Na manhã seguinte a estudante comprou passagens para o retorno, que aconteceria no dia seguinte, pois os vôos para o dia estavam lotados. Isso irritou Inuyasha. Mas no fundinho ele gostou de ter mais um dia para se despedir de Shanara. Desta vez, definitivamente.

A moça estava recuperada. Tomou café da manhã junto com os amigos e até combinaram um piquenique no jardim da casa de Vivi, que morava em uma chácara não muito longe da cidade, ás margens de uma represa. Era um lugar muito bonito, ladeado por mata e bem tranqüilo. Eles partiram ás 11 horas e as moças carregaram animadas cestas com comida. Inclusive o Miojo de Inuyasha, que estranhou a culinária local, bem mais que o curry da mãe de Kagome.

O hanyou correu os olhos pelo local, farejando o ar. O cheiro de mata fresca pelo orvalho e as flores selvagens deixaram seus sentidos entorpecidos, acostumados aos cheiros de plantas orientais. Aquele ambiente tropical era cheio de mistérios para ele. Assim como a garota que se originou dele. Desde o dia do passeio que Shanara não ficara sozinha com Inuyasha, e estava sempre com Kamala a seu lado. Era um modo eficiente de afastar o meio youkai, como ela mesma comprovara. Ele se virou e viu quando a moça descia da moto de Kamala, os cabelos compridos dançando ao sabor do vento. Ela foi amparada pelo rapaz que delicadamente a conduziu ao interior da casa. Kagome se aproximou dele e disse.

- Você não vem Inuyasha?

- Ah, sim, ... já vou Kagome.

Ela pegou a mão do hanyou.

- Vamos?

Ele a acompanhou. A casa era pequena mas aconchegante. As garotas pegaram as cestas no carro e os homens foram buscar bebidas na geladeira, e todos foram se sentar debaixo de uma frondosa figueira, em uma mesa grande que havia ali.

A conversa seguiu animada durante o almoço. Vivi saiu correndo da casa em direção á mesa, com o lamen de Inuyasha, que o devorou rapidinho. Yuri ofereceu cerveja a ele.

- Ei Inuyasha, quer tomar um golinho com a gente?

- Bem... acho que não... – ele disse receoso.

- O vira lata não deve beber mesmo – desdenhou Kamala sorvendo um gole – ele deve ser muito fraco pra coisas de homem...

- O que disse seu trancinha idiota! – ele gritou irritado – pois me dê um pouco desse negócio aí agora mesmo e você vai ver quem é fraco!

Shanara advertiu.

- Cuidado Inuyasha! Você não é acostumado a beber, pode fazer mal!

- Até você? Que droga, já disse pra me dar! – ele falou e estendeu uma caneca, que Yuri encheu até a metade. Ele corrigiu – é pra encher!

Meio receoso o rapaz encheu. De um só gole Inuyasha tomou tudo, e seu rosto começou a ficar vermelho. Mas ele se segurou pra não dar vexame e até riu debochado.

- Viu seu trancinha? Hehehe...

Kamala sorriu maldosamente.

- Ora, não é que o pulguento sabe mesmo beber? Que surpresa!

- Coloca mais! – ele exigiu estendendo a caneca. Kagome o repreendeu.

- Chega Inuyasha!

- Ora, fique quieta! Coloca mais!

Yuri pegou a garrafa e tornou a encher, mas dessa vez ele foi mais cauteloso e bebeu devagar. Kagome o olhou séria.

- Agora chega Inuyasha! Você não está acostumado com essas coisas.

- Feh! – ele grunhiu terminando de beber.

Daí a pouco ele estava roncando deitado numa rede que havia por ali. Kagome olhou aquilo e suspirou.

- O Inuyasha não tem jeito...

Kamala riu.

- Que coisa! Tão pouquinho e ele já caiu, é um fracote!

- Ele não está acostumado Kamala, para de implicar com ele! – era Shanara que o corrigia – se ele passar mal a culpa é sua!

A expressão séria dela fez Kamala se irritar.

- Ora, você já está defendendo ele Shanara! Que droga!

Ela continuava a fitá-lo séria. Ele sibilou um droga ainda mais irritado e foi para dentro procurar mais cerveja. Shanara suspirou e se virou para Kagome.

- Desculpe o Kamala Kagome. Ele não sabe quando parar e certas brincadeiras dele ficam bem sérias. Será que o Inuyasha está bem?

- O Inuyasha agüenta Shanara. Não se preocupe, agora é bom que vai dar uma dor de cabeça nele para ver se aprende a lição.

Elas riram ao ouvir os rosnados que vinham da rede.

A tarde passou com muita conversa e comida e bebida. De tardezinha Yuri e Vivi foram tirar um cochilo e Kamala caiu bêbado no sofá, adormecendo imediatamente. Kagome foi dar uma olhada no hanyou mas ele continuava dormindo. Então ela resolveu sair para conhecer o lugar. Caminhou algum tempo e chegou á beira da represa. O sol da tarde dourava as águas calmas e ela se sentou para apreciar a paisagem. Lá na rede, os olhos de Inuyasha se abriram ao sentir um cheiro familiar.

Kagome olhava a imensidão da paisagem distraída quando um barulho a fez vira-se. Cascos de um cavalo enorme batendo violentamente no chão, as brasas estalando. Ele se aproximou e parou abruptamente ao chegar mais perto, e em meio a crina esvoaçante Kagome pode ver a figura de um rapaz de olhar frio. Ela se arrepiou toda ao sentir a energia sinistra que emanava dele.

- Você estava com aquele que me atrapalha os planos há muito tempo não é? Então vocês vieram até aqui para continuar no meu caminho?

- Mas... quem é você? – Kagome indagou assustada.

- Eu sou Gabriel do Esquecimento. Se eu levar você comigo, me vingarei dele! Ele gosta de você não é mesmo?

Gabriel desceu do cavalo e começou a caminhar em direção á Kagome. Mas uma sombra saltou e se pôs em seu caminho. Ele sorriu ao reconhecer.

- Shanara...

- Não toque nela Gabriel! Eu estou avisando...

Ela apontou o tridente em sua direção e este começou a vibrar com a energia sinistra que dele emanava. Gabriel no entanto não se alterou.

- Você acha que pode comigo Shanara? Saia do meu caminho agora!

- Não vou sair! Se quiser ferir a Kagome, terá que passar por mim!

Ele sacou sua alabarda.

- Saia do meu caminho! Obedeça seu senhor!

- Não! – sua voz agora era mais firme. – a Kagome é muito importante para...

- Eu sei. – ele a interrompeu – por isso vou levá-la comigo. Agora saia, não quero ter que levantar a mão contra você, que é o motivo de tudo minha lady...

Kagome ouvia tudo paralisada. Então aquele era Gabriel, o vampiro que corrompeu a alma da Shanara? E agora queria se vingar do Inuyasha, mas que tipo de rivalidade há entre eles, ela pensou angustiada. Shanara estava de pé, ali á sua frente, protegendo-a daquele homem, não por ela, mas pelo Inuyasha. talvez ela não quisesse ser salva afinal.

- Shanara...

- Não se preocupe Kagome! – ela disse virando o rosto – o Gabriel terá que passar por cima do meu corpo morto para poder te pegar!

Ele riu.

- Como ousa achar que pode me deter minha cara...

Gabriel avançou sobre ela que se defendeu usando o tridente. As lâminas se encontraram mas o poder da alabarda parecia sobrepujar a arma mágica de Shanara. Ela gritou.

- Fuja Kagome!

A estudante parecia petrificada e não saiu do lugar. Gabriel sorriu maldosamente e com um golpe de perna aproveitou a distração da guerreira e a jogou no chão. Ela voou longe. O guerreiro das sombras se encaminhou para Kagome mas parou ao perceber que seria golpeado por cima, e ao elevar os olhos viu uma lâmina brilhante em sua direção, saltando pra se esquivar. Era a ferida do vento. Inuyasha caiu perto de Kagome e apontou para Gabriel a Tessaiga.

- Enfim você resolveu aparecer seu maldito!

Ele olhou Inuyasha com ódio.

- Você vai me pagar pelo pecado de ousar olhar para a senhora da escuridão, aquela que escolhi para ser minha!

- Kagome, fique perto da Shanara, eu vou acabar de vez com esse maldito sanguessuga!

- Inuyasha...

- Não se preocupe, eu vou proteger as duas. Agora me deixe porque senão não consigo lutar sossegado, vai!

Ela relutou por um momento. Nos olhos de Inuyasha era possível ver a força dos seus sentimentos em relação a... ela e Shanara naquele momento. Mas seu coração se acalmou quando ele completou.

- Não esqueça que vivo pra proteger você... minha Kagome...

Nas palavras dele havia uma doçura que jamais ela havia sentido, desde que se conheceram na árvore sagrada. Ela correu e foi ficar ao lado de Shanara, que sorria pois ao se virar para ele sentiu o olhar dourado de Inuyasha em seu rosto, e não precisou de palavras para sentir que ele lutava por ela também.

Inuyasha saltou com fúria tentando atingir Gabriel mas ele se defendeu com a alabarda. Raios cortaram o ar com o choque das duas energias sinistras. Nesse momento Inuyasha pensou em usar a onda explosiva, mas as rajadas de vento da Tessaiga se amenizaram e ele se surpreendeu com isso.

- Mas... a energia sinistra da Tessaiga sumiu?

Gabriel riu sarcasticamente.

- O que foi? Sua espada ridícula perdeu o poder? Saiba que ela jamais será páreo para minha Esquecimento!

Emanações de energia em forma de eletricidade rodeavam a lâmina da alabarda. Kagome nesse momento arregalou os olhos.

- Um fragmento! Tem um fragmento da jóia de quatro almas na alabarda dele Inuyasha!

- O que? Mas como isso é possível?

Kagome estava chocada. Até então ela não havia percebido o fragmento, por que agora ela voltou a sentir?

- Por que... eu não detectei antes...

- Talvez... – disse Shanara – porque a aura da alabarda estivesse barrando a energia do fragmento e agora Gabriel liberou o poder dele. Esquecimento não é uma arma maligna, apesar de estar nas mãos de um ser das trevas. Ela pode fazer isso.

Gabriel riu.

- Quando fui atrás de você soube dos planos do tal Naraku e fui até ele depois que soube que tinham te resgatado Shanara. Eu ia matá-lo por ele ter te usado mas ele me disse que esse hanyou tinha te arrebatado e me ofereceu esse pedaço de jóia para poder matar esse insolente. Apesar de eu não precisar, aceitei o presente.

Inuyasha desdenhou.

- Feh! Com fragmento ou sem fragmento, você não irá me derrotar!

Gabriel apontou a alabarda em direção a Inuyasha e recitou o sutra para invocar a marcha do esquecimento. Era a chance que o hanyou esperava para aplicar a onda explosiva.

Trovoada Negra observava a batalha do alto de uma árvore. Ela desejava que Gabriel matasse Shanara por ela desobedecê-lo, mas seu desejo não foi realizado. A elfa negra desejava ela se tornar senhora dos exércitos das trevas, mas seu amo escolhera a maldita humana, e isso a enchia de rancor e desejo de sangue. Ela assistia a luta ansiando ver Inuyasha, Shanara e Kagome sucumbindo diante de seu mestre. Mas o que ela viu foi o golpe de Gabriel ser revertido contra ele, algo que o general das sombras não esperava. A nuvem de energia sinistra atingiu a alabarda dele e o fragmento foi arrancado. No entanto quando a poeira abaixou, não havia rastro dele. Sumiu completamente, e tudo o que restou foi uma chuva de penas negras flutuando levemente pelo ar.

Inuyasha olhava para todos os lados tentando achar seu oponente em meio á nuvem de pó que se formara. Quando as plumas negras caíram por completo ele viu uma barreira de energia e atrás dela Gabriel montado em Trovão Negro, seu corcel alado.

- Maldito!

- Seu hanyou idiota!

O cavalo alado começou a galopar velozmente através do vento em direção a Inuyasha. Kagome via tudo desesperada e queria fervorosamente ter um arco e flecha consigo. Quando os cascos tocaram o chão este rachou com o impacto e o galope continuou pela terra, em direção a Inuyasha, mas o cavalo parou e empinou ante ao ataque de Lealdade, transformado em lobo, que jogou o hanyou no lombo. Imediatamente este saiu voando sendo seguido por Trovão Negro. Shanara gritou.

- Lealdade! Protege o Inuyasha!

Kagome falou.

- Se eu tivesse um arco e flecha...

- Serve este?

As duas olharam rapidamente para trás e um moço loiro estava parado ali, olhando o céu com ar sério.

- Tome – ele olhou Kagome e estendeu-lhe um arco enorme e que estava repleto de energia – use o meu.

- Mas... – a estudante nem perguntou quem era tamanha era sua alegria – não tem flechas...

- Este arco é mágico, não precisa de flechas. Apenas concentre-se e você verá.

Ela pegou o arco e relutante retesou. Nada aconteceu.

- O que...

- Concentre-se – ele insistiu – use a sua energia espiritual, mire e acerte esse babaca.

Shanara observava sorrindo o rapaz. Claro que ela sabia quem era mas seu alivio a deixava sem palavras.

Kagome novamente retesou o arco, mas desta vez concentrando-se profundamente, pensando que a vida de Inuyasha estava em suas mãos. Lealdade voava velozmente pelo ar, mas Trovão Negro se aproximava rapidamente. No arco vazio surgiu uma hama-no-ya e a estudante mirou. Shanara gritou.

- Gabriel!

Ante o chamado dela o rapaz puxou a crina do cavalo e este parou imediatamente. Gabriel virou o rosto pôde ver a flecha purificadora partindo do chão e indo em sua direção. Ela empalou seu peito e ele arregalou os olhos, que imediatamente ficaram amarelos. Ele urrou e seus dentes apareceram, enormes e pontiagudos. Ao ver seu amo ferido, Trovão Negro bateu as asas tão fortemente que as árvores cederam ante ao vento que surgiu e o cavalo sumiu rapidamente nos céus. A luta terminara.

Lealdade pousou no chão e Inuyasha saltou e correu até eles. Kagome então olhou o rapaz e lhe devolveu o arco. Este sorriu.

- Viu? Não disse que ia conseguir?

- Quem é ...você?

- É Luan – Shanara se apressou a dizer – como chegou numa hora tão própria?

- Você o conhece? – quis saber Inuyasha.

- Sim – ela respondeu e ergueu a mão para aparar o tridente que voltava as suas mãos. – ele é um grande amigo e também tem uma arma mágica.

Mais tarde na casa de Vivi todos conversavam sobre o ocorrido. Kamala ficou desesperado ao saber que Gabriel aparecera por ali e ele estava dormindo na hora. Mas Shanara o tranqüilizou.

- Desta vez – ela disse abaixando o olhar – ele veio atrás da Kagome. Ele queria vingança.

O semblante de Yuri era sombrio.

- Isso está ficando sério, vocês estão se envolvendo demais nisso, e isso não é certo.

- Bah, eu estava mesmo querendo lutar contra aquele maldito – rosnou Inuyasha sentado num canto.

- Mas foi a flecha da Kagome que acabou com ele – desdenhou Kamala.

- O que eu não entendi – disse Shanara – foi como o arco do Luan funcionou com a Kagome, que eu saiba nossas armas só funcionam em nossas mãos...

- Eu te explico – falou Luan – o que você disse é certo, as armas só emanam seu poder nas mãos de seu mestre, e meu arco naquela hora era somente um arco como qualquer outro. A energia daquela flecha veio de quem manejava o arco e funcionaria assim com um outro também.

- Você quer dizer que a energia da flecha se originou toda de mim? – Kagome indagou.

- Eu senti a sua energia muito antes de chegar ali – Luan explicou – estava tão alta que pude notar e ir averiguar a causa, foi onde apareci ali. Daí foi só imaginar o que aconteceria se eu lhe desse o arco.

- Impressionante – sussurrou Yuri no ouvido da Vivi.

- Então – Kamala começou – o dia foi salvo pelo vira lata ... e por você Tigre Loiro?

Luan olhou seriamente para Kamala. Shanara explicou para Kagome.

- Esses dois são rivais. E o Luan gosta da Hamala, irmã do Kamala, e ele morre de ciúmes dela. Kamala se levantou e saiu da sala irritado. Luan se levantou e se despediu de todos, pegou seu arco mágico e saiu. Os outros ainda ficaram conversando por algum tempo e depois todos foram dormir.

No quarto de hospedes Kagome preparava a confortável poltrona para Inuyasha. Ele sentado na cama olhava sério. Ela se virou e sorriu.

- Durma aqui Inuyasha, é melhor que ficar no chão.

- Eu não preciso Kagome, você sabe que eu durmo em qualquer lugar.

Ela suspirou e se aproximou da cama.

- Bem, faça como quiser. Eu estou cansada e vou deitar nessa cama quentinha e confortável, me dá licença?

Ela com um empurrão jogou Inuyasha no chão. Ele se levantou irritado e ela se deitou e cobriu-se até o pescoço.

- Por que fez isso?

- Ah, eu estou farta de você sempre reclamando e com essa cara amarrada! Quer saber, durma onde quiser, eu cansei!

E se virou. Ele ficou uma fera.

- Ora... depois eu volto, vou dar uma volta por ai até você se acalmar!

- Onde você vai? – ela olhou e quis saber.

- Por ai – ele falou já com o pé na janela – não se preocupe eu volto! Agora durma porque quando eu voltar não quero discutir com você!

Ele saltou para fora e entrou na mata que ladeava a casa. Que cheiros estranhos, ele pensou olhando tudo ao seu redor. Era tão diferente de tudo que ele conhecia. Até a lua cheia lá em cima parecia ter outro brilho, um brilho que lembrava o dos olhos de Shanara. Ela, tudo que ele via e os cheiros que sentia lembravam ela. Seria dessa terra que vinha a essência daquela mulher, que abalou tanto o coração dele? Mas depois de tudo que passara até ali, ele teve certeza de seu amor por Kagome. Ele resistiu até ao veneno da paixão por aquela mulher demoníaca.

Ele saiu da mata e saltou em direção á casa, quando viu a luz do quarto de Shanara acesa. Pulou no telhado e farejou. Kamala não estava com ela, ele concluiu pois não sentiu o seu cheiro. Foi até o parapeito da janela e olhou lá dentro. Ela estava penteando os longos cabelos defronte a um espelho, e viu quando o hanyou adentrou o quarto.

- Vocês vão embora amanhã?

- Sim – ele respondeu – agora que o maldito vampiro já não existe, posso ir sossegado...

- Ele existe – ela sussurou – pois eu continuo amaldiçoada. Ele só ficou fora de ação, por algum tempo...

- Maldição – praguejou Inuyasha, ficou quieto por um tempo depois falou – ficará bem Shanara?

- Claro – ela se virou para fitá-lo – eu tenho muitos amigos que irão me proteger, e você precisa proteger a Kagome, ela é mais frágil do que eu.

Ele suspirou. Ela continuou.

- Além do mais, você sabe que eu sei me defender muito bem! – ela brincou tomando postura de ataque.

Ele ergueu o olhar e seus olhos dourados fizeram Shanara suspirar.

- Talvez eu nunca mais a veja, por isso eu quero lhe dizer que você foi e sempre será muito importante para mim... nunca se esqueça.

Ela se aproximou dele e tocou seu rosto.

- Eu sei... e você para mim meu querido... nunca esqueça de mim, ouviu? E faça a Kagome feliz. Ela merece todo o seu amor Inuyasha.

- Sim, eu sei...

Shanara aproximou o rosto do dele e beijou sua bochecha com ternura. Inuyasha aspirou profundamente tentando guardar na mente o perfume dela, e deixá-la viva em seu coração. Silenciosamente ele se afastaram e o hanyou saltou pela janela, sussurrando adeus.

Quando retornou ao quarto Kagome estava dormindo. Ele se aproximou da cama e olhou para ela. Sorriu e beijou seu rosto delicadamente. Foi até a poltrona que ela havia preparado, deitou-se e dormiu.