Disclaimer: All the characters, the world, the environment belong to J.K. Rowling
Todos os personagens, ambientes, o universo desta história pertencen a J. K. Rowling.
Queria agradecer a Lua, pelas sugestões e por apontar incoerências que havia na história.
Respondendo a Sunabi Samura. Eles já estão de volta a Hogwarts, mas confesso que achei muito difícil . Hogwarts implica lidar com personagens demais. Acho que não estou muito preparada para isso. afinal, essa é minha primeira fanfic. Então fiz Hogwarts, mas praticamente sem as aulas. Desculpem, se os deixo frustrados.Quanto às outras pessoas que postaram reviews, fiquei contente que tenham gostado. É legal receber feedback pois não fiz propaganda da minha fanfic em nenhum lugar, nenhuma das listas, fóruns e nem no site de que faço parte.
De Volta a Hogwarts
Até o fim das férias, as notícias do mundo bruxo foram ficando cada vez mais preocupantes. Até que, no dia 30 de agosto, a Suprema Corte dos Bruxos liberou Lucio Malfoy, Crabbe, Nott, Avery e Macnair, pois julgou-se que não havia suficientes evidências contra eles. A liberação de Malfoy foi o estopim para a renúncia do ministro Cornélio Fudge, pois aos boatos e denúncias relativos à sua corrupção, acrescentou-se a acusação de ser arbitrário e de perseguir gente inocente, para escamotear sua falta de preparo para lidar com o Lorde das Trevas.
Harry, porém, evitava pensar nessas histórias. Ao contrário do ano anterior, quando estava sempre querendo saber o que se passava com os Comensais e Voldemort, Harry agora tentava saber só o mínimo necessário, de modo que não fizesse papel de bobo ao voltar para a escola. Ele agora tinha de se preocupar em manter a oclumência de modo permanente e, por isso, ficar preocupado com esse tipo de coisa era algo a que não podia se permitir. Como Remo lhe dissera, não adiantava se preocupar com as coisas a respeito das quais não podia fazer nada.
Em vista das circunstâncias, no dia da partida para Hogwarts, todos estavam particularmente tensos. Remo e Tonks, além de Gui, acompanharam os quatro adolescentes até King's Cross. Tonks não via Harry desde o aniversário de Neville e achou o rapaz diferente.
"Nossa, Harry, o que aconteceu com você? Está com os olhos brilhantes, está um gato! Nem parece que está passando por um momento difícil! Já sei! Apaixonou-se."
"Na mosca! disse Gui. Não sabia que você era assim tão perceptiva."
"Não sou, mas está está realmente óbvio. Quando alguém ganha esse brilho no semblante assim, de uma hora para outra, só pode ser paixão. As garotas vão cair em cima de você, Harry. Agora você voltou a ser herói e ainda por cima está queimado de sol, com os olhos brilhantes e realmente charmoso. Espero que o objeto da sua paixão não se importe. Quem é, por falar nisso?"
"É a Gina, quem mais haveria de ser?"
Harry enrubesceu, meio sem jeito. Mas pensou que até que não seria mal, se houvesse algumas meninas dando em cima dele. Primeiro, porque com mais moças ao seu redor, ficaria mais fácil disfarçar que a única que importava realmente era Gina. Depois, porque ter atenção do sexo oposto sempre é bom para o ego.
Remo fez Harry prometer que traria sempre consigo o espelho de Sirius, já consertado. Pois o seu par tinha sido encontrado entre as coisas de Sirius. Para que Harry pudesse contactá-lo quando precisasse de auxílio ou aconselhamento urgente.
No trem, os quatro entraram juntos para arranjar um compartimento. Mas Rony, Hermione e Gina deveriam ir para o vagão dos monitores. Procuraram um compartimento vizinho a um outro com gente da AD, para que Harry não fosse importunado pelos sonserinos, já que talvez ficasse sozinho boa parte da viagem. Não poderia haver muito mais gente com ele, pois toda a bagagem e os bichos dos quatro ocupavam bastante espaço. E foi justamente ao lado de Ernesto Macmillan, Justino Finch-Fletchley e Zacharias Smith que os quatro conseguiram um compartimento vago. Por sorte, Neville logo se juntou a eles e Harry não precisou ficar só.
Quando Gina se despediu para ir à reunião, encontrou com Dino, que queria se desculpar com ela e reatar o namoro. Ela disse que não tinha mais jeito e que depois conversavam, pois senão ela se atrasaria.
Harry viu os dois conversando e sentiu uma pontada de ciúmes. Tratou, porém, de controlar-se. Afinal tinham sido os ciúmes do Dino que fizeram a Gina romper o namoro com ele e Harry não poderia arriscar. E depois, ele tinha certeza de que Gina não estava mais interessada em Dino.
Tonks tinha razão, algumas garotas passaram, lançando olhares e risadinhas para Harry. Até Parvati veio falar com ele. E disse explicitamente que ele estava mais charmoso. Foi bem nessa hora que Draco Malfoy passou pelo corredor e lançou o seu habitual veneno.
"Está agora namorando essa daí, Harry? Pelo menos ela não é uma sangue ruim, você está subindo de nível. Pena que você não vai poder levar esse namoro muito longe, já que é um homem morto."
"É o que você gostaria, mas não vai acontecer. E te manda logo, senão você é que vai se tornar um homem morto."
Os dois se encaravam sem piscar, varinhas em punho, quando os rapazes da Lufa-Lufa, que estavam no compartimento vizinho, chegaram até a porta e lançaram um olhar ameaçador sobre Malfoy. Este balbuciou uma desculpa sobre estar atrasado para a reunião dos monitores e foi embora.
"Obrigado" disse Harry para os colegas.
"Não há de quê. Na verdade, ainda não o tínhamos visto. Você sabe que nós fomos muito melhor no N.O.M. de D.C.A.T. que os nossos colegas que não participaram da AD? Você nos ajudou." AD era o grupo a quem Harry dera aula de Defesa contra as Artes das Trevas no ano letivo anterior. "Nós tivemos de Excede as Expectativas para cima, enquanto o resto da classe não conseguiu nada melhor que Aceitável.
Luna acabou por se juntar a eles também, com a última edição d'O Pasquim nas mãos. Esta trazia especulações sobre quem deveria ser o próximo Ministro da Magia: Celestina Warbeck, Lúcio Malfoy ou Amos Diggory. Harry não sabia se dava para acreditar. O que Celestina, uma famosa cantora, tinha a ver com política? Bem, tratava-se d'O Pasquim, afinal de contas. O melhor era não tocar no assunto com os amigos. Afinal, a Luna viria com uma teoria maluca qualquer e ele teria que se esforçar para não ridicularizá-la e , além do mais, tinha a questão da oclumência. Não adiantava ficar preocupado com isso.
Harry e Neville ficaram conversando sobre a nova varinha de Neville e a Mimbulus Mimbletonia (que desta vez ficara em casa, mas uma muda tinha sido dada à Prof. Sprout), enquanto Luna lia. Acabaram falando do ocorrido no Departamento de Mistérios e Neville pediu desculpas por ter deixado cair a profecia. Harry então contou toda a verdade.
"Quer dizer que a profecia poderia ser sobre mim? É por isso que tinha um ponto de interrogação do lado do seu nome?"
"É, acho que sim."
"Pô, ainda bem para o mundo bruxo que Você-Sabe-Quem foi atrás de você. Quer dizer, sei que para você é uma barra e que isso acabou causando a morte de seus pais. Mas não acredito que eu pudesse enfrentá-lo e destruí-lo."
"O pior é que eu tampouco acredito que eu consiga destruir Voldemort."
"Você já conseguiu enfrentá-lo e sair vivo algumas vezes, sendo que, da primeira, ele ficou fora de combate por muitos anos."
"Por pura sorte. Ou melhor, pelo sacrifício de minha mãe, não por mérito meu."
Ficaram calados por um tempo. Harry, por fim pediu aos amigos que não falassem da profecia para ninguém, pois Voldemort pensava que ela estava destruída e se alguém soubesse que a conheciam, todos eles estariam correndo ainda mais perigo do que já correriam de qualquer modo.
A viagem transcorreu sem maiores incidentes, a não ser pelo fato de Crabbe e Goyle terem achado que Luna era namorada de Harry, pois quando passaram por ali, Neville tinha saído atrás de Trevo, seu sapo. Harry achou que era uma boa coisa, pois certamente comentariam com Draco. Talvez Draco ficasse na dúvida sobre quem era a sua namorada, Luna ou Parvati..
Quando Gina voltou, Harry reparou que ela também atraía olhares do sexo oposto. Na verdade, ela era muito bonita, o Harry é que não tinha percebido antes, envolvido com a Cho e com os diversos problemas que o tinham atormentado no ano anterior.
No banquete de abertura do ano letivo havia menos alunos que de costume e sentia-se um certo nervosismo no ar. O Chapéu Seletor novamente exortou as casas de Hogwarts a se manterem unidas.
O que teve de bom é que a nova professora de Defesa contra as Artes das Trevas parecia ser competente. Hipólita Luxembourg tinha trabalhado como auror na primeira guerra e depois, ao se aposentar, tinha ido para a Romênia cuidar de dragões. Agora, Carlinhos tinha conseguido convencê-la a aceitar a oferta de emprego de Dumbledore. Rony já tinha ouvido falar dela, como colega do irmão. Ela tinha realmente experiência não só de enfrentar os Comensais, mas também bruxos das trevas de várias partes do mundo.
Durante o banquete, Harry reparou que muitos garotos ficavam paquerando a Gina e que as garotas realmente pareciam estar bem mais interessadas nele do que no ano anterior. Gina também reparou nesta última coisa.
Depois de Gina, com os outros monitores, levar os colegas para a Torre da Grifinória, ela e Harry voltaram a se encontrar no corredor e a garota reclamou.
"Está certo que é melhor que não saibam que estamos namorando, mas você precisa olhar para todas as garotas da escola?"
"Gina, eu só estava reparando que a atitude delas realmente mudou. A Tonks bem que avisou que isso ia acontecer."
"Ah, qual é? Quer dizer então que isso é só resultado de você ser gostoso? Dá um tempo, Harry."
"Por que? Você não me acha gostoso?"
"É claro que sim. Mas também não é o rei da cocada. Não vai me dizer que todas desfalecem só por causa dos seus belos olhos."
"Você também atrai muitos olhares e paqueras masculinos e não estou reclamando. Sinto até orgulho de uma menina tão bonita ter se dignado a ser minha namorada." Harry disse sem muita conviccção, afinal ele tinha ciúmes sim, e tentava desesperadamente disfarçar. Mas os ciúmes da Gina não o incomodavam muito. Pelo contrário, pelo menos ela reclamava logo e de modo bastante direto. Ele não tinha que ficar adivinhando o que ela de fato queria dizer, como acontecera com a Cho, que manifestava os ciúmes falando de outros rapazes e reclamando da Hermione.
"As garotas não ficariam assim se você não desse corda."
"Corda? Gina, por coisas do tipo você rompeu com o Dino. Não deu para você perceber ainda que só você me interessa? Que, segundo a Tonks, até meu olhar está mais brilhante, só porque estou feliz de estar te namorando? E depois, elas estão interessadas mesmo não é em mim, nem na minha aparência, mas no fato de eu ser o famoso Menino-Que-Sobreviveu. Pára com isso. Vem cá, vamos fazer as pazes, que é disso que a gente precisa." Harry puxou Gina para dentro de um armário de vassouras e deu-lhe um beijo, no qual procurou exprimir todo o seu amor e desejo. Sentiu que a namorada deixou de lado a tensão e a braveza e beijou-o com o mesmo ardor.
"Assim está bem melhor" disse a garota.
"Mhm" respondeu Harry sem deixar de beijá-la.
Ficaram um pouco por lá, matando as saudades depois de um dia inteiro em que não tinham tido a oportunidade de se acarinhar. Mas não puderam ficar muito tempo, pois tinham que ir logo para a Grifinória, que já era tarde. Ao saírem de dentro da armário, por pouco não foram flagrados por Filch.
"Escapamos por pouco. Vamos ter que pensar num jeito de nos encontrarmos sem o perigo de nos descobrirem." Harry disse, franzindo a testa.
"Não sei se estou muito preocupada com isso, afinal o próprio Dumbledore disse que já sou uma pessoa visada pelos Comensais."
Ao chegarem no Salão Comunal da Grifinória, a professora McGonagall chamou Harry num canto e disse que o diretor queria vê-lo no dia seguinte às 8 horas da noite.
Enquanto isso, Dino tentou falar com Gina, voltando à carga sobre a questão do namoro deles. Gina tornou a dizer que não queria mais nada com ele, mas o rapaz não se conformava e lançava olhares ameaçadores para Harry. Este tentou disfarçar e fingir que não estava prestando atenção aos dois e chamou Rony para um jogo de xadrez.
Gina acabou conseguindo se livrar do ex-namorado, que subiu para o dormitório.
Aproximou-se da mesa onde seu irmão e Harry jogavam e disse baixinho:
"É, amor, acho que é melhor mesmo a gente não assumir publicamente o nosso namoro. O Dino ainda está muito ligado a mim e acho que ele ficaria machucado. Eu não quero que isso aconteça. Afinal, apesar dos ciúmes exagerados, ele é um cara legal e eu me sinto meio culpada de ter começado a te namorar no mesmo dia em que me separei dele."
Harry achou ótimo. Não só porque realmente achava um pouco mais seguro para ela, mas porque também ele não queria enfrentar a ira de Dino. Afinal eram colegas de dormitório e de classe, teriam que conviver a maior parte do dia. Era bom esperar pelo menos o amigo desistir de vez da Gina e partir para outra.
"Não sei se os ciúmes dele foram assim tão exagerados. Afinal, eu estava mesmo a fim de você. E, quer saber? Apesar de você dizer que não, acho que no fundo você também estava um pouco a fim de mim. Ou não teria aceitado tão facilmente ser minha namorada."
"É, sei lá, talvez você tenha razão. Mas isso não importa mais, né? Seja como for, eu estou com você e ele está sofrendo. Enfim, como vamos fazer?"
Nesse momento Edwiges trouxe um bilhete para Harry.
"Edwiges veio com a resposta. Hagrid nos está convidando para um chá em sua cabana, logo depois da aula de Trato das Criaturas Mágicas que é a minha última aula do dia amanhã. Se o seu horário permitir, você vem junto conosco. Lá a gente pode namorar à vontade sem chamar a atenção de ninguém. Você também vem, né, Rony?"
"Vou sim, claro."
"Mas você não tinha que ir ver o Dumbledore?"
"Só às oito. Dá para tomar o chá às cinco com o Hagrid e ainda jantar antes de ir até a sala de Dumbledore."
No dia seguinte, quando vieram os horários dos estudantes, Gina viu que a sua última aula era Herbologia e terminava junto com a de Harry. O horário do encontro marcado ficava perfeito.
"Harry, como você está diferente! Legal ver que você está com boa aparência. No fim do semestre passado você mais parecia um fantasma. Entrem, vamos" Hagrid os recebeu animado.
"É. As férias me fizeram bem. E por aqui, alguma novidade? Como vai seu irmãozinho? Pelo visto ele está mais controlado. Não vejo nenhum machucado em você."
"É, ele está aprendendo a lidar comigo."
"E os centauros? Estão deixando você entrar na floresta?"Hermione perguntou ansiosa.
"Dumbledore conseguiu convencê-los a deixar uma parte da floresta para mim e meu irmão, mas eles decretaram que se algum humano entrar na área deles, será aprisionado."
"E o Firenze, continua banido da floresta?" perguntou Rony.
"Sim. Não creio que isso possa mudar tão facilmente."Nessa hora alguém bateu na porta.
"Ué, não estou esperando mais ninguém."
"Deve ser a Gina. Tomei a liberdade de pedir para ela vir aqui. Tudo bem?"
"Claro!" Hagrid abriu a porta e cumprimentou a jovem.
"Hagrid, ahn, bem... É que eu e a Gina estamos namorando, mas não queremos que o povo da escola saiba. Primeiro, porque achamos que se os Comensais souberem disso, ela tem maior chance de se tornar alvo de um ataque. Segundo, porque o ex-namorado dela, o Dino, ainda está com dor de cotovelo e achamos melhor não magoá-lo ainda mais. Então eu combinei com ela da gente se encontrar aqui. Você não se importa, né?"
"Claro que não. Fiquem à vontade."
Harry deu um beijo rápido na Gina e todos foram tomar o chá. A conversa fluiu de um assunto para outro com tranqüilidade e logo tinham de voltar. Eles precisavam jantar e depois Harry tinha que ir ver Dumbledore e Rony ia marcar os testes para o time de Quadribol da Grifinória com Mme Hooch.
Era bom poder ao menos tocar na Gina e conversar à vontade com ela, mas Harry logo percebeu que isso não bastava. Harry tinha necessidade de estar a sós com ela, de poder ter momentos de intimidade, o que era impossível na cabana de Hagrid. Ao voltarem para o castelo, ele comentou.
"Acho que vamos ter de descobrir uma maneira de nos encontrarmos a sós no castelo. Esses beijinhos castos não me bastam. Eu quero, preciso de bem mais. E não me refiro só a te agarrar, preciso conversar, estar com você, sentir você, se é que me entende."
"Com certeza. Ontem enquanto esperava o sono chegar fiquei pensando nisso. Logo vi que não ia nos bastar nos encontrarmos na frente do Hagrid e do meu irmão. As minhas colegas costumam ir para salas vazias ou se escondem em armários de vassoura, mas acho que isso não serve para nós. Não estamos apenas procurando um lugar onde possamos estar sozinhos. As pessoas não devem sequer desconfiar que estamos juntos. Estava pensando nisso, quando a Andréia entrou no dormitório reclamando do fato de não podermos usar o banheiro da Murta, que ela teve vontade de ir ao banheiro, estava lá perto e teve que dar uma enorme volta até achar um banheiro utilizável, sei lá. Fiquei pensando... Harry, você sabe ir e voltar da Câmara Secreta?
"Ir é fácil. E acho que dá para voltar numa boa se levarmos as vassouras, para passarmos voando na parte que desmoronou. Você está pensando em namorar lá?" Harry fez cara de espanto.
"Pensei. Quer dizer, se você não for se sentir estranho lá. Se aquele lugar não lhe trouxer más recordações."
"Não, por mim, tudo bem. Nós saímos inteiros de lá, não saímos? Mas eu pensava que você se sentiria mal lá. Por tudo o que Tom Riddle a fez passar ali."
"Na verdade, o tempo que passei lá estive quase todo possuída por ele ou desmaiada. Só me lembro de recuperar a consciência e ver você ao meu lado, me apressando para sairmos de lá. E logo depois ver que me livrara para sempre de Tom. O lugar não é traumático para mim. Pelo contrário, apesar de toda a vergonha que sentia, você me acalmou e aquele foi um momento bom para mim."
"Jóia, eu nunca ousaria cogitar da Câmara, pensando que seria um lugar traumático para você. Então acho que está combinado. Nos encontraremos na Câmara, todas as noites, às 9, quando não houver prática de quadribol. Nossa, vai ser muito legal, vamos ter um canto exclusivo para nós!" Harry ficou entusiasmado.
"Todas as noites, acho que não vai dar. Este é o meu ano dos N.O.M.s. Que tal às segundas, quartas e sextas?"
"Por enquanto, tudo bem. Fazer o que, né? Mas ainda não temos certeza do dia em que será a prática de quadribol e tenho que ver o que Dumbledore quer comigo. Desconfio que tenha a ver com as aulas de oclumência e talvez tenhamos que mudar os planos. "Os dois já estavam chegando no Castelo e Harry deu umas passadas mais rápidas para alcançar Rony e Hermione e não entrar junto com Gina.
Foram todos jantar e depois Harry foi ver o que Dumbledore queria. Realmente o tópico principal do encontro dos dois foi a oclumência. Dumbledore fez uns testes com Harry e disse que agora ele já estava bom o bastante para não precisar mais de aulas, mas combinou de dar uma rápida conferida ao menos uma vez a cada duas semanas, para ter certeza de que o rapaz realmente estava conseguindo manter a mente fechada.
Ao chegar à torre da Grifinória, Rony anunciou que os testes para o time de quadribol estavam marcados para
a quinta-feira, às 18 horas. Harry e Gina foram imediatamente ajudá-lo a entrar em contato com o restante do time e a colocar anúncios no quadro de avisos do Salão Comunal. As coisas estavam entrando na velha rotina, sem os sobressaltos do ano anterior. Harry nem pensou na guerra que já se desenrolava, nem nas eleições do ministério nem nos basiliscos. Tudo o que pensava é que tinha a solução para onde encontrar-se com a Gina, que voltaria ao time de quadribol e que o ano escolar estava tranqüilo.
No dia seguinte, Harry teve a primeira aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, que foi realmente boa. As aulas do sexto ano juntavam as quatro casas e a professora Luxembourg pôs os alunos para duelarem entre si, usando alunos de casas bem diferentes. Mas a turma era formada quase que exclusivamente dos alunos que tinham participado da AD. Depois de um ano sem treino prático, com a Umbridge, a maior parte dos demais alunos não tinha conseguido passar no NOM. Os únicos a passar que não eram da AD foram Lisa Turpin e Mádi Brocklehurst da Corvinal, Wayne Hopkins, da Lufa-Lufa e Blás Zabini, da Sonserina, que era o único de sua casa na turma.
Depois da aula, Harry ficou para falar com a professora e contou de sua experiência do ano anterior. Não adiantava muito ela treinar com eles o que já tinham feito na AD. Ela então teve que reprogramar suas aulas e dar uma atenção especial aos alunos que não tinham sido da AD.
Os testes de quadribol deram o resultado esperado: Harry voltou a ser o apanhador e Gina entrou como artilheira. Juca Sloper também ficou como artilheiro, posição na qual não era ruim. Euan Abercrombie, apesar de estar apenas no segundo ano, mostrou ser um batedor bem razoável. Kevin McClaggan, do quarto ano, ficou sendo o outro batedor. Rony estava animado, o time parecia melhor do que o do ano anterior e o livro de táticas de quadribol que ele dera ao Harry estava se mostrando muito útil. O presente, no final foi mais para o próprio Rony, que parecia tomado pelo espírito santo do quadribol. Quase não tinha outro assunto. Só Hermione conseguia fazê-lo pensar em outras coisas.
Os dias foram passando tranqüilamente. Harry nem acreditava que pudesse estar tendo um ano tão "normal", depois de tudo o que tinha vivido no ano anterior.
Mas o melhor de tudo era o tempo passado com Gina na Câmara Secreta. Harry não contou nem mesmo para Rony e Hermione onde eles estavam se encontrando. Iam para lá logo depois do jantar, mas separadamente.
Harry ia com a capa da invisibibilidade e as vassouras, para não ser visto entrando no banheiro das meninas e também para não correr o risco de ser visto pela Murta que Geme. Na volta sempre um dos dois ficava na biblioteca para ninguém perceber que voltavam juntos nem que sumiam juntos.
Uma ou outra vez, a Gina foi surpreendida pela Murta. Aí conversou um pouco com a garota fantasma e entrou na Câmara (ou saiu do banheiro) depois de conseguir despistá-la.
Era maravilhoso poderem ficar sozinhos e à vontade. Não só para namorar ou para se tocarem de modo mais íntimo, mas para desfrutarem da companhia um do outro. Harry a cada dia se sentia mais ligado a Gina. Ela conseguia fazê-lo descarregar suas tensões sem jamais forçar a barra tentando arrancar informações dele. É claro que tinham brigas, como qualquer casal, mas sempre acabavam por se entender de novo e nunca saíram da Câmara brigados ou irritados um com o outro.
Mas nem tudo eram flores, o mundo lá fora estava em guerra, uma guerra suja, difícil. Todo mundo dizia ser contra Voldemort. Mas, na prática, muitos acabavam admitindo achar que, em parte, ele tinha razão. Que realmente os nascidos trouxas eram escória, educados com idéias preconcebidas contra os bruxos e que traziam perigo ao seu mundo. Isso, para não falar em pessoas híbridas, como os perigosos meio-gigantes, ou criaturas como lobisomens, que eram perigosas em si mesmas.
Narcisa Malfoy assumia abertamente esses pensamentos e dizia que o único jeito de se defenderem do Lord das Trevas era banir tais pessoas e criaturas do convívio das famílias bruxas decentes. Se todos os que defendiam os verdadeiros interesses da bruxidade ficassem satisfeitos, não precisariam recorrer a Você-Sabe-Quem e seus métodos. Ao passo que, se continuassem sendo lenientes com tal ralé mal intencionada e perigosa, se o ministério não tomasse medidas mais enérgicas para defender a pureza da bruxidade, os bruxos de verdade acabariam não tendo outra saída a não ser se aliar ao Lord das Trevas.
E o pior é que essas falas pareciam ter cada vez maior repercussão e apoio. De vez em quando havia notícia de algum nascido trouxa fazendo algo contra os bruxos. Eram situações forjadas pelos Comensais para reforçar o seu ponto, mas muita gente acreditava neles e se agarrava à idéia de que, se Narcisa Malfoy fosse Ministra da Magia e os nascidos trouxas perdessem suas supostas regalias (isto é, deixassem de ser cidadãos bruxos com plenos direitos), se uma limpa fosse feita em seu mundo, não haveria espaço para o reino de terror de Voldemort. Nem se davam conta que ela fazia exatamente o jogo dele.
As eleições seriam na primeira semana de dezembro. Enquanto isso, o julgamento da situação do Largo Grimmauld foi antecipado, para que tudo estivesse resolvido antes da eleição. Não convinha que a Ministra da Magia fosse a julgamento e Narcisa era uma forte candidata.
Hermione e Rony estavam muito preocupados com a questão política e liam diariamente o Profeta Diário, mas ficou combinado que Harry não devia fazer o mesmo. Se ficasse pensando muito nesses problemas, ficaria muito difícil a oclumência. Semanalmente, Hermione fazia um resumo das questões mais importantes para Harry, só para que ele não ficasse inteiramente por fora e para que pudesse se preparar para o pior.
Mas ele não podia deixar de perceber a expressão de procupação da amiga, que, sendo nascida trouxa, estava na mira dos ataques de Narcisa.
O dia do julgamento, 30 de novembro, se aproximava e nada de solução para o caso dos basiliscos. De qualquer maneira, mesmo que Andrômeda ganhasse a causa, de dezembro a situação não passaria. As cobras estavam crescendo demais. Este era outro assunto que Harry evitava, mas que era preocupante.
Na véspera do Halloween, Harry e Gina foram se encontrar, como de hábito, na Câmara. Não repararam que Felícia os seguira. Quando desceram à Câmara a gatinha foi atrás e escancarou a entrada da Câmara, que ficava sempre quase fechada.
A Câmara já se tornara um lugar deles. Harry aproveitara para treinar feitiços de conjurar por lá, fazendo surgir do nada móveis, quadros e tornando a atmosfera realmente agradável. Lá eles estavam, ouvindo música, dançando , se beijando, se tocando, se mordendo, tirando o suéter, abrindo mais um botão, ofegantes, se agarrando, quando uma vozinha irritante, bem conhecida se ouviu.
"Ora só. Vejam os pombinhos! E aí, Potter, arranjou um quarto exclusivo só para comer essa daí? Não é que você me enganou? Pensei que era aquela outra, a morena. Ou você traz cada dia uma diferente: a loura, a morena, a ruiva e, quem sabe, até a sangue-ruim, enganando o seu amigo? Mas isso certamente vai dar em expulsão para os dois."
Draco Malfoy estava lá. Como isso era possível?
