Gostaria de agradecer à Lua pelas sugestões, a vocês que leram até aqui e aos que fizeram resenhas. Foi realmente gratificante receber aceitação, ainda mais sendo a minha primeira fanfic.

E mais uma vez dizer que os personagens pertencem todos à maravilhosa J.K.Rowling.

Enfrentando os basiliscos

A poção preparada por Snape também ficou pronta logo antes do fim de semana. Dumbledore pediu a Harry que, ao invés de ir a Hogsmeade, fosse ao Largo Grimmauld para ministrá-la aos basiliscos. Os bichos já estavam muito grandes e o julgamento do caso da herança seria na semana seguinte, por isso não havia tempo a perder. A ajuda do rapaz foi solicitada por que a Ordem pensou que talvez as habilidades linguísticas de Harry pudessem ser úteis. Não havia margem nem tempo para erros. Harry topou, é claro, e Gina quis ir junto. Seria uma oportunidade de estar junto do namorado. Dubledore não viu mal algum em permitir, desde que os seus pais consentissem.
Eles, por sua vez, ficaram felizes com a possibilidade vê-la no Largo Grimmauld.

Os basiliscos estavam simplesmente furiosos. Ninguém lhes havia dado o que comer nos últimos meses.

A poção seria dada a eles embebida em vários ratos que lhes seriam lançados. Teriam que lançar feitiços sobre os ratos para simular vida neles, já que as cobras não comiam bichos mortos. A Ordem esperava que, dada a fome de meses, elas se deixariam enganar mais facilmente. Mas seria necessário que Harry depois descesse para se certificar que todas haviam ingerido a poção e morrido. Usaria uma vestimenta especial, toda feita de couro de dragão, e óculos especiais,que não o deixariam ser morto nem petrificado pelos olhos dos basiliscos, desde que não pousasse seus olhos sobre os deles por mais de meio segundo.

Gina quis que lhe arranjassem traje e óculos iguais aos fornecidos a Harry. Ela não tinha a intenção de descer com ele, mas teimou que queria estar pronta, caso necessário. Alegou que das pessoas ali era a única que já tinha estado junto de um basilisco. Isso era só um pretexto, já que ela não enfrentou de fato o basilisco e esteve desmaiada ou possuída o tempo todo que esteve com ele, mas ela estava aflita que algo pudesse acontecer a Harry e queria estar junto dele diante das dificuldades que porventura viessem a surgir.
Dumbledore acabou por ceder diante da teimosia da garota e acho que não haveria mal em fornecer-lhe tal roupa. Já Molly não concordou tão facilmente, mas acabou por fazer a vontade da filha, convencida de que no final das contas Gina não desceria de fato.

Ao chegarem à ex sede da Ordem da Fênix, Tonks os estava esperando e foi logo dizendo.

– E aí, Harry? Pronto para salvar trouxas e nascidos trouxas de Londres? Espero que sim, pois meu pai é um deles.

Ao que Harry respondeu. – Sei que os bichos são realmente perigosos, mas você não está exagerando? Nem sabemos como eles poderiam sair daquela Câmara onde estão.

– O que? Não lhe contaram? Descobrimos que o compartimento onde as cobras estão tem uma porta que dá para os túneis do metrô de Londres. Trata-se de uma porta que os trouxas não podem ver, como não vêem esta casa. Mas assim que a minha querida tia se apoderar deste lugar, dará um jeito de liberá-los dentro do metrô. E há também uma ligação entre esses túneis e o Beco Diagonal e num instante os basiliscos estariam por toda a cidade, tanto na parte trouxa, quanto no mundo bruxo.

Harry, que tinha perguntado se não era um exagero só por perguntar, para tentar controlar a sua ansiedade, ficou apavorado. A responsabilidade era colossal.

Os ratos foram embebidos na poção e jogados às cobras. Depois de uma meia hora , Harry desceu, com uma corda atada à cintura, para baixar devagar e ir acostumando os olhos à escuridão paulatinamente. Nem chegou a terminar a descida e já estava de volta, alarmado. Os bichos estavam quietos, aparentemente dormindo, mas era visível de longe que respiravam. A poção os nocauteara , mas não os eliminara.

Pela primeira vez em sua vida, Harry viu Dumbledore parecer realmente desesperado.

– Por Merlin! Como isso pôde acontecer? Devem ser aqueles chifres. Provavelmente não são genuínos. Ou então pertenciam a Bufadores mortos há muito tempo e já tinham perdido suas propriedades mágicas. Como vamos evitar a matança de trouxas e nascidos trouxas? E de todos os que estiverem no caminho dessas criaturas? Podemos tentar forçá-las a entrar em caixas a serem lançadas ao mar, mas elas não morrerão e sempre poderão ser encontradas por Comensais, mas acho que não nos resta outra saída. Vamos convocar uma reunião extraordinária da Ordem e tentar colocar o máximo de gente trabalhando nisso.

– Ahn, professor – Gina interrompeu-o. – Talvez não seja preciso. Nós preparamos uma batelada extra de poção. Só por via das dúvidas. Para o caso de algo dar errado. Não quer tentar experimentá-la?

Molly cortou a filha.

– Querida, se a poção do Prof. Snape não deu certo, por que a de vocês daria?

– Não custa tentar, né? Talvez o chifre que usamos não tenha perdido suas propriedades mágicas. Poderíamos colocá-la em uma tigela de água. Temos que fazer isso logo, enquanto as cobras ainda estão dormindo.

Dumbledore achou melhor tentar, enquanto ia preparando a reunião da Ordem. Harry desceu de novo, desta vez ajudado por Gina, para levar uma enorme tigela de água envenenada. Tinham que tomar cuidado para não deixar que a água envenenada tocasse suas peles.

Quando depositaram a tigela no chão, uma das cobras se levantou e preparou-se para dar o bote em Harry. Gina viu e, sem se dar conta, disse, em língua de cobra.

– Não nos ataque. Só viemos trazer água para vocês, veja.

A atenção da cobra foi desviada e Harry pode sair de seu alcance. Mais que depressa os dois saíram dali.

– Não sabia que você também é ofidioglota.

– Nem eu. Deve ter ficado algum traço da ofidioglossia em algum recanto do meu cérebro depois do episódio com Tom Riddle. Nem sei por que não saí logo dando um impedimenta nela, mas acho que no fim foi melhor assim. Se lançássemos feitiços, as outras cobras nos atacariam de volta e aí sería difícil sairmos vivos.

Quando chegaram junto dos outros, Harry contou o que acontecera, que Gina salvara sua vida, sem entrar nos detalhes de como isso ocorrera. Afinal, ser ofidioglota não era uma coisa bem vista entre os bruxos.

Dumbledore deu um sorriso triunfante. Harry estranhou, pois nem sabiam se a nova poção funcionaria. Perguntou.

– Professor, o que houve? Parece que o senhor ficou animado de repente.

– Você salvou a vida de Gina no passado. Hoje ela salvou a sua vida. Isso cria uma ligação mágica entre vocês muito importante, que pode vir a lhe ser útil ao enfrentar Tom. Os efeitos mais prováveis são que provavelmente a percepção que têm um do outro, inclusive física, se tornará mais intensa e que começarão a perceber quando o outro estiver em perigo, mesmo que estejam distantes. Venham falar comigo na escola amanhã depois do almoço, para conversarmos sobre isso.

Tonks estranhou. – Tom, quem é Tom?

– Alguém que anda ameaçando Harry – Dumbledore respondeu, sem maiores explicações.

Depois de mais meia hora, Harry desceu de novo. Desta vez, as cobras estavam mortas. Harry começou a explodi-las para se certificar. O feitiço só funcionaria se elas estivessem mortas. Quando foi constatado que aparentemente dessa vez a coisa dera certo, Gina desceu também para a coisa ir mais rápido.

Enquanto faziam isso, ouviram vozes do lado de fora da tal porta que dava para o metrô.

– Goyle, gente, prestem atenção, não podemos deixar que os basiliscos nos ataquem.

– Sei, Belatriz, você não pára de repetir isso. Não sou estúpido. Já treinei milhões de vezes como fazer o escudo protetor. Só não entendo por que não esperar mais uns dias para soltar os bichos, quando a casa já for de sua irmã, como tínhamos planejado inicialmente. Aí o Lord das Trevas poderia ensiná-lo adequadamente a atacar os nascidos trouxas, ao invés de nós termos que ministrar esta poção, que nem temos certeza de que funcione.

Enquanto eles falavam, Harry cochicou para a Gina subir e chamar mais gente da Ordem. Eles não sabiam quantos Comensais estavam com Belatriz

– Se fizerem a conexão entre as cobras e Narcisa, ela perde a chance de ganhar as eleições, ou, se já for ministra, pode até ser deposta. E o Lord das Trevas certamente não ia querer isso. E como você ousa duvidar de que uma poção criada pelo Lord das Trevas para fazer esses basiliscos atacarem aqueles que reconhecerem como filhos de trouxas? É claro que ela funcionará. Para que adiar? Além disso, parece que a Ordem está na pista de como matar os bichos. Não há tempo a perder. Vamos! Basiliskus Protego! Alorromora!

A porta se abriu, mas, é claro, nenhuma cobra passou por ela. Harry pode ver quatro Comensais entrando no compartimento. Ele procurou ficar acima do campo de visão imediato dos Comensais, na parte mais escura do compartimento, tentando imaginar um modo de distraí-los enquanto esperava reforços. Os Comensais estavam com trajes semelhantes ao que ele usava e estavam desconcertados.

Belatriz rompeu o silêncio.

– Há alguma coisa errada. Vou desfazer o meu escudo. Se virem algo de errado, avisem.

Ela entrou. Ficou horrorizada ao ver as cobras mortas.

– Gente parece que não há do que se proteger. As cobras estão todas mortas. Chegamos tarde demais. Mas como a Ordem conseguiu eliminá-las? O Lorde das Trevas ouviu dizer que eles estavam na pista do veneno que mataria os bichos, mas esperava que ainda demorasse mais uns dias para conseguirem eliminá-las. Vamos embora, não há mais nada a fazer aqui.

Eles estavam prestes a desaparatar. Harry precisava retê-los só mais um pouquinho. Tonks, Gina, Dumbledore e os Weasley já estavam descendo. Só uma coisa os reteria ali. Acharem que poderiam aprisionar o Menino-que-Sobreviveu. Soltou um feitiço. – Serpensortia!

Uma serpente apareceu e os Comensais levaram um susto.

– Ora, ora. Vejam quem está aqui. O Lorde das Trevas ficará menos aborrecido se levarmos o garoto para ele, de preferência morto. Avada

A cobra de Harry avançou em Belatriz e ela não conseguiu terminar o encantamento, pois teve de se desviar. Harry pediu que a cobrinha avançasse nos bruxos, mas ia ficar difícil escapar e não havia esconderijos.

Estupefaça! conseguiu estuporar um bruxo que já começava a lançar uma Maldição.
Outra azaração, no entanto, pegou de raspão no seu braço direito, dificultando os seus movimentos com a varinha.

Estupefaça! Várias vozes enunciaram o encantamento. Harry viu que Tonks e Dumbledore chegaram e atacaram os comensais. Arthur e Molly chegaram em seguida. Dessa vez conseguiram aprisionar Belatriz e os demais.

Alguém fez a cobra desaparecer e Harry foi trazido para cima. Os Comensais ficaram presos ali mesmo naquele compartimento, pois, pelo Feitiço Fidelius não poderiam entrar na antiga sede da Ordem.

Dumbledore foi levar Harry e Gina para Hogwarts. O jovem tinha que ver Madame Pomfrey. Felizmente o ferimento era leve e foi rapidamente curado. Dumbledore já ia voltar para o Largo Grimmauld, quando Harry lembrou de algo.

– Professor, pelo que Belatriz falou com os outros Comensais, Voldemort já sabia que estávamos na pista do veneno que mataria os basiliscos. Só que eles achavam que ainda não estaria pronto hoje. Acha que há algum espião na Ordem?

– Harry, numa guerra precisamos estar sempre alertas em relação a espiões. Mas neste caso a explicação pode ser outra. Alguém pode ter visto vocês pesquisando sobre a borragem na biblioteca, ou confabulando no Salão Comunal, ou podem ter ouvido vocês conversando com o Hagrid. Não seria a primeira vez que algo assim acontece. É bom que vocês aprendam com isso que os cuidados com segurança numa guerra nunca são demasiados.

À noite, Rony e Hermione, que pareciam ter se divertido à bessa em Hogsmeade, foram saber de Harry e Gina o que tinha se passado no Largo Grimmauld. Dessa vez, eles procuraram se cercar de todos os cuidados para que ninguém ouvisse sua conversa.

– Eu não disse que não devíamos confiar na poção de Snape?

– Ora, Rony, Dumbledore explicou o que houve. Foi aquele chifre que devia estar muito velho. Ou então os chifres não eram todos legítimos e tivemos sorte de ficar com um genuíno.

Vendo que Rony e Hermione iam engatar numa de suas intermináveis discussões, Gina cortou. – Não vale a pena discutir isso, gente. Não vamos chegar a nenhuma conclusão definitiva. O que importa é que foi bom termos preparado a poção. Foi a nossa iniciativa que salvou muitas vidas. Salve a gente!

Harry só conseguia pensar que estava muito feliz. A casa do Largo Grimmauld provavelmente iria para Narcisa. Ela tinha grandes chances de ser a nova ministra. Voldemort estava a cada dia mais forte e ainda teriam que se enfrentar para matar ou morrer. E talvez houvesse um espião na Ordem. Mas nada disso importava naquele momento. O treino de oclumência lhe ensinara a não se preocupar com o que não estava a seu alcance resolver.

Agora o que interessava é que estava vivo, que tinha estabelecido uma conexão especial com Gina, estava apaixonado e era correspondido e os basiliscos estavam mortos.

As preocupações podiam esperar e certamente ele não teria problemas para fazer oclumência naqueles dias.

– Viva a gente, meu amor! E Viva você, que salvou a minha vida e me dá razão para querer lutar por ela!

E beijou-a com paixão. Um beijo cuja sensação foi ampliada pela nova conexão estabelecida entre os dois. Hmm, este dia tinha sido muito bom!

– Harry, Gina! Quer dizer que vocês estão mesmo namorando! Eu não estava enganado então!

Os dois nem tinham se lembrado que estavam em pleno Salão Comunal, mesmo que estivesse praticamente vazio. Agora teriam que enfrentar Dino.

– Estamos namorando agora, mas você estava enganado. Quer dizer, um pouco. Para falar a verdade, eu realmente me sentia bastante atraído pela Gina, mas ela nunca teve nada comigo enquanto era sua namorada. Nem mesmo um beijo. – Harry achou que não valia a pena mentir.

– Está certo! De qualquer maneira, agora, já estou em outra. – As coisas pareciam estar mais fáceis do que os jovens enamorados tinham temido.

Dino subiu para o dormitório e Harry voltou a beijar Gina. Só que as sensações que tinha eram muito fortes, queria ir mais longe e certamente, ali não era o lugar apropriado. Comentou baixinho com a namorada.

– Gina, meu amor, eu estou me sentindo estranho. Parece que os nossos beijos estão me deixando ainda mais ligado do que antes.

– Comigo também está acontecendo algo assim.

– Será que tem a ver com a tal conexão mencionada por Dumbledore?

– Não sei. Vamos para a Câmara? Estou ansiosa para ficarmos mais à vontade.

Os dois tomaram bastante cuidado para evitar que alguém os pudesse encontrar. Chegando no cantinho deles, na Câmara, puderam enfim se soltar. Perceberam que ao tocarem o corpo um do outro, as sensações eram mais intensas do que nunca. Seu desejo era maior e já nem conseguiam pensar direito. Harry percebeu que não conseguiria se controlar.

– Gina, você é tão gostosa! É tão bom estar assim com você. É tão inebriante ver a sua beleza, sentir o seu cheiro, a sua boca no meu corpo, a sua pele na minha, a sua voz gemendo, o sabor do seu corpo. Você toma todos os meus sentidos. Se continuarmos, não vou mais conseguir me conter. Eu te amo demais e te desejo demais.

– Então não se contenha.

– Tem certeza? Está pronta?

– Certeza absoluta. Tão pronta quanto se pode estar. Eu te amo e quero celebrar este amor de modo integral

E finalmente eles puseram em uso os ensinamentos de Gui. É, o dia foi realmente muito bom.

No dia seguinte, Dumbledore não teve que explicar muito sobre a conexão que se estabelecera entre os dois. Já a tinham experimentado na prática e dela tirado total proveito.

FIM

Nota da Autora: A história termina com algumas questões não respondidas. Mas isso foi proposital. Eu quis que, por exemplo, a ambigüidade que cerca Snape permanecesse. Há os que acham que ele é fiel a Dumbledore. Há os que não acreditam nisso. Como não creio que isso vá ser resolvido no livro seis, não quis que já ficasse claro esse ponto. Eu sentiria como se estivesse fora do canon, pois imagino que Snape vá continuar ambíguo até o último ano de Harry.

Depois que sair HBP e que eu já tiver refletido um pouco sobre a sua história, escreverei uma fanfic sobre o sétimo ano. Não será um seqüência desta, usará o novo canon. Mas nela poderei me posicionar sobre quem é fiel a quem, quem são possíveis espiões, etc.