o deixou confuso; mas devido aquele clarão, a única coisa que ele conseguiu ver foi um vulto feminino saindo furtivamente de perto deles, e então, quando o clarão desapareceu, o único rastro daquela pessoa misteriosa era uma encharpe dourada no chão. Então, ele pôde ver que Krystall estava livre dos tentáculos que a aprisionavam, e um pouco à sua frente, estava a Espada dos Antigos – o selo de proteção da espada havia se expandido, criando uma barreira a sua volta e de Krystall, que a protegia dos novos ataques do Naraku.

"Maldição, de onde veio essa espada?" – Naraku olhava ao seu redor, mas não pode encontrar o responsável por aquele ataque – não fazia sentido, mas o inimigo misterioso parecia ter sumido no ar.

"Minha .. espada ..." – Krystall abrira os olhos sentindo-se livre da energia maligna de Naraku, e boquiaberta tentava alcançar o objeto de suas suplicas – "Mais um pouco.. só mais um pouco"

Cada fibra do seu ser gritava de dor, mas ela sabia que não haveria outra forma de vencer aquele monstro e libertar Sesshoumaru – agora o youkai já estava completamente coberto pelos tentáculos, e no momento, não se mexia mais.

Então, finalmente, ela alcançou a sua espada, mas o selo de proteção a rejeitou – assim como a sua mãe a alertara, anos antes - lançando-a para os limites da redoma de proteção.

"... isso poderia matar você" – Aquelas palavras de sua mãe não saiam de sua cabeça.

Krystall levantou-se, e novamente tentou pegar a sua espada, acionando de novo o selo de proteção, mas, algo diferente aconteceu desta vez: a jovem concentrava toda a sua energia para restabelecer o equilíbrio de seus centros de poder, fazendo com qualquer ser vivo que estivessem a varias léguas daquele lugar sentissem as ondas de energia geradas ali.

InuYasha e seus amigos já estavam muito próximos, e foram atingidos por aquela onda de força – Kirara havia perdido o seu equilíbrio durante o vôo, mas se recuperou rapidamente.

"Aquela garota ... é ela quem esta fazendo isso?" – InuYasha estava espantado, a ultima lembrança que ele tinha de Krystall é dela estar entre a vida e a morte – e os sinais vitais dela não haviam melhorado muito desde que ele a vira pela ultima vez.

"O que você pretende fazer, mulher? Por acaso pretende se matar?" - Naraku estava estupefato, ele sabia que ela era muito poderosa, mas nunca imaginara que ela estaria em condições de usar tanto poder, debilitada como ela se encontrava.

"Se isso livrar o mundo de um monstro como você... eu me sacrificarei com prazer" – ela estava decidida a acabar com o inimigo e libertar Sesshoumaru a qualquer preço; então fechou os olhos, e empunhando a sua espada, fez uma última súplica aos seus Deuses:

"Ártemis, Aine , Rhiannon"

"Gaia , Brigith , Isis"

"Hécate , Ceridween, Sekmet"

Um circulo de energia dourada começou a ser formar ao seu redor, dentro da barreira de proteção da espada.

"Donzela, me conduza pelo caminho"

"Mãe, me conceda a tua força"

"Anciã, me ajude a vencer os meus inimigos"

Então, pouco a pouco, ela foi sendo coberta pelo mesmo brilho que havia formado o circulo à sua volta, ate que num determinado momento, Krystall abriu os olhos, encarando Naraku com determinação.

"Donzela, mãe, anciã... sua filha a convoca..."

"Conceda-me os seus poderes ... "

A barreira de proteção da espada dos Antigos começou a se expandir cada vez mais, destruindo todos os tentáculos que se encontravam no seu caminho, forçando o inimigo a recuar.

"Hum... pelo menos eu vou conseguir incorporar o lorde youkai ao meu corpo, como eu havia planejado inicialmente." – Naraku pensou enquanto começava a se retirar do campo de batalha; mas antes que ele conseguisse se afastar mais que alguns metros, a silhueta iluminada de Krystall apontou a sua espada na direção da massa de tentáculos que envolvia Sesshoumaru, lançando um raio de energia que libertou o Youkai de sua prisão.

Sesshoumaru havia se destransformado, e as suas roupas outrora impecavelmente belas, agora se encontravam esfarrapadas e sujas de sangue; o seu olhar perplexo se fixou naquela fêmea que ele havia escolhido para ser sua esposa - e, apreensivo, ele pode perceber que ela estava atacando no limite de suas forças.

"Que bom que você esta bem..." – ela murmurou, sendo ouvida apenas por Sesshoumaru, Inuyasha e Shannon, enquanto o brilho ao seu redor começou a diminuir lentamente, até desaparecer por completo, permitindo-os ver o cálido sorriso que estava em seu rosto – "Agora .. eu posso .. ficar tranqüila".

Então, a espada dos Antigos caiu fincada no chão, seguido pelo corpo inerte de sua mestra.

"Ora, ora... parece que todo esse esforço foi demais para a jovem... agora nada mais poderá me deter!!!" – Naraku voltou a investir contra Krystall e Sesshoumaru, mas os seus tentáculos foram destruídos por uma flecha purificadora de Kagome.

"Feh, é o seu fim, seu maldito!!!! FERIDA DO VENTO!!!!" – Inuyasha, atacou em seguida, destruindo grande parte do corpo de Naraku. Ele já estava se preparando para atacar novamente, quando uma forte ventania levantou uma grande nuvem de poeira, impossibilitando todos de enxergar qualquer coisa ao seu redor. Quando a poeira começou a baixar, eles puderam ver Kagura voando em sua pena, cercada por insetos venenosos, carregando Naraku para longe dali.

"Bah.. esse covarde fugiu de novo, mas pelo menos ele não vai nos incomodar por um tempo." – InuYasha guardou a Tessaiga na bainha, e voltou a sua atenção para o casal não muito longe dele. Apreensivo, ele percebeu que não podia captar os batimentos cardíacos da princesa... então, sentiu uma presença muito próxima, caminhou ate a encharpe dourada que havia aparecido em meio ao combate, e se afastou silenciosamente, sem que os outros percebessem.

Pela 1a vez, Kagome se aproximava o suficiente para reconhecer o rosto daquela mulher misteriosa, arregalando os olhos ao reconhecer aquela pessoa que ela sempre admirara.

"Eu não acredito... a tal princesa ... é a Prisma?!?!? Como ela veio parar na Era Feudal?"

"Você a conhece, Kagome?" – Shippou perguntou, surpreso.

"Sim... ela é da minha Era.. é a líder de um grupo de bruxos-herois da Inglaterra, os Guerreiros Estelares." – Kagome não conseguia sentir a força vital de Krystall, fazendo com que a tristeza tomasse conta dela: eles haviam lutado tanto para salva-la, e havia acabado assim? Imaginar aquela situação acontecendo com ela e Inuyasha era inevitável: talvez ela não devesse esperar para dizer ao hanyou sobre os verdadeiros sentimentos dela sobre ele.

Sesshoumaru se aproximou de Krystall tomado por uma sensação ruim - ele não ouvia os batimentos do coração dela, ou de sua respiração, simplesmente porque ela estava morta - o cheiro de morte era tão forte que estava quase a ponto de enlouquece-lo.

Ele se ajoelhou junto ao corpo dela, observando o seu semblante sereno: os seus olhos outrora brilhantes e cheios de vida agora estavam selados pelo sono da morte, sua pele morena clara estava pálida, e os seus lábios outrora quentes e macios estavam sem nenhuma cor. Ele fechou a sua mão e socou o chão, como se tentasse represar a dor de sua perda.

"TUM-DUM" – A Tenseiga pulsava, chamando por seu mestre.

Um brilho de esperança apareceu nos olhos Sesshoumaru – ele ainda poderia usar a Tenseiga para traze-la de volta à vida; então, ele carregou Krystall ate onde se encontrava a sua espada, sob os olhares atentos e silenciosos de Kagome, Miroku, Shippou e Kirara.

Repentinamente, ele parou, e começou a olhar ao seu redor, pois ele sentira novamente aquele cheiro que o estava deixando intrigado, mas não havia encontrado ninguém alem daqueles humanos e dos pequenos youkais que acompanhavam seu meio-irmão. Ele não encontrou InuYasha, mas não deu importância a esse fato, pois no momento ele precisava concentrar toda a sua atenção e energia na Tenseiga.

Ele colocou Krystall no chão e pegou a sua espada, esperando enxergar os enviados do outro mundo, para que ele pudesse elimina-los e dessa forma trazer Krystall de volta ao mundo dos vivos, mas isso não aconteceu: ao lado do corpo dela, ele pôde ver três seres que pareciam velar por sua alma: Uma maravilhosa Fênix com penas vermelho fogo, um imponente dragão branco e um guerreiro de armadura prateada.

Sesshoumaru estava confuso: aqueles três seres cercavam Krystall de uma forma agressivamente protetora, mas essa agressividade não era voltada a ele, e sim a um outro ser do mundo etéreo: um belo corvo que vinha na direção deles, e conforme ia se aproximando, ia se transformando numa sensual mulher humana, de longos cabelos negros, e roupa de guerreira, enfeitada com penas de corvo tão negras quanto os seus cabelos.

A mulher se moveu em direção à princesa, tendo o seu caminho bloqueado pelo Guerreiro de armadura prateada, fazendo-a rir sadicamente.

"Saia da minha frente, Guardião. Morrigan lhe ordena. A Senhora do Caos cumpriu a sua missão, e agora deve retornar a Summerland onde ira descansar, e como sua Deusa Madrinha, e estou encarregada de levar a criança divina até lá."

"Afaste-se dela" – A voz de Sesshoumaru ecoou firme e gelada – "Eu irei traze-la de volta à vida com a minha espada"

"A sua espada não funcionara contra mim, Lorde Sesshoumaru, ela só tem poder de ação sobre os servos do submundo, ela nunca conseguiria atingir uma Deusa." – A divindade parecia se divertir com determinação do youkai; em seguida os seus olhares se cruzaram, e ficaram assim se encarando por um tempo, como se estivessem medindo forças. Após ponderar sobre o que ela havia visto na alma de Sesshoumaru, a Deusa cruzou os seus braços e declarou:

"Preste atenção, Lorde Sesshoumaru. Vou lhe dar uma oportunidade, e nenhuma mais, de trazer a Senhora do Caos de volta ao mundo dos vivos. A jovem Krystall possui um guardião que tem a habilidade de devolver-lhe a vida, e eu exijo o sacrifício do mesmo, em troca da vida dela. Eu sugiro que você escute o seu coração, e faça uma escolha sábia – pois o destino dela esta em suas mãos." – então, a divindade se calou, e passou a observar silenciosa a reação do youkai.

A Tenseiga em suas mãos pulsava cada vez mais forte, oferecendo o seu poder milagroso ao seu senhor, e enquanto isso, os guardiões de Krystall saíram do lado de sua mestra, se dispondo em forma de circulo a volta de Sesshoumaru, fazendo uma leve referencia ao youkai.

"Qual deles... tem o poder de ressuscita-la? Os três são muito fortes, eu posso ver isso claramente... mas não é isso que ira traze-la de volta. Hum... talvez eu esteja fazendo a coisa de uma forma errada; lógica não tem lugar aqui, eu preciso sentir e não entender..." - então ele fechou os olhos para poder sentir melhor as vibrações das energias ao seu redor, e por isso não pode ver o sorriso de satisfação no rosto da Deusa Celta da Morte e da Guerra.

Ele apontou a Tenseiga para sua frente, e foi apontando a espada para cada guardião, até que ela começou a pulsar tão forte que quase pulara da sua mão. Ao abrir os olhos, ele encontrou o fio da Tenseiga apontada para a bela Fênix - a ave guardiã fez uma nova reverencia a ele, e resignada se dirigiu ate a sua mestra, transformando-se em energia pura e envolvendo o corpo dela com uma aura avermelhada, indicando a Sesshoumaru que ele já poderia usar a sua espada.

Mas ainda havia uma surpresa reservada para todos eles: a pulsação da Tenseiga mudara, então a lamina dela foi envolta por um leve brilho, que logo em seguida se transformou em chamas brancas. Sesshoumaru já havia passado por tantos sustos nos últimos dias que ele agiu como se nada de diferente tivesse acontecido. Ele simplesmente desejou que a sua escolha estivesse certa, e então, fechou os seus olhos e desferiu um poderoso golpe, eliminando a presença da Fênix deste mundo.

No momento que a espada flamejante de Sesshoumaru, destruiu a Fênix, pouco a pouco os seres do mundo etéreo começaram a desaparecer, e a Tenseiga parou de pulsar, tendo as suas chamas diminuindo até se apagarem completamente.

A ultima coisa que Sesshoumaru viu foi o olhar penetrante de Morrigan, lembrando de suas palavras "escute o seu coração, e faça uma escolha sábia – pois o destino dela esta em suas mãos"

Teria ele conseguido ouvir corretamente seu coração? Krystall parecia estar do mesmo jeito que antes, a Tenseiga não a revivera – ele havia falhado.

A espada caiu no chão, ao mesmo tempo em que o seu mestre se ajoelhava do lado do corpo de sua amada.

........

Shannon continuava escondida, observando os acontecimentos à distancia: ela não havia se preocupado quando Krystall havia caído morta no chão depois de salvar Sesshoumaru, porque esse fato também havia acontecido na linha de tempo de onde ela viera, e havia sido o evento que selara o amor de seus pais, pois segundo os registros, a Tenseiga havia trazido a Senhora do Caos de volta à vida – mas ela admitia que sentiu um grande aperto no seu coração ao assistir aquela cena tão forte. A garota havia ficado tão tensa que ao se aproximar tanto dos seus pais no passado, nem percebera que a encharpe que enfeitava seus cabelos havia ficado no campo de batalha.

"Bem.. a Tenseiga deveria ter funcionado" – Gota na cabeça de Shannon

A garota do futuro começava a ficar muito nervosa, aparentemente suas interferências não haviam sido suficientes: a Tenseiga não havia conseguido trazer a Senhora do Caos de volta da Terra de seus Antepassados... o que estava acontecendo?

Ela estava tão imersa em seus pensamentos, que não percebeu aproximação de certo youkai... de um certo meio-youkai de kimono vermelho para ser mais especifico.

"Ei, garota! O que você esta fazendo aaaaaaaaa....." – InuYasha sentiu-se sendo erguido do chão.

"Kiaaaaaai!!!!" - "VUPT!!!!"

"CRÁS!!! POFT!!! CATAPLOT!!!" - Pobre InuYasha! Ele não teve a menor chance - ele havia posto uma de suas mãos fortes sobre um dos ombros de Shannon, que assustada pelo puxão brusco reagiu sem perceber quem ele era: ela simplesmente fez como aprendera nas aulas de luta corpo a corpo, pegando o seu agressor pelo braço e jogando-o por cima do seu ombro, arremessando-o em direção ao lugar que ela estava observando.

Surpreso pela rápida reação da garota, InuYasha só teve tempo de dar uma rápida olhada no rosto dela, e de ouvir uma voz arrependida, já meio distante, enquanto ele quebrava a 5a arvore consecutiva durante a sua trajetória - "Ai!!!! Tio Inu?!?!?!"

"..." - InuYasha de olhos esbugalhados imaginava se ele havia enxergado e ouvido direito: aquela garota tinha uma meia-lua em sua testa? E que historia era aquela de tio?

"..." - Shannon com um gota gigante sobre a cabeça - ela concluíra que estava oficialmente ferrada.

........

Um silencio mortal cercava aquelas pessoas ao redor de Sesshoumaru – pelo menos até o momento que InuYasha caíra próximo aos amigos, lançado longe por sua 'querida' sobrinha Shannon, fazendo estardalhaço a respeito daquela youkai que o havia jogado daquela forma – sendo silenciado por uma serie de 'sentas' de Kagome, irritada com a falta de respeito do InuYasha com relação à perda do irmão.

Imaginando que Sesshoumaru gostaria de ter a sua privacidade preservada naquele momento tão delicado, Kagome convenceu todos a se afastarem, deixando-o velar por seu amor perdido. Ta certo que InuYasha foi convencido por coação, mas Kagome havia dito que era por uma boa causa, e portanto os fins justificavam os meios.

O youkai havia se sentado junto a Krystall, pegando-a em seus braços, tentando de alguma forma diminuir aquela sensação de perda que havia tomado conta dele. Seu coração estava apertado, e havia um sentimento de vazio tão grande que chegava a lhe causar dor física.

"Que ironia.. justamente eu que sempre desprezei os humanos, considerando- os inferiores por se deixarem levar por suas emoções... agora caio na mesma armadilha que eles. Eu só pude compreender o quanto você se tornou importante para mim, a aceitar o que estou sentindo.. agora que já é tarde demais, eu não pude protege-la."

Sesshoumaru abraçou Krystall com força, pressionando a cabeça dela contra o seu peito, e lembrou-se que a poucos dias atrás, eles estavam desta mesma forma – mas agora ele não sentia mais o calor do seu corpo, nem sentia aquele inebriante perfume que havia mexido tanto com ele, havia apenas um triste cheiro de morte no ar. O vazio que ele sentia no seu peito pareceu aumentar, então ele baixou o seu rosto, encostando o seu queixo nos cabelos macios de sua amada, fazendo com que a sua franja projetasse uma sombra sobre o seu rosto, ocultando um olhar tomado pela tristeza.

De repente, uma lágrima solitária, fugiu de um de seus olhos, brilhante, pura, deslizando por seu rosto, caindo como uma gota de chuva cristalina, que ao cair no rosto de Krystall, se dividiu em minúsculas gotinhas, criando uma linda mandala que refletia a luz do sol.

"Eu te amo... Krystall" – então finalmente ele admitiu, se dando por vencido, sem forças mais para lutar contra a realidade que ate então ele insistia em não aceitar.

O sol se escondia, com seu brilho ofuscado pela tristeza que cobria de brumas a Era Feudal.

........

Glossário:

Summerland
– a paradisíaca terra 'entre vidas' da wicca ( bruxaria ), onde as almas descansam entre as reencarnações. Ela é chamada por vários nomes em diferentes sistemas religiosos

Deusa madrinha – Uma divindade ( q pode pertencer a qualquer panteão – celta, grego, romano ) que possui uma conexao mais forte com a bruxa/bruxo, que o protege e orienta. Uma pessoa pode ter mais do que uma Deusa madrinha

Calma.. calma pessoal ( SE ESCONDENDO ATRAS DO MICRO )

Não fiquem bravos comigo, eu não sou má pessoa não .... O.o ..

Bem.. talvez eu seja um pouco ma...

Eu sei q este capitulo ficou um pouco dramático, mas o 7 já esta em andamento, prometo publica-lo o mais rápido possível.

Apesar da historia já estar chegando no fim... prometo algumas boas risadas depois de tanto drama.

Bjos

Artis ( artislasairhotmail.com )