Fragmentos da Memória

Cap 08 – Noite de gala (parte 2)

Muito bem, não podemos descansar só porque estamos numa festa... – disse Saori sentada a mesa junto com os cavaleiros

- Dá um tempo... – resmungou Ikki – começaremos amanhã, todos estão cansados...

- Não Ikki, não podemos perder tempo! – disse Shun

- Vai adiantar começarmos agora? Depois dessa festa todos irão querer dormir! Eu vou querer dormir! Pandora, você tem pelo menos alguma pista de onde começarmos? – contestou Ikki

Pandora se calou, mas logo quebrou o silêncio.

- O mar negro... esqueceu?

- Ah, ótimo! – ironizou – vamos gente! Vamos pegar nossas roupas de mergulho! Temos um trabalho a fazer! A "senhorita–deusa–Athena" está mandando!

- Ikki, você bebeu demais... – disse Shun tentando tomar o copo das mãos do arrogante cavaleiro

- Não Shun, eu nem comecei!

- Ikki, o que deu em você? – perguntou Pandora – por que você está assim?

- Eu acho melhor não falarmos mais sobre esse assunto... bom, eu quero dançar! A boate fica ali, quem vem comigo? – perguntou Saori olhando para Seya

- B-bom... eu iria, mas... não sou muito bom em...

Antes que Seya completasse sua fala, Saori saiu puxando ele pelo salão até chegaram à boate.

- June, você quer que eu coloque alguma bebida para você? – perguntou Shun

- Eu vou com você, Shun! Vamos ao bar! – disse June

Hyoga e Shiryu saíram também. Marin e Aiória foram passear pelos jardins do hotel. E mais uma vez, Ikki ficou sozinho. Aparentemente ele não ligava para isso, até gostava de ficar só. Mas algo o incomodava... ele estava farto de ser o chato, anti-social grosseiro.

"Muito bem, Ikki, você está sozinho de novo... é sempre assim, eu espanto as pessoas..." – pensou dando um gole na sua dose dupla de uísque.

Saori acabou levando Seiya para um lugar escondido no jardim. Seiya não havia entendido porque que eles estavam demorando tanto para chegarem na boate... tolo.

- A boate é tão longe assim? – perguntou Seiya confuso

Saori sorriu e percebeu que Seiya não havia mudado nada, sempre o mesmo cavaleiro bobão. Ela tinha planos que não eram dançar e parecia que ele não enxergava isso.

- O que foi? Por que está sorrindo? – perguntou também sorrindo

- Seiya... a boate fica do outro lado do hotel, se é que você não percebeu, passamos por ela há uns 5 minutos...

- O que! Aquela era a boate? Por que não entramos?

- Porque eu não queria dançar...

Seiya ficou sério.

- Eu... não consigo entender as mulheres... – disse Seiya fazendo Saori sorrir mais uma vez

- É algo que eu preciso te dizer... desde aquele dia que você me salvou no penhasco, há mais ou menos 6 anos...

- Ah, nem me lembre daquele dia! – sorriu – tenho uma cicatriz no peito por causa da queda...

- Não é de cicatrizes que eu quero falar! – disse Saori num tom de voz imperativo – quero dizer... eu tentei te beijar aquele dia, mas Shina não deixou...

- Você tentou me beijar! – estranhou Seiya – mas por que!

- Porque... naquele dia eu me dei conta do que sentia por você... eu sei que não fui muito gentil com você na infância, mas desculpe-me, eu era tão pequena, não sabia o quanto era errado...

- Saori, não precisa pedir desculpa pelo o que você fazia com 6 anos de idade... – sorriu Seiya

- Tudo bem, vou direto ao ponto... Seiya, eu te trouxe aqui para dizer que... eu... te amo...

Seya demorou uns dois segundos para entender o que Saori havia falado. A deusa Athena, poderosa, soberana, apaixona por um simples cavaleiro? Não, aquilo era demais para ele, não conseguia acreditar.

- O... que você disse? – perguntou Seiya incrédulo. Essa reação fez Saori se sentir insegura e começou a pensar que estava cometendo uma burrice. "Seya não me ama... Saori, sua besta!" pensou antes de ter seu olhos tomados por lágrimas.

- Eu... ai meu deus, não era para eu estar dizendo isso... eu acho melhor voltarmos para a festa, desculpe-me Seya, eu sempre pensei que você também... esquece! Vamos voltar... – disse Saori querendo sair do local, mas Seya rapidamente a segurou pelo braço.

- Me desculpe, mas é que eu quero ouvir de novo, só para ver se eu entendi direito...

- Por que você está fazendo isso comigo Seya! Estou envergonhada...

- Não estou fazendo nada! É que... eu... ouvir aquilo pra mim foi como... – disse Seya puxando Saori para perto dele – foi como estar no paraíso... eu sempre te amei muito, Saori... se não eu não teria arriscado tantas vezes a minha vida para te salvar... – e a beijou

- Não Aiória, aqui não! – sorriu Marin – você quer parar com... tira essa mão daí!

- Marin, não tem ninguém aqui! – sorriu Aiória maliciosamente

- Pode ter, alguém pode nos ver! – sorriu Marin, até que foi andando para trás e esbarrou em alguma coisa... ou seria alguém?

- Saori! Seya! – disse Marin assustada

- O que vocês estão fazendo aqui? – perguntaram os quatro de uma só vez

- Eu vim trazer minha namorada para passear no jardim do hotel, mas... enquanto a vocês? Eu vi o beijo... – disse num tom brincalhão fazendo Saori e Seya ficarem corados

- Aiória, eles devem ter muito a conversar... vamos deixa-los! – disse Marin

- É o jeito, não é? – disse enquanto os dois se afastavam cada vez mais – sabe... por que não vamos ao nosso quarto?

- Aiória... – as vozes foram cada vez ficando mais abafadas e distantes

Os dois ficaram um pouco em silencio. Segundos depois, Saori quebra o silencio cochichando algo no ouvido de Seya que o deixou arrepiado.

- Vamos ao meu quarto...

Continua...