N/A: Oi gente! Tipo, desculpa a demora, não foi de propósito! Acontece que houve alguns imprevistos (entenda-se três semanas sem pc, provas, reunião da comissão de formatura, cursinho, falta de paciência para escrever no caderno, mais reunião da comissão, mais provas e desânimo) e por isso não deu pra atualizar antes. Essa fic tá um bom tempo sem atualizar, mas eu tenho uma boa notícia! Já fiz todo o planejamento da fic, está tuuuudo certo, é só passar as idéias pro pc... isso leva um tempinho, mas não muito, prometo. Bom, esses dias que me toquei que não disse uma coisa MUUUUUUUITO importante: essa fic é totalmente dedicada à Yasmine Lupin, uma pessoa suuuuper legal, que sempre me dá a maior força nas minhas fics e que um dia me fez um pedido de escrever uma fic com o Remo. Eu aceitei, e seria uma fic de romance, mas meu lado aventureiro acabou interferindo na história e ela ganhou vida própria, uma loucura só! Yasmine, calma, que até outubro a fic está concluída! espero, rsrs. Bom gente, é isso aí, obrigada a todos que estão acompanhando e comentando, isso é muito importante pra mim. Bjusss, Asuka

Ele estava feliz.

Abriu o sorriso macabro e olhou para Rabicho que estava à sua frente. O traidor imundo parecia fingir felicidade somente para agradar a ele, ou talvez fosse tão estúpido que ficava daquele jeito mesmo quando estava feliz. Pouco importava.

-Então você me diz que essa moça realmente está com o que quero... –disse ele, sua voz mais parecendo um silvo.

-Sim, milord.

-Temos que arranjar um jeito de burlar a segurança de Dumbledore. O velho tem os papéis e a moça, mas ele pode trancar um papel num cofre que ele não sairá de lá, já uma pessoa... Sempre há um jeito de tirar uma pessoa de seu esconderijo.

Começou a sentir seu corpo sacolejar e ouvir uma voz conhecida ao longe, e então a cena foi ficando cada vez menos nítida, até que um borrão vermelho ofuscou seus olhos.

-Harry, você está bem? –ele ouviu a voz preocupada de Rony.

Ele esfregou com força a cicatriz e olhou para o amigo, sabia que não daria para mentir para o ruivo.

-Você teve um sonho com Você-sabe-quem? –perguntou Rony, sem se importar que a pergunta anterior não havia sido respondida.

Harry acenou com a cabeça. Sentou em sua cama sentindo-se frustrado, como sempre se sentia quando lhe atrapalhavam ver os planos de Voldemort.

-Só mais um pouquinho, Rony. Só mais um pouquinho e...

-Você sabe que não deve ver essas coisas, Harry.

Harry teria se irritado com o amigo por ficar lhe dizendo o que devia ou não ver, mas a morte de Sirius ainda estava muito viva em seu coração. E a morte do seu padrinho havia sido causada por um sonho que parecia tão real quanto o que tivera ainda agora.

-É, eu sei.

-Quando ouvi que você estava falando umas coisas esquisitas eu acordei na hora, e resolvi te acordar. Fiz bem?

Harry ficou calado por alguns segundos, mas então balançou a cabeça negativamente e forçou um sorriso compreensível para o amigo.

-Fez sim. Melhor que eu não veja nada.

Rony simplesmente assentiu e voltou para sua cama. Harry fechou as cortinas de sua cama e voltou a se deitar. Ainda era madrugada e não podia fazer nada. Ficou deitado olhando para o teto, inquieto. O que isso poderia significar se fosse verdade? Atrás de quem Voldemort estava? Sentia-se cada vez mais decepcionado, mas não podia fazer nada para reverter a situação. Virou para o outro lado da cama e tentou dormir.

Remo não deixou de notar o jeito que Harry lhe olhava durante a aula, o garoto queria lhe dizer algo. Importante? Provavelmente. Explicava sobre os feitiços de persuasão com a cabeça longe, tentando imaginar o que Harry poderia querer lhe falar.

Ou ele remexera a situação e descobrira algo, como já acontecera diversas vezes, ou ele havia tido um sonho. A segunda hipótese o deixava mais nervoso, mas ele teria que tranqüilizar o menino, dizer que estava tudo bem.

O sinal bateu e Remo resolveu facilitar a vida de Harry, caso ele não tivesse contado a Rony e Mione sobre um suposto sonho.

-Harry, você pode ficar por um instante?

O garoto somente acenou com a cabeça, bem pensativo. Remo viu quando Rony levantou uma sobrancelha e Hermione ficou intrigada, mas ignorou como se nem tivesse percebido. Assim que a porta se fechou e Remo se sentou Harry começou a falar.

-Tive um sonho muito estranho, mas não posso dizer se ele é real. Nele Voldemort falava sobre uma moça, e sobre essa moça estar com algo que ele quer. Algo sobre guardar papéis no cofre, mas pessoas não –disse o menino de uma só vez.

Remo o fitou tentando controlar o ritmo rápido que seu coração estava batendo.

-Não sei de que moça ele possa estar falando, Harry. Mas eu informarei Dumbledore, vamos verificar.

-Dumbledore a protege.

-O que disse?

-Que Dumbledore a protege, é o que Voldemort deu a entender. Ele disse que precisa retirar a moça debaixo do domínio de Dumbledore.

Remo suspirou fundo, sairia dali direto para a sala do diretor.

-Pois eu comunicarei a Dumbledore do seu sonho. Fique tranqüilo Harry, quando Dumbledore protege uma pessoa, ele usa muito mais que simples feitiços.

-Ela tem algo que Voldemort quer.

-Obviamente, ou ele não estaria atrás dela.

-Você a conhece?

-Não sei quem possa ser.

Harry olhou profundamente para o professor. Sabia que ele estava mentindo, mal sinal.

-Fred e Jorge são da Ordem.

-Sei disso, Harry.

-Eles disseram que o senhor passou algumas semanas fora no inicio das feiras.

-Estava em uma missão.

-Com ela?

-Já disse que não a conheço.

Ele não entendia realmente porque estava mentindo para Harry, mas achava que não devia contar. Os dois se encararam por alguns segundos, então Harry desistiu, o que tinha que fazer já estava feito. Avisara sobre o sonho, já não podia fazer mais nada. Levantou-se e despediu-se.

Ficou ainda um tempo sentado em sua cadeira pensando, tentando tranqüilizar a si mesmo de que tudo estava bem, Voldemort não tinha como tirar Nadijah de onde ela estava, ele não podia entrar em Hogwarts. Tentou ignorar o fato de que havia outros meios para obter uma pessoa.

Levantou-se e foi andando a passos largos. Andou, subiu escadas, dobrou corredores e finalmente parou em frente à gárgula que dava entrada para a sala de Dumbledore.

-Daisy, a cortesã.

A gárgula deu passagem e abriu caminho para a escada espiral. Respirou fundo, a conversa por ali seria bem longa. Não sairia dali enquanto não se sentisse seguro em relação a segurança de Nadijah, e isso implicava saber a real situação dos fatos. Dumbledore não ficaria nada satisfeito com ele.

Somente depois do jantar ele saiu da sala do diretor. Estava exausto. Pensou em passar na cozinha e pegar algo com os elfos domésticos, mas acabou desanimando. Precisava ir para sua cama, dormir um pouco mais cedo hoje. Mandou alguns alunos que encontrou pelos corredores irem para suas salas comunais, e teve que acompanhar uma primeiranista da Corvinal que parecia meio perdida quanto ao caminho.

Começou a subir as escadas para o terceiro andar, mas então deu meia volta. Já eram nove horas da noite, horário que Nadijah normalmente fazia um lanche qualquer. Desceu as escadas do segundo e primeiro andar e saiu para o jardim em direção ao Salgueiro Lutador.

Assim que entrou no túnel que dava acesso à casa já sentiu o cheiro.

-Bolo de chocolate –sorriu ele.

Andou até a cozinha, onde a encontrou toda lambuzada, comendo uma fatia gorda do bolo. Ficou parado na porta observando-a. Ela parecia tão feliz e distraída com seu passatempo preferido que nem havia notado que ele chegara.

-Você não acha que come demais? –perguntou ele.

Nadijah deu um grito pelo susto e o pedaço do bolo caiu de sua mão.

-Remo! Olha o que você fez?

-Ah, boa noite pra você também.

Ela sorriu meio indignada e não respondeu nada. Levantou-se e foi até o armário pegando um prato para ele. Quando ela levantou ele pôde perceber que ela parecia ligeiramente rechonchuda.

-Glicose demais faz mal, sabia? Você como trouxa está sujeita a várias doenças que nós bruxos não podemos curar.

-Ora, vocês não são tão superpoderosos? Por que não podem curar nossas doenças?

-Porque não há desenvolvimento de pesquisa para a cura das doenças trouxas –disse ele sentando-se.

Ela fez uma careta e ele riu.

-Você parece adolescente desse jeito. Come demais, não faz nada o dia todo, faz careta... o que está faltando? Quer uma prova pra você poder passar cola para algum colega?

-Ha ha ha. Você é tão engraçado que me comove –disse ela servindo o bolo para ele.

Nadijah sentou-se ao lado dele. Remo fechou os olhos e inspirou profundamente. Ela tinha um perfume delicioso, adocicado e sedutor. Olhou para a morena dos olhos amendoados. O rosto redondo e a boca grossa dela junto à pele macia e o nariz pequeno lhe deixavam em transe. Ela sorriu e o abraçou forte, visivelmente feliz por ele estar lá. Ele retribuiu o abraço, sem esquecer totalmente suas preocupações.

-Harry teve um sonho –disse ele sério, antes de comer um pedaço do bolo.

-Eu tive um sonho também.

Remo se engasgou com o bolo e ela lhe passou um copo d'água. Ele olhou preocupado com ela.

-O que você sonhou?

-Ah foi muito esquisito. Eu estava comendo um pavê, mas então apareceu um senhor que falou que eu não podia comer, porque ele tinha uma maça verde. Então, uma moça de cabelo roxo chegou e...

-Pára.

-É, eu sei. Não foi muito interessante o meu sonho.

-Não é desse tipo de sonho que estou falando.

-De que tipo então?

-Harry tem uma ligação estranha com Voldemort. Ele pode ver ações de Voldemort algumas vezes, quanto está dormindo.

Ela voltou a comer olhando fixamente para o prato. Os dois ficaram em silêncio por um tempo.

-Eu fui citada neste sonho?

-Foi.

-Como foi o sonho?

-Voldemort falava que precisava lhe tirar da proteção de Dumbledore. Ele vai tentar lhe forçar a sair desse esconderijo.

-Fique tranqüilo, não vou sair.

-Não Nadijah, veja bem...

Ela tomou o rosto de Remo entre a palma de suas mãos.

-Veja bem você, Remo. Eu não conheço ninguém nesse lugar, nesse país todo, a não ser Dumbledore e você. Eu não me comunico com ninguém por cartas, eu não tenho ninguém além de você para me importar, e você trabalha nessa escola, em regime interno. Eu só tenho você e meu pai para conversar, além do elfo. E vocês dois estão nessa escola, nesse maldito lugar que eu nem sequer posso ver! Por que eu sairia daqui?

-Voldemort costuma oferecer as pessoas justamente aquilo que lhes falta.

-Então ele vai me convidar para um chá com bolinhos e me contar sobre a nova moda de Paris?

-Você não sabe do que ele é capaz, como ele seduz as pessoas, como ele as controla...

-Sinto muito, Remo. Mas até para tentar me controlar ou me seduzir ele teria que entrar aqui, ou mandar que alguém viesse. Creio que esta hipótese está fora de cogitação.

-Só me prometa que não sairá daqui. Por nada nesse mundo.

Ela bufou indignada.

-Você é um insensível! –gritou ela se levantando da mesa- Eu NÃO POSSO sair daqui! Eu NÃO TENHO para onde ir além desse lugar! Dessa maldita casa que eu sei que você odeia, e que eu odeio também!

Ela saiu da cozinha batendo a porta num estrondo. Ele ficou algum tempo ainda sentado à mesa, sem entender o que estava acontecendo. Levantou-se e saiu da cozinha, subiu as escadas e parou em frente a porta do quarto dela. A porta estava fechada e ele pensou em bater antes de entrar, mas viu que aquele gesto não faria diferença nenhuma. Entrou.

O quarto rosa lindamente decorado novamente o fez pensar que ela parecia uma adolescente. E a posição fetal que ela estava encolhida na cama reforçava essa impressão. Ela chorava baixinho com o rosto muito contraído e com uma grande expressão de dor. Sentou na beirada da cama e colocou a mão no ombro dela.

-O que está acontecendo, Nadijah?

-Ora! Como assim, o que está acontecendo? Você e meu pai estão sempre muito ocupados, sempre cansados e eu passo todo o tempo aqui, sozinha, sem saber de nada. É claro que eu como demais, é uma das únicas coisas que me dão prazer. –ela sentou-se na cama, e o encarou profundamente- Eu estou me sentindo sufocada. Vivi minha infância num país em guerra e lá eu tinha mais liberdade que aqui!

Ele a abraçou e ela afundou o rosto no ombro dele. Remo suspirou profundamente.

-Me desculpe. Eu não sabia, não sabia que você sentia assim.

Ela resmungou alguma coisa que ele não entendeu. Ficaram abraçados algum tempo em silêncio, e Remo começou a se sentir inebriado. Aquele perfume dela esta subindo a cabeça dele. E agora ele também sentia o perfume dos cabelos lisos dela. Na verdade também sentia o cheiro natural da pele dela. Beijou suavemente o ombro desnudo dela. Seu coração começou a bater mais rápido.

Nadijah levantou a cabeça. Os olhos levemente inchados e o cabelo atrapalhado não lhe roubavam a beleza. Ele inclusive sentia agora uma vontade ainda maior de abraçá-la, de beijá-la, de lhe segurar forte e não a soltar nunca mais.

-Dorme comigo essa noite.

Ele não soube se foi uma pergunta ou não. Mais lhe parecia uma ordem. E ele não estava disposto a desobedecê-la, na verdade a obedeceria comemorando. Somente acenou com a cabeça, tentou dizer um 'sim', mas não teve certeza se sua voz saiu.

Ela sorriu e se inclinou oferecendo seus lábios a ele. Ele a beijou delicadamente primeiro, apreciando o gosto da boca dela misturado ao chocolate. Depois lhe beijou o pescoço, o que provocou um estremecimento da parte dela.

Ela o fez se deitar e abriu os primeiros botões da roupa dele. Sua pele lhe pareceu ficar extremamente quente depois que ela começou a beijar sua região torácica. Ele a afastou por um momento, como se fosse para se certificar do que estavam fazendo. Nadijah lhe sorriu.

-Eu te amo, Remo.

Ele ia responder, mas ela lhe calou a boca com um beijo.

Ele acordou no meio da noite, não poderia passar o resto da noite ao lado dela, senão poderia acabar perdendo as primeiras aulas da manhã, já que ela acordava tarde. Levantou-se com muita dificuldade, o corpo se acabando de cansaço. Vestiu-se com rapidez e saiu dali antes que ela acordasse e lhe pedisse para ficar.

O céu estava nublado e sem estrelas, mas isso não lhe incomodava. Estava nas nuvens, feliz como há muito tempo não se sentia. Não tinha esquecido do sonho de Harry, mas isso ficaria para depois, quando ela estivesse um pouco mais disposta a conversar sobre aquele assunto.

Andou rapidamente de volta ao colégio, e em menos de dez minutos já estava deitado novamente, agora em sua própria cama. Deitou-se sabendo que em breve teria de acordar, mas precisava de algum tempo de descanso.

Sua mente durante o sono ficava vagando entre bolos de chocolate e Voldemort vendendo uma maça do amor. Harry então aparecia para oferecer Delícias Gasosas, mas Nadijah começava a virar um balão e a flutuar pelo céu e ele tinha que correr atrás dela.

Acordou com um elfo o despertando. Levantou-se preguiçosamente, sentindo-se exausto. Agora que sabia como Nadijah se sentia não podia abandoná-la naquela casa, mas se fosse passar todas as suas noites desse jeito então ele precisaria de muitas Poções Revigorantes.

-Estou horrível –disse ele se olhando no espelho.

-Está mesmo –respondeu o espelho.

Ele fez um muxoxo com a mão e se trocou, indo em seguida para o Salão Principal. Pelos corredores da escola alguns alunos faziam certas caretas quando viam o estado em que ele se encontrava.

Tomou seu café demoradamente, seu estômago parecia que não era alimentado há mais de um século. Conversou com alguns professores sobre futilidades, como se tudo estivesse bem tranqüilo.

Quando entrou na sala percebeu alguns alunos olharem para o calendário lunar, ficarem com uma expressão confusa, mas então darem de ombros. Faltavam duas semanas para a lua cheia e ele já estava com uma aparência péssima.

-Por favor, abram seus livros na página 50 –pediu ele.

Enquanto os alunos abriam os livros ele se viu no reflexo da janela. Estava realmente com uma aparência péssima, parecia doente, como nos dias antecedentes e posteriores à lua cheia. Sorriu para o seu reflexo, queria padecer da doença que sofria nesse momento: amor.