Capítulo II: Acampamento de Verão

Harry e Draco foram rolando escada a baixo. Draco não soltava a gola da camisa de Harry, que não tinha tempo nem para respirar. As cabeças batiam e as costelas já estavam quase destruídas quando eles pararam de rolar alguns metros longe da escada. Draco caiu em cima de Harry, com a cabeça um pouco acima de seu ombro e o nariz encostando em seu pescoço. Ouviram uma gritaria e Draco foi puxado por mãos grandes e fortes, e Harry foi pego novamente pela gola da camisa, mas desta vez também tinha um enorme pulso mirando seu rosto.

Solta ele, baleia! – gritou Rony chegando correndo com a varinha empunhada mirando a cabeça de Crabe. – antes que eu te transforme num omelete!

O grande garoto olhou para Goyle, que segurava Draco, e soltou a gola da camisa de Harry, fazendo-o gemer quando a cabeça bateu no chão. Rony e Hermione se abaixaram ao lado de Harry junto com vários outros garotos.

Você está bem, Harry?

Já estive pior - disse ele, tentando se levantar, mas caindo denovo.

Rony e Simas o ajudaram a se levantar. A testa de Harry tinha um fundo corte e seu rosto mostrava algumas marcas roxas. A coluna doeu muito quando ele se sentiu erguido. Quase arrastava os pés no chão para chegar ao menos perto do ônibus. Achou que poderia morrer feliz e em paz quando se recostou em um banco e Hermione sentou ao seu lado.

Ele vai ficar bem?

Parece todo moido...

Mas o Malfoy mereceu!

Tadinho do Harry... acabou pagando pelas maldades do Malfoy...

Mione, você acha que ele volta ao normal?

Gente, eu tô bem! Dói um pouco, mas eu tô legal. Só preciso dormir um pouco...

E de uma poção secativa, não é, Harry? Eu faço pra você e vou passar neste seu machucado horrível. Vai cicatrizar logo, fica tranquilo.

Bem, garotos, acho que Harry está em boas mãos. Mas agora sentem-se todos. Terei de começar a contagem denovo, já que o Malfoy atrapalhou!

Todas as pessoas que estavam nos outros bancos se escorando para ver Harry se assentaram em seus lugares e Hermione puxou algo parecido com uma maleta, em que ela abriu e apareceu um caldeirão com alguns pinos parecidos com gavetas. Puxou um deles e vários potes aumentaram seu tamanho. A gaveta também cresceu bastante.

Que caldeirão incrível!

O Lupin me deu de presente de formatura. Desculpe, Harry. Eu estava tão triste com o Rony que até me esqueci de lhe mostrar...

Não se preocupe. Só achei... interessante.

Sim, eu adorei. Estava precisando de um desses. Calma aí, Harry, já tô quase acabando...

O que eu mais gosto nesta poção é que ela é rápida.

Hermione adicionou uma pitada de algum pozinho e uma fumaça esverdeada subiu.

Terminei, agora deixa só eu pegar um lenço que isso aí fecha rapidinho...

A garota tateou os bolsos e depois de achar o lenço o embebeu com a poção. Devagar, foi passando no machucado de Harry. O garoto sentiu algo gelado em sua cabeça e isso o impedia de pensar. Ouviu muito longe a voz de Hermione dizendo alguma coisa e depois, mais longe ainda a voz grossa de Hagrid antes de sentir algum movimento. Abriu os olhos e olhou para Hermione.

Puxa, mas que sensação...

Mas a garota havia dormido. Aliás, todos haviam dormido. A menina se mexeu no lugar com a presença da voz de Harry e abriu devagar os olhos.

Harry? Você se sente bem?

Ótimo, mas eu não vi o tempo passar.

Antes de você dormir eu te avisei que isso poderia acontecer. Estava muito fundo. Você fez uma cara estranha e desmaiou em seguida. Vê? Você dormiu três horas. – disse mostrando-o o relógio.

Parecia que você tinha acabado de tirar o lenço da minha cabeça quando eu acordei...

É, isso é normal. Brrrrr... mas que frio!

Vem cá, eu te aqueço. Afinal, te devo uma.

Hermione sorriu e se recostou no tão cobiçado peito macio de Harry. O garoto a envolveu com aqueles fortes braços que faziam garotas e também alguns garotos suspirarem. Harry continuava magrinho, mas agora tinham alguns pequenos e fofos músculos aparecendo. Outro fator que aproximava as garotas (e alguns garotos) dele era o seu perfume. Harry se tornara um adolecente muito vaidoso. Mas se isso atraía garotas (e alguns garotos), Hermione os espantava totalmente, mesmo sem querer. Nenhum dos dois demorou a dormir. Desta vez Harry aproveitou o sono, até o momento que um arrepio percorreu seu pescoço. Automaticamente ele se assentou ofegante. Sonhara com Malfoy. Mas não fora um sonho comum. Malfoy vinha ao seu encontro no alto de uma montanha, se assentava ao seu lado e apontava para o pôr do sol. Depois Harry sentiu sua mão percorrer as costas de Harry, e a medida que ela subia, subia também um arrepio em Harry. Foi aí que ele acordou. Depois de descansar foi que percebeu que estava sozinho. Hermione sumira junto com vários outros alunos. Harry se levantou e vestiu o casaco enrolado à cintura. Olhou para trás e encontrou poucos alunos dormindo, entre eles Malfoy, que dormia com um semblante calmo e bonito e os braços cruzados. Ficou mais aliviado, não teria que brigar agora. Desceu a mala que se encontrava acima de suas cabeças e puxou uma calça. Estava de bermuda e sentia frio agora. Depois de devolver a mala ao seu devido lugar, desceu do ônibus e foi em direção à grande cabana perto da estrada. Quando entrou encontrou os outros alunos, e Hermione, junto com Benny e Rony a uma mesa em um canto. Foi direto a uma porta com um homenzinho dezenhado, onde encontrou o banheiro e se dirigiu a um box. Tirou a bermuda calmamente. O frio estava fazendo todos os cabelos de sua perna se arrepiarem. Ouviu a porta do banheiro se escancarar furiosamente antes de quase ser jogado dentro do vaso sanitário por causa de um empurrão dado à porta da cabine em que ele estava. O garoto caiu de joelhos com a parte de baixo apenas coberto por uma cueca verde escuro.

Potter?

Harry se levantou com raiva e encarou o loiro boquiaberto em sua frente.

Eu deveria desconfiar. Quem poderia abrir uma porta com tanta educação?

Educação? Você não parece ter condições de falar em educação. Está só de cueca, Potter! Você é repulsivo!

Sou? Bem, se eu fosse você, senhor perfeito, eu me olharia. Não sou eu que estou com as calças abaixadas e...

Harry se boquiabriu também e fez cara de nojo. Draco olhou para onde Harry olhava e levou as mãos para ocultar a imagem.

Que foi, Potter? Gostou?

E você me chama de repulsivo? Cara, essa cueca é estimulante?

EU QUERO URINAR, POTTER! Vai dizer que você quando quer urinar não fica assim também?

Não tão facilmente. Eu controlo o meu... meu... ah, meu membro sexual para que ele não me faça passar vergonha, mas você e o... o... o... ah, o seu membro ereto, vão dar vexame o tempo todo.

Escuta aqui, eu tava dormindo e não vou descutir sem calça com um garoto sem calça! Sai da minha frente!

Draco empurrou Harry para o lado e se trancou no box. Harry ficou com náuseas, mas vestiu as calças e foi lavar as mãos, virando e se deparando novamente com o loiro.

Tire essa mão de perto de mim, Malfoy!

Me adimira você, Potter. Com essa idade sem saber trancar uma porta.

Escuta aqui, eu não quero perder o ônibus por que fiquei trancado com um tarado sexual no banheiro!

Sem esperar resposta, Harry saiu do banheiro e foi em direção a Hermione, que agora estava sozinha.

Ele não pode continuar assim.

Tem razão, Harry. Temos que conversar com ele!

Conversar? Ele precisa de uma boa surra, isso sim!

Você não pode bater nele, Harry. Fizemos o acordo de irmandade ou não?

De quem você tá falando?

Rony!

Ah, eu dizia do Malfoy...

Ah, sim. É, este merece uma bela surra. É melhor a gente ir, o ônibus já vai sair.

Harry olhou para a porta e percebeu que Hagrid gritava para irem para o ônibus. Se levantou e seguiu Hermione até seus lugares.

Porque o Malfoy insiste em me perseguir?

Inveja, Harry. Mas se você for ficar pensando nisso sua cabeça vai estourar logo, logo.

Você acha mesmo que é inveja?

Ou é inveja ou ele te ama...

Ha, ha, ha... que engraçado, Mione!

Você precisa de descontração. Umas piadas de vez em quando são boas pra isso, sabia?

Dá pra fazer piadas com graça então?

Teve graça para mim.

Ah, eu tô cansado de viajar o dia todo! Dá licensa, eu vou dormir.

Hermione não conseguiu parar de rir ao ver Harry se virar para a janela com cara de quem comeu e não gostou. O sono tomava conta de todos os alunos do sétimo ano e ninguém demorou a dormir. Não viram o resto da noite passar, nem o amanhecer e menos ainda quando chegaram a um lugar com uma grama muito verde e algumas montanhas ao fundo da paisagem. Não muito longe tinha também um lago muito grande, com uma grande bóia flutuando em cima dele. Os garotos cheios de olheiras e sonolência se adimiraram ao ver que haviam chegado em um lugar tão bonito. Haviam vários acampamentos por lá, mas eles pararam na frente de um particularmente bonito. Lembrava um pouco o castelo de Hogwarts. Era de só um andar, mas a porta de entrada e o gramado inclinado à sua frente, antes da entrada com uma plaquinha, onde leram: Loo'k Place. Acho que falo por todos quando digo que a aparencia do lugar os deixava mais familiarizados. Hagrid vinha descendo com um jovem rapaz ao seu lado. O garoto devia ter uns vinte anos e não era muito grande.

Meninos, este é Rastyn Loo Jaeh, e será o seu instrutor.

Sejam bem vindos ao Loo'k Place. O objetivo do acampamento é fazer com que vocês se acostumem com o mundo trouxa.

Você é trouxa? – perguntou uma garota da Lufa – Lufa.

Eu? Ah, não, mas os garotos dos outros acampamentos são e vocês irão se encontrar a toda hora. Venham, eu vou mostrar o lugar.

Dentro da casa, haviam dez quartos com quatro camas cada um, um refeitório que lembrava o de Hogwarts, um vestiário com porta para as quadras e quatro banheiros. Havia também uma piscina muito grande e uma casa de piscina, que Jaeh explicou ter um mecanismo que só a abre por dentro, para evitar que os alunos se trancassem lá dentro. Jaeh era muito legal, mas pediu aos garotos para evitarem de usar magia, já que haviam câmeras por todos os lados e o controle dos acampamentos não iria entender coisas sumindo ou voando. Como estavam todos demasiados cansados, dormiram todo o resto da manhã. Já a tarde, Harry e Hermione resolveram sair em um dos muitos cavalos para conhecerem o lugar.

Tem certeza que essa idéia é boa, Harry? A gente nunca cavalgou!

É, mas você viu o Neville cavalgando? Estes cavalos só podem ser enfeitiçados pra gente não cair.

Mas e se a gente se perder?

Hermione, você acha que um cavalo onde ninguém cai pode se perder?

Tá bem, mas então me ajuda a subir.

O estábulo era um lugar grande e organizado. Harry escolheu um cavalo marrom, e depois de ajudar Hermione a subir tremendo em um branco e marron, eles partiram em direção à estrada de areia na frente do acampamento.

Hei, isso é legal.

Eu te disse. Isso é relaxante.

Mas que surpreendente! O senhor Harry Potter nos revelando mais um talento! – Draco vinha com um cavalo para o lado de Harry.

Malfoy! O que você quer?

Na verdade eu gostaria de ver você cair, mas acho que estas coisas são enfeitiçadas.

Harry! Que demais! Eu nunca vi uma doninha cavalgar!

Mione, do jeito que o mundo anda eu não duvido de mais nada. Eu já vi doninhas jogarem quadribol!

Draco ganhou um furioso rubor.

Se acha esperto demais, não é, Potter? Que tal uma aposta?

Quando você quiser!

Harry...

Mas a sangue-ruim fica de fora!

Feito.

Ótimo! – Draco começou a apontar para a frente. – Vamos dar a volta naquela árvore e voltar ao acampamento. Vence quem chegar primeiro.

E o que eu ganho?

Se ganhar, eu faço o que você quiser! Se perder, eu faço o que você quiser. O que acha?

Harry...

Só se for agora!

Harry!

Os dois começaram a cavalgar furiosamente jogando poeira na cara de Hermione, que acenou negativamente a cabeça e decidiu voltar ao acampamento. Os dois corriam praticamente unidos, até a curva em uma árvore perto, onde Harry fez uma curva bem fechada e conseguiu levar vantagem. Tudo estava a seu favor, até o momento em que o cavalo deu uma relinchada, quase o jogando para trás, e um rizonho Malfoy passou por ele, chegando primeiro ao acampamento. Harry ia furiosamente ao seu encontro, chegando e descendo do cavalo, ficando cara a cara com Draco.

Foi trapaça, Malfoy!

Que isso, a gente não disse nada sobre trapacear.

Escuta aqui, se acha que eu vou fazer o que você quiser está enganado!

Você não tem escapatória, eu vou pensar no que você pode fazer e lhe direi esta noite, ok?

Mas neste momento foram surpreendidos por um garoto muito ofegante vindo não sei de onde.

Ah... licença... vocês...

Você está bem?

Tô, deixa só... descansar.

Quem é este pirralho, Potter?

Harry e Draco encaravam o garoto que se escorara em um dos cavalos. Quando ele parou de respirar nervosamente e levantou a cabeça, Harry e Draco se assustaram com a beleza do garoto. Ele era loiro e seus cabelos eram lisos, mas davam umas voltinhas para cima. Uma pequena franja sobre sua testa o deixava com mais cara de criança ainda. Os olhos eram verdes e a boca era pequena. As sombrancelhas finas lhe davam um ar misterioso.

Desculpem eu chegar assim! É que eu vi vocês correrem e, cara, vocês são muito bons!

Ah, é? Porque será?

Draco se virou para ir até o estábulo, conduzindo o cavalo. O pequeno garoto olhou confuso para ele, mas Harry explicou.

Não liga pra ele. É só o idiota do Malfoy.

Vocês são amigos?

Está louco? Este garoto é um pesadelo! Ele me atormentou por sete anos consecutivos.

O garoto riu.

Ah...

Me desculpe, mas... quem é você?

Ah, meu nome é Jeremy. Eu sou do acampamento do Loui, que fica aqui do lado. Achei legal o jeito que você se segurou no cavalo.

Ah, aquilo... – Harry corou. – Não foi nada. Eu achava que o acampamento fosse só para garotos de quinze anos.

Mas eu tenho quinze, só que... ninguém acredita.

Oh, desculpe. Você tem cara de criança.

Algum barulho parecendo de um cavalo descendo o gramado se aproximava deles e uma afobada Hermione se aproximou. O garoto recuou assustado.

Harry, você ficou louco! Eu estava aqui...

Ela parou de falar para se boquiabrir para o lindo sorriso que a encarava.

Ah... oi. Achei que o acampamento era só para adolescentes.

Mione, ele tem quinze anos!

Oi, eu sou o Jeremy.

Hermione encarou a mão que o garoto lhe estendia e demorou um tempo para aceitá-la.

Hermione, mas pode me chamar de Mione...

O sorriso que o garoto deu pareceu muito inocente e malicioso ao mesmo tempo. Hermione o devolveu ainda balançando a mão do garoto.

Esutem, eu vou guardar o cavalo...

Ah, tá. Vai, vai... anda, Harry!

Hermione acenava com a mão esquerda. Harry estranhou aquela atitude, mas não disse nada. Conduziu o cavalo até o seu devido lugar e ficou ali por algum tempo, acariciando-o. Ao sair de lá com as mãos no bolso, encontrou Hermione sentada na descida do gramado com Jeremy ao seu lado. Os dois conversavam totalmente destraidos.Harry resolveu dar uma volta em outros lugares. Foi até a piscina, e olhou para a casa que havia atrás dela. Resolveu entrar, encostando de leve a porta, de modo que ela não se fechasse. A noite já estava caindo. Estava esfriando, Harry tinha que ficar ali por pouco tempo. Havia uma cama, com um luxuoso edredon forrando-a. Tinha também, ao lado da porta um bar, que Harry encarou por algum tempo. Resolveu se servir de uma bebida de cor rubra que estava ali. Foi só molhar os lábios e se engasgar, cuspindo quase todo o conteúdo. Realmente, o álcool não fora feito para ele. Ao lado do bar, tinha um balcão, onde Harry deu a volta e encontrou uma pia e armários sob ela. Tinha uma geladeia a um canto e um fogão em outro. Harry resolveu ver o que tinha no armário debaixo da pia, ficando assim, escondido a quem entrava. E foi aí que ele escutou o barulho. Alguém o trancara lá dentro. Ele se levantou de repente e viu Draco tentando a todo custo abrir a porta.

N/A: Oh, eu tô muito feliz. Principalmente por vocês, amigos de "Ironia do Destino" que continuam a serem meus amigos, lendo, mandando reviews, bem, as vezes até ficam sem mandar, mas eu sei que posso confiar em vocês, que eu tanto amo! Ah, eu vou chorar.

Bru Black: Você acha mesmo que eu evolui tanto? Ah, que lindo! Oh, eu quero seus reviews sempre aqui, ok? Beijos.

Aline Potter: Eu sabia que você não ia entender. Ninguém iria a primeira vista, mas eu estou esplicando. Se não me engano, foi neste segundo que eles explicam este "ser irmãos". É tão bom chegar e ver o seu review. Que bom que com a nova fic você não irá me abandonar! Vou chorar denovo, licença, beijos.