Cap. 02 – A família Snape


Onze anos se passaram desde aquela tarde fria e chuvosa no cemitério. Hogsmead, um vilarejo totalmente bruxo cujas travessas possuíam ruas residenciais, com casas muito parecidas: sobradinhos com um pequeno jardim à frente. Em uma específica residência uma coruja deixara cair um envelope no colo de um garoto de cabelos pretos que estava sentado na soleira devorando uma revista com seus olhos escuros e irriquietos. Então, desviou sua atenção para o brasão que selava a carta e em um pulo correu para dentro chamando por sua mãe.

– Mãe! Mãe! Mãe! – gritou o garoto esbaforido, procurando pela mãe.

– O que foi Mark? Por que essa gritaria toda? Assim você vai acordar a Julie. – disse Alyssa que estava na cozinha preparando o jantar e acabou por se assustar com a empolgação do filho, que agora estava à sua frente e mostrava o envelope já um pouco amassado.

– Chegou mãe! Minha carta! De Hogwarts!

O olhar severo de Alyssa frente à agitação do filho se desmanchou ao ver o sorriso maroto de seu filho. Calmamente enxugou suas mãos no avental, pousou a varinha sobre a pia e abaixou-se um pouco até a altura de seu filho.

– Verdade? Deixe-me ver. – disse a mãe, pegando a carta.

"ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA HOGWARTS"

Diretor: Alvo Dumbledore

Prezado Sr. Snape,

Temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários.

O ano letivo começa em 1º de setembro. Aguardamos sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.

Atenciosamente,

Minerva McGonagall
Diretora Substituta.

PS: A lista de material encontra-se no pergaminho em anexo.

– Quando vamos comprar o material? – perguntou o menino ansioso

– Ah filho, temos tempo ainda. Depois do seu aniversário iremos para Londres, comprar tudo que você precisa! Não acredito que meu filhinho vai para Hogwarts! – disse abraçando o menino.

– Mãe, semana que vem eu só vou fazer 11 anos... – tentando se soltar do abraço da mãe

– Eu sei, mas você cresceu muito depressa. – resmungou a mãe não querendo soltar o jovenzinho

– Não podemos comprar as coisas aqui em Hogsmeade mesmo? – disse Mark quando conseguiu soltar-se da mãe.

– Não, aqui não tem tudo. No Beco Diagonal que iremos encontrar toda a lista: desde livros, varinha, uniforme a caldeirões e ingredientes para poções.

– Nossa! Papai que vai ser o professor de Poções, não é? – lembrou o garoto.

– É sim, por isso trate de estudar, e muito, Poções. Não quero ver Severo bravo porque você está indo mal nessa matéria, está bem?

– Pode deixar mãe! Fique tranqüila que você não vai receber nenhuma coruja com reclamação minha! – disse sorrindo.

– Assim espero – respondeu Alyssa

– Puxa! Vou querer entrar para o time de quadribol também!

– Calma aí, mocinho! Alunos do primeiro ano não podem entrar para o time! E você precisa aprender a voar ainda! – lembrou a mãe.

– Mas o Harry Potter entrou! Por que eu também não poderia entrar? E ele também não sabia voar, não é mesmo? – argumentou o garoto.

Ao ouvir aquilo, Alyssa se deu conta de que os dois iriam estudar na mesma escola. Como ele estaria? Ela sabia que o filho de seus melhores amigos já freqüentava Hogwarts há dois anos, mas a última vez que vira o garoto era ainda um bebê. Sabia que Harry era muito parecido com Tiago, principalmente no que se referia à encrencas, pois Severo, quando se referia ao Potter, comentava somente as travessuras que ele e os amigos aprontavam.

– Mãe... – chamou Mark.

– Hã? O que disse? – perguntou Alyssa que definitivamente não prestou atenção no argumento de Mark.

– Ai mãe... Você não ouviu nada do que eu disse? – resmungou o garoto um pouco indignado – Eu sei que você não gosta de voar, mas pode ficar tranqüila que eu vou me dar bem. Vou conversar direito com o Potter para saber o que ele fez para entrar no time de quadribol no primeiro ano... Sei que ele deve ser bom, do contrário não teria entrado; mas queria saber como ele conseguiu fazer os testes para entrar no time. Se pelo menos o papai me ensinasse um pouco eu não chegaria tão sem noção no dia da aula...

– Querido, tudo a seu tempo, Severo não tem tempo para ensinar você a voar, ele mal tem tempo para voltar para casa além de preferir ensinar à você coisas mais interessantes do que quadribol... – explicou Alyssa.

– Eu sei mãe... Foi só um comentário... Eu sei que vocês dois não gostam muito de voar em vassouras... Não sei quem eu puxei... – desabafou o menino.

– Bom, se você conseguir entrar no time, nem eu, nem Severo vamos nos opor, então, até lá trate de ir bem nas aulas de vôo, certo? Mas agora, eu quero que vá já tomar um bom banho, que depois vou dar banho na Julie também. – disse mudando de assunto.

– Tô indo... – Mark estava saindo da cozinha quando Julie entrou carregando o dragãozinho de pelúcia dela. A menina tinha os cabelos castanhos um pouco mais escuros do que de Alyssa, e os olhos castanhos claros como os da mãe.

– Mamãe... – disse a menina coçando os olhinhos.

– Oi meu amor – respondeu Alyssa pegando a filha no colo.

– Eu tô com fome... – resmungou a menina.

– Mas Julie, se você comer agora não vai querer jantar depois. O papai já vai chegar.

– Mas mamãe... – suplicou a garotinha.

– Está bem, vou cortar uma maçã para você. – disse Alyssa colocando ela na cadeira enquanto, com a varinha, fez uma maçã levitar até a torneira para ser lavada e voltar para que pudesse cortar em pedaços para a filha.

– Eba!

Enquanto Julie se deliciava com a maçã, Alyssa terminava de fazer o jantar.

– Pronto mãe, já saí do banho. – disse Mark entrando na cozinha e pegando um pedaço da maçã da irmã.

– J�!– perguntou Alyssa incrédula para o filho – Você lavou direito atrás das orelhas? – indo ver se o menino tinha lavado...

– Ai, mãe! Eu lavei! Assim você vai despentear meu cabelo! – reclamou ele se afastando da mãe e ajeitando alguns fios que caíam em seus olhos.

– Não parece...

– Ah mãe... Amanhã eu lavo de novo... – disse o garoto usando seu poder infalível de persuasão. Para mudar de assunto ele perguntou se a mãe queria ajuda

– Quero – respondeu fingindo que caía no conto do filho – Você não quer dar banho na Julie enquanto eu termino o jantar?

– Está bem. – respondeu, virando-se para a irmã – Vem porquinha, vamos tomar banho?

– Eu não sou porquinha! É você! E você comeu toda a minha maçã! – respondeu a menina.

– Depois eu descasco mais pra você. Vem. – falou pegando a irmãzinha no colo.

Mark levou Julie para tomar banho. Os dois se davam bem, poisele gostava de cuidar da irmãzinha e esta, por sua vez, adorava o irmão por fazer tudo o que queria. Quando ela nasceu, ele ficou meio chateado porque era uma menina, mas como não podiam "devolver", o garoto precisou se conformar e a partir daí depois que ela cresceu um pouco os dois brincavam juntos.

Depois de banho tomado e a janta pronta, os três estavam na sala esperando Snape. Mark estava deitado no tapete vendo sua coleção de figurinhas dos bruxos que vinham com os sapos de chocolate enquanto Julie estava sentada no colo da mãe que penteava seu cabelo.

Ouviu-se um "crack" e a porta abriu.

– Pai! – disse Mark levantando-se

– Papai! – exclamou Julie descendo do colo da mãe e indo abraçar o pai.

– Boa noite, crianças. – pegando a filha no colo, que já agarrava seu pescoço.

– Oi Severo, como foi seu dia? – cumprimentou Alyssa se aproximando de Snape.

– Dia corrido... – dando um beijo no rosto de Alyssa.

– Pai! Chegou a minha carta de Hogwarts! – Mark mostrando o pergaminho dobrado.

– Ah sim, eu vi a Profa. McGonagall enviando as corujas hoje pela manhã. Não tinha como você não receber. – bagunçando o cabelo do garoto.

Apesar do jeito fechado de ser, Severo se dava bem com Mark. Via-o como se fosse o seu próprio filho, afinal, viu o garoto nascer, e por várias vezes teve que cuidar do menino preparando poções quando tinha febre, ou se resfriava. Ralhava às vezes com ele, mas não era por mal e sim porque realmente era um pouco travesso e precisava ter limites. Ele não conseguia ser rabujento com seus filhos da mesma forma que era com os alunos de Hogwarts. Sorte das crianças...

– Vamos jantar? A comida já está na mesa. – disse Alyssa.

A família foi se servir do jantar na cozinha.

– Qual casa vocês acham que o chapéu seletor vai me colocar? – perguntou Mark, colocando um pedaço enorme de torta de frango na boca.

– Ah querido, não sei. Qualquer casa é boa... E coma devagar! – Alyssa.

– Sonserina... talvez. – Severo servindo-se de suco de abóbora.

– É... Eu acho que vou para a Sonserina. – respondeu Mark confiante depois de engolir o pedaço de torta de frango.

– E por quê? – perguntou Alyssa cortando em pedacinhos a torta de frango de Julie, para que ela pudesse pegar.

– Vocês dois foram de lá não foram? – falou Mark – Então eu também vou.

– Não é só porque sua mãe e eu fomos da Sonserina é que você terá que ser também – ponderou Snape – Mas... Eu gostaria que você fosse... – finalizou, deixando claro a sua preferência.

– Severo! – Alyssa repreendendo o marido e depois virando-se para o filho. – Mark, independente de onde o chapéu seletor colocar você, nós vamos ficar muito orgulhosos, todas as casas são boas. Não são as casas que fazem os bruxos e sim os bruxos que fazem os nomes das casas.

– Aonde o Mark vai? – perguntou Julie

– Vai para a escola, onde o papai trabalha. – disse Alyssa.

– Eu também quero ir! – respondeu.

– Você também irá querida. Mas só quando você tiver a idade do Mark. – falou Severo.

– Ah... mas eu queria... – choramingou a menina.

– Julie, você quer ficar longe da mamãe, e só encontrar com ela no natal? – perguntou.

– Eu não. – respondeu rapidamente.

– Então, se você for comigo, vamos ver a mamãe só no natal, você quer ir? – continuou.

– Não quero mais ir não...

– Ainda bem, porque achei que ia ficar sozinha aqui em casa. Papai e Mark vão para a escola e você fica aqui comigo, combinado? – falou Alyssa.

– Tá.


Alyssa já havia colocado os dois para dormir, ela estava arrumando os travesseiros quando Severo saiu do banho.

– Você já sabe o que vai comprar de aniversário para o Mark? – perguntou Severo.

– Ele queria a vassoura, mas falei para ele escolher outra coisa, porque só vou comprar quando ele aprender a voar. – Alyssa se ajeitando na cama.

– E o que ele escolheu no lugar da vassoura? – Severo também se deitando.

– O uniforme de um time de quadribol, que agora eu esqueci o nome...

– Uniforme de quadribol? Não tinha uma coisa mais útil para ele pedir? – retrucou Snape.

– Ah Severo, ele é uma criança fanática por quadribol, mas que ainda não sabe nem voar, deixe pelo menos usar o uniforme do time dele... – pediu Alyssa.

– Eu acho que você mima muito esse garoto. – respondeu Snape.

– Isso não é verdade. Foi com muito custo que fiz com que ele escolhesse outra coisa ao invés da vassoura que ele pede desde o ano passado.

– Está bem, está bem... Compre então o uniforme para ele.

– Está certo! – Alyssa sorrindo.

– Boa noite Alyssa. – dando um beijo na esposa.

– Boa noite.


Olá pessoal!

Pois é, a fic deu um "pulo" de 11 anos até chegar à época em que se passa. Sei que esses dois primeiros capítulos são mais de apresentação das coisas, mas creio que os próximos fiquem melhores :D!

Gostaria de fazer meus agradecimentos à:

Soppy: Muito, muito, muito obrigada por reservar um tempinho da sua agenda louca para betar esse capitulo, com certeza ficou melhor! Valeu mesmo Ma! Beijao pra vc!

.. MaRy .. : Muito obrigada pelo review e pelo email que vc me mandou! Espero fazer uma fic digna do Snape :)

oO Nica-chan Oo: Fala Nica, sei que minha fic é meio pobre em descrição, estou tentando melhorar nos próximos capítulos. ;) Que bom que gostou!

gaby-fdj-black: Valeu gabi! Que bom que gostou!

Sheyla Snape: Oi Sheyla! Bom... é mais ou menos isso que vai acontecer nos próximos capítulos...heheheheheeheh mas como ainda eu estou escrevendo, minha cabeça está com trocentas idéias de como vai ser a vida em Hogwarts com "pai e filho" :))

Um grande beijo para vcs todos que leram!

Ma Black