Capítulo VII – O Baile

Se Harry soubesso o quanto afetara Draco com aquele beijo com Hermione ele teria se sentido realizado. O garoto não conseguiu dormir a noite. Sua cabeça latejava e ele não esquecia aquela cena. Foi realmente repulsivo e Draco sentiu vontade de vomitar, esganar Hermione e beijar Harry. Tudo ao mesmo tempo. Harry tinha feito uma coisa imperdoável. Uma coisa inumana e idiota. Harry tinha matado a Draco. O problema era que Draco amava. E quem ama, perdoa. Essa foi a voz que alguém disse em sua cabeça quando ele odiou Harry pela primeira vez. Draco queria se vingar. Queria dar o mesmo troco a Harry, ou sequestrá-lo e obrigá-lo a o amar. Draco tinha vontade de jogar tudo pro ar, descer daquela cama e dizer ao imbecil do Harry que ele o amava e não iria deixar a porcaria de um amor entristecê-lo. Mas dentre todas as maiores vontades de Draco, a que ele mais tinha vontade de obedecer era a vontade de se matar. Jogar-se do alto de um penhasco ou se afogar ou até mesmo mergulhar de cabeça na piscina vazia. Todo o seu corpo era envolto por uma grossa e sufocante camada de vergonha. Porque era tão difícil de esquecê-lo. Nunca ninguém fizera isso com ele. Mexer em toda a sua cabeça, levá-lo à loucura e sair rindo de sua cara! Como se nada passasse de uma brincadeira. Mas Draco teria que tomar uma atitude. Não seria nada, nada fácil. Teria que ser bem pensado. Nada de coisas românticas ou melosas, e sim um plano bem bolado. O baile de inverno seria em dois dias. Isto viria a calhar. Mas para pensar em um plano tão bom, só contando com a ajuda de alguém. Teria de recorrer a ele para isso. Mas ele não queria. Decidiu mudar a si mesmo quando aceitou que amava Harry. Mas se não fosse assim, não poderia fazer mais nada. Teria de recorrer ao velho Draco se quisesse Harry na noite do baile. Draco não pensava em dormir com ele. Pensava em dar a ele amor. Acariciar seu rosto e beijá-lo até que os carros chegassem na manhã seguinte.

A correria que contagiava todo o castelo deixava o garoto apenas mais ansioso. Era também por isso que ele odiava bailes. Porque existia essa coisa toda? Ele não estava num dia legal. Como iria colocar a gravata com um braço machucado? A noite fora péssima e o dia foi pior. Pra que tinham que existir cavalos, hein? Ele caíra em cima do braço direito. A dor que sentira foi grande demais, mas nem tanto quanto quando ele rasgou o pulso. Jaeh disse que era porque suas veias estavam estavam em crescimento e isso atrapalhou um pouco, mas não afetaria muito. Estava nervoso. Na verdade tinha medo do que poderia acontecer no baile. Sabia que Draco iria tentar fazer alguma coisa por ele. Ele não queria vê-lo denovo. Não pela sua mente, mas por seu coração, ele o veria todos os segundos, ainda sendo pouco. Harry tinha saudade daqueles braços fortes. Dos beijos macios, das ironias, do calor de seus lábios Harry precisava daquilo. Mas o problema, é que Draco tinha que estragar tudo dizendo que estava apaixonado. Onde já se viu? Harry Potter e Draco Malfoy? Tudo bem em Harry e Simas, Harry e Dino, Harry e Neville. Um arrepio subio por sua garganta só de se imaginar beijando Neville. Poderia ser até Harry Potter e Godric Goyle (Harry fez vômito), mas com um Malfoy? Malfoys não amavam. Malfoys não eram gente. Eles eram desumanos e impiedosos. Se Malfoy matou o próprio pai, porque ele não mataria a pessoa com quem vivia? Uma lágrima caiu dos olhos de Harry e ele teve que se assentar na cama. Lembrou-se dos beijjos de Draco. Por um segundo ele pensou em ir atrás do loiro, mas não queria por seu nome nem sua vida em risco. Harry não queria ser amado. Ele não deveria ser amado. Harry não nasceu para que o amassem. Harry nãsceu para derrotar Voldemort, portanto, não entendia porque continuava vivo. Não precisava de mais nada. Ele sempre soube, iria morrer jovem. Porque Draco se casaria com alguém que morrerá logo? Para herdar seu dinheiro e ficar viúvo logo?

Harry?

A porta se abriu, e Hermione viu que Harry enxugava suas lágrimas. Ela estava bonita, tinha um belo vestido rosa claro longo com pequenas pérolas em volta do decote. O cabelo estava amarrado a um coque e caía uma mechinha sobre seus olhos. Ela teve pena daquele garoto frágil e pequeno que chorava ali. Tão sozinho e desamparado. Sentou-se ao seu lado e pegou sua mão, sem falar nada e fez com que Harry se deitasse em seu peito.

Acho que está na hora de me contar toda a verdade, não é?

Harry tentou se acalmar, mas ele soluçava demais. Esperaram um tempo, até que ele começou.

Eu menti.

Eu desconfiei. Me fala, independente de quem tenha te beijado não vai mudar nada entre a gente. E eu concordo em levar o plano adiante.

O caso... não é que eu tenha vergonha de te dizer, mas... eu tenho vergonha do que aconteceu.

Você pode dizer. Quem te beijou?

Harry secou as lágrimas denovo e respirou fundo algumas vezes.

Malfoy.

Harry pode sentir que Hermione havia prendido a respiração. Ao invés de fazer perguntas e sair gritando como Harry presumiu que ela faria, ela apenas o soltou, para abraçá-lo de frente. Harry aceitou o abraço, que o acalmou. Ficou pensando um tempo nos ombros de Hermione. Se levantou tempos depois sem nenhum vestígio de choro no rosto.

Vamos perder o baile. – ele se levantou e estendeu a mão a Hermione. – Venha.

Espera! Você não pode ir com a gravata deste jeito. – ela sorriu. Arrumou o nó rapidamente e Harry lhe deu o braço.

O corredor estava cheio de pares que andavam em direção ao lado de fora. O baile seria perto do lago. A noite estava fresca e agradável. Harry estava de terno e gravata, tudo azul marinho. Tinha tentado pentear seu cabelo e o máximo que conseguiu foi livrá-lo da testa, deixando mais para trás das orelhas.

A noite está agradável.

Sim. Olhe ó que linda a lua.

A medida que iam se aproximando, a música se torava mais alta e tinha mais gente junta. Sentaram-se a uma mesa sozinhos e logo que isto aconteceu um garçom trouxe-lhes uma bebida.

Puxa, Harry. Eu nem me lembro da última vez que fui servida por um garçom.

Eu nunca fui, mas a diferença ao modo que era de Hogwarts é incomparável.

É até estranho. Desacostumei de verdade.

Harry bebeu um pouco. Hermione não o deixava beber alcool e ele agradecia a ela por isso. Odiou vinho. Ela observava o movimento.

Pra onde você vai depois daqui?

Ela mexeu com o copo.

Vou voltar pra casa dos meus pais. Eles vêm me buscar.

Você não conseguiu nada em Londres?

Não. Meu pai achou o lugar ruim.

E você quer morar com seus pais?

Eu gosto de viver com eles, mas eu gostaria de ser mais independente. – ela olhou para ele.

Bem... se você quiser... morar comigo... o quarto de Rony está vago.

O quê?

Bem, se não quiser... Eu tento achar algo para você.

Claro! Seria legal a gente morar junto. Bem, até que eu compre uma casa, mas iriamos relembrar os tempos de Hogwarts. Além disso, a casa dos meus pais é perto de Londres!

Então quer ir? – Harry sorriu.

Claro! Mas tenho que ir amanhã para a casa de meus pais. Contar a eles e pegar minhas coisas.

Tudo bem.

Jeremy sentou-se em uma cadeira vaga ao lado de Harry.

Vocês não vão dançar? Está tão animado!

Vamos, só queriamos beber um pouco. Estamos conversando para onde vamos amanhã. Para onde você vai, Jeremy? – perguntou Hermione.

Bem, eu tenho que ficar mais um ano em Londres para terminar os estudos, mas depois eu vou para Los Angeles.

Legal, vamos morar em Londres também!

Vão, Harry? Onde?

Phriburg, e você?

Minha escola é perto de lá. Podemos nos encontrar sempre.

É. E conhecer seus pais.

Jeremy abaixou a cabeça.

É, mas eu só tenho um.

O quê? – entoaram Harry e Hermione.

Eu sou filho de dois homens. Um deles morreu antes que eu nasesse. O meu pai me criou desde então.

Dois pais, mas como? – Harry se interessou pelo assunto.

Nos homens a fecundação não funciona, a não ser que... - Hermione empalideceu.

Que... – Harry começou a ficar nervoso.

Hermione levantou-se depressa.

Eu quero dançar, Harry!

Jeremy e Harry se entreolharam. Harry se levantou e levou a garota para o meio do povo.

Mione, o que você tem?

Você está percebendo? Percebeu o que ele disse.

Tá, ele disse que é filho de dois pais. Isso tem problema?

Harry, homens não engravidam homens, a não ser que pelo menos um dele seja bruxo.

O que?

O Jeremy é filho de um bruxo.

Mas espera um pouco. Se um dos pais dele é bruxo, e foi morto antes que ele nascesse, então o pai dele foi provávelmente morto por Voldemort e seus comensais.

Ele não deve ter sido chamado para Hogwarts.

Então quem será o pai dele?

É isso o que me intriga Temos que investigar sobre alguns bruxos que morreram naquela época.

Dumbledore deve saber!

Não, é melhor não contar para ninguém.

Uma valsa começou e os dois começaram a dançar. Harry fechou os olhos. Todas as suas preocupações voltaram de umaa só vez a sua mente. Sentia-se sufocado, atolado em um poço profundo sem nenhuma escapatótia. Iria afogar se não tivesse ajuda. Iria morrer por causa de Draco. Hermione tinha a cabeça escorada em seu peito e sentiu a respiração de Harry em seu ouvido.

Você quer conversar?

Harry, eu entendo se você não quiser tocar neste assunto!

Eu quero. Ou irei explodir!

Você tem certeza?

Tenho. Tá bem, vamos nos assentar. Ali.

Hermione andou de mãos dadas com Harry até uma mesa vazia. Ela se assentou em seu lado e ficou olhando para ele.

Começou no dia... disto.

Ele levantou o braço direito.

Eu acordei. O Malfoy estava me abraçando. Eu achei que tiha bebido demais e ficado om alguma garota, então eu fui beijá-la, mas quando cabou e eu abri os olhos, era ele. Aí eu rolei e caí nos cacos de vidro.

Porque eles estavam lá?

Eu não sei, só... estavam. Ele foi me ver na mesma tarde e aconteceu denovo. E denovo no outro dia. Então não aconteceu nada durante duas semanas. O Draco foi aparecer denovo. Aí ele me disse...

Hermione segurou sua mão, ele levantou os olhos para ver as pessoas que dançavam.

Me disse que gostava de mim. Aí eu fuji. E a gente começou a namorar. Eu e você

Hermione segurou o rosto do menino para que ele a encarasse.

Você tem certeza que não quer isso, Harry?

Claro! Ele é um Malfoy!

Não é só por isso que você está fujindo dele!

Hermione, você está falando igual a ele. E não! Não é só por isso! Eu o odeio.

Hermione viu que Draco vinha atrás de Harry.

Você tem certeza disso, Harry?

Sim.

Hermione segurou o rosto de Harry e o beijou, justo na ora em que Draco iria lhe dirigir a palavra. Ele chutou a cadeira que estava atrás de Harry e saiu. Desta vez vira que foi ela quem o beijou. Ou eles estavam mesmo namorando ou ela estava apaixonada mesmo pelo Harry. Não acreditava na hipotese dela tê-lo visto e beijado o Harry para o fazer ciúmes. Harry era tímido demais para contar a verdade a alguém. Então ela também gostava dele? Ok, seria uma boa batalha. Harry ouviu o barulho da cadeira cair e olhou para trás. Draco se afastava furioso. Ele voltou a olhar Hermione.

Obrigado.

Não há de quê. Espero que saiba o que está fazendo.

Eu sei, mas agora tenho que ir ao banheiro. Com licença.

Harry se levantou e andou depressa até a cabana. Ao voltar do banheiro andando pelo vazio corredor, viu a imagem de Draco aparecer na porta da cabana. O medo voltou ao garoto e ele virou-se para pegar a porta dos fundos. Draco o seguiu.

Harry...

É Potter pra você!

O que você pensa que está fazendo?

O que VOCÊ pensa que está fazendo!

Eu não estou fazendo nada de mais! Eu só quero conversar!

Ótimo! Pegue alguém por aí e converse. Mas fique longe de mim!

Harry saiu batendo a porta, mas Draco ainda o seguia. Resolveu andar mais rápido pelo lado de fora da cabana.

Harry, pára!

EU-JÁ-DISSE-QUE-PRA-VOCÊ-É-POTTER!

Draco parou. Desta vez foi ele que ficou com medo. Precisava agir rápido.

Vai repetir a história da sua vida, Potter?

Harry parou e se virou para trás. Já estava quase na descida do gramado.

O que quer dizer?

Você sabe o que eu quero dizer, Harry!

Não, Malfoy. Não sei.

Vai fazer como o seu pai? Se casar com uma sangue-ruim, ter um filhinho e ser morto na mão de um assassino profissional?

Este assassino profissional não existe mais!

Mas e se alguém... por raiva e vingança... resolver ser a sua continuação?

Harry o olhou com nojo. Agora estava ficando com raiva.

Você não faria isso, Malfoy!

É? Como sabe que não?

Eu não sei. Mas eu te conheço.

O rosto de Draco estva sendo coberto pela escuridão, mas mesmo assim, tinha uma parte que saía das sombras.

Se me conhecesse o bastante saberia do que sou capaz, Potter!

Harry ouviu a voz de Drao tremer. Ele sorriu e ruzou os braços.

Você não vai fazer isso!

Ah, é? E porque não?

Harry foi se aproximando do garoto.

Porque você não tem coragem! – agora eles estava m muito próximos. A menos de um passo um do outro. Harr ouvia a respiração rápida e receosa de Draco. – Você não consegue.

Experimente se casar e ter um filho com a Granger! Experimênte!

Você não é um assasino, Malfoy.

Draco estava com medo. Vira os olhos de Harry se encherem de fúria pouco antes dele se aproximar. Não queria brigar com ele agora, mas se ele começasse, a dor seria bem maior em Draco.

Eu matei meu pai! É um começo!

Seu pai era um assassino. Você foi um herói.

NÃO SOU COMO VOCÊ, POTTER!

E esta é a sua raiva, não é? Não ser como eu. Não saber se controlar. Você nunca soube se controlar! Eu não me esqueci daquela noite na parada do onibus!

E você se controla? Me diga, Harry...

Potter.

Me diga, você se controla?

Acredito que mais que você.

Quem tem controle não foge, Potter! E você foge o tempo todo.

Agora o medo em Draco crescera de verdade. Tinha conseguido tirar Harry do sério. Teriam que brigar naquela mesma hora. Draco não queria bater. Harry também não, mas Draco estava pedindo. O que ele faria agora? Todo o rumo dependia dele neste momento. Mas de uma coisa ele tinha certeza: ele daria a última palavra. E seria agora.

É, realmente você está pedindo uma atitude descontrolada! E se você quer agora, Malfoy, eu te darei agora.

Com muito dor dentro de si mesmo, Draco cerrou os pulsos. Sentiu a mão de Harry puxando suaa gravata e logo depois os lábios quentes do garoto enontrarem os seus. Draco se assustou. Relaxou os pulsos e os lábios. Agarrou Harry pela cintura e começou a beijá-lo de uma forma tãocarinhosa quanto qualquer outra. Queria deixar aquela noite na memória de harry. Ele iria sentir saudades, e imploraria a Draco para mais daquilo. Harry se sentiu realizado. Não soltara a gravata de Draco. Com o pulso ruim, ele agarrou a nuca de Draco com força. A dor que veio em seu pulso foi forte e intensa, mas Harry não queria saber de dor agora. Não agora. Draco deu um passo para trás puxando Harry, e seu corpo encostou a parede da cabana. Harry parou de beijar Draco. A cena de Hermione sozinha em uma mesa latejou em sua mente. Ele se abaixou até assentar no chão. Nãoestava nem um pouco arrependido do que fizera. Ele não namorava de verdade, então não existia traição.Draco escorregou e se assentou na sua frente.

Ela não está sozinha. Ainda tem dois garotos desputando por ela.

Harry olhou para Draco. Ia apenas a curva de seu corpo. Draco ajoelhou-se de frente a Harry e o abraçou.

Ela não está sozinha... e você também não.

N/A: Depois de muitos dias sem ânimo para escrever, eu volto à tona. E que ótimo capítulo eu consegui criar... Eu adorei este capítulo. Muita coisa boa aconteceu, mas aguardem o próximo. Espero fazer uma coisa bem melhor... Por favor, revisem. Estou adorando escrever pra vocês, mas quero retorno, hein. Beijos.

ANiTa JOyCe BeLiCe: Já vi que você vai virar fã daqui. E se virar, eu quero review seu em todos os capítulos, ok? Olha a responsabilidade! Espere apenas um segundo e você verá o que pode acontecer...

Aline Potter: Oh, que pena que não deu certo com você. Não tenha pressa. Um dia você encontra a pessoa ideal. Eu estou quase lá. Não sei. Agora é com ele. Calma, moça. Harry e Mione tem seus motivos... No neopets tá tudo certo. Por enquanto tenho cinco, mas eu tava precisando mesmo é de curar meu uni que tá com a língua inchada. Se puder me ajudar eu agradeço. Beijos.

o.O Fabi Chan O.o: Preguiça é algo muito mal. Muito feio, tenho que parar com isso. E voce nem se atreva a ter preguiça de postar um review, ok? Que bom que você está gostando... Se tiver alguma sujestão para a melhora, estamos aí...