Cap. 3
Metamorfose acelerada
Era Sábado de manhã, o sol começava a sair. O despertador de Kagome tocou. Em plenos dezesseis anos, ainda não tinha se acostumado com aquele barulho. Estava se sentido mais pesada que o normal. Parecia Ter caído um forte peso em cima dela. Estava sonolenta, mal tinha aberto os olhos. Mas quando conseguiu abri-los melhor, deu de cara com um homem. Era bonito, tinha um belo rosto, olhos cor de âmbar, cabelos prateados e grandes, e orelhinhas de cachorro em cima a cabeça. Ficou encarando o homem um pouco, até que conseguiu raciocinar melhor, e sem nenhum aviso, soltou um forte grito, fazendo o homem cair no chão. Ele arrastou o edredon com ele, afinal, estava totalmente nu. Kagome pode ver que ele tinha um corpo atlético, é... Não era de se jogar fora.
Quem é você? E o que fazia nu, em cima de mim? E cadê meu cachorro?– Disse ela, vermelha como um pimentão.
Nossa, calma. Eu sou seu cachorro, Inuyasha... – Disse ele, mechendo as orelhinhas.
Fala sério, anda, quem é você?
Inuyasha...
Eu vou ligar pra polícia.
Da pra acreditar em mim?
Me prova que é o Inuyasha...
Ontem, como sempre fizemos, fomos passear na praia. Você estava vestindo uma roupa amarela e preta, que aliás, ficou muito boa em você. Voltamos de noite e você comeu uma pratada de sushi. Nunca vi ninguém que coma como você...
Você é o Inuyasha mesmo?
Só percebeu agora?
Você era mais dócil na forma de cachorro, sabia?
Nossa, que legal. E então, o que vai fazer?
Porque virou humano?
Porque quando eu tinha cinco anos, uma feiticeira me jogou um feitiço. Eu seria cachorro até completar meus dezessete anos. Vaguei um pouco pela rua, mas logo os caras daquela loja me pegaram. Passei um ano naquela gaiola apertada, até você me trazer pra cá. Difícil de acreditar?
Depois dessa transformação, acredito em tudo... E como pretende continuar vivendo aqui em casa?
Explique a história para sua mãe. – Disse ele, com um sorriso largo.
Mas... Afff, eu deveria colocar você no quintal! Não acredito que vou gastar meu pagamento com você!
Pois é, acho que você não esqueceu que eu sou a criatura mais fofa do mundo...
E convencido também, né?
Feh! E aí, o que pretende fazer?
Gastar meu dinheiro com roupas e sapatos pra você.
Eu vou poder ir na escola também? – Disse ele, abrindo mais um de seus sorrisos pidões.
Vai, né? Afff, isso vai dar trabalho... Olha, eu vou sair... – Ela já ia começar a se trocar ali mesmo, mas assim que ia tirar a blusa, percebeu o olhar de Inuyasha. Este lhe lançava um olhar bem sensual, e ainda estava totalmente despido, se protegendo apenas com o edredom de Kagome.
Não vai continuar? – Disse ele, com o mesmo olhar.
Seu cachorro... Só me faltava essa. Olha, eu vou sair, vou deixar o número do meu celular. Só ligue em caso de emergência. Vou te deixar trancado aqui. E não fique na janela, não quero que ninguém te veja por enquanto. – Ela ia saindo do quarto, mas ele tinha que perguntar:
Mais tarde podemos ir passear? – Disse ele, olhando pra ela, com cara de pidão.
Vou pensar no seu caso... – E fechou a porta, a trancando por fora.
Saiu sem nem ao menos tomar café. Apenas pegou o seu dinheiro com a mãe e o avô e saiu, dizendo que faria compras. Na rua, apenas pensava no ocorrido daquela manhã. Como seu cachorro, seu melhor amigo, tinha virado um homem arrogante e tarado? A manhã passou rapidamente, Kagome estava surpresa com a quantidade de coisas que tinha comprado. Subia as escadas do templo, quase que furiosa.
Ah, como eu amo os animais... – Pensava ela, destrancando a porta do quarto. Só ficou com mais raiva ainda, ao ver Inuyasha se mirando no espelho. Fechou os olhos, contou até dez. "Mas que homem era aquele, que corpo!" Pensava ela. Falou quase gritando com ele:
Inuyasha, se cubra com o edredon, AGORA! – Disse ela, autoritária. Este, levou um susto, e rapidamente, enrolou o edredon na cintura. Ela abriu os olhos, despejou a montanha de sacolas na cama e trancou a porta. Fez ele experimentar tudo, das cuecas, ao último par de sapatos. Se sentia a mãe de um filho de sua idade.
Porque minha dona comprou tantas roupas pra mim? – Disse ele, escolhendo uma para ficar vestido.
Pode me chamar de Kagome. Porque você vai precisar das roupas. – Disse ela, já mais calma. Ela tinha comprado de tudo. Cuecas, uma variedade enorme de blusas, calças, bermudas, sapatos, tênis, chinelos, roupas de banho, pijamas, toalhas, meias, bonés, roupas para malhar e o uniforme de seu colégio.
Onde eu vou guardar tudo isso?
Uma parte do meu armário está livre, guardamos elas ali. Agora, sente-se aqui do meu lado, quero lhe fazer umas perguntas... – Ele se sentou. Kagome deu mais uma boa olhada nele. Estava meio boba com aquele corpo.
Olha, você sabe usar o banheiro? – Ele caiu na gargalhada, porém se recuperou rapiamente.
Sei, pode ficar tranqüila.
E, porque ainda tem suas orelhinhas?
Porque o feitiço ainda não se desfez por completo... Sei lá, eu só viro humano totalmente quando... Ah, eu esqueci...
E você sabe que vai Ter que dormir num colchão de agora em diante, né?
Não... Eu não posso mais dormir com você?
Lógico que não, você é um homem agora, Inuyasha. Não mais o meu cachorro.
Sem graça...
Um homem tarado ainda por cima...
Não vem me chamando de tarado não, porque aquele seu namorado ridículo é muito mais tarado do que eu.
Você quis dizer, ex-namorado né? Dispensei ele justamente por isso...
Ah é, tinha me esquecido desse detalhe.
Vamos, eu já tenho um plano pra te apresentar a mamãe.
