Disclaimer: Of course the characters are not mine.Wonderful J. K. Rowling owns them.

Esqueci de dizer que essa fanfic está sendo postada, com outro título (A Herança Indesejada), no site hogsmeade . com . br. Resolvi mudar de nome porque estou fazendo algumas modificações. E porque não estava muito satisfeita com o título antigo.

Quem é aquele bruxo?

"Estupefaça!" Remo não esperou para ver quem era aquele estranho que fingia ser ele. Tudo indicava que devia ser algum Comensal da Morte tentando atrair Harry para longe da casa de seus tios e da proteção que ali gozava. Obviamente estava usando Poção Polissuco.

Tia Petúnia teve um faniquito e ameaçou expulsar Remo dali. Acabou sendo estuporada também. Remo Lupin não tinha tempo para discussões. Precisava pensar rápido. O que fazer com aquele bruxo desconhecido? Levitou o bruxo até o quarto de Harry e reanimou Petúnia, lançando-lhe um leve feitiço de memória para que ela não lembrasse do estranho.

Chegando no quarto, Remo disse: "Bem, Harry, acho que tenho que ir para a sede da Ordem, ver quem está por lá para decidirmos o que fazer com esse cara aí."

"Você vai levá-lo?" perguntou o rapaz.

"Não. Você esqueceu que a sede está com o Feitiço Fidelius? Sem Dumbledore, eu não conseguiria levá-lo. E, mesmo que Dumbledore estivesse disponível, não convém permitir que um Comensal possa entrar lá."

"Pô, claro! Que panaca que eu sou! Mas quer dizer que eu vou ter que ficar com ele aqui sozinho, sem poder usar mágica?"

" É só por pouquinho tempo. Ele está estuporado. Tenho que decidir para onde levá-lo antes de fazer um portal. Tem que ter mais gente da Ordem no local para podermos interrogá-lo com segurança. Bem, já vou. Não saia daqui. Ainda é o lugar mais seguro para você estar. Já volto."

Por via das dúvidas, Remo estuporou o sujeito de novo e se foi. Uma coisa estranha ocorreu então. Os pés de Remo se enroscaram nas vestes do bruxo e ele foi arrastado junto com Remo. Quando viu o que acontecera, Harry ficou apavorado. Onde aquele bruxo estranho teria ido parar? Ele não poderia entrar na sede da Ordem. Será que Remo tinha conseguido chegar são e salvo no Largo Grimmauld? Será que tinha rachado?

Remo não demorou muito para voltar e contou que, afinal, tinham ambos chegado à sede da Ordem. Mas estava muito desconfiado – como aquele bruxo tinha conseguido entrar lá? Bem, Remo não sabia ainda qual a verdadeira identidade do homem com a Polissuco. Despediu-se de Harry e garantiu que no dia seguinte voltaria para continuar com as aulas de oclumência. Traria então noticias.

"Quer dizer que vou ter que esperar até amanhã?" o garoto não estava nada satisfeito com essa perspectiva.

"Harry, a Ordem não estava esperando por isso. Teremos que juntar quem for possível para interrogar o sujeito e decidir o que fazer. Possivelmente teremos uma noite longa e trabalhosa. Mas provavelmente você não estará correndo perigo se continuar aqui dentro. Não saia desta casa de jeito nenhum até que eu chegue amanhã.

E não se esqueça de treinar oclumência. Tente não pensar no estranho, já que você não pode fazer nada a respeito. Ficar pensando nele só atrapalhará o seu desempenho na oclumência. E fechar a sua mente é a coisa mais importante que você PODE fazer, O.K.?"

Harry viu que só restava se conformar. Mas foi um bocado difícil tentar a oclumência aquela noite. A ansiedade era grande e evitá-la quase impossível. Mandou umas corujas para Rony e Hermione, mas não podia dizer muito nelas. Escreveu o seguinte:

Retomei hoje o estudo daquela matéria em que falhei terrivelmente no fim do último período. Um amigo vai me ajudar, um amigo com quem aprendi provavelmente mais do que com qualquer outro. Espero logo estar com vocês.

E as cartas prosseguiam com os assuntos particulares de cada um, as habituais perguntas sobre a saúde, as férias, etc.

Depois Harry foi dormir, tentando fortemente acertar com a oclumência. Conseguiu dormir bem, sem pesadelos, e acordou com Edwiges lhe entregando a a resposta de Rony.

Harry,

Soube do que aconteceu em sua casa ontem. O Gui esteve com o seu amigo e está por dentro de tudo e – milagre! – contou para mim e para a Gina. Você pode ver por aí que não há nada demais na história e nem há perigo maior nela. Logo você saberá de tudo.

Os gêmeos estão de mudança. Vão morar sozinhos em Londres, para ficarem mais perto da loja e poderem fazer seus experimentos sem as recriminações da mamãe. Ela, em compensação, está apavorada. Diz que os tempos estão perigosos e que eles podem ser atacados pelos Comensais. Como sempre, ela exagera. Por que eles atacariam logo aqueles dois? Deve haver outras prioridadespara um bruxo das trevas do que atacar aqueles dois panacas.

Um abraço, bicho,

Rony

P.S. da Gina: Harry, não fica chateado da gente não te contar nada. É que a gente sabe que realmente você vai ficar por dentro do acontecido ainda hoje. Não há por que arriscar colocar informação que pode ser perigosa nesta carta.

Um abraço,

Gina

Harry ficou aliviado com a carta e gostou que Gina também tivesse escrito. Agora que a garota superara a paixonite que tivera por ele em seus primeiros anos na escola, ela vinha se mostrando uma amiga bastante legal. E, afinal, a experiência que tiveram no Departamento de Mistérios servira para aprofundar os laços.

Isso o fez lembrar-se de Luna. Será que a garota tinha conseguido mesmo encontrar os tais Bufadores de Chifres Enrugados? Será que isso existia mesmo? Harry já não duvidava. Afinal muitas das "lucuras" da Di-Lua no final das contas nada tinham de doidas.

À hora marcada Remo chegou e foi logo contando por que tinha conseguido aparatar com aquele bruxo no Largo Grimmauld. Ele simplesmente era Estúrgio Podmore, membro da Ordem da Fênix.

"O QUÊ!" Harry ficou olhando com ar apalermado, com a boca e os olhos tão abertos que tomavam todo o seu rosto. " COMO ASSIM? O Estúrgio é um traidor?"

"Bem, achamos que não. É claro que procuramos nos certificar disso. O que aconteceu com ele foi que Lúcio Malfoy lhe lançou uma Maldição Imperio para que ele pegasse a profecia. Mas o pessoal do Ministério o apanhou em flagrante e ele foi sentenciado a seis meses em Azkaban, como talvez você tenha sabido. Saiu nos jornais. O que ele nos disse ontem, porém, foi que a coisa não ocorreu exatamente assim. Os Comensais o trocaram por Rabicho com a Polissuco antes do julgamento. Lúcio conseguiu passar a Rabicho um frasco para ele ficar renovando as doses da Poção até chegar à prisão. Uma vez preso na cela, ele ficava a maior parte do tempo como Rabicho. Eles tiveram a idéia por causa da fuga de Sirius. Se um animago pode resistir melhor aos dementadores, quem melhor do que Rabicho para ir lá e montar um esquema de fuga para os Comensais leais a Voldemort que lá estavam? A cada quinze dias, algum dos comensais livres, como Macnair ou Malfoy arranjava um pretexto para ir lá e dava um novo frasco com a Poção Polissuco a Pettigrew. Enquanto isso, Estúrgio foi mantido prisioneiro deles, que precisavam dele vivo para a Poção. Enfim, eles usaram tudo o que deu certo com Crouch Jr. e com Sirius.

Ao fim do tempo da sentença de Estúrgio, houve aquela fuga em massa e Rabicho voltou para Voldemort. Nunca soubemos porque Estúrgio desapareceu ao ser libertado. Agora está claro. Ele nunca foi de fato libertado dos seus verdadeiros carcereiros, os Comensais e Voldemort. Até ontem.

" Sabe de uma coisa?" Harry falou devagar, como quem está buscando a informação em alguma parte escondida do cérebro. "Lembro que no dia do julgamento de Estúrgio eu tive uma daquelas terríveis dores da cicatriz. Eu estava com a Umbridge e fiquei pensando se ela seria uma Comensal. Cheguei a comentar o assunto com a Hermione. Mas depois me dei conta que a cicatriz doera porque Voldemort estava muito contente. Deve ter sido por isso, por ter conseguido infiltrar Rabicho dentro de Azkaban. Sei que foi nesse dia, porque discutimos o assunto quando o jornal chegou no dia seguinte."

" E agora, o que vai acontecer com Estúrgio? E vocês têm certeza de que ele está falando a verdade? E por que ele veio parar aqui? Como eles conseguiram fazer poção para fingir ser você?" Harry perguntou depois de uma breve pausa em que os dois bruxos ficaram pensando naqueles acontecimentos inesperados.

Remo levantou os olhos, como saindo de um transe. " Ahn? Bem, demos uma poção da verdade a ele, que a tomou por livre e espontânea vontade. Disse-nos que o mantinham sob a Maldição Império, mas com o tempo foi ganhando resistência. Só que não deixou que eles percebessem isso. Ontem mandaram-no para cá, para ver se conseguiam atrair você para fora da casa. Aqui sabem que não conseguem fazer-lhe mal. Na verdade, sabiam que era um plano arriscado demais, mas queriam tentar logo, antes de você sair daqui, pois não sabem se você ficará em outro lugar nas férias, na sede da Ordem, por exemplo. Lá também não conseguem chegar com facilidade. E Hogwarts está relativamente bem protegida.

"Mandaram Estúrgio", continuou Remo "porque se o apanhássemos a perda para eles não seria importante. Já tinham usado Estúrgio para o que precisavam e imaginavam que talvez o matássemos antes de verificar sua verdadeira identidade. Não imaginaram que o pegaríamos assim tão facilmente. Bom ele se salvou, mas não vai nos ser de grande valia, já que os Comensais não permitiram que tivesse informações. Mesmo assim, ele sabe mais do que eles pensam, pois tentou espionar um pouco, depois que começou a resistir à Maldição Império. Ele nos disse que pretendia se revelar a você e tentar voltar a entrar em contato com a Ordem imediatamente.

Quanto à Polissuco, o próprio Estúrgio não sabe direito.Eles não tinham por que lhe contar. Mas acha que foi o Malfoy que arranjou um fio de cabelo meu, porque a poção foi feita no dia seguinte à primeira visita de Narcisa ao marido em Azkaban. De fato, estive muito próximo a ele na luta no Ministério. talvez um fio de cabelo meu tenha ido parar em suas vestes.

Bom, chega de papo. A informação que você tem já é bem mais do que o suficiente. E depois disso, Dumbledore achou melhor tirá-lo daqui o mais rápido possível. Você ainda tem que ficar uns dez dias, para renovar o feitiço que o protege. Depois irá embora comigo, ainda antes da lua cheia. No seu aniversário, porém deve voltar aqui, comemorar aqui, para reiterar esta casa como sendo a sua morada. Mas só por um dia. Vamos à aula?" e começaram a trabalhar.

A aula foi mais uma vez excelente e depois dela, Remo desceu e foi conversar com a tia Petunia sobre a possibilidade de Harry ir embora dali a dez dias. Petunia achou ótimo, mas disse que teria que falar com seu marido antes de dar a permissão final. Com alívio, tio Válter a deu. Não queria aquelas pessoas esquisitas rondando a sua casa. Com sorte conseguiria chegar ao final do verão sem maiores incidentes.

Pela primeira vez desde a morte de Sirius, Harry sentiu uma certa alegria. Sair da casa de seus tios em dez dias e rever seus amigos seria ótimo. Não gostaria, porém de ficar preso no Largo Grimmauld. Aquele lugar era muito cheio das recordações de Sirius, além de ser um cenário mais condizente com bruxos das trevas.

A semana seguinte foi menos dolorosa. O esforço para se concentrar nas aulas de oclumência tinha ajudado bastante o rapaz a lidar com a tristeza e a preocupação.

Harry começava a conseguir sair do estado de melancolia em que tinha vivido no último mês e sentir alguma alegria por estar vivo e por saber que em breve estaria de novo entre amigos.

Por outro lado, o rapaz conseguiu avançar com relativa rapidez no seu treino de oclumência e quando chegou à última lição ainda na rua dos Alfeneiros, já conseguia barrar Remo de sua mente.

Este comentou que era bom que estivesse mesmo indo embora, pois para avançar no treino precisaria agora ter aulas de um Legilimente melhor, talvez o próprio Dumbledore. Como o dia de ir embora chegara, Harry poderia ter aula com o próprio diretor de Hogwarts dali por diante.