Notas
Capítulo:Hum, para variar, eu adoro o título desse capítulo. E reli ele antes de publicar, fiz algumas modificações e está aí o resultado. Espero que gostem. Reviews, claro, por favor.
Autora: Apesar de ter avisado, acho que demorei um pouco. Desculpem. Eu fiz o upload do capítulo há séculos, mas simplesmente 'me esqueci' de postá-lo. -.-
Fic: O próximo capítulo está previsto para 19/05.
Reviews: Desculpem, eu estou com pressa para entregar esse capítulo a tempo. De qualquer modo, Muito Obrigada a Line (CLARo que é dedicada a você xD Eu mal sabia que você tinha lido, sério, mas foi bom ter algo para discutir - shippers), Yasmine Lupin (Não, não vou perder o disquete, prometo ), Dani Potter, TatyEvans, Bela, Le Evans, Mimi Granger ( Já que perguntou... Japão. Mas sou brasileira, de verdade. E aqui é "Golden Week" - a primeira semana de maio sempre é feriado xD) , Dark Akire ( Se não souber como colocar o segundo capítulo, me manda um e-mail que te falo x), Jully Luz (Ok, parei de me lamentar...), Mayara, Adriana Black ( E espero responder bem a pergunta ;-)
Capítulo 3 – Paixão aguda
Tiago Potter
Cheguei a única e simples conclusão de que Lily Evans realmente me supreende a cada momento. Ou talvez ela, de fato, apenas não seja desta galáxia, algo que suspeito há algum tempo. Ou, ainda, ela pode ser - na verdade, é - uma pessoa com problemas - entende-se eu - que muda de opinião a toda hora. Mas, não. Ela é tudo isso, para ser sincero. E a pergunta fica no ar: Por que raios fui me apaixonar por alguém tão complicada?
Juro, por Merlin, por Dumbledore, por Zeus, que tudo seria bem mais simples se ela não estivesse ali, no Salão Comunal, me esperando para o encontro. Eu sempre quis que isso acontecesse. Mas há muito tempo, me toquei que Lily Evans é somente um sonho para mim - e que sonho... A questão é que, quando ela sugeriu que fôssemos amigos, eu pensei em levar a sério. Talvez. Mas, essa tal "certeza" não durou sequer 24 horas - no momento em que a vi, logo no café da manhã, desisti. Lily estava linda, mesmo que estivesse comum. Apenas, por favor, me diga: Como uma pessoa em estado normal pode ser amigo da pessoa que ama?
E, quem sabe, eu estaria muito bem se não tivesse acordado depois da Segunda Noite de Conversa Amigável com Lily Evans com as lembranças totais do que acontecera na noite passada. Os Marotos me acordaram - de um modo nada, nada mesmo, gentil - e, minha primeira ação, ainda sonolento, foi disparar algo que lembrava:
"Lily, me deixa dormir mais um pouco!" - e depois tive que despertar de verdade, porque as risadas dos Marotos encheram a Sala Comunal; Isto é, Aluado, Monitor-Chefe-Certinho, fez força para não rir. O que, aliás, me fez pensar que simplesmente pensar em tal ato deveria também ser um crime, mesmo que não o cometesse.
"O que você andou fazendo, Pontas, para achar que somos a Evans?" - a voz de Sirius veio de bem longe, com sua risada canina.
"Ah, cale a boca, Almofadinhas" - resmunguei, irritado, massageando minha nuca, que reclamava da noite mal dormida naquela poltrona.
"Agora, falando sério..." - tive que sorrir. Sirius Black? Falando sério? - Por que você dormiu aqui?
Meramente dei de ombros. Eu abrira minha boca para responder qualquer coisa quando ouvi passos – aquele passo de anjo da Evans, tão cauteloso e leve... – e me sentei no mesmo instante, levando a mão à cabeça: parei no meio do gesto, lembrando que ela não gostaria que eu fizesse isso.
E, então, ela apareceu. É incrível como Lily consegue ser bonita de manhã, à tarde e à noite. Se as garotas de Hogwarts tivessem sequer um terço da beleza dela aqui seria o lugar mais bonito de todo o mundo. Alguma coisa – desse meu estado que o Aluado denomina Paixão Aguda pela Evans – deve ter transparecido na minha face, porque Sirius e Rabicho tornaram a rir. Remo meramente franziu a testa - às vezes eu gostaria que ele fôsse mais solto. Às vezes eu gostaria que ele fôsse mais maroto.
Lily parecia realmente levar a sério a palavra "Secreta". Por ela, Ninguém saberia de nossa pequena amizade. Assim, ela simplesmente cumprimentou Aluado, casualmente, do mesmo modo que faz todos os dias. Opa... Todos os dias?
– Ah, Olá, Remo – e o monstrinho do ciúme atacou: Por que afinal ela Sempre é tão atenciosa com o Aluado? – Eu estava pensando, depois do café será que poderíamos terminar aquela lista de – e posso jurar que ela sorriu um pouco: – detenções e a outra que a Professora McGonagall pediu?Será
Ele sorriu – e, outra pergunta do monstrinho: Por que eles sempre trocam esses sorrisos?
– Claro, Lily. Às onze, na Sala dos Monitores? – Sirius e Rabicho abafavam as risadas. Lily os ignorou, o que lamentei profundamente, afinal, eles mereciam uma lição. Podia calcular... Duas azarações seriam boas!
– Então, até lá! – e saiu para seu café.
Aluado se virou, me olhando preocupado, na hora que Lily passou pelo quadro da Mulher Gorda. Tenho certeza de que a raiva profunda que eu sentia estava escrita na minha cara.
– Sem ataques de ciúmes, ok, Tiago? – ele perguntou numa voz calma e cansada.
– E por que eu teria ciúmes da Evans, Aluado? – e Rabicho e Sirius riram com mais vontade que nunca. Remo deu de ombros, com aquela calma e superioridade irritantes, então saiu pelo quadro também. Sirius lançou um olhar claro a Rabicho ("Sai daqui"), ao que Pedro só fez uma careta, mas saiu rápido. Sei que ele mal via a hora de comer algo. Revirei os olhos quando ficamos eu e Sirius.
– Então... – Sirius começou, irritado, sem o menor vestígio de sorriso.
– Então o quê? – perguntei, querendo ir logo para o café. Minha mente estava cheia de informações. Lily, um beijo na testa, uma mostra de carinho e um ataque de ciúmes eram muitas coisas.
– Nunca houve segredos entre nós, Pontas. Por que você dormiu aqui?
É difícil esconder algo do Almofadinhas. Mas a gente faz o possível.
– Acordei no meio da noite e fiquei... Pensando.
O olhar dele de descrença não poderia ter sido mais claro. Eu não conseguia enganá-lo.
– Pontas... Tem a ver com a Lily?
Tinha. Eu tinha um único segundo para pensar sobre isso.
– Nada. Ei, olhe aqui. Aquela garota sequer olha para mim! – e o olhar dele não mudou. Tentei dizer a verdade por outro modo... Digamos que eu apenas omiti alguns fatos: – Sim, eu vim para cá pensando nela, ok? Já admiti que ainda não a esqueci, é suficiente?
– Não. Vocês dois estavam estranhos ontem. Trocando olhares – ele concluiu.
– O único olhar que a Evans me dá é de desprezo. Agora, chega de Inquisição, ok?
– Pensei que você confiasse em mim – Almofadinhas falou, numa voz meio solene, dando de ombros.
– Sirius... – eu comecei, quando ele se afastava. – Eu simplesmente não quero brigar com você. Por favor! – meu tom foi exasperado. Mas em geral uma pessoa pode gritar com Sirius que ele não se intimida.
– Você não quer ir tomar o café? Então, o que está esperando? A Evans te espera – o sorriso dele foi desagradável. Espere... Ele estava com ciúmes, ou algo do tipo?
– Você está louco! – eu murmurei, encaminhando para a saída. – Louco.
Eu estava meio adormecido. Na verdade, já ia abrir os olhos e dizer "Boa noite" quando vi ela me fazer deitar e me cobrir. Estranho. Muito estranho. Lily estava cuidando de mim. E, para coroar tudo, ela me beijou. Ok, um beijo simples e comum, na testa, de amigos, mas é um começo, não é? Tinha carinho! Ou... Ou pena.
Pessoalmente, não quero isso. Doerá muito mais a Evans ter pena de mim do que me odiar. Doerá fundo, ali no orgulho e eu sei que Nunca perdoarei isso. Quero dizer, nunca é uma palavra muito forte usada em frases erradas, totalmente. Eu próprio já disse "Nunca mais vou pensar na Evans", mas fracassei miseravelmente nisso.
Sorri quando ela me beijou. Era inacreditável, fiquei em êxtase. Ouvi os passos dela se afastando e toquei o lugar em que ela me beijara. Nunca me senti tão feliz nos últimos anos. Abri os olhos um pouquinho e vi aquela foto. Ela deixara para mim. Sorrindo, peguei-a e guardei no bolso. Prometi a mim mesmo que aquela foto teria uma moldura especial em nossa casa - quando nos casássemos...
– Eu te amo... – murmurei, lunático. – Lily...
Que droga! Eu sou um Idiota Apaixonado. Por outro lado... Lily justifica qualquer ação idiota.
Outro ataque de ciúmes. Ops... – estava ficando alucinado com isso, admito. Mas, a Lily tinha que sorrir tanto assim? Ela só estava conversando com o Aluado! Quero dizer, os dois estavam rindo. Então concluí que não falavam apenas de assuntos da Monitoria. Não se pode rir falando de detenções, pode?
O curioso era que Rabicho estava um pouco afastado, olhando para o casal ali meio chateado. Isso era bem fácil de ser entendido. Lily simplesmente o ignorava. Achava muito gentil de nossa parte – digo, da parte do Remo – nós darmos tanto apoio ao Rabicho, mas acreditava que ele não era muito um amigo de verdade. Lily, Lily, Lily.
Me aproximei e, como se fizesse aquilo todo dia, me sentei entre Aluado e Rabicho. Remo parou de rir e apenas franziu a testa, mas Lily continuava a rir abertamente. Amo quando ela resolve me ignorar.
– Onde está Sirius? – Remo me perguntou, numa voz cautelosa. Demorei alguns segundos para responder. Sinceramente, até o gesto mais comum da Evans (levar uma garfada a boca) parecia linda.
Meramente dei de ombros, na hora em que o dito cujo entrava pelas portas do Salão. É engraçado o efeito que o Sirius fazia nas garotas – a breve exceção da Lily, concentrada demais no seu suco de abóbora. As duas sonserinas se olharam e, então, Sinistra se levantou e foi falar com ele. Dois risos depois eles se afastavam. Lily apenas revirou os olhos. Me espantei muito quando ele se sentou ao lado da Evans. Não sei se meu espanto era por achar que ele queria ser morto por ela ou se por ele estar me provocando diretamente. Não se deixe provocar, veio aquela voz Interior Correta na Minha cabeça, é só isso que ele quer...
– Me passa a jarra, Evans? – a voz dele era incrivelmente agradável, de um modo que me lembrou alguém... Era uma situação engraçada, ver outra pessoa sendo agradável com a Lily. Ela revirou os olhos, surpreendida, mas passou a sim mesmo o suco. – Obrigado! – e o cafajeste simplesmente sorriu. Bom, eu também, intimamente. Anos a fio trabalhando com Lily te dizem que nem um sorriso mais sedutor do mundo pode fazê-la cair de joelhos, ainda que Hogwarts inteira se derreta por esse sorriso em questão. Então, se ele estivesse dando em cima dela (descaradamente, por sinal), estava começando do modo errado.
– Está bem hoje, Black? – ela perguntou, numa voz ligeiramente alegre, como se tivesse achando graça de alguma piada. Sirius pigarreou.
– Nunca estive tão bem... Principal... – mas ela o cortou! Imagine, alguém cortando Sirius! Ele nunca ficou tão escarlate de fúria.
– Bom para você, Black. – E se levantou. Sirius pestanejou enquanto ela colocava o casaco, provavelmente para sair para os jardins.
– Até mais, Lily – a voz segura de Remo lhe disse, ao que ela apenas sorriu. Então, Lily disse algo que me fez ficar velho, porque eu sabia ser direcionado a mim.
– Até mais tarde.
Decididamente sou um louco apaixonado!
– Agora, Pontas, não dê um ataque de ciúmes, está bem? – Sirius, com aquela voz doce, falou bem alto, o suficiente para Lily ouvir. Ela parou por alguns instantes, depois continuou como se nada tivesse acontecido. Eu arriscaria dizer que ela sorria.
– Por que eu daria, Sirius? Você conseguiu perder muitos pontos com a Evans, sabia? Primeiro, o sorriso. Ela odeia isso. Depois, a voz agradável. E, a fala melosa. Não, você precisa melhorar muito.
– E o que você sabe disso? – ele perguntou, carrancudo.
– Eu? Nada. Apenas sei que nada sei.
Remo deu uma risada fraquinha. Se Evans não fosse a primeira pessoa a respeitar nosso pacto amistoso secreto, eu apostaria que ela tinha contado algo. Ah, mas não, Aluado nem é tão aluado assim.
Devo confessar que não estava muito ansioso para que a noite chegasse logo. Quero dizer, eu ficaria encarando Evans pensando em tudo que lhe ocorrera na Sala da Monitoria com o Remo, morrendo de ciúmes e acabaria por ser grosso com ela ou talvez lhe beijasse a força. A segunda opção me pareceu muito convidativa, por sinal, mas isso obrigatoriamente significaria romper os laços dessa tão frágil amizade.
E, além disso, Remo me contou o que acontecera na Monitoria, detalhe por detalhe. Entretanto, não fui eu quem lhe perguntou isso e sim Sirius. Ele parecia querer me jogar contra Lily, não sei porquê. Pelo que ouvi (fingindo que não fazia nada mais interessante do que ganhar espetacularmente do Rabicho no jogo de xadrez), eles ficaram só fazendo mesmo aqueles trabalhos chatos, uma longa lista e depois saíram para arrumar a decoração de Natal. Falando do Natal, de repente me dei conta que só faltavam dois dias! Ou, melhor, uma noite...
– Então você não se divertiu? – Almofadinhas perguntou, com um tom levemente inquisitivo na voz.
– Já disse, só fiz longos trabalhos e ajudei a arrumar a decoração. Só – Aluado declarou pela enésima vez, olhando displicente para o jogo de xadrez.
– Deixe-o em paz, Sirius! – eu disse, quando Sirius abriu a boca para retrucar. Almofadinhas meramente me lançou um olhar de desdém, como se dissesse "Eu sei que você está morrendo de ciúmes". Dei de ombros. – Xeque-Mate! – eu declarei, num bocejo. – Vamos dormir? – e minha intenção era me levantar o mais cedo (ou tarde) possível para ir me encontrar com a Evans.
– Ainda é cedo! – Sirius retrucou, o que tive que admitir que tinha certa razão. Nem eram 11 horas ainda.
– Seja honesto, Almofadinhas, não é – Aluado falou. – Vamos, está realmente na hora de todos dormimos. – E me lançou um olhar claro e silencioso.
– Falou o Monitor! – Rabicho disse, já se levantando, bocejando abertamente. Sirius resmungou, daquele jeito curioso que lembra um latido e subiu, logo atrás de Rabicho.
– Bom... Boa noite, Tiago – desejou Remo, sorrindo. Dei de ombros ("Espero que realmente seja") e subi ao dormitório. Sequer fechei os olhos.
Minha intenção era ser um pouco frio com a Evans, talvez para que ela se sentisse culpada e me bajulasse, de um modo que eu não precisasse admitir que sentia ciúmes, muito ciúmes. Mas qualquer sentimento negativo que sentia teve de ser imediatamente apagado quando desci silenciosamente ao Salão Comunal, lá pelas duas da manhã e a encontrei adormecida numa poltrona. Por Merlin! Como alguém pode ser tão linda?
De um modo que me lembrava muito um anjo, Lily estava deitada como um gato, aquelas mechas ruivas caindo sobre a face, agora iluminada pela luz do fogo. Linda, doce, angelical, perfeita. E como eu gostaria de acrescentar "minha".
Não tive coragem de acordar-lhe, nem de lhe tocar, temendo atrapalhar aquela visão. Fiquei longos minutos assim, apenas contemplando-a, imerso em pensamentos profundos. Como alguém pode ser tão... Perfeita?
Então, Lily se mexeu. Abriu os olhos e pude vê-la corar imensamente quando nossos olhares se encontraram e ela percebeu o quanto eu a contemplava profundamente. Ela pigarreou, sem graça e se sentou normalmente, enquanto sua face ia deixando de ser escarlate: sempre desejei que eu também conseguisse não corar em momentos... digamos... indelicados.
– Você demorou! – ela comentou, se espreguiçando. Agora não tinha mais sequer um vestígio de ter ficado vermelha algum dia.
– Sentiu minha falta? – perguntei, num tom que sugere brincadeira.
– Nem faz idéia do quanto – respondeu Lily, mas eu não saberia definir se ela brincava. Lily é muito impulsiva. – Afinal, por que me fez esperar por uma hora?
– Por uma hora? Você está aqui desde há uma da manhã me esperando? – e, não sei porquê, ela tornou a corar.
– É mais ou menos isso... Você não dormiu, dormiu?
– Nem um pouco – admiti a contragosto, temendo que ela perguntasse por que. Evans não gostaria de saber que ela era a causa da minha insônia. Ow, como se Hogwarts inteira não soubesse disso! – Mas, diga, por que você não foi dormir?
Lily sorriu.
– Não estava com sono – ela retrucou, num tom animado. Aquela era uma mentira descarada.
– Sei... Normalmente as pessoas dormem quando estão com sono.
– Não sou uma pessoa normal – disse sabiamente. – Sou uma bruxa.
– E bruxos não são normais? – perguntei, curioso pela resposta dela.
– Deixe-me ver... Se eu fosse minha irmã a resposta seria Não... mas como eu sou Lily Evans a resposta é Não, não são normais, são diferentes.
Nós dois rimos um pouco.
– Qual o problema da sua irmã? – perguntei, franzindo a testa.
– Não sei – Lily falou sinceramente. – Ela é trouxa, sabe, mas não gosta muito de magia. Ou talvez não goste de mim.
– Impossível! – murmurei, mais alto do que pretendia, o que fez o sorriso dela embaçar.
– O que é impossível, Potter? – ela perguntou um pouco ameaçadora, erguendo as sobrancelhas.
– Impossível é trouxas conviverem com magia, Não concorda? – e minha voz tinha um tom tão verdadeiro que até mesmo eu me surpreendi.
– Mais ou menos... Eu já sou maior de idade e pude fazer algumas mágicas pro meu pai, e ele adorou muito. – Então ela corou: – É claro que ele já tinha visto outras mágicas...
Pisquei os olhos.
– Você já fez mágicas antes de ser maior?
Ela revirou os olhos.
– Algumas.
– Quantas? – ele perguntou maroto, no mesmo tom que ela.
– Se te interessa tanto – Lily respondeu, numa voz seca. – Recebi três cartas... nada muito sério, mas suficientes para eu aprender – ela concluiu num tom displicente, como se fossem comuns receber cartas de notificação do Ministério da Magia todos os dias.
– Então devo mudar meus conceitos sobre você, Lily. Você agora é meio certinha.
Ela sorriu e não respondeu.
– Já está tarde – comentei, mordendo os lábios. Ela deu de ombros. – Você conversou bastante com Lupin hoje – eu disse, o monstrinho do ciúme de repente me atacando.
– Ele é um bom amigo – ela respondeu calma, antes de finalmente entender minha indireta. Sorriu marota. – Com ciúmes, Potter?
Bufei alto, irritado.
– Por que teria? – perguntei numa voz desafiadora, ao que ela apenas sorriu vitoriosa. Senti aquele fiozinho de esperança correr pelo corpo de novo. 'Se ela está tão preocupada em fazer você admitir que ainda gosta dela é porque há algum interesse'. Sorri intimamente e isso me fez lembrar algo. Agora eu sorria marotamente por fora. – Por sinal, obrigado, Evans.
– Pelo quê? – ela perguntou, numa voz apática, contemplando o fogo.
– Por ontem... – aquilo era suficiente. Vi Lily fechar os olhos por um instante.
– Não foi nada – ela disse, entredentes, como se lhe doesse dizer aquilo.
– Se não fosse nada eu não estaria agradecendo – retruquei simplesmente.
– Podemos mudar de assunto? – Lily pediu bruscamente, fazendo eu me calar. Encarei-a nos olhos. Ela não estava brava comigo, somente não estava gostando da conversa. Dei de ombros, a conversa daquele dia não seria muito boa.
– Desculpe – murmurei, irritado, sem saber o que falar. Eu sempre me senti um idiota perto dela. Ou talvez eu seja um sempre.
O silêncio – aquele silêncio irritante e chato que deixa todo mundo constrangido – chegou e assim as três horas da manhã se passaram. O tempo voava enquanto eu estava com Lily, no sentido mais puro da palavra 'estava'.
– Bom – ela finalmente se levantou, cansada. – Acho que já é bem tarde... É... Boa noite.
– Ah, Evans... – chamei-a, com uma voz séria e ela se voltou para mim calmamente. Não piscou os olhos e sua pupila ia se contraindo quanto mais eu me aproximava dela. Lily era quase tão alta quanto eu, de modo que estávamos a mesmo nível. – Eu só queria dizer... – e mais uma vez não consegui. A frase que eu tanto queria dizer morreu ao contemplar seus olhos. - Boa noite... Evans – e, fechando os olhos, lhe dei um beijo de despedida, em sua face pálida.
Ia até as escadas quando ouvi a voz dela.
– Lily... Me chame de Lily.
Eu já disse que a voz dela era música aos meus ouvidos? Eu já mencionei que ela é a bruxa mais linda da face da Terra? Eu já disse que enlouqueceria se não a tivesse?
Pelas barbas de Merlin! E me avisaram para não me apaixonar! Malditos tolos apaixonados. Eu sou o pior deles!
