Cap. 03 – Reencontro

No seu aniversário, Mark ganhou o uniforme do Chudley Cannons, seu time de quadribol do coração. Mal desembrulhou o pacote que incluía os protetores das pernas, pulsos e o bastão dos batedores, o garoto estava praticamente todo vestido num tom de laranja-vivo, a cor oficial do time. Ficou muito contente com o presente e assim que terminou de colocar os acessórios, saiu correndo para mostrar o presente para seus amigos da vizinhança.

Passaram alguns dias desde então, e em uma noite Snape chegou em casa muito tarde e aborrecido. Alyssa que estava adormecida no sofá segurando um livro, assustou-se com o "crack" e a chegada dele.

– Nossa! Como você demorou! As crianças já dormiram. – disse Alyssa abaixando-se para pegar o livro que havia caído no chão.

– Tive um dia cheio hoje! – respondeu Snape um pouco seco indo guardar em sua saleta, algumas ervas que trouxera de Hogwarts. A saleta era um pequeno cômodo ao lado da sala onde guardava seus livros e alguns ingredientes para poções emergenciais.

– Mas nem começaram as aulas ainda, houve algum problema? – perguntou Alyssa colocando o livro sobre a mesinha de centro e levantando-se para ir atrás do aborrecido mestre de Poções.

– Não – respondeu simplesmente.

– Não mesmo? Não é o que parece... – respondeu incrédula.

– Já disse, não é nada. – falou num tom mais enérgico, acabando por bater uma das portas do armário de ingredientes.

– Está bem, não pergunto mais. Não precisa ficar bravo. – finalizou Alyssa.

– Não estou bravo. – tentando, com muito esforço, melhorar o humor.

– Não é o que o seu rosto reflete...

– Está tudo bem, já passou. – fingiu.

– Vem, vou esquentar a janta. – disse puxando Snape para a cozinha.

Enquanto jantavam, conversaram sobre assuntos mais triviais, até que Alyssa disse que teria que levar o filho para comprar os materiais e ver o uniforme para a escola.

– Quando você pretende ir? – perguntou.

– Estou pensando em levar as crianças depois de amanhã à tarde. Se você estiver precisando de algum ingrediente me avise que eu compro.

– Está bem. Vou ver o meu estoque, mas creio que não será preciso.

– Certo, mas se você quiser alguma coisa, me avise.


Chegou o dia. Alyssa e as crianças, através da chave do portal, chegaram ao Beco Diagonal. Mark ficou maravilhado com tantas lojas dos mais variados artigos. Era a primeira vez que ia ao Beco Diagonal, pois sempre que sua mãe ou seu pai iam fazer compras o deixavam tomando conta da irmã. Foram até Gringotes, sacar alguns galeões, e partiram para as compras. Livros, uniformes, ingredientes, caldeirão, varinha (32 cm, carvalho com corda de coração de dragão) logo estavam bem empacotados nos pequenos braços dos três.

– Olha mãe! – disse Mark, quase grudando a testa na vitrine da loja Artigos de Qualidade para Quadribol – É uma Firebolt!

– Uma o quê! – perguntou a mãe, que ajeitava as sacolas com os livros enquanto a filha corria para o lado do irmão e tentava enxergar a vitrine também.

– A nova vassoura de Quadribol, mãe...

– Ah tá... a vassoura... – ela se aproximou para ver também. – Nossa! Está escrito: "Preço sob consulta". Não quero nem ver o preço disso...

– Ela é incrível!É a vassoura mais rápida do mundo, ouvi dizer que o time da Irlanda já encomendou um lote dessa vassoura!

– Ai querido, se você for tão bom nas matérias que você irá aprender como é quando o assunto é quadribol eu ficaria tão feliz...

– Mãe, você vai ver que eu vou aprender tudo direitinho, não precisa se preocupar. – respondeu o garoto sorrindo para ela.

– Mamãe, mamãe, vamos tomar sorvete? – disse Julie puxando a mãe.

– Vamos sim, venha Mark.

Estava uma tarde agradável, eles sentaram em umas cadeiras da Sorveteria Florean Fortescue que ficava do lado de fora da loja. Alyssa colocou as compras em uma outra cadeira e pediu para que os dois ficassem sentados tomando conta dos pacotes enquanto ela iria buscar os sorvetes.

Alyssa estava saindo da sorveteria com duas taças de sorvetes na mão quando uma voz familiar lhe chamou.

Ela se virou na direção da voz e abriu um sorriso:

– Remo! É você? É você mesmo! – disse emocionada colocando as duas taças sobre uma das mesas que estavam desocupadas, sem tirar os olhos do amigo.

– Claro que sou eu! – respondeu

Alyssa abraçou-o.

– Que incrível encontrar você aqui! Mas como está? O que tem feito? Está tudo bem com você? – Alyssa bombardeou de perguntas o antigo amigo.

– Eu estou bem. Não acredito que encontrei você depois de tantos anos! Você continua linda! – falou Remo olhando bem para a amiga.

– Que exagero Remo! – respondeu Alyssa envergonhada

– Mãe! Você não vai nos trazer os sorvetes? – interferiu Mark indo buscar a mãe, os sorvetes e olhando curiosamente para o senhor que estava à pouco abraçado à sua mãe.

Remo olhou o garoto e depois para Alyssa e perguntou admirado:

– Mãe!

– Remo, este é meu filho Mark. Mark, este é Remo Lupin, um grande amigo meu. Estudamos na mesma época em Hogwarts.

– Olá Mark! – disse Remo sorrindo.

– Olá! – respondeu o garoto.

– E a sua irmã? – perguntou Alyssa.

– Disse para ela ficar sentada cuidando das compras. – disse o garoto apontando em direção da Julie.

Alyssa pegou as taças de sorvetes, entregou uma ao filho, levou a outra para a menina e disse contente:

– Vem Remo, venha conhecer a minha pequenininha.

– Uau! Quem diria Aly... – ainda admirado

Eles foram até onde Julie estava sentada distraída com um grilo que havia pousado sobre a mesa.

– Esta é Julie. – disse a amiga.

– Olá Julie. – cumprimentou Lupin.

– Oi. – respondeu a menina – Oba! Sorvete de chocolate! – vibrou quando a mãe entregou sua taça.

– Suas crianças são lindas Aly. E o seu marido?

Alyssa ia responder quando, atrás dela:

– Vejo que conheceu a minha família, Lupin. – disse Snape secamente.

– Papai! – gritou Julie largando a colher do sorvete e levantando os braços pedindo colo para o pai.

Lupin estava literalmente de queixo caído. Não sabia se olhava para a menina que queria colo do pai ou para o garoto que olhava curioso para a cara dele ou para a cara do Snape que continuava feia do mesmo jeito de sempre.

– S-Sua família, Severo? – finalmente falou Lupin custando à acreditar na novidade. – É... é uma linda família.

– Por que não disse que viria, Severo? Podíamos ter vindo juntos. – perguntou Alyssa tentando amenizar a conversa.

– Resolvi de última hora. Compraram tudo? – respondeu Snape pegando a filha no colo, que acabou por lambuzar as vestes do pai com a calda de chocolate.

– Já – respondeu a mulher.

– Seu filho irá para Hogwarts? – perguntou Remo se refazendo do susto e reparando nas compras.

– Sim, viemos comprar o material dele – falou a amiga, Snape permanecia quieto e com o olhar duro.

– Que bom! – falou o amigo e virando-se para o garoto completou – Então vamos nos encontrar lá.

– Que legal! – vibrou Mark.

– Sério? – admirou-se Alyssa.

– É, vou dar aulas de DCAT. – respondeu Remo sorrindo.

– Verdade! Que maravilha Remo! – comemorou a amiga.

– Sim. Dumbledore me contratou. Vai ser muito bom voltar... – disse com satisfação.

– Podemos ir Alyssa? – interrompeu Snape.

– Vamos. – concordou – Bem Remo, me escreva. Estamos morando em Hogsmeade. Quando der, vá nos visitar. Agora você vai estar tão perto de nós. – convidou a amiga.

– Está bem, Aly. Irei. Até logo, Severo... – despediu-se Remo


Em casa, Mark tratou de ver e rever todo o material que havia comprado. Estava contando os dias para poder finalmente ir para Hogwarts. Durante o jantar, quem mais falava era o garoto que não se cansava de contar sobre tudo que vira no Beco Diagonal. Até o novo professor e amigo da mãe foi lembrado, o que deixou Snape mais aborrecido ainda, fazendo-o perder o apetite e ir trancar-se em sua saleta.

– Nossa, papai está bravo... Eu disse alguma coisa errada? – questionou o menino depois que ouviram o bater da porta.

– Não querido, ele deve estar cansado. E acho que vocês também estão, não é? – disse vendo Julie cochilar na cadeira – Andamos a tarde toda. Vamos que vou colocar vocês para dormir.

Alyssa pegou a filha no colo e subiu as escadas, o garoto foi atrás da mãe levando os chinelinhos da irmã. Colocaram Julie na cama e foram para o quarto de Mark. Ele ajeitou-se na cama, e perguntou novamente:

– Mãe, papai ficou aborrecido por eu ter comentado que eu já conhecia dois dos meus professores né...

– Não ligue para isso filho...

– Então por que ele ficou bravo daquele jeito? – quis saber.

– Severo e Remo estudaram juntos na mesma época em Hogwarts, mas em casas separadas, e portanto tinham diferenças. – explicou a mãe.

– Mas você não disse que estudou na mesma época que seu amigo?

– Sim, mas foi maneira de dizer, eu entrei em Hogwarts dois anos depois que eles. E algum tempo depois eu fiquei muito amiga da turma de Remo, por isso nos tornamos grandes amigos. – explicou.

– Então... papai tem ciúmes de você! – sorriu o garoto.

– Que bobagem Mark! Severo só não gostava da turma de Remo e pelo jeito ainda não gosta e vai continuar assim a vida toda. – finalizou a mãe rindo também para o filho. – Pronto, já que está tudo esclarecido, agora o senhor vai dormir, certo?

– Ah mãe... – reclamou o menino – É tão legal saber como era na época que vocês estudavam... – disse tentando continuar a conversa.

– Outro dia, continuamos. Eu prometo. – falou a mãe, puxando as cobertas sobre o filho e dando um beijo de boa noite. – Boa noite, querido.

– Boa noite, mãe.

Alyssa foi para o seu quarto, trocou de roupa e ficou deitada na cama, lendo um livro, esperando pelo marido. Depois de quase duas horas, Snape entrou no quarto e viu a luz da lamparina ainda acessa e Alyssa ainda acordada.

– Achei que estivesse dormindo – falou Snape encostando a porta do quarto.

– Por que não me contou que Remo iria dar aulas em Hogwarts? – perguntou sentando-se melhor na cama.

– Esqueci. – respondeu simplesmente.

– É por isso que você está mal humorado esses dias...

– Não é nada disso – retrucou trocando de roupa.

– Ah Severo. Eu te conheço, por que não se contenta com Poções? Você é o melhor nessa matéria. Deixe DCAT para outros professores. Eu não quero ver você mexendo com isso.

– Não acho que Lupin seja o mais indicado. Sabemos o que ele é... Como pode Dumbledore confiar nele?

– Remo foi um dos melhores, senão o melhor na época de vocês. Dê uma chance a ele! E se Dumbledore o contratou, é porque ele sabe que Remo é uma pessoa competente e muito confiável!

– Lá vem você defender seu amiguinho... – disse deitando-se.

– Não é nada disso! Remo merece uma chance.

– Não quero brigar com você. Boa noite. – finalizou a conversa e virou as costas para a mulher.

– Ai... – suspirou Alyssa – Como você é cabeça dura! – disse deitando-se também.

Ele não respondeu. Ela disse olhando para o teto:

– Você vai dormir brigado comigo?

– Eu vou dormir para não brigar com você... – respondeu Snape sem se virar.

– E precisa virar as costas para mim?

Severo virou-se para ela e abraçou-a.

– Está melhor assim?

– Bem melhor. Boa noite Severo. – disse sorrindo.

– Boa noite Alyssa.


Oi pessoal!

Desculpa pela demora em postar o capítulo mas foram vários contratempos e falta de tempo que só pude postar agora! Espero que continuem lendo egostando!

Quero agradecer a todas que postaram reviews e mandaram emails para mim! Muito obrigada mesmo!

Também quero agradecer a Soppy por betar essa fic, ainda mais sabendo que ela mal tem tempo de estudar, ela arranja um tempinho para arrumar meus errinhos... Brigadao! Vc sabe que te adoro muito!

Um grande beijo para vocês!

Ma Black