Abriu a porta de Grimmauld Place e fez sinal a ela de que fizesse silêncio, para nenhum quadro acordar.

Ele a instalou num quarto e então foi para o escritório, tinha certeza que Dumbledore estaria lá esperando-o. Bateu na porta levemente.

-Entre, Remo.

Ele entrou no escritório sem muita emoção, estava inerte de tanto cansaço. Largou-se no sofá e preparou-se para ouvir. Durante alguns segundos a sala ficou em completo silencio, até que o velho diretor começou a falar.

-O que aconteceu foi lastimável, é algo que Nadijah terá que infelizmente conviver, mas que, felizmente, não piorou a situação dela e de Gen. Alguns cuidados a mais deverão ser tomados, e agora eu imagino que você não vá querer mais cobri-la...

Remo ficou olhando para o chão. Era estranho, mas mesmo depois dos últimos acontecimentos ele ainda queria cuidar dela, ou melhor, principalmente por causa dos últimos acontecimentos queria cuidar dela.

-Acho que seria melhor se eu continuasse ao lado dela. Isso, é claro, se ela quiser.

Dumbledore pareceu ponderar a situação.

-Seria realmente melhor para ela se você ficasse junto a ela, se ela concordar você continuará sendo a escolta dela.

Remo se levantou e já preparava para sair dali quando Dumbledore o interrompeu.

-Você já sabe por que ela está aqui?

-Não.

-Então também não pergunte, e se ela resolver lhe contar, não deixe que ela o faça. Você já está correndo perigo, mas se realmente souber o que está se passando, a sua situação pode se complicar bastante.

Remo não falou nada, só saiu do escritório e subiu as escadas, entrou num quarto arrumado para ele e caiu na cama.

Mas apesar de toda a fatiga ele não conseguia dormir, só ficava refletindo no que havia acontecido. Há cinco noites atrás ele, na forma de lobisomem, mordera o braço de Nadijah. Ela passara as últimas quatro noites no St. Mungus e estava bem de saúde, mas agora ela teria que carregar o mesmo fardo que ele.

Ela devia estar o odiando nesse momento. Sentindo aquela angústia avassaladora que somente quem enfrenta a lua cheia sabe como é. Mas seus pensamentos foram quebrados por duas batidas na porta.

-Entre.

Ela entrou sorrindo.

-Olá, Remo, como vai?

Ele sentou-se e não teve coragem de encará-la imediatamente nos olhos. Ela sentou-se na cama ao lado dele.

-Nossa, que falta de educação... Perguntei como vai.

-Já tive dias melhores.

-Pois eu estou muito bem, até.

Ele levantou uma sobrancelha e olhou para ela.

-Está?

-Ah claro, por que não?

Ela só podia estar brincando com ele, ou tentando fazer com que ele se sentisse mais culpado. Mas o estranho é que ela parecia estranhamente natural, como se há alguns dias somente tivesse ganhado um arranhão na perna.

-Talvez porque daqui um mês você vai se transformar, e isso é uma coisa horrível, dolorosa e angustiante.

Ela riu e lhe deu um tapa fraco no ombro.

-Ora, você não sabe o que é dor.

Ele sentiu um ódio profundo dela naquele momento, levantou-se e foi até a porta.

-Nadijah, saia desse quarto.

-O quê?

-Você me ouviu.

Ela arregalou os olhos, parecia não entender o que se passava. Então ela deu de ombros e saiu do quarto.

-Louca...

Ele se jogou na cama, sem conseguir conter sua frustração. Tentou conter as lágrimas quentes que escorriam pelos seus olhos, mas agora ele não parecia ter forças para impedir isso, nem mesmo sabia se realmente sabia se queria isso.

Quem ela pensava que era para lhe falar que ele não conhecia a dor? Quem perdera parte da sua infância por causa disso, e que teve grandes tormentos na adolescência por ser o que era? Quem todo mês sentia a pele se rasgar e todos os músculos se expandirem?

Suspirou fundo e secou o rosto, tinha que se controlar. Não por ela, nem por Dumbledore, mas por ele mesmo. Desde a morte de Sirius estava tendo um trabalho enorme em se manter são e com os sentimentos em ordem, para evitar que fizesse uma besteira, não podia ser agora, por causa de uma pessoa que ele nem sabia quem era, que ele ia perder o controle.

Fitou o teto, num estranho torpor. Por um momento ele sentiu algo estranho, algo como se pudesse entendê-la, pelo menos em parte. Acabava de perceber que ele fizera durante esse tempo exatamente a mesma coisa que Nadijah fazia com tanta naturalidade: fingir que as coisas não estavam tão mal, e que iam se resolver.

Mas não iam.

Nada ia se resolver, Sirius estava morto, Harry estava marcado profundamente, Voldemort estava ficando mais forte, Nadijah agora se transformaria num lobisomem e ele ainda nem sabia porque ela estava ali.

-No que Voldemort poderia se interessar por essa família?

Ele sentou-se na cama, um pouco mais calmo depois de ter sua atenção desviada de seus problemas. Era realmente estranho o que acontecia, porque apesar de estranha ela não parecia ter nada demais, nenhum poder, nada que pudesse atrair Voldemort.

Bom, fosse o que fosse, estava libertando seu lado adolescente rebelde, não estava mais tão disposto a seguir as ordens de Dumbledore à risca. Talvez já fosse hora de saber o que estava acontecendo.

Amanheceu um dia quente, com o ar abafado, mas o céu bem azul e prometia que seria um dia agradável. Talvez fosse um dia agradável para qualquer pessoa normal, mas ele já não se importava muito com o tempo ou com qualquer coisa que normalmente uma pessoa deveria se importar.

Harry colocou seus óculos e trocou de roupa, estava mais receoso do que normalmente tinha andado, em qualquer outro ano de sua vida, hoje seria um dia que ele ficaria muito feliz, mas não nesse ano.

Hoje era seu aniversário, mas isso nunca fora grande motivo de comemoração, na sua infância essa data sequer era lembrada pelos seus tios, embora seu primo sempre apreciasse comentar que ele não ganhava presentes no dia 31 de julho. E ainda que depois que entrara em Hogwarts essa data sempre lhe trouxera alguma felicidade, não era bem ao dia do seu aniversário que ele se referia.

Viriam buscá-lo.

Quando criança sempre sonhara em sair dali, sempre imaginava que alguma boa alma apareceria dizendo ser parente do seu pai, e que lhe tiraria daquela casa horrível, mas isso nunca aconteceu. Depois que descobrira ser um bruxo a situação amenizou, sempre era bom passar a maior parte do ano sem sequer ouvir falar nos Dursley, mas sempre que tinha que voltar para as férias ele se sentia péssimo.

Curioso como exato um ano atrás ele estava doido para ter notícias do mundo mágico e para sair daquela casa, mas este ano a situação era um pouco diferente. Aliás, agora tudo era diferente. Não queria sair daquela casa e ir para um lugar onde se sentiria pior. Adoraria ir para A Toca, mas tinha a detestável impressão que seria levado para o Largo Grimmauld.

Bom dia.

Ninguém lhe respondeu, embora três pessoas estivessem sentadas à mesa, mas Harry não deu atenção a isso. Sentou-se também à mesa e tentou tomar seu café da manhã o mais rápido possível.

Os anormais vêm te buscar hoje? –perguntou tio Valter.

Aham.

Responda seu tio direto!

Sim, tio Valter, eles virão me buscar hoje, às 9 horas.

Instintivamente todos olharam para o relógio na parede, faltava meia hora. Harry sentiu o estômago se contorcer e desistiu de continuar a comer. Saiu da cozinha e foi para seu quarto, conferir se tudo estava ali mesmo. Olhava pela janela, esperando ver algum carro parar do lado de fora da casa. Dumbledore viria pessoalmente lhe buscar como se fosse um trouxa. Talvez viesse num carro que tio Valter considerasse decente ou até mesmo digno de respeito, mas Harry duvidava que seu tio olharia para o diretor com algum respeito, haja vista que Dumbledore era um bruxo e com toda aquela barba branca e nariz torto, a última coisa que o diretor parecia era uma pessoa normal. E os Dursley não gostavam de anormais, nem quando eram trouxas, muito menos bruxos.

Às nove em ponto um carro modesto, de cor branca e impecavelmente limpo parou na frente da casa. Harry viu Dumbledore e sua professora de Transfiguração, Minerva McGonnagal, saírem de dentro do automóvel. De lá também saiu o Sr. Weasley, com seus cabelos extremamente vermelhos e ainda seu antigo professor de DCAT, Remo Lupin. Do grupo o que lhe parecia tão ruim quanto ele mesmo estava era seu ex-professor, e sabia que os dois sofriam do mesmo mal.

Ele desceu as escadas e antes mesmo que alguém tocasse a campainha ele abriu a porta. Dumbledore lhe lançou um sorriso fraco e sincero, ao qual Harry tentou retribuir sem grande sucesso.

Precisa de tanta gente para me levar? –perguntou ele, percebendo que soara meio rude, embora não o quisesse.

Nem tanto, mas achei que gostaria de ver a todos.

Ele deu um leve aceno com a cabeça e convidou a todos que entrassem, e então Remo e Arthur o puxaram para cima, indo buscar as malas dele.

O que Dumbledore quer falar com os meus tios?

Ele só está garantindo que você voltará no próximo verão –respondeu O Sr. Weasley.

Eu preferiria não voltar no próximo verão –Harry resmungou baixo, mais para si que para alguém.

Remo olhou o garoto tão parecido com seu amigo da adolescência, a verdade é que mesmo que os olhos de Harry fossem iguais aos de Lílian, Harry era a imagem perfeita de Tiago, exceto por um detalhe básico: Harry não tinha a vivacidade ou a independência marota de Tiago. Harry não se exibia, não quebrava regras por pura diversão, não incomodava ninguém só porque estava entediado e nem elogiava em alto e bom tom todas as garotas bonitas que passavam na sua frente. Harry simplesmente não agia como um Potter agiria.

Claro que já tinha percebido tudo isso, mas de repente constatar tudo aquilo lhe fez um mal enorme, ou talvez um bem: estava reavivando a sua chama de rebeldia que tinha na adolescência e que havia deixado para tas ao longo dos anos. Não era justo que o filho de dois de seus grandes amigos vivesse com a sobra da morte pairando sua cabeça, não era justo que seus amigos tivessem morrido e era muito menos justo que Sirius tivesse morrido como se fosse um terrível Comensal.

As coisas ainda irão mudar. –disse ele para Harry- Você vai ver.

Harry olhou para o chão e virou a cara.

Elas já estão mudando, só que para pior.

Remo e Arthur se entreolharam, Remo colocou a mão no ombro de Harry.

Pois tudo vai ser melhor.

Quando desceram com a mala de Harry Dumbledore e McGonnagal estavam já prontos para partir, e os Dursley pareciam estar contando os segundo para que isso acontecesse logo. Harry olhou para seus tios e para Duda e levantou uma mão, simbolizando um aceno de despedida.

Até.

Nenhum dos Dursley respondeu, como de esperado e então eles foram embora. Como Harry imaginara, ele estava voltando para o Largo Grimmauld, e isso o fazia questionar que lugar que detestava mais, se a casa dos seus tios ou a antiga casa de Sirius, que agora ele temia que fosse dele. Esse era um pensamento que o deixara receoso durante todo o tempo que passou na casa dos seus tios, sabia que Sirius estava morto e que provavelmente ele não tinha um testamento, então tudo o que pertencia a ele passaria para Harry, seu afilhado. Mas ele não queria o Largo Grimmauld, nem o dinheiro de Sirius, tudo o que queria era o padrinho, que ele sabia que não teria de volta.

Quando eles chegaram a casa estava vazia, somente Kreacher estava por lá, andando por entre os cômodos e resmungando o tempo todo. Harry percebeu que Remo parecia estar procurando alguém, e que até parecia preocupado, pois esse alguém não estava ali. Harry ficou intrigado quando viu seu ex-professor olhar inquisidoramente para Dumbledore, e este lhe dar um aceno para que fossem para o escritório.

Mas ele não teve muito tempo para pensar nisso, no mesmo instante a campainha tocou, fazendo o quadro da Sra. Black começar a gritar loucamente.

Dumbledore entrou e sentou-se atrás da mesma, olhando calmamente para Remo.

E então, onde ela está?

Nadijah teve que sair daqui, Remo. O encontro entre ela e Harry poderia causar problemas para o garoto.

Que tipo de problemas?

No momento certo você saberá.

Remo sentou-se no sofá bufando.

Não tenho quinze anos, Dumbledore.

Sei que não tem.

Então por que não posso saber o que está se passando?

Quanto menos gente souber, melhor.

Achei que os membros da Ordem deveriam ser informados dos passos de Voldemort.

Eles são, quando necessário.

Remo pela segunda vez no dia sentiu sua rebeldia adolescente florescer, queria esganar Dumbledore.

Ok, mas eu posso pelo menos saber onde ela está? E quem está com ela?

Ela está bem, e isso é o bastante. Não precisa se preocupar com ela.

Ah, ótimo – bufou ele.

Remo se levantou e sem pedir licença já estava saindo quando Dumbledore o chamou novamente.

Ainda temos algo o que conversar.

Ele suspirou fundo, não queria conversar, as únicas palavras que queria ouvir Dumbledore não lhe revelava.

Pois não?

Sente-se.

Estou bem assim.

Sente-se, Remo –falou Dumbledore, e Remo percebeu que aquilo não era um pedido.

Ele se sentou e olhou fixamente para o diretor, que mantia uma falsa calma no olhar.

Estamos sem professor de Defesa Contra Artes das Trevas...

Não quero o cargo.

... e como estamos sem opção...

Repito que não quero o cargo.

... então creio que você poderá nos ajudar.

Não quero o cargo.

Remo, o Ministério não está interferindo em Hogwarts mais, mas Voldemort dará um jeito de se infiltrar lá, eu preciso de alguém de confiança absoluta para o cargo. Por favor.

Ele abaixou a cabeça, sabia que não devia agir com impulsos nessa hora, tinha que se controlar. Dumbledore estava certo, Voldemort não ficaria quieto, daria um jeito de tentar em Hogwarts indiretamente, não lhe restava opção.

Estarei lá no dia 1º -disse ele se levantando e saindo do escritório, sem esperar para ouvir mais alguma coisa que Dumbledore quisesse dizer.

Ele entrou no seu quarto e se jogou na cama. Sempre fora tão racional, sempre soube deixar quietos seus sentimentos em favor da causa mais urgente, e logo agora, quando a guerra se acirrava, ele estava agindo como uma criança.

E a causa disso era Nadijah.

Não teria ficado com raiva de Dumbledore se ela não tivesse aparecido em sua vida, não estaria preocupado por ela estar agora em algum lugar que ele não sabia onde, não estaria se rebelando se não tivesse o desejo de ajudá-la. E ele sequer sabia quem era essa mulher.

Você não precisa se preocupar, Remo –disse ele tentando se tranqüilizar.

No dia primeiro de setembro a casa ficou extremamente tumultuada, além de quatro estudantes que embarcariam no trem, ainda havia um professor. Malas para todo canto, gente subindo e descendo escadas a todo momento para pegar algo que estava esquecendo e ainda a Sra. Weasley tentando fazer com que a Sra. Black parasse de gritar.

No fim saíram de casa depois que o esperado, e chegaram à estação em cima da hora, quase perdendo o trem. Praticamente todas as cabines estavam ocupadas e com muito custo acharam em que pudessem ficar. Na verdade somente Remo, Harry e Gina, pois Rony e Hermione foram para a cabine dos monitores. Na cabine que estavam ainda se encontravam Neville e Luna Lovegood, uma ex-aluna sua a qual ele nunca entendeu muito bem.

Remo saiu um pouco da cabine para deixar os adolescentes conversarem em paz, sabia que a presença de um professor poderia ser meio intimidante, mesmo que fosse um professor amigável como ele. Andou pelos vagões, apartou algumas brigas, recebeu algumas demonstrações de carinho de alguns alunos e então foi ao restaurante comer alguma coisa.

Na verdade não estava com fome, mas comer sempre era um passatempo agradável, ajudava a distrair. Olhou para fora e ia a paisagem passar rapidamente, enquanto o sol ia se pondo. Aquilo estava tristemente parecendo com sua vida, tudo passando rápido e acabando, sem que ele pudesse desfrutar realmente dos momentos. Desde o dia em que Tiago e Lílian foram enterrados e Sirius preso ele não conseguia se lembrar de ter vivido intensamente, para onde havia ido parar seu gosto pela vida?

Estranho que só pensasse nisso agora, aliás, nem tão estranho, desde a morte de Sirius seus pensamentos vagavam nessa direção, mas ele os controlava. Somente agora ele estava deixando sua mente vagar e pensar em tudo o que havia acontecido. Pensar nessas coisas significava tornar a morte de Sirius algo mais forte e imutável, o que sempre fora, mas que ele se negara a aceitar.

Ele passou um bom tempo sentado ali, pensando na vida, na escola, em Nadijah. Até que pagou a conta e voltou para a cabine, ao se aproximar ele ouvir uma voz que lhe fez ter certeza que a situação lá dentro não era muito boa.

... vai amarelar, Potter?

Ele abriu a porta e encontrou Harry e Draco com as varinhas em punho.

Devo pensar que isto é um jeito novo de se cumprimentar?

Draco, Crabble e Goyle o olharam com desprezo, mas deram uma desculpa e iam saindo.

Não estava acontecendo nada aqui, pior vai ser o que vai acontecer no fim do mês... –disse Malfoy saindo da cabine.

O semblante de Harry se fechou ainda mais e ele teria atacado Draco se Remo não estivesse ali. Mas se isto tivesse acontecido Remo nem teria visto, sua mente já estava longe.

"...o que vai acontecer no fim do mês."

É claro que o menino se referia à lua cheia, mas algo estava preocupando Remo, e se pro um acaso Draco Malfoy estivesse se referindo não a ele, mas a Nadijah? Voldemort já estaria sabendo da situação dela? Precisaria conversar com Dumbledore assim que chegasse ao castelo.

Ele passou o resto da viagem olhando para fora da janela, esperando avistar o castelo, já estava suando frio tal era sua necessidade de se certificar que não havia perigo de Voldemort tocar em Nadijah.

Assim que o trem parou, ele desceu correndo e se dirigiu ao castelo na frente dos alunos. Ele encontrou Dumbledore saindo de seu escritório.

Dumbledore, precisamos conversar.

É um prazer revê-lo, meu caro, mas acho que temos que deixar a conversa para depois, os alunos já irão chegar.

Draco Malfoy disse algo que deu a entender que Voldemort já sabe sobre Nadijah, e sabe que ela agora é um lobisomem.

Dumbledore manteve o olhar fixo nele, sem expressar nada.

Voldemort pode saber o que quiser, mas lhe garanto que ela está segura no momento.

Dumbledore, se ele a pegar...

Ela está na casa dos gritos.

... ele a matará.

Um silêncio se fez por alguns segundos, Remo olhando para Dumbledore sem acreditar.

O que você disse?

Nadijah está na Casa dos Gritos, mas espere até depois do jantar para ir vê-la.

Remo não deu a mínima atenção a ultima frase do diretor, saiu imediatamente do castelo em direção ao salgueiro lutador. Abriu a passagem secreta e desde já não pôde acreditar no que viu.

O túnel que levava aos cômodos estava totalmente iluminado por pequenos candelabros dispostos ao longo do trajeto, além de haver um carpete marrom no chão e alguns quadros nas paredes. Aquela definitivamente não era a mesma Casa dos Gritos que ele conhecia.