Capítulo X – Uma semana depois
Eu disse que só iria ver as fotos!
Desculpe, Harry. Ele insistiu.
Harry encarou o homem, que o encarava também. Ele era loiro de olhos verdes, tinha os cabelos lisos penteados para o lado... o que Harry tinha de parecido com James Jeremy tinha de parecido com o seu pai.
Harry Potter...
O Jeremy já me disse que este é o meu nome.
O homem sorriu.
Você herdou a ironia de James. Sim, e a beleza também.
Harry fechou a cara e olhou para Jeremy.
Onde estão as fotos?
Jeremy lhe entregou um grande álbum. Harry viu que tudo o que Jeremy lhe havia dito era a pura verdade. Seu pai e o pai de Jeremy estavam juntos nas fotos, abraçados ou se beijando. Harry não olhou muito. Fechou o álbum e o entregou a Jeremy. Ele voltou a olhar para o homem.
Meu nome é Luc.
Eu sei.
Entendo a sua raiva. Jimmy deve ter te atormentado durante toda a viajem.
Você nem imagina o quanto.
Jimmy é um bom garoto, mas quando quer arrancar a verdade de alguém ele incomoda demais. Eu sei por experiência própria. Ele herdou isso de James.
Legal.
Você é a cara do James. Exceto...
Nos olhos... eu tenho os olhos de minha mãe. Pode adiantar, ok? Eu ouvi isso a vida inteira!
Imagino. Harry, Jimmy me disse que você está tendo um caso com um garoto.
Harry lançou o pior olhar que ele poderia ter lançado a Jeremy. O garoto se escondeu atrás do pai e abaixou a cabeça.
EU. NÃO. ESTOU. TENDO. UM. CASO. COM. NINGUÉM! E É BOM FICAR LONGE DA MINHA VIDA, OU VOCÊ VAI SE ARREPENDER, JEREMY!
Por favor, Harry, acalme-se. Eu disse a ele para parar de se intrometer na vida das pessoas, e teremos uma longa conversa quando entrarmos, mas antes eu quero ter uma conversa com você sobre isso. Podemos?
Harry olhava fuzilantemente para Jeremy, depois olhou para Luc, tentando se acalmar.
Entra, Jimmy.
Mas pai...
Agora.
O menino saiu pisando forte. Luc olhou para ele até que ele entrasse no elevador. Depois voltou-se para Harry.
Eu entendo seu nervosismo. Intrometeram-se na minha vida e na de James naquela época. Nós queríamos matar a todos. Se você der uma bela surra no Jimmy eu não me importarei. Mas agora, eu quero que me diga a verdade.
E porque?
Harry, eu tenho que tomar conta de você agora. Você está sozinho no mundo e não está mais em Hogwarts para se proteger.
Eu não preciso que você assuma essa responsabilidade! Voldemort morreu. Eu não corro mais riscos!
mas você não tem ninguém que lhe dê conselhos, ainda mais sobre seu namoro.
Eu já ouvi muito que se conselho fosse bom, as pessoas não davam, vendiam. E eu não estou namorando.
Mas eu tenho que te perguntar. Harry, me desculpe a indiscrição, mas eu tenho que perguntar isso. Você dormiu com este rapaz?
O que? Claro que não! Mas que pergunta idiota! Era isso que você queria perguntar?
Harry, o Jimmy nasceu do James.
O que quer dizer?
Alguns bruxos podem ter filhos, e com isso, seus descendentes também podem.
Então
eu posso ter um filho?
Pode! Me diga a verdade, Harry, você
dormiu com esse garoto?
Me desculpe, mas eu não acredito em nada disso.
E num estalo, Harry desapareceu. Se jogou no sofá de sua casa após aparar. Se não estivesse com tanta raiva teria dado uma profunda gargalhada bem na cara de Luc. Como poderia um homem ter filhos, sem que a mulher percebesse sua barriga crescer? Resolveu se levantar e tomar um remédio. Estava com raiva e não queria ver ninguém. Foi até a cozinha e preparou para si um chá calmante. Se pudesse ficar a vida inteira sem ver Jeremy ainda seria pouco. Depois do chá, Harry resolveu se deitar e tentar dormir. Sim, porque estava com tanta dor de cabeça que achava pouco provável que pudesse dormir.
Harry se levantou e resolveu tomar um banho. Hermione disse que chegaria durante a manhã Seu quarto já estava vazio, pronto para ser ocupado por suas coisas. Finalmente, Harry tinha conseguido relaxar um pouco. Esquecera todos os seus problemas nessa fase que passara sozinho. Jeremy não estava nem pintado em sua mente, o fato de estar esperando um filho fora totalmente superado e sem contar na alegria que estava por Hermione chegar hoje. Ela o acalmava, com certeza poderia contar todos os seus problemas a ela. Harry já estava terminando o seu banho, quando a campainha tocou. Será que Hermione esquecera que Harry já tinha lhe dado a chave? Ela também poderia aparatar lá de uma vez. Harry se enrolou na toalha. A campainha tocava de segundo em segundo.
Já vou! Espere um pouco!
Harry abriu a porta e quase soltou a toalha de susto. Draco lhe lançou um doce sorriso ao ver o modo em que Harry estava vestido.
Olá.
Draco, o que está fazendo aqui?
Nos encontraríamos em uma semana, lembra?
Draco, eu não confirmei nada!
Não confirmou, mas eu sei que você queria! – Draco olhou de um lado para o outro. – Não vai me convidar para entrar?
Harry saiu de frente da porta e Draco entrou, fechando a porta ao passar.
Tudo bem, se você insiste. Fica aí! Eu vou me vestir e já volto.
Pra mim você está ótimo. – Draco sorriu maliciosamente e Harry fez uma pequena careta. Ele se vestiu rápido e voltou para a sala, se assentando ao lado de Draco.
O que você quer?
Te ver.
Eu já disse que é melhor que nós não nos vejamos mais!
Uai, p-porque... eu sei lá o porque!
Viu, você acabou de declarar que podemos nos ver.
Draco, não é assim!
Ora, é assim sim! Eu venho aqui, te vejo... você vai na minha casa, me vê. Não vejo nenhuma dificuldade nisso!
Não, é? Mas eu vejo. Já até imagino a primeira página do Profeta Diário: Potter & Malfoy! Será que este casamento dará certo?
Eu nunca falei nada sobre casamento! Você é que está imaginando coisas!
Harry ficou vermelho e olhou para o chão.
Mas se você quiser tanto esse casamento, eu me caso com você!
Harry olhou para Draco, que sorria para ele.
Eu só dei um exemplo, Draco!
Ah, sei. Um exemplo da sua imaginação?
Ah, quer saber, Draco! Você está me confundindo. Vá embora porque daqui a pouco a Hermione está chegando e eu não quero que ela te veja aqui! – Harry se levantou e puxou Draco pela mão. Draco se levantou e o agarrou pela cintura.
Quer dizer que eu te deixo confuso?
Draco, é melhor você me soltar.
Draco olhou nos olhos de Harry. O garoto se debatia lerdamente para se livrar dos braços do loiro.
Diga-me, Harry! Eu te deixo confuso.
Muito, Draco. Mas agora eu acho melhor você me soltar e ir embora!
Eu não quero!
É, e eu também não!
Tá vendo? Você também não quer que eu vá.
Não, eu não quero é que você me agarre assim!
Hummm... então como você quer que eu te agarre?
Eu
não quero que você me agarre!
Ah, então você
quer me agarrar? Harry! Eu não sabia que você era tão
avançado...
Harry ficou vermelho de raiva, de vergonha e de vontade de rir.
Escuta, se não tem nada melhor pra fazer aqui al´m de acabar com a minha paciência eu prefiro que você vá!
Eu tenho sim coisas melhores pra fazer. E você não perdeu sua paciência a toa.
Draco avançou para cima de Harry, deitando-o em cima do sofá e o beijando enlouquecidamente. Harry agarrou Draco pelo pescoço. Algo dentro de si o pedia para não fazer isso, mas ele não podia se livrar de um sentimento que era tão bom. Draco fez com que Harry se deitasse por inteiro no sofá, e os dois ficaram ali, se beijando e se acariciando por algum tempo. Depois de se cansarem de tanto ficarem se beijando, Draco se deitou em cima de Harry, que acariciava suas costas.
Se você queria me enlouquecer, conseguiu, Draco.
Você conseguiu fazer isso comigo primeiro.
Foi involuntário.
É... eu preciso agradecer à Granger.
Mas porque exatamente você veio aqui? E como conseguiu meu endereço?
Eu nem sei. Sai procurando quem tivesse seu endereço como um louco. E eu vim aqui para te ver, e...
Eu sabia. Tem mais alguma coisa nessa história toda!
E você faz parte dela.
Harry deu um grande suspiro, ao mesmo tempo em que segurava Draco mais forte contra o seu peito.
O que você quer?
Não quero nada. O ministério é quem me quer.
O ministério te quer?
Eles querem que eu vá para a América. Trabalhar no ministério de lá. Mas eu não quero ir.
E porque não?
Draco se ergueu para olhar para Harry
Porque não? Harry, você ainda pergunta? Eu quero ficar com você. Aqui!
Não, você não pode ficar. Você sabe o quanto é difícil para o ministério da América nos contratar. Lá você vai ganhar bem mais!
Mas eu não terei nada. Porque você é tudo o que eu tenho. Eu quero que você me diga, Harry. Você quer que eu vá, ou não?
Harry olhou para aqueles olhos cinzas que o perfuravam a alma. O olhar de Draco era tão profundo e sincero que podia transformar e transtornar toda a mente de Harry. Aquele olhar o hipnotizava e confundia. Ele queria dizer a mentira. Queria dizer para Draco ir embora, nunca mais olhar para ele e que ele era ainda o seu maior inimigo. Mas o olhar de Draco, aquele olhar, não o deixava mentir. Não o deixava pensar e muito menos o deixava viver.
Me diz, Harry. Você quer que eu vá?
Harry abriu e fechou a boca várias vezes. A voz tinha se acovardado e o deixado sozinho agora. Quando ele finalmente conseguiu recuperá-la, ela saiu fraca e tremida.
Q-quando você vai?
Ainda tenho alguns minutos. Mas tudo depende de você.
Harry abaixou a cabeça. Seus olhos ardia como pimenta. Agora ele era apenas um covarde medroso. Não se atrevia a olhar nos olhos de Draco. Suas mãos começaram a tremer quando ele se preparou para falar.
Eu quero que você vá. – ele fechou os olhos e as lágrimas começaram a cair. Draco viu uma lágrima molhar o chão, e a vontade de chorar foi em seu coração. Ele se aproximou de Harry e o abraçou. Harry se escorou no peito de Draco. Aquela maciez foi capaz de fazê-lo sonhar. Draco envolveu Harry totalmente em seus braço e encontrou seus lábios. O gosto salgado das lágrimas de Harry temperavam o beijo dos dois. Draco sentiu o corpo de Harry pesar em seus braços e o beijo ser interrompido.
Harry, você está bem?
Eu... estou meio... fraco.
Eu vou te levar pro seu quarto, fica tranqüilo.
Draco se levantou e o pegou em seus braços, levando-o à porta em que o viu entrar quando este foi se vestir. Tinha uma grande cama de casal. Draco o deitou na cama. Harry esfregou a cabeça com a mão para aliviar a dor que latejava em seu cérebro. Draco se assentou ao seu lado e começou a alisar seu cabelo.
Você quer algum remédio?
Não. Eu tô legal. Você deve ir.
Eu não vou com você doente aqui, sozinho. Eu não vou ficar sossegado.
A Hermione já deve estar chegando, pode ir.
Granger. – Draco parou de alisar os cabelos de Harry. – Vocês ainda estão namorando?
E Harry se lembrou que não tinha contado a verdade a Draco. Talvez fosse melhor deixá-lo saber. Ou talvez, se continuasse na mentira ele iria embora.
Hermione e eu somos apenas amigos.
Draco sorriu para si mesmo e se deitou ao lado de Harry, dando a volta pela cama.
A quanto tempo você está com essa tontura?
Eu só me senti mal. Estou bem.
Eu não vou me tranqüilizar enquanto não souber o que você te.
É a primeira vez que eu tenho isso. Fique tranqüilo, eu estou bem.
Tem certeza que é a primeira vez?
Tenho, eu estou bem.
Harry correu seu braço em volta da cintura de Harry e começou a beijar seu pescoço.
Você não tem que ir agora?
Ainda tenho algum tempo.
Não quero que se atrase. Por favor, Draco, para com isso!
Draco fez um shhh para Harry enquanto segurava seu rosto carinhosamente, virando-o para si e o beijando novamente. Harry se sentiu bem melhor. O cansaço se acabou por completo e ele teve vontade de voar. Draco sentiu que deveria ficar, cuidar de Harry e fazê-lo feliz. Acariciava o rosto de Harry, que sentia como se nada o pudesse incomodar. Draco se separou dos lábios de Harry e olhou nos seus olhos.
Eu vou ficar e cuidar de você.
Draco, eu já estou bem! Você deve ir. Todo o seu futuro está lá.
Não, Harry. Todo o meu futuro está em você! É tão difícil perceber isso?
Se você quer mesmo que a gente fique juntos, precisa pensar. Se adotarmos uma criança ela vai precisar de comida, remédio e brinquedos. Quem vai dar isso a ela?
Draco sorriu maliciosamente.
Você quer que a gente adote uma criança?
Não, não foi isso que eu disse. Eu disse SE ficarmos juntos.
Então podemos ficar juntos?
Talvez, mas agora não. Agora você deve ir, trabalhar, e por favor, Draco, tenta me esquecer. Será melhor pra você.
O melhor pra mim é você. Mas tudo bem. Se você quer que eu te sustente, eu vou e te sustentarei.
Harry deu um tapa no braço de Draco, o que fez o garoto rir.
Eu não preciso que ninguém me sustente! Tenho um bom cargo de apanhador no Blewn'z Wizard e ainda tem a proposta para auror no ministério!
Você reparou que nem me bater com força mais você consegue? Sabe o que é isso? AMOR!
Draco sorria para Harry, que fechou a cara.
Se quiser eu quebro o seu nariz agora.
Draco voltou a beijar Harry, mas neste minuto, ouviram alguém mexer na porta. Os dois se separaram rapidamente, e Draco se levantou de um salto.
Eu não poderei voltar nos seis primeiros meses, mas eu te escrevo. E nunca Harry, nunca se esqueça que eu te amo.
As palavras entraram na alma de Harry, que viu Draco sumir mandando um beijo no ar e sorrindo para ele.
N/A: Oh, como o amor é lindo... mas receber reviews é mais lindo ainda. Vocês sabem o quanto isso me agrada, não sabem? Ento mandem reviews! O que estão esperando? Façam a autora feliz e se felicitem com a vinda mais rápida do capítulo onze! Andem! Antes que eu me aborreça.
aniannka: É, eu consegui te surpreender, né? Claro que eu vou explicar, mas deixa o Harry querer explicações primeiro. Até que sua idéia do Draco e da Padma não é má, mas eu tenho uma melhor. Ou eu acho que é melhor, né? Vamos ver o que vai acontecer, né? Beijos.
o.O Fabi Chan O.o. : Está bem, eu te perdoo, mas não se distraia mais, está bem? Eu vou te deixar o mais curiosa possível, e só vou revelar o segredo no final (risada perversa). Beijos
Mel Deep Dark: Hummm... duplo sentido... saquei.
