Harry continuou ali, deitado sem saber de nada. Sem saber o que fazer, sem saber onde estava e quem era. Olhava para o imenso nada a sua frente que o convidava a fazer parte dele. A confusão em sua cabeça era enorme, e ele pensava em Draco. Só pensava em Draco. Não tinha coragem, disposição e nem vontade de pensar em outra coisa. Ainda estava muito cansado e lutava internamente para se manter acordado. Draco o amava e se sentia feliz com a possibilidade de se casarem e terem um filho. É, isso era uma mudança e tanto! E por falar em filho, a raiva de Harry cresceu novamente. A conversa com aquelas pessoas, sejam elas quem fosse voltou à sua memória. Mas pensando bem, se o pai de Harry tivesse realmente gerado Jeremy, segundo Luc, ele poderia ter um filho também. Será que poderia mesmo? Talvez procurasse o Saint Mungus para confirmar toda essa história. Talvez. Era a palavra que mais passeava em sua mente. Sentiu-se fraco novamente. A cabeça rodou e ele teria caído, se não estivesse deitado. Hermione apareceu à porta do quarto.
Harry, eu... o que foi? Porque você está aí deitado?
Não me sinto bem. Estou um pouco tonto.
Eu vou fazer um chá e te dar um remédio. Espere aqui, Harry, eu já volto.
Harry sentiu uma forte azia, sua boca se encheu de água e o estômago queimou. Com muito esforço, ele reclinou a cabeça para fora da cama no último segundo. O vômito subiu até sua boca bem quando ele conseguiu tirar a cabeça da cama.Harry vomitou muito durante algum tempo, e quando terminou, a garganta ardendo e o horrível gosto na boca, ele rolou para o lado. Agora não poderia mais segurar o cansaço. Escorregou da cama, caindo perto de seu vômito. Hermione chegou na porta do quarto e viu a cena. O chá foi logo ao chão enquanto ela se esforçava em acordar Harry. Tentou levantá-lo para o colocar na cama, mas o garoto era pesado e ela não tinha forças para erguê-lo. Coisas passavam pela mente de Harry. Coisas negras e obscuras. Harry estava perdido. Perdido em sua mente. Alguém precisava salvá-lo. E foi por isso que ele fechou os olhos, e viu Draco. Draco estava à sua frente, pronto para salvá-lo.
Harry acordou. Já era noite. Ele estava deitado na cama novamente. Sua cabeça doía mais. Resolveu se levantar. A sala estava escura e vazia, mas vinha uma luz da cozinha. Harry resolveu seguir a luz, quase cego de dor. Na mesa, Hermione estava sentada de frente a Jeremy.
Harry! – Hermione se levantou ao vê-lo. Jeremy fez o mesmo.
O que ele está fazendo aqui? – Harry acenou para Jeremy com a cabeça.
Por favor, Harry. Pare de brigar! Ele só veio ajudar.
Ajudar ou inventar mais mentiras sobre a minha família?
Mas é verdade!
Harry, eu vi as fotos. Ele me contou tudo. Eu entendo sua raiva, se fosse eu também ficaria assim. Mas pense, Harry! Como ele poderia saber de tanta coisa?
Eu não sei, e nem quero saber! Eu não quero que ele venha aqui para espionar a minha vida!
Eu não quero espionar sua vida, Harry! Hermione me chamou para te ajudar.
Eu pareço precisar de ajuda? – Harry se assentou ao lado de Hermione e deitou a cabeça na mesa. – Ai!
Desde quando você está doente, Harry? – perguntou Hermione.
Desde hoje. Eu estou... AI... bem.
Não o parece. – desta vez foi Jeremy quem falou.
Não? Estou muito bem disposto e posso te mostrar o que é estar mal agora mesmo.
Harry, você quer parar com isso? Jeremy só quer ajudar.
Oh, obrigado! Você quer que eu lhe conte o que estou sentindo agora?Mas o seu pai não ficará mais curioso por causa da sua demora?
Harry, você está exagerando! – Hermione falava com uma voz serena e calma.
Eu não quero conversar agora, está bem?
Respeitaremos a sua vontade, quando nos disse o que está sentindo. – Jeremy tinha até medo de falar, mas o rosto de Harry expressava tanta dor que ele teve pena.
Tudo bem! Eu digo. Estou sentindo uma enorme vontade de te bater.
Harry assim não vai dar pra conversar! – Hermione continuava calma.
É? Eu disse que não queria conversar, não disse?
Mas nós estamos preocupados com você, Harry.
Fiquem tranqüilos, eu pretendo morrer logo.
Jeremy se levantou.
Eu tenho que ir. Mas eu e meu pai convidamos vocês para um almoço lá em casa amanhã. Eu devo saber que o Harry não irá querer ir, mas eu aviso que você vai perder a excelente rabada do meu pai.
Harry correu até o banheiro e vomitou novamente. Hermione e Jeremy correram atrás do garoto, que não parava de vomitar. Hermione se ajoelhou para segurá-lo pelas costas.
Jeremy, evite falar de comida na frente dele.
Desculpe. Eu não sabia que estava tão grave. Acho melhor eu ir embora.
Está bem. Quando o Harry ficar mais calmo eu te chamo.
Tá tchau.
Harry parou de vomitar e se assentou no chão. A cabeça baixa por causa da tontura, e um auto controle enorme para não vomitar denovo.
Você está cansado, não é?
Estou. Eu quero ficar quieto na minha cama, sem ninguém pra me incomodar.
Tudo bem. Eu já estou com sono, mesmo.
Mas você não me incomoda.
Hermione tentou sorrir, mas a preocupação estava pesando em sua cabeça. Ela levantou Harry e o levou até sua cama.
A minha vontade de conversar não chegou ainda, mas se quiser conversar eu me esforço – Harry se assentou recostado na cabeceira da cama.
Eu não quero saber muita coisa. Eu estou apenas preocupada com o seu mal estar.
Acredite, eu estou bem. – Harry mantinha os olhos fechados. Sua cabeça doía muito e parecia latejar lá dentro.
Não parece. A propósito. Hoje quando cheguei ouvi você conversar. Alguém esteve aqui.
Harry corou. Abriu os olhos de repente e começou a olhar para todos os cantos impulsivamente.Abriu e fechou a boca algumas. Procurava palavras não sabia onde.
Eu.. é... sim – ou... não, bem... na verdade...
Sim ou não, Harry.
Bem... é, talvez.
Talvez?
Bem... esteve alguém aqui, sim. Mas foi por pouco tempo.
Eu sabia que o Malfoy tinha vindo aqui. Só não entendo o motivo do seu transtorno.
Harry olhou para ela confuso e logo abaixou a cabeça.
Como você soube?
Bem, eu sabia que era uma voz masculina e um bruxo, porque sumiu de repente. A julgar pelo modo que você ficou quando eu comecei a falar, eu presumi que era ele.
Ah...
Você quer conversar sobre isso?
Harry tomou um forte rubor no rosto e começou a falar mais alto, demonstrando sua evidente raiva.
Conversar o que? O que ele fez aqui? Fique tranqüila ele não voltará. Está trabalhando no ministério americano e não poderá mais voltar! E se quer saber eu estou muito feliz por isso e não quero essa maldita almofada nas minhas costas!
Ele puxou com raiva a almofada de atrás de suas costas e a jogou com a maior força que pôde.
Harry, eu não quero te obrigar a falar. Só perguntei se queria conversar sobre isso.
Não, eu não quero. Obrigado!
Você está triste porque ele vai embora, não é?
Eu não estou triste por porcaria nenhuma! Eu estou desanimado e doente!
Harry, até quando você vai esconder que ama o Draco?
Eu? Amo ele? Desde quando?
Desde aquela noite em que vocês dois ficaram trancados sozinhos.
Por sua culpa e culpa daquele moleque idiota. Por Merlin! Tantos garotos no mundo e eu deveria ser irmão logo daquele!
O Jeremy é legal, Harry.
Não, o Jeremy não é legal. Ele é um idiota e eu quero matá-lo.
Ele veio me ajudar, Harry.
Ah, mas ele ficou horas me atormentando e fazendo uma chantagem atrás da outra.
Porque ele queria descobrir sobre você.
Não adianta o que você diga sobre aquele verme infantil! Eu não quero nem que você pense nele perto de mim!
Tudo bem. Se você quer, eu não toco mais no assunto.
Como você soube que Draco iria embora?
No Ministério não mudam de assunto. Ele vai para a América, não é? Ele te disse onde exatamente na América?
Não. Só disse... América.
Você gosta dele, não é, Harry?
Qual o tamanho da importância disso? – Harry olhava para o teto e fazia um movimento com as mãos
Eu só quero saber, Harry. Não precisa ser grosso!
Não estou sendo grosso! Isso realmente não interessa a você!
Talvez eu deva dormir, Harry. Desse jeito não dá pra conversar.
Harry cruzou os braços e olhou para a parede ao seu lado. A janela estava aberta e ele sentia frio, mas não estava nem percebendo, pois sua cabeça estava muito quente.
Talvez... talvez eu... talvez eu não queira gostar.
Hermione continuou com a mesma expressão serena e calma no rosto. Ao contrário do que Harry pensava, ela não riu, nem começou a gritar que era um Potter e um Malfoy. Harry olhou para ela e ela fez um pequeno, quase imperceptível gesto com a sobrancelha.
Não vai dar conselhos que eu já estou cansado de saber, porque já martelam minha cabeça ha tempos?
Não. Isso é totalmente normal para mim. Conheço vários casais masculinos por aí. E você também conhece.
Isso não é problema. Se você não percebeu, ele é um Malfoy!
E daí?
Alô-ôô... Eu sou um Potter!
Mas antes de tudo você é um ser humano! Tem direito de sentir amor por quem quiser.
Mas o que a comunidade bruxa vai falar? Você acha que isso ajuda?
Atrapalha porque você quer! Como você disse, o que me importa se você ama ou não o Draco?
Harry acalmou as sobrancelhas. Abraçou as pernas e encostou o queixo no joelho. Foi então que ele percebera que fizera tudo errado. Levantou-se e foi em direção ao guarda-roupa.
Vai atrás dele?
Agora não. Preciso fazer alguma coisa antes.
Suas sobrancelhas se ergueram e seu queixo caiu. A porta se abriu e Luc se assustou ao ver Harry na porta. Ele gaguejou um pouco, antes de dizer:
Harry?
Se o seu filhinho estiver aí eu vou embora.
Não, entre! Ele já foi dormir. – Luc abriu a porta e deu um espaço para Harry passar. O garoto entrou e s virou para trás. Não reparou na sala de tamanho médio em que estava. Virou-se para encarar Luc, que acabava de fechar a porta. Ele andou até Harry e apontou uma confortável poltrona ao lado da lareira vazia.
Sente-se, por favor...
Harry obedeceu e Luc se assentou no sofá ao lado de Harry.
Como
descobriu meu apartamento? Você só conhecia o
estacionamento!
Desculpe, mas eu estou aqui para perguntar, e não
o contrário.
Sei... desculpe. O que quer perguntar.
Desculpe se fui mal educado. Estou um pouco nervoso hoje.
Acredito que seja por causa de Jeremy.
Principalmente.
Eu pedi que ele não fosse, mas quando ele quer, ele faz.
Conheço bem aquele... garoto. Deve estar se perguntando o que faço aqui.
Não. Eu sabia que você viria. Até me pareceu rápido.
Sim. Minha cabeça está para explodir com tantas dúvidas.
Eu sei o que está sentindo. Tenha certeza que James também se sentiu assim.
O que mais me intriga é o porque do meu pai ter traído minha mãe.
James e eu éramos amigos de infância. Nós namorávamos aos nove anos, mas se acabou quando ele foi para Hogwarts. Depois que ele se formou, a gente se encontrou algumas vezes. E numa noite, bebemos demais. Foi aí que Jeremy foi concebido.
E ele largou minha mãe?
De jeito nenhum! James nunca largaria Lily! A gente se encontrava, mas como amigos. Nem eu, nem ele queríamos nos envolver.
Se meu pai amava minha mãe, então porque se rendeu a você naquela noite?
Porque eu insisti. Ele se manteu firme até o último momento.
Mas como ele pode ter engravidado sem que minha mãe percebesse?
Ele disse que estava com uma doença. Isso explicaria os vômitos e desmaios. Quanto à barriga, nos homens ela não cresce.
Tá, e como o Jeremy saiu?
Cirurgia. É o único meio.
Harry escorou os braços nas pernas e olhou para o tapete. Então era isso? Bem, não era tão mal. Afinal, seu pai amava sua mãe e a mais ninguém.
Harry, se importa de responder uma pergunta minha?
Harry olhou para ele e levantou rapidamente as sobrancelhas.
Você, e este garoto que o Jeremy comentou... vocês tiveram relações sexuais?
Harry olhou para o chão novamente e após algum tempo acenou afirmativamente com a cabeça.
E há quanto tempo foi isso?
No dia de voltar do acampamento.
E... você tem se sentido mal ultimamente?
Bem, eu me senti mal hoje, mas é normal.
Não, Harry. Não é normal. Você pode estar esperando um filho deste garoto.
Não, não foi nada... olha, eu tenho que ir. Não me sinto muito bem.
Harry, você é fértil como o seu pai. As chances de você estar esperando um filho são enormes! Toma cuidado, essa gravidez é muito delicada! E você deve ficar o mais perto do pai deste garoto o possível.
Espere aí, se eu estou mesmo esperando um filho eu já sou o pai! E eu realmente preciso ir.
E num estalo, Harry desaparatou.
N/A: Gente, desculpa a demora. Eu não estou muito bem de saúde e conseqüentemente não estou bem nos estudos. Isso influenciam muito na escrita. Estou superfeliz pelo número de reviews. Muito obrigada mesmo! E continuem mandando, porque eu amei cada um deles... Beijos...
aniannka: Você é muito nervosinha... rsrsrs. Aposto que vai adorar o próximo capítulo, que não vai demorar nada a vir.
Rei Owan: Calma, não é bem assim não... eu não sou o gênio da lâmpada, mas prometo colocar o próximo capítulo assim que eu voltar.
Bru Black: É, você está mesmo meio sumida, mas o que eu posso falar? Eu também estou! Um lugar onde o sol não alcança? Hummm... pensaremos nisso.
Nostalgi Camp: Ah, então espere o próximo capítulo, onde algo poderá acontecer.
Baby Potter: O Harry? Mamãe? Ora, ele não gostou muito do novo cargo, mas promete que será um ótimo pai. E escreve aí seu msn que eu te adiciono sim. O ff tá implicando com a minha cara.
o.O. Fabi – chan O.o.: Calma, o lance da América foi proposital. Eu sei que existem tres, por isso, não se preocupe porque não irá se repetir, ok?
aNiTa JOyCe BeLiCeTem certeza que não quer ver? Ah, então não sou eu que sou louca!
Christine Waters: Ah, que review enorme e lindo! Quero mais dele. Aposto que vais adorar o próximo capítulo. Vc tem uma fic? Eu não li ainda. Mas lembre-se da música: "Não se reprima... não se reprima...".
Christine Waters? Eu já vi esse nome em algum lugar. Teria sido em um filme?
Ashley Potter Malfoy: Ai que fofo... Obrigada, e continue aqui, ok? Quero ver seus reviews mais vezes.
